Regime digital do BB: aplicativos e smartphones são prioridades

Publicado em: 02/12/2016

Entusiasta de corridas matinais, Paulo Caffarelli chegou ao trecho da pista em que, passada a parte acidentada, é hora de acelerar. O advogado paranaense com mestrado em economia assumiu, em maio, a presidência do Banco do Brasil, empresa em que começou a trabalhar aos 14 anos. E agora, depois de fechar duas diretorias, o banco vai aposentar de 9 mil a 18 mil funcionários, extinguir três unidades (que são menores que as diretorias) e encerrar as atividades de 402 agências, em especial nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A meta é poupar um total de R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 750 milhões reduzindo custos operacionais e R$ 2 bilhões com pessoal. “Em nossa avaliação mais conservadora, que é de dispensar 5 mil servidores, a economia será de R$ 1 bilhão”, disse Caffarelli na segunda-feira 21, ao comentar a medida anunciada na noite da véspera. Paralelamente aos cortes, o BB vai aumentar sua aposta nas transações digitais, seguindo a linha dos concorrentes privados. Os números do terceiro trimestre indicam que duas em cada três transações realizadas pelos cerca de 60 milhões de clientes e correntistas do banco são digitais.

“Realizamos mais de um bilhão de transações digitais todos os meses, e a meta é reforçar esse número”, disse Caffarelli. No fim de setembro, o app do banco estava instalado em 9,4 milhões de smartphones, e a meta é chegar a 15 milhões até o fim de 2017. Para isso, a rede de agências 100% digitais deve saltar de 245 para 500. Essas iniciativas aprofundam um movimento que começou no início de novembro, quando o banco anunciou a extinção de duas das 27 diretorias. Foram extintas a Diretoria de Crédito Imobiliário (Dimob), criada no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref).

A Dimob surgiu para implantar a estratégia imposta por Dilma de inserir o BB no crédito imobiliário, em especial o Minha Casa Minha Vida, e perderá o status de diretoria. O BB tem um estoque de R$ 53 bilhões em financiamentos imobiliários, ou 8,6% do mercado, o que lhe garante a segunda posição. Ele perde só para a Caixa Econômica Federal, líder isolada com 51,7%. E a Diref será integrada à recém-criada Diretoria de Governança, que vai concentrar e tornar mais formais as relações do banco com controladas e coligadas, com governos e associações da sociedade civil.

Essa reestruturação estratégica reforça a opção pelos canais digitais e reduz a ênfase na distribuição tradicional de produtos, o que representa uma pá de cal para projetos de expansão física, como o Banco Postal. Após comprar a concessão há cinco anos por R$ 2,8 bilhões, o banco estatal optou por não renovar a parceria com os Correios, que deve vencer no início de dezembro. Caffarelli afirma que o BB pode manter-se provisoriamente na operação do Banco Postal, por seis ou doze meses após o término do contrato de concessão, mas que o banco “está avaliando” se fará um novo lance.

Quem conhece o assunto avalia que as possibilidades são remotas. “O BB foi menos agressivo que seu antecessor, o Bradesco, na exploração do Banco Postal”, diz Maria Inês Fulginiti, presidente da Associação dos Empregados dos Correios (ADCAP). O mercado gostou da notícia. Na segunda-feira 21, primeiro pregão após o anúncio, as ações ordinárias do Banco do Brasil fecharam com alta de 7,8%, e mantiveram-se no mesmo patamar de preços nos pregões seguintes.

“A decisão é positiva para os resultados do banco”, avalia Tito Labarta, analista de instituições financeiras do Deutsche Bank em Nova York, que prevê que as decisões podem elevar a rentabilidade patrimonial do BB, estimada em 12,1% para 2017. Com retornos anuais oscilando entre 13% e 15%, o BB vem rendendo menos que os 16% a 18% de seus concorrentes privados de varejo. Porém, pelas contas de Labarta, após a implantação das medidas, a cada 5% de redução nas despesas, o lucro líquido do banco poderá crescer em até 10%. Ou seja, há bons motivos para Caffarelli acelerar.

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O que muda no BB

Os principais pontos do processo de reestruturação

O que vai encolher:

• Funcionários: serão dispensados até 18 mil, de um total de 115 mil

• Agências: 402 serão fechadas, de um total de 4.972

• Diretorias: duas serão extintas, de um total de 27

O que vai crescer:

• Agências digitais: saltarão de 245 para 500

• Usuários de celular: avançarão de 9,4 milhões para 15 milhões

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/financas/20161125/regime-digital/435872

Sem ajuste, BB teria que pedir aporte ao governo, diz Caffarelli

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Paulo Rogério Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, diz que, sem o corte de gastos na instituição, ele teria de pedir socorro ao governo federal em julho de 2017 para atender as exigências de capital de Basileia 3.

O banco anunciou no dia 20 de novembro a extinção de 9.300 cargos, o fechamento de 402 agências e a transformação de 379 delas em postos avançados.

“Não posso achar que chegarei a ter o custo de Bradesco e Itaú porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo esse valor.”

O executivo afirma que não fará IPO (abertura de capital) da área de cartão de crédito, nem da distribuidora de títulos imobiliários. E que as pedaladas do governo de Dilma Rousseff ficaram no passado.

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Folha – Qual o resultado da reestruturação?
Paulo Rogério Caffarelli – O número de adesões ao plano de incentivo à aposentadoria até o momento é de 6.700. Abrimos [na segunda-feira, 21] para um público-alvo de 18 mil, e o prazo vai até 9 de dezembro. Em 2015, foram 5.000 que aderiram, e nossa expectativa é que o número agora seja maior. No ano passado, o governo autorizou sete salários de incentivo. Neste ano, são 12 salários.

Chegará a dez mil?
A expectativa é mais ou menos essa: 9.000 a 10 mil.

Estudam outras medidas de corte de funcionários?
Não, não estamos estudando plano de demissão voluntária. Nossa expectativa é de resolver isso com esse processo de antecipação [de aposentadoria]. Tem o “turnover” [rotatividade] também, de 2.000 pessoas em média [aposentadorias, falecimentos e demissões]. Há um número muito grande ainda que deve aderir. [O ajuste] está sendo feito em razão da transformação digital e da necessidade de redução de despesas pelas exigências de capital. Em setembro deste ano, o celular já passou a internet. Daremos prioridade à realocação das pessoas [de agências fechadas], de preferência na mesma cidade e no mesmo cargo. Ninguém vai ficar sem vaga. O cliente não vai perceber diferença.

Qual vai ser a melhora nos números? Havia expectativa de um ROE [retorno sobre o patrimônio] mais baixo…
Se saírem 9.000, a economia será de R$ 2,130 bilhões. No caso de dez mil, R$ 2,232 bilhões. Já 15 mil, R$ 2,742 bilhões. Isso se somará aos R$ 750 milhões dos ajustes da rede física [agências]. Temos um custo de folha de pagamento de R$ 3 bilhões a mais que nossos concorrentes. Apesar de as despesas administrativas estarem em linha com as do mercado, ao comparar a folha de pagamentos com as de Bradesco e Itaú, nosso custo se mostra bem superior. Não posso achar que chegarei ao custo deles porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo.

O que mais será feito?
Precisamos atingir um índice de capital principal de 9,5% por causa de Basileia 3 em janeiro de 2019. Mas prudencialmente temos de chegar em julho de 2017. Se nada fosse feito no BB, teríamos de bater na porta do governo e pedir um aporte de capital em julho do ano que vem. Sabedores de que o governo hoje concentra todas as suas energias na solução da questão fiscal, não será o BB que vai trazer mais essa dificuldade, considerando outros Estados e empresas que provavelmente ele terá de capitalizar.

Não estamos contando com capitalização ou com a venda de algum ativo que possa reforçar essa estrutura de capital. Pensamos em vender ativos? Os que fazem parte do “core business” [negócio principal do banco], não iremos vender. Vai ter IPO de cartão de crédito? Não. Vai ter IPO de distribuidora de títulos imobiliários? Não. Porque o mercado sempre tenta plantar esse tipo de situação até para induzir a se fazer isso.

O senhor, então, descarta aporte da União?
Vamos aumentar a rentabilidade, cortar substancialmente despesas. Se surgir oportunidade de vender algo que não seja “core business”, podemos vender e reforçar [a estrutura de capital]. O Banco do Brasil tem participação na Neoenergia [distribuidora de energia] e na Kepler Weber [fabricante de equipamentos para armazenagem de grãos]. Podemos vender, são dois exemplos de outros que posso dar.

O sr. falou em aumentar a rentabilidade. Já subiram os spreads [diferença entre juros que banco paga na captação e quanto cobra de clientes]…
Quando falo em rentabilidade não me refiro a aumento de spreads. Estou aumentando o volume de negócios. Hoje, o crédito responde por 60% do resultado. Preciso ter um volume maior de participação do crédito para trazer receita -48% da nossa carteira ainda está com volume de taxas mais baixas. São taxas da época do “Bom pra Todos” [programa lançado em 2012]. Na renovação, a tendência é de os spreads serem maiores.

A gestão anterior subiu o limite de crédito e focou em setores como agrícola, exportação. O incentivo continua?
No crédito agrícola, não vamos chamar de incentivo. O governo paga uma diferença desse processo. É até um dos motivos daquela discussão das pedaladas.

O governo Dilma Rousseff usou os bancos públicos para reduzir os juros no mercado. Valeu a pena?
O cenário econômico daquele momento era diferente de hoje. Não vou julgar o que aconteceu no passado. A retomada do crescimento pode passar pela volta do crédito. Agora, certamente será diferente. A retomada acontecerá concomitantemente à da demanda, que não ocorrerá de uma hora para outra.

Em relação a empresas como Odebrecht e Oi, qual o volume dessa exposição?
Não comentamos especificamente clientes por causa do sigilo. Com as grandes empresas, o volume de exposição é dividido entre os grandes bancos. Não é o Banco do Brasil que está amargando um volume de inadimplência, e sim o sistema financeiro. A Oi é um belíssimo negócio, ninguém tem a capilaridade dela. Não dá para pensar em pedir um desconto monstruoso [na dívida], como alguns têm a intenção. Não vamos autorizar isso.

Com relação às pedaladas, o que o senhor comentaria?
Esse tema já foi exaurido. Já se julgou, já se condenou. Isso ficou para trás. Estou aqui para olhar para a frente. Não comento o passado.

Mas o Banco do Brasil estava no centro do problema. A prática cessou?
Temos um contrato de prestação de serviços com a União. E somos remunerados por isso. Recebemos a equalização disso dentro do prazo pactuado no contrato.

O senhor participava daquele governo…
Eu cuidava da parte administrativa do Ministério da Fazenda.

A inadimplência vem piorando? Qual a expectativa?
A inadimplência atingiu um pico e agora se estabilizou, com um outro repique. A nossa expectativa é que a partir do segundo trimestre de 2017 ela comece a cair.

Por isso que as provisões estão mais baixas?
Elas baixaram porque o mercado deu uma melhorada e não há casos pontuais.

O senhor comentou que o que o BB puder fazer para ajudar o governo irá fazer…
Além de suprir a demanda do mercado interno de crédito e nas exportações, poderemos ter um papel mais forte ainda na estruturação de operações de infraestrutura. Como provedor de funding? Não. Mas como estruturador ou como fiador.

O banco está auxiliando o Rio de Janeiro na emissão de títulos. Há conversas com outros Estados?
No momento, o desenho está sendo feito com base em royalties do petróleo. Pode ser que, no futuro, possamos trabalhar com outros Estados.

O Banco do Brasil irá comprar parte desses títulos?
O banco é um estruturador. Pode ter discricionalidade de comprar ou não. Estamos fazendo isso com outros bancos de investimento também, estrangeiros inclusive.

RAIO-X

Nome: Paulo Rogério Caffarelli

Cargo: Presidente do Banco do Brasil

Idade: 50 anos

Formação: Graduado em direito com MBA pela FGV e mestrado pela UNB

Trajetória: Funcionário de carreira do BB, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff e diretor-executivo da siderúrgica CSN.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1836202-sem-ajuste-bb-teria-que-pedir-aporte-ao-governo-em-2017-diz-presidente.shtml

Diretora superintendente do Economus esclarece dúvidas do PEAI

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Assista aqui a entrevista com a diretora superintendente do Economus, Lucia Helena Moya Cuevas, sobre o Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). Ela esclarece as principais dúvidas sobre os planos de previdência e saúde da entidade para ajudar os participantes a tomar a melhor decisão.

Fonte: http://www.economus.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1029&sid=9

Justiça suspende fechamento de agências no Maranhão

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O Banco do Brasil não poderá mais fechar agências no Estado do Maranhão. O fechamento de 13 agências foi suspenso após a Justiça deferir liminar em ação civil pública requerida pelo Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor do Maranhão (Procon/MA). Em nota, a instituição afirma que vai recorrer da decisão.

O encerramento das atividades das unidades faz parte do plano de reestruturação anunciado em 21 de novembro pelo presidente do banco, Paulo Cafarelli. De abrangência nacional, com agências sendo fechadas em todos os Estados brasileiros, a medida também prevê um plano voluntário de aposentadoria para 18 mil funcionários.

Na liminar, o magistrado titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, Douglas Martins, determina o pleno funcionamento das agências maranhenses, vetando, ainda, sua redução a postos de atendimento. O banco deverá apresentar relatório evidenciando a motivação, os impactos econômicos e a adequação das mudanças ao plano de negócios e à estratégia operacional da instituição.

Além disso, o Banco do Brasil precisará apontar quais os serviços deixariam de ser prestados nos postos de atendimento e quais continuariam a ser oferecidos, além de informar quais providências estão sendo ou foram tomadas para não gerar impacto negativo aos consumidores. A instituição também deve apresentar o número de funcionários, atendimentos realizados em 2016 e clientes das agências que serão reestruturadas no Estado.

De acordo com o Procon, a decisão de encerrar as atividade de determinadas agências fere o direito do consumidor. “É uma alteração unilateral do contrato, ou seja, o descumprimento do serviço essencial por parte da instituição bancária, sem qualquer consulta aos correntistas das agências. Dessa maneira, o fornecedor descumpre o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, prejudicando os usuários do serviço.”

Para o presidente do Procon-MA e diretor dos Procons Nordeste, Duarte Júnior, a determinação do Banco do Brasil  não condiz com o lucro obtido pelo banco. “Mesmo com lucros bilionários, o Banco do Brasil prefere fechar agências do que investir na melhoria e humanização do atendimento. Temos pleno conhecimento que o princípio da livre iniciativa é essencial para a ordem econômica, assim como os direitos básicos do consumidor”, afirma.

Somente entre 2015 e 2016, as fiscalizações do Procon geraram multas num total de R$472 mil para as agências que devem ser fechadas no Maranhão. Demora demasiado no atendimento, grandes filas e falta de dinheiro no caixa eletrônico foram algumas das causas. “É contraditório acreditar que o consumidor maranhense não será afetado com o fechamento de agências, que são também utilizadas para recebimento de benefícios sociais”, afirma a instituição em nota divulgada à imprensa.

Em seu requerimento, o Procon-MA também aponta que o investimento em atendimento digital sugerido pelo Banco do Brasil não é suficiente e condizente à realidade do Estado, onde apenas 9,8% dos domicílios têm acesso à internet, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “A economia local será afetada, principalmente nos municípios do interior do estado, onde não existe grande quantidade de agências à disposição e o dinheiro em espécie ainda é mais utilizado que cartões de débito ou crédito”, destaca o presidente do Procon-MA.

De acordo com a decisão judicial, caso o fechamento das agências não seja suspenso, o banco pode ser condenado a pagar a quantia de R$ 40 mil em danos morais coletivos.

Em nota, o Banco do Brasil afirma que nenhum município ficará sem assistência e que as contas dos clientes nas agências que serão fechadas serão transferidas automaticamente para outras agências.

Confira a íntegra da nota enviada pelo Banco do Brasil ao ‘Estado’:

“O Banco do Brasil informa que irá recorrer da decisão da justiça maranhense e que vai prestar todas as informações necessárias sobre as medidas de reorganização institucional. O BB esclarece que nenhum dos municípios em que está presente atualmente ficará desassistido. As contas dos clientes das agências encerradas serão transferidas para agências próximas, de forma automática, sem que os clientes necessitem realizar qualquer procedimento adicional. Os clientes poderão manter seus cartões e senhas para transações, mesmo que haja alteração no número da conta.

Canais diversificados irão disponibilizar todas as informações necessárias, como o hotsite www.bb.com.br/novoatendimento, SMS, aplicativo para celular, terminais de autoatendimento, além de correspondências, contato dos gerentes e cartazes nas agências. Equipes de funcionários foram treinadas exclusivamente para essa comunicação e atendimento. O Banco também divulgou telefones exclusivos para atendimento aos clientes sobre mudanças de agência: 0800 729 5282, com funcionamento de segunda a sexta-feira, de 8h às 22h.

Além dos pontos físicos, o BB oferece a maioria das transações pelo aplicativo para celular e Internet – canais que mais crescem hoje na preferência dos usuários -, Central de Atendimento por telefone e nos terminais de autoatendimento próprios e da Rede 24Horas, além de correspondentes bancários. No Estado do Maranhão, o BB continua com a maior rede de atendimento. São 105 agências e 51 postos de atendimento bancário.”

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,justica-suspende-fechamento-de-agencias-do-banco-do-brasil-no-maranhao,10000091479

São Paulo será o estado mais afetado por fechamentos no BB

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O Banco do Brasil anunciou esta semana que 402 agências serão fechadas em todo o país. O encerramento de atividades faz parte de um plano de reestruturação, que tem ainda medidas como a transformação de 379 agências em postos de atendimento e um plano de aposentadoria incentivada, que deve reduzir 9,3 mil vagas ocupadas e gerar uma economia de R$ 2,7 bilhões.

Com quase metade das agências incluídas no plano, São Paulo é o estado que terá mais estabelecimentos fechados: são 200 no total, sendo 94 deles localizados apenas na capital paulista.

Rio de Janeiro aparece logo depois, com 40 agências que terão os serviços transferidos a outras unidades, em seguida estão Minas Gerais (17) e Espírito Santo (2). A Região Sudeste que terá o maior número de agências fechadas, 259.

Além de São Paulo, as capitais mais afetadas pela nova reestruturação anunciada são Rio de Janeiro, com 29 agências, Belo Horizonte, com 11, e Salvador, com oito locais encerrados. Também com oito agências no plano, Campinas é a cidade, que não é capital, que terá mais unidades fechadas.

A Região Sul é a segunda do país, com 35 agências encerradas em Santa Catarina, 13 no Rio Grande do Sul e 11 no Paraná, totalizando 59 locais.

Na Região Centro-Oeste, o Distrito Federal é a unidade da Federação com mais fechamentos, com 18 agências fechadas.

O Nordeste terá 42 agências na reestruturação, e 10 delas estão localizadas na Bahia. Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte terão, cada um, cinco agências afetadas.

No Norte, que tem um total de 13 encerramentos, o Amazonas fechará três de suas unidades, enquanto os demais estados da região incluíram duas agências cada um. A única exceção é Rondônia, o único estado do país que não está incluído no remanejamento de agências.

O encerramento das agências será feito ao longo do ano de 2017 e os clientes das unidades serão informados da mudança por SMS, aplicativo do Banco do Brasil para celular, terminais de autoatendimento e correspondências. É possível ainda acessar o hotsite do banco para verificar a situação.

A mudança de agência será automática e os clientes não precisam fazer nenhum procedimento. Mesmo que haja alteração no número da conta, os cartões e senhas para transações na nova agência serão mantidos.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/sp-sera-estado-mais-afetado-por-fechamentos-no-banco-do-brasil/

BB diz que não obrigará funcionários a reduzir jornada

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O Banco do Brasil assegurou hoje (22) que não obrigará funcionários a reduzir a jornada de trabalho ganhando menos.

A garantia foi dada a representantes de sindicatos que passaram o dia reunidos com a direção da instituição financeira para discutir o plano de reestruturação do banco que prevê um plano incentivado de aposentadorias para 18 mil empregados e o fechamento de 402 agências em todo o país.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Banco do Brasil garantiu que, no remanejamento decorrente da reestruturação, o funcionário poderá optar em permanecer na jornada de oito horas, sem ser obrigado a migrar para a jornada de seis horas.

Os funcionários das áreas afetadas pelo fechamento das agências terão prioridade no sistema interno de recrutamento, concorrência e seleção do banco para serem realocados.

Em relação ao plano de aposentadoria incentivada, a Contraf-CUT informou que o banco concordou em cumprir os regulamentos do plano de previdência complementar de cada funcionário.

O tempo que o funcionário trabalhou no banco depois de conquistar o direito à aposentadoria será incorporado às indenizações.

Na reunião, os representantes dos trabalhadores cobraram garantias de que os funcionários que tiverem cargos e funções cortadas sejam mantidos na mesma localidade sem cortes de salário.

A reivindicação também vale para os empregados que ficarem de excedentes em cada agência.

A Contraf-CUT pediu ao Banco do Brasil que a opção para a redução de jornada de seis horas esteja disponível para outros cargos de analista e de assessores, como engenheiros, arquitetos, funcionários da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e subsidiárias como BB Previdência, BB Seguridade, Fundação Banco do Brasil e Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).

Os sindicalistas pediram ainda ao banco mais transparência e informações detalhadas da quantidade de cargos e pessoas envolvidas em cada unidade afetada pela reestruturação.

Segundo a Contraf-CUT, durante a reestruturação na área de logística do banco há menos de um ano, engenheiros foram obrigados a mudar de cidade e poderiam perder os cargos e terem de mudar de local novamente.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-diz-que-nao-obrigara-funcionarios-a-reduzir-jornada/

Reestruturação ainda deixa o BB atrás de concorrentes

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A reestruturação anunciada ontem pelo Banco do Brasil (BB) — antecipada pelo Correio — não será ainda capaz de levar a lucratividade da instituição ao mesmo patamar dos concorrentes privados. Nas contas do economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, o resultado líquido do banco deve crescer pelo menos 7% com a redução de R$ 750 milhões em despesas administrativas. O cálculo não considera a queda nos gastos com a folha de pessoal, que pode reforçar o lucro da empresa.

Mesmo com a diminuição da folha salarial, que pode chegar a R$ 3 bilhões por ano se 18 mil empregados aderirem ao plano de aposentadoria incentivada, Bradesco e Itaú manterão lucros mais elevados que os do BB. As projeções de Salles levam em conta um crescimento médio da economia de 2% por ano. Nesse caso, o BB teria ganhos de pelo menos R$ 3 bilhões por trimestre, ou R$ 12 bilhões por ano. Os concorrentes privados, porém, lucrariam por volta de R$ 20 bilhões.

Além de cortar despesas e incentivar demissões, o BB vai fechar 402 agências, das quais 20 em Brasília. A Caixa, por sua vez, informou que tem a intenção de desativar 100 agências, a partir de 2017. Com isso, chegaria a 502 o número de dependências bancárias de instituições federais que teriam as atividades encerradas.

A meta do BB para economizar com a folha de pagamento, no entanto, pode não ser totalmente alcançada. Salles comentou que planos de aposentadoria incentivada costumam ter adesões significativas em períodos de crescimento econômico. Na recessão, porém, os funcionários, sobretudo de estatais, preferem manter a estabilidade, mesmo com incentivos para se desligarem. “Os empregados do BB já têm garantidos a aposentadoria da Previdência Social e o benefício da Previ, que é o fundo de pensão. Muitos preferem manter a remuneração da atividade porque há perda de renda, mesmo que mínima, quando há desligamento”, disse.

Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating, disse que as medidas do BB são positivas e refletem a realidade no setor. Ele explicou que ao fechar 402 agências físicas e expandir de 245 para 500 o número de escritórios e agências digitais, a instituição mostra preocupação com a rentabilidade. “O BB tem o maior número de agências entre todos os bancos, e muitas delas dão prejuízo. O banco está em busca de eficiência e outros players de mercado já anunciaram que vão fechar agências ou desistiram de abrir novas”, afirma.

Em relatório encaminhado a clientes, o banco Brasil Plural estimou que nove mil empregados do BB devem aderir ao plano de aposentadoria incentivada. Nas contas de Eduardo Nishio, do Brasil Plural, as medidas têm potencial para valorizar as ações do banco em 7,2%.

Reestruturação ainda deixa o Banco do Brasil atrás de concorrentes

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/11/22/internas_economia,558126/reestruturacao-ainda-deixa-o-banco-do-brasil-atras-de-concorrentes.shtml

Com reestruturação, BB pode economizar até R$ 3 bi em folha

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O presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, afirmou nesta segunda-feira que a reestruturação anunciada ontem à noite pela instituição tem como objetivo prepará-la “para uma nova arena, uma nova realidade”. O banco tem como meta chegar a janeiro de 2019 com 9,5% de capital principal sob Basileia 3, frente aos 9,07% atuais.

As mudanças preveem o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, além do encerramento de 31 superintendências regionais. Após os ajustes, o número total de postos e agências cairá de 6.998 para 6.851 unidades. O enxugamento da estrutura administrativa significa cortar cerca de 9 mil vagas.

O BB também lançou um plano de aposentadoria antecipada com foco em um universo de 18 mil funcionários que já são beneficiários do INSS ou já cumprem os requisitos para aposentadorias do sistema público ou da Previ – o fundo de pensão dos empregados do BB. Caso haja a adesão integral, o custo chegará a R$ 2,7 bilhões.

O BB propôs pagar 12 salários a quem entrar no plano, podendo chegar a 15 salários dependendo do tempo de casa. Em programa semelhante no ano passado, o incentivo girava em torno de sete salários, lembrou Caffarelli. O período de adesão vai até 9 de dezembro.

“Temos a expectativa de que tenha uma adesão maior do que no ano passado”, disse o executivo, ressaltando se tratar de um convite. “Não estamos demitindo ninguém.”

Caffarelli lembrou que o BB tem um custo de cerca de R$ 3 bilhões em folha de pagamento, superior ao dos concorrentes.

Segundo ele, a economia a ser obtida no plano de aposentadoria depende do número de adesões. Se 5 mil funcionários entrarem no plano, a economia será de R$ 1,183 bilhões. Com 9 mil adesões, vai a R$ 2,130 bilhões. Se os 18 mil funcionários vislumbrados entrarem no programa, o banco economizará R$ 3,048 bilhões.

O executivo afirmou que ainda não tem estimativa de quanto pode economizar com a redução da jornada de trabalho para seis horas por dia para quem quiser adotar esse modelo.

“Ouso dizer que podemos acomodar tudo isso da melhor forma”, disse.

O vice-presidente de finanças e relações com investidores do BB, José Maurício Pereira Coelho, afirmou que o plano de aposentadorias antecipadas não deve ter impacto na Previ. Isso porque, segundo ele, a fundação já trabalha com a possibilidade de o funcionário se aposentar a partir de 50 anos de idade.

Eficiência 

“Quando se compara o resultado ajustado do Banco do Brasil com o dos nossos pares no primeiro semestre, temos um resultado aquém da média dos grandes bancos”, disse Caffarelli, em entrevista a jornalistas.

Segundo o executivo, o desafio é buscar a eficiência operacional por meio de uma série de medidas, incluindo corte de despesas. “Estamos trabalhando nesse sentido sem contar com nenhum tipo de aporte por meio do Tesouro”, afirmou.

Caffarelli disse que é um trabalho estrutural, voltado para dentro do banco. “Se quisermos continuar crescendo, temos que fazer uma adequação de capital.”

Embora o objetivo seja alcançar os 9,5% de capital principal em janeiro de 2019, Caffarelli disse que, em termos prudenciais, é preciso alcançar esse patamar já em julho do ano que vem.

O trabalho para a melhora da rentabilidade também passa pelos canais digitais que, segundo o presidente do banco, são uma forma eficiente de se relacionar com os clientes. Com a ajuda dos meios eletrônicos, afirmou o executivo, o BB tem conseguido um incremento dos negócios e um aumento de até 40% na rentabilidade individual dos clientes que os utilizam.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4781969/com-aposentadoria-antecipada-bb-pode-economizar-ate-r-3-bi-em-folha

 

‘BB está reduzindo onde precisa de gente’, critica sindicato

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Para o sindicato dos funcionários de bancos, o fechamento de 402 agências do Banco do Brasil e a transformação de outras 379 em postos de atendimento (com serviços mais restritos) é prejudicial ao País, ao próprio banco e aos empregados.

“O banco está reduzindo principalmente onde precisa de gente para atender aos clientes”, disse Wagner Nascimento, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Nascimento questiona a afirmação do presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, de que o enxugamento da estrutura física vai ao encontro do aumento dos meios digitais. “O perfil do cliente do banco nem sempre é digital. Eles vão fechar agência em cidades do interior, onde muitos clientes não são usuários dos serviços digitais”, ponderou.

De acordo com o BB, as transações bancárias realizadas nas agências estão em forte redução. Segundo o banco, 9,4 milhões de clientes realizam 1 bilhão de transações bancárias por mês por meio do aplicativo do banco para celular, o correspondente a 40% do total. Outros 27% correspondem às transações realizadas pela internet. A expectativa do banco é que o número de clientes que utiliza o aplicativo do banco salte para 15 milhões até dezembro do próximo ano.

Nascimento discorda da análise de Caffarelli que a ampliação do atendimento digital, com o enxugamento da estrutura física, seja irrevogável. “O que pesa é conta financeira e não a estratégia do banco”, afirmou. A reestruturação das unidades físicas vai gerar economia de R$ 750 milhões por ano, segundo o BB.

Coordenador da Comissão de Empresas dos Funcionários do BB, Nascimento também criticou a meta do presidente do banco de perseguir a rentabilidade dos concorrentes. “O BB não tem que ficar seguindo exemplo de Itaú e Bradesco. Banco público tem um papel diferente. Quem é que faz política anticíclica em momentos de crise? Os privados vão fazer?”, ironizou o sindicalista.

“Há uma disposição do governo Michel Temer de mostrar ao mercado que está fazendo alguma força”, completou. Uma reunião foi marcada para esta terça-feira entre representantes do sindicato e do banco. Além da ampliação do atendimento digital, o BB afirmou que o considerou a localização de agências próximos para o fechamento de unidades, principalmente em São Paulo (onde o banco comprou a Nossa Caixa) e Santa Catarina (depois da incorporação do Besc).

Aposentadoria. Em relação ao plano de aposentadoria incentiva, Nascimento elogiou os incentivos dados pelo banco para adesão – 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia entre um e três salários, a depender do tempo d banco (entre 15 e 30 anos completo).

Ele acha que a adesão vai ficar entre 8,5 mil e 9 mil pessoas. O plano foi oferecido para 18 mil funcionários com mais de 50 anos e 15 anos de casa. Segundo simulações feitas pelo BB, se 9 mil funcionários aderirem, a economia será de R$ 2,130 bilhões.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,bb-esta-reduzindo-principalmente-onde-precisa-de-gente-critica-sindicato,10000089706

Caffarelli diz que BB ainda tem interesse pelo Banco Postal

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O Banco do Brasil ainda tem interesse pelo Banco Postal, que oferece serviços bancários em agências dos Correios, informou hoje (21) o presidente do BB, Paulo Caffarelli.

Segundo ele, a instituição não participou do leilão do Postal, porque o preço pedido pelos Correios não era adequado. “Temos, sim, interesse, desde que o preço seja adequado à sua capacidade de gerar resultado”, disse.

Os Correios informaram, no último dia 14, que não receberam nenhuma proposta de instituição financeira para prestar os serviços de correspondente do Banco Postal.

O Banco Postal é um correspondente na prestação de serviços bancários básicos, resultado de parceria entre os Correios e uma instituição financeira.

O Banco do Brasil assumiu o Banco Postal em janeiro de 2012, no lugar do Bradesco, em contrato que termina no dia 2 de dezembro deste ano. Mas, segundo os Correios, permanece em negociação a assinatura de contrato temporário com o atual parceiro para manutenção do serviço, após o término do contrato atual.

“O contrato temporário terá a vigência de até seis meses, prorrogáveis pelo mesmo período, e garantirá a normalidade dos serviços do Banco Postal, enquanto os Correios avaliam o projeto de prestação de serviços bancários em sua rede de atendimento”, diz a nota divulgada pelos Correios.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-ainda-tem-interesse-pelo-banco-postal-diz-caffarelli/

Associados aprovam propostas para equacionar déficit da Cassi

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Os associados da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) aprovaram as propostas para equacionar o deficit, em consulta realizada entre os dias 11 e 21 deste mês de novembro. O “sim” recebeu 98.257 votos (82,24%); o “não”, 19.535 votos (16,35%); votos nulos, 1.684 (1,41%); total, 119.476 (100%). Os votos em branco (1.205) não foram computados, conforme prevê o Estatuto.

As propostas negociadas ao longo de dois anos resultou no memorando de entendimentos, assinado pelas entidades representativas dos funcionários ativos e aposentados e o Banco do Brasil no dia 21 de outubro último. A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) participou do processo de negociação, representada por Jeferson Boava, vice-presidente da entidade e membro da CEBB (Comissão de Empresa do Banco do Brasil).

Entre as propostas aprovadas, ingresso de recursos financeiros da ordem de R$ 40 milhões mensais, sendo R$ 23 milhões pelo BB, via ressarcimento de serviços, e R$ 17 milhões pelos associados, via contribuição extraordinária e temporária de 1% até dezembro de 2019 (artigo 91 incluído no Estatuto Social).

Fonte: Jairo Gimenez – Seeb Campinas

Caixa ultrapassa BB em crédito doméstico

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Passou praticamente despercebido, mas a Caixa Econômica Federal ultrapassou o Banco do Brasil em termos de carteira de crédito doméstica. Cada banco foi em uma direção no terceiro trimestre. Enquanto a Caixa expandiu sua carteira ampliada para R$ 699,6 bilhões, o BB a encolheu, para R$ 682,5 bilhões, considerando o saldo interno. Se for somada a fatia externa, o BB ainda lidera.

Estratégias. O BB está debruçado em voltar a ter o retorno dos bancos privados e, por isso, se mostra mais conservador para emprestar. Na Caixa, a questão da rentabilidade é ainda mais urgente, mas a instituição não pisou no freio como seu par público. Na contramão dos grandes bancos, ainda espera alta de 4% a 7% na carteira em 2016.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/caixa-ultrapassa-banco-do-brasil-em-credito-domestico/

Com o olho na rentabilidade, BB descarta cortar juro logo

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Para tentar reverter o longo ciclo de queda da rentabilidade, o Banco do Brasil vai concentrar esforços nos próximos trimestres no controle de custos administrativos e na redução das despesas com provisões para calotes. Corte de juro, por enquanto, nem pensar.

“Não estamos satisfeitos com a rentabilidade que temos hoje”, disse nesta quinta-feira o diretor financeiro e de relações com investidores do banco, Maurício Coelho, ao comentar os resultados do terceiro trimestre.

Como resultado da decisão de anos atrás de atender o pedido do governo federal, seu controlador, de ampliar a oferta de crédito na fracassada tentativa de reanimar a economia, o BB tem agora enfrentado perdas crescentes com calotes.

Como resultado, a rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como os bancos remuneram o capital do acionista, foi de 9,6 por cento no terceiro trimestre, queda de 4,6 pontos percentuais sobre mesma etapa do ano passado. Assim, o BB piorou pela segunda vez no ano a previsão de rentabilidade em 2016, de 9 a 12 por cento para 8 a 10 por cento.

“Nossa meta é nos aproximarmos de índices de rentabilidade mais próximos aos de nosso rivais privados”, disse Coelho, mas sem apontar quando isso poderá acontecer.

Para comparação, o índice do Bradesco no terceiro trimestre foi de 17,6 por cento, enquanto o do Itaú Unibanco chegou a 19,9 por cento.

Em relatórios, analistas, na maioria, consideraram o balanço do terceiro trimestre do BB construtivo, uma vez que a despesa com provisão para calotes já caiu em relação ao trimestre anterior, o que ajudou o lucro a ficar acima da previsão média.

“Os números do trimestre sugerem que o pior em termos de provisões ficou para trás”, escreveram os analistas Eduardo Nishio e Marcelo Atallah, do Brasil Plural.

Simultaneamente, o BB teve maiores margens com crédito, mesmo num período de contração dos empréstimos, significando que repassou aos tomadores taxas de juros mais altas.

E os executivos sinalizaram que esse rumo não será revertido tão cedo, mesmo com o início do ciclo de corte da taxa básica de juros pelo Banco Central no mês passado.

“Além da queda da Selic, é preciso uma melhora da percepção de risco”, disse Coelho a jornalistas durante apresentação dos resultados do BB referentes ao terceiro trimestre.

Em outubro, o BC cortou a Selic de 14,25 para 14 por cento ao ano, primeira redução em quatro anos.

De acordo com Coelho, a demanda por crédito seguirá fraca no último trimestre deste ano e os níveis de inadimplência do banco só vão parar de subir ao longo de 2017.

A despeito da ênfase declarada dos executivos do banco na melhora da rentabilidade e de uma recepção majoritariamente positiva de analistas, os investidores não mostram a mesma leitura. Num dia bastante negativo da bolsa paulista, às 17:28, a ação do BB caía 5,5 por cento, mais que a queda de 2,4 por cento do Ibovespa no mesmo horário.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/como-olho-na-rentabilidade-bb-descarta-cortar-juro-logo/

Patrimônio do fundo soberano quase dobra com ações do BB

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O patrimônio do Fundo Soberano do Brasil (FSB) praticamente dobrou devido à valorização ao longo deste ano das ações do Banco do Brasil que compõem a maior parte de sua carteira. A posição mais recente, relativa ao dia 9 de novembro, do patrimônio do FSB era de R$ 3 bilhões, ante R$ 1,6 bilhão no fim do ano passado. Mesmo com as quedas recentes, a ação do BB, que representa 95% do patrimônio do fundo, sobe mais de 66% neste ano.

O governo contabiliza R$ 2,4 bilhões de receitas com o FSB na proposta de orçamento de 2017, recurso que obterá com a venda desses papéis e a liquidação do fundo. O problema é que terá de tomar cuidado quando despejar as ações no mercado para que não haja uma desvalorização excessiva do patrimônio do fundo, o que, na prática, reduziria essa receita. O valor previsto no orçamento é ligeiramente inferior ao saldo que havia na carteira do fundo em agosto, quando a peça foi enviada ao Congresso Nacional.

A estratégia para a redução da carteira de ações ainda não está definida e o assunto é tratado com sigilo pelo Tesouro Nacional. Procurada, a instituição se limitou a dizer que “não se manifesta sobre estratégia de gestão de ativos precificados em mercado”. Uma fonte do governo disse que está se procurando uma alternativa que não gere impacto relevante nos preços das ações. Uma outra fonte disse que uma alternativa que chegou a ser discutida no Banco do Brasil, ainda no governo Dilma Rousseff, seria a venda em bloco dos papéis do BB a um grupo restrito de investidores, como forma de ter maior controle sobre o preço.

Em junho deste ano, a BBDTVM, responsável por gerenciar o Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), o braço privado do FSB, fez, sem alarde, consulta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ter respaldo jurídico de que não precisaria seguir uma instrução do órgão regulador (Instrução CVM 286/98) que vale para entidades públicas e estabelece regras mais rígidas em operações de ativos, inclusive obrigando-as a seguir, em determinados casos, a lei de licitações.

“Em sua consulta, a BB manifesta o entendimento de que a Instrução 286, que dispõe sobre a alienação de ações de propriedade de pessoas jurídicas de direito público e de entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público, não seria aplicável ao FFIE, que possui natureza privada e cujos direito, bens e obrigações não se comunicam com os de seu cotista exclusivo, a União”, informa a ata da reunião do colegiado que discutiu o assunto e aceitou a tese da gestora.

A consulta tinha por objetivo obter uma garantia formal de que a gestora terá liberdade para agir com o fundo do governo como pode atuar com qualquer fundo privado. Com isso, a gestora pode, por exemplo, contratar um prestador de serviços para auxiliar nas diferentes modalidades de venda de ações que podem ser acionadas para ter o menor impacto no mercado, garantindo ao máximo o valor dos ativos. Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, considera que, embora o FSB tenha a opção de vender as ações fora do mercado, esta alternativa não seria a melhor por ser menos transparente “No final do dia, o fundo é público.”

Para ele, o caminho é fazer um processo organizado e padronizado, passando pela bolsa, e em um modelo parecido com uma oferta primária ou secundária de ações. Viriato explica que, mesmo com o BB sendo uma empresa largamente conhecida, seria o caso de se contratar uma corretora para fazer “road show” e atrair investidores, explicando o potencial de valorização e ganhos com os papéis. Ele acredita que em um processo aberto e transparente pode até haver algum impacto de curtíssimo prazo no preço, mas que seria passageiro e corrigido à medida que as informações fossem sendo apresentadas ao mercado.

No ano passado, durante a gestão de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, o Tesouro mandou que o FFIE iniciasse a venda das ações do BB sem avisar o mercado. A operação, contudo, foi notada e teve que ser interrompida após a venda de R$ 134 milhões e os preços serem derrubados.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4775147/patrimonio-do-fundo-soberano-quase-dobra-com-bb

Despesas do BB com provisão deve fechar 2016 perto do máximo

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O Banco do Brasil (BB) acredita que vai encerrar o ano com despesas de provisão para devedores duvidosos perto do topo da projeção apresentada pelo banco. O BB espera que as despesas de provisão representem entre 4% e 4,4% do portfólio classificado de crédito. Em nove meses até setembro, o indicador ficou em 4,4%.

“A tendência é ficar perto do topo do ‘guidance’ de provisão no fim deste ano”, disse nesta sexta-feira Bernardo Rothe, gerente-geral de relações com investidores, em teleconferência com analistas. Na opinião dele, parte disso é “efeito de denominador”, uma vez que há queda na carteira de crédito do banco.

“Para o ano que vem, há expectativa que a melhora gradual do risco de crédito se reflita em provisão, à medida que economia começar a melhorar”, disse.

Segundo Rothe, o banco público ainda vê espaço para continuar reprecificando sua carteira de crédito nos próximos trimestres, uma vez que cerca de metade do portfólio atual foi originada após 2015. Esse espaço de reprecificação continuará tendo efeitos positivos sobre a margem do banco, mas vai depender do nível de competição bancário, afirmou.

No que se refere às rendas com tarifas, Rothe acredita que a receita tende a ser mais robusta no quarto trimestre do que no terceiro. Segundo o executivo, o período de julho a setembro teve uma série de fatores atípicos sobre esse indicador, incluindo férias, Olimpíada e a greve dos bancários.

Renegociações

O banco público afirma que não seria surpreendente um aumento do volume de renegociações no próximo trimestre, depois da expressiva queda registrada entre julho e setembro. “O volume de renegociações deve seguir o fluxo da economia”, disse Rothe.

O executivo afirmou que, ao longo do tempo, com a recuperação da economia, a participação da carteira de renegociação no portfólio total de crédito do banco deve cair para próximo do patamar histórico.

Rothe também reforçou a expectativa de aumento gradual no índice de capital de melhor qualidade do banco. Segundo ele, os indicadores de capitalização vão continuar a melhorar com a queda da carteira de crédito do BB e a esperada melhora gradual dos resultados da instituição financeira.

Rentabilidade versus “market share”

Após ser questionado por analista sobre a estratégia da instituição, Rothe afirmou que o BB está focado em rentabilidade, não em aumentar a participação de mercado.

Na opinião dele, o comportamento da participação de mercado da instituição pública, que passou os últimos anos em alta, vai depender do comportamento da demanda. “Mesmo assim, o foco não é ‘share’ é rentabilidade”, disse.

Rothe voltou a afirmar que o banco espera melhora gradual da rentabilidade, com aumento de margens e de receitas com tarifas, ao mesmo tempo em que mantém custos sob controle. “Não vou dar uma visão de longo prazo, mas a nossa rentabilidade vai ter melhora gradual ao longo do tempo”, disse.

Sem novas agências

Caso perca o direito de usar o canal do Banco Postal, que reúne os postos dos Correios, o BB não pretende abrir novas agências. “Não há necessidade de abrir agências se não mantivermos esse canal”, disse Rothe.

Os bancos interessados têm até esta sexta-feira para entregar propostas aos Correios pelo canal. Rothe não quis comentar se o banco público entregaria uma proposta.

Os Correios irão abrir as propostas na segunda-feira.

Ontem, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou não ter interesse pelo canal. “Nós sempre analisamos o edital pra ter uma curva de aprendizado, mas isso não denota uma decisão de participar [do leilão]”, disse, a jornalistas. “Hoje nós temos uma franquia de distribuição q está em 100% dos municipios e o HSBC complementou a nossa rede.”

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4774139/bb-despesas-com-provisao-devem-fechar-2016-perto-do-maximo-previsto

Por segurança, BB quer reduzir horário de terminal eletrônico

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Por medida de segurança, o Banco do Brasil irá reduzir o horário de atendimento dos caixas eletrônicos em algumas agências de Americana, Capivari, Limeira, Piracicaba e Santa Bárbara d’Oeste a partir do dia 28. Os equipamentos só irão funcionar das 9h às 18h e em dias úteis. A instituição não descarta estender a restrição para outras praças.
Consumidores reclamam da medida, já que a finalidade desses dispositivos é justamente atender fora do horário comercial. Para especialistas em segurança, a providência é paliativa e não resolve o problema, que, para ser sanado, depende de investimentos dos bancos em segurança patrimonial e de patrulhamento ostensivo por parte da polícia. Além disso, para os profissionais do setor, é um atestado de que não está havendo um controle desse tipo de crime, o que é preocupante.
Segundo a Federação dos Bancos (Febraban), as salas de autoatendimento são uma facilidade oferecida voluntariamente aos clientes, não havendo normativa que estabeleça um horário obrigatório de funcionamento para os terminais. A federação cita a Resolução 2.932, de 28/02/2002, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que define como obrigação dos bancos apenas o atendimento nas agências de cinco horas diárias ininterruptas.
No entanto, para o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) Campinas, essa leitura é restrita e equivocada e, se a limitação nos horários dos caixas eletrônicos for adotada na cidade, o órgão tomará as medidas cabíveis. “O consumidor não pode ser prejudicado por um risco já embutido na atividade bancária. O banco não pode negar o serviço depois do costume já imposto. Não pode mudar um atendimento já consolidado e que já foi contratado com o pagamento das taxas de serviço. Não pode mudar as regras no meio do jogo. Não se abstrai uma oferta já contratada”, informa Francisco Togni, responsável pelo órgão.
Além desses aspectos, Togni ressalta que as alternativas de atendimento propostas pelo Banco do Brasil (internet e telefone) não suprem a necessidade do dispositivo físico. “O valor em espécie não pode ser pego on-line.” Quanto às casas lotéricas, elas não funcionam até as 22h.
A orientação de Togni para os clientes é de que façam as queixas ao Procon, cujo aplicativo eletrônico conta inclusive com um dispositivo para o envio de fotografias.
Para a atendente Aline Gomes da Silva, de 27 anos, caso a medida seja adotada em Campinas será “de fato muito ruim”. “Eu sou contra porque trabalho e aproveito esse horário para poder vir ao banco.” De mesma opinião é o autônomo Luiz Augusto Brito, de 33 anos, que usa frequentemente os caixas eletrônicos. “Vai piorar para quem? Para o cliente. As taxas já são caras, e o banco só abre às 10h. Agora imagine se só funcionar até às 18h. Como vai ser?”.
Para o aposentado Tadeu Godoy, de 71 anos, “o que previne assaltos é positivo, mas, por outro lado, é questionável uma regra que vai prejudicar justamente o consumidor”.
O especialista em segurança pública José Henrique Spécie, professor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, aponta que a restrição atrapalha o usuário mesmo sob a justificativa de que diminuirá os assaltos. “É um atestado de que não está havendo um controle desse tipo de crime, o que é preocupante.”
De acordo com o especialista, são necessárias medidas amplas e efetivas, resultantes de uma ação entre os bancos — que precisam investir maciçamente em segurança patrimonial — com os órgãos de segurança pública, que precisam dispor de um patrulhamento ostensivo. Para ele, a existência de portas de vidro rentes às calçadas são um dos vários exemplos de vulnerabilidade que podem ser facilmente apontados e que precisam mudar.
O Correio entrou em contato nesta quinta-feira com o Banco do Brasil e com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), por e-mail e telefone, mas ambos não se pronunciaram sobre os questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.
MUDANÇAS
Em Americana, a restrição do horário dos caixas eletrônicos será tomada nos terminais da Avenida Cillos e da Praça XV; em Santa Bárbara, na agência da Rua 15 de Novembro; e, em Piracicaba, nos terminais da Rua Prudente de Moraes, no Centro; da Avenida Madre Maria Teodora, no Jardim Paulista; e no da Avenida Rui Barbosa, na Vila Rezende. Em Limeira, ainda não há data prevista nem informações sobre os dispositivos que serão afetados.
Fonte: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2016/11/campinas_e_rmc/457000-bb-quer-reduzir-horario-de-terminal-eletronico.html

Bancos indicam que reação do crédito deve ser comedida

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O balanço consolidado dos nove primeiros meses do ano dos cinco maiores bancos é um bom retrato de onde o crédito empacou e por quais motivos. Ele sinaliza ainda que a retomada das concessões de recursos será comedida e lenta, confirmando a avaliação de que o crédito não será o motor da recuperação econômica, como foi em outros anos.

Os dados divulgados pelo Banco Central (BC) já indicavam a queda do crédito nos nove primeiros meses deste ano na comparação com igual período de 2015. No fim de setembro, a carteira consolidada de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3,1 trilhões, 1,7% abaixo do mesmo mês no ano passado, mais do que o dobro da queda de 0,6% em 12 meses acumulada em agosto. Neste século, nem mesmo durante a crise internacional de 2007, o crédito chegou a encolher em termos nominais. No ano passado, já em recessão, a carteira consolidada cresceu 6,6%, sendo 3,7% nas operações com recursos livres, sem influência das políticas expansionistas do governo.

Nos cinco maiores bancos, que concentram 87% do crédito total, a situação está pior do que a média aferida pelo BC. A carteira consolidada desse pelotão de elite somava R$ 2,7 trilhões em setembro, 6,9% abaixo dos R$ 2,9 trilhões de um ano antes. Do grupo, apenas a Caixa registrou aumento da carteira de crédito no período analisado, de módicos 5%. Nos demais bancos, a queda variou de 6,3% no Santander, 6,8% no Bradesco (sem o HSBC), 6,9% no Banco do Brasil até 11,5% no Itaú Unibanco (sem o Corpbanca). O Banco do Brasil já prevê que o ano vai fechar com um recuo que pode chegar a 9%, em contraste com a expectativa anterior que ia de um ligeiro aumento de 1% da carteira a uma contração de 2%.

A justificativa apresentada pelos bancos para o pé no freio do crédito foi uníssona: a inadimplência elevada e o recuo da demanda, consequências do cenário desfavorável. De fato, a inadimplência cresceu nesses bancos em linha com a média do sistema, que registrou aumento de 3,1% em setembro de 2015 nos atrasos acima de 90 dias, para 3,7% em setembro passado. Apenas o Bradesco extrapolou a média, chegando a 5,2%. As dificuldades foram registradas entre as grandes empresas e também as pessoas físicas.

Por precaução, os bancos estão se concentrando nas linhas mais seguras. O Bradesco foca o crédito consignado e o imobiliário, com garantias reais; o Itaú, no consignado e no cartão de crédito. Na Caixa, onde a inadimplência é baixa, predomina o financiamento imobiliário. Mais do que isso, porém, os bancos elevaram os spreads, mesmo com a expectativa de corte da taxa básica de juros. O levantamento do Banco Central mostra que a taxa média do crédito com recursos livres estava em 53,4% em setembro, com aumento de 7,2 pontos em 12 meses, período em que o spread subiu quase 5 pontos. Essa postura defensiva contribuiu para amortecer a queda dos lucros dos bancos, que ainda assim foi de significativos 27,1% na média dos cinco maiores bancos.

Há o sentimento de que o pior ficou para trás. Os atrasos entre 15 e 90 dias, considerados indicadores antecedentes da inadimplência, mostram, melhoria em algumas instituições. Mas nem todos estão otimistas. O Bradesco prevê que a inadimplência pode subir um pouco mais neste último trimestre do ano, para estabilizar ao longo de 2017. O Banco do Brasil espera o pico da inadimplência em 2017. O Itaú prevê o crescimento moderado do crédito em 2017, em consonância com uma redução do risco. O Bradesco arrisca a previsão de que o crédito vai crescer 5% no próximo ano, praticamente empatando com a inflação projetada para o período em 4,93% pela pesquisa Focus. Como disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, “estamos no fundo do poço, mas o pior já passou. Deixamos de piorar. Os indicadores de confiança sinalizam a retomada e certamente teremos um ambiente mais auspicioso para o setor bancário”.

No entanto, o próprio endividamento elevado de empresas e famílias emperra a retomada do crédito e a capacidade de recuperação da economia. Além disso, a capacidade ociosa das empresas reduz também a demanda por crédito. Números do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que a dívida do setor privado saltou de quase 41% do PIB em 2008 para 68,5% do PIB em 2015, levando em conta famílias e empresas não financeiras (Valor 9/11).

Fonte: http://www.valor.com.br/opiniao/4776975/bancos-indicam-que-reacao-do-credito-deve-ser-comedida

BB anuncia novos VPs em infraestrutura e agronegócios

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O Conselho de Administração do Banco do Brasil elegeu Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Tarcísio Hübner para as vice-presidências de Serviços, Infraestrutura e Operações e para a de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas, respectivamente. As duas vice-presidências estavam vagas desde junho (Serviços, Infraestrutura e Operações) e julho (Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas) deste ano.

Carlos Hamilton deixa o cargo de Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Antes, foi diretor de política econômica e de assuntos internacionais do Banco Central.

Tarcísio Hübner, funcionário de carreira do BB há 35 anos, era Diretor de Distribuição desde abril deste ano.

Currículos resumidos

Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo – vice-presidente de Serviços, Infraestrutura e Operações
Tem 52 anos, é graduado em Engenharia Civil com mestrado e doutorado em Economia. Exerceu o cargo de Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, desde maio de 2016. Exerceu o cargo de executivo do grupo J&F, controlador da JBS. No Banco Central do Brasil exerceu as funções de Diretor de Política Econômica e de Assuntos Internacionais, Chefe, Chefe Adjunto e Consultor do Departamento de Estudos e Pesquisas.

Tarcísio Hübner – vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas
Tem 55 anos, é graduado em Ciências Econômicas com MBA em Gestão Avançada de Negócios, MBA Altos Executivos e especialização em Agronegócios e em Marketing, com ênfase em Serviços. Exercia o cargo de Diretor de Distribuição. Atuou como Superintendente estadual em Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e Diretor de Distribuição São Paulo.

Fonte: http://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/imprensa/n/53701/bb-anuncia-vice-presidentes-de-infraestrutura-e-agronegocios#/

Cade aprova com restrição operação que cria bureau de crédito

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O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (9), com restrição, a operação dos cinco maiores bancos do país para criar um bureau de crédito, empresa que oferece serviço de informação sobre adimplência e inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, e é consultado principalmente por bancos, empresas e comércios para concessão de crédito.

Atualmente, as maiores empresas que oferecem esse tipo de serviço no Brasil são a Serasa e o SPC.

Chamada de Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), a empresa envolve o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco. Cada banco terá 20% das ações da GIC.

A aprovação foi condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração, em que os bancos se comprometem com prazos e metas que visam, entre outras coisas, garantir a concorrência entre empresas de bureau e também em aumentar o número de pessoas inseridas no Cadastro Positivo. A aprovação sob essas condições foi uma recomendação da Superintendência-Geral do Cade.

Com o cadastro positivo, os bancos poderão incluir no sistema dados de clientes que são considerados bons pagadores. Para isto, os clientes precisarão autorizar a inclusão de seus dados na GIC. Conselheiros do Cade acreditam que o cadastro positivo acirrará a concorrência de concessão de créditos, forçando o mercado a oferecer taxas menores e condições melhores para conquistar os clientes tidos como bons pagadores.

A parceria entre os cinco bancos foi anunciada no início do ano e o Cade foi notificado em abril. Agora, o órgão vai fiscalizar se a criação da GIC seguirá as condições que foram aprovadas no Acordo em Controle de Concentração.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/cade-aprova-com-restricao-operacao-que-cria-empresa-de-gestao-de-credito.html

Banco do Brasil vai buscar inovação no Vale do Silício

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Conectar-se a startups para acelerar o ritmo da inovação tem sido uma palavra de ordem para os bancos. Entre as maiores instituições nacionais, Itaú e Bradesco já vêm trabalhando há pelo menos um ano com o Cubo e o InovaBra, respectivamente. Ambos são programas de apoio a companhias novatas. Agora, o Banco do Brasil (BB) entrou no jogo.

O banco estatal montou um escritório no Vale do Silício, na Califórnia. No escritório, instalado em uma incubadora na cidade de Sunnyvale – lar de empresas como Yahoo, AMD e NetApp -, equipes de até cinco funcionários poderão desenvolver, ao longo de três meses, projetos de novos produtos e serviços que poderão ser usados internamente pelo banco, ou oferecidos aos seus clientes.

Segundo Marco Mastroeni, diretor de negócios digitais do BB, a ideia é levar quatro turmas para o Vale por ano. “Não é vida de turista, é uma imersão no ambiente. Eles participam de eventos de outras startups, têm que ir ao supermercado, administrar o orçamento do projeto”, conta o executivo. O primeiro grupo de funcionários foi para o BB Labs, como é chamada a iniciativa, no meio do ano e já voltou. Outra turma está lá neste momento.

Por que o banco resolveu investir nos EUA? A resposta tem relação com a natureza da instituição. Por se tratar de uma empresa pública, o BB tem restrições para investir ou se associar a startups. O relacionamento só pode ser estabelecido por meio de licitação ou se o banco comprar o controle de uma companhia – o que colocaria a empresa iniciante sob os processos de um grupo com mais de 100 mil funcionários. O risco é que isso poderia matar a inovação. O banco também está impedido de contratar profissionais sem concurso, por isso, é preciso capacitar o próprio quadro de funcionários.

Nos EUA, as equipes têm maior liberdade para experimentar novas tecnologias e modelos. Depois de validadas, as ideias têm sua viabilidade avaliada em termos de compatibilidade com os sistemas do banco e o ambiente regulatório local.

O BB Labs faz parte de uma iniciativa mais ampla do banco para estimular o empreendedorismo entre seus funcionários – o chamado intraempreendedorismo. Tudo começa por um programa batizado de Pensa, que visa estimular a geração de novos processos, produtos e serviços. No ano passado, foram mais de três mil propostas. Em 2016, até o momento, o número passa de cinco mil.

As ideias passam por uma série de avaliações internas e as mais promissoras seguem adiante. “É um modelo inspirado no ciclo de vida das startups, onde acontecem as validações dos investidores. As várias etapas ajudam a consolidar as ideias”, diz Mastroeni. “Leva tempo para acontecer, mas o fator multiplicador é muito forte; acende novas coisas na cabeça das pessoas”, diz.

Fonte: Valor Econômico

Diretor do BB diz que inadimplência na alta renda é menor

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As condições gerais de crédito custam a apresentar alguma melhora, mas a fonte não seca para um grupo de mais alta renda que, pelo bom histórico de pagamento, está sempre na mira dos bancos. Enquanto as concessões gerais do crédito direto ao consumidor caíram 8,3% nos 12 meses até setembro, o varejo de alta renda – atendido por meio de bandeiras como Personnalité, Prime, Premier, Estilo, Van Gogh e Select – segue recebendo ofertas de crédito, muitas vezes de maneira bastante insistente, por diferentes canais.

É um tipo de abordagem comum, dizem especialistas, mas que se acentua em cenário de risco elevado, no qual o bom histórico de pagamento da alta renda fala mais alto e favorece o grupo. O Banco Central não abre as informações sobre inadimplência por faixas, mas um exemplo do que ocorre em algumas linhas de crédito do Banco do Brasil (BB) ilustra bem esse movimento.

No cheque especial, por exemplo, enquanto o índice de inadimplência do banco está ao redor de 7%, entre os clientes com renda acima de R$ 8 mil não chega a 1%, diz Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil. No consignado, a inadimplência está em 1,3% na linha geral. Para esse público, ela cai para 0,7%.

Para João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, a inadimplência nas faixas mais baixas de renda está mais elevada, especialmente em razão do desemprego. Como os gerentes de banco continuam sendo extremamente cobrados para engordar a carteira, acabam voltando suas baterias à alta renda. “O banco refuta a base da pirâmide e faz estratégia agressiva na outra ponta”, afirma.

Mesmo tendo vendido suas operações de varejo para o Itaú e aguardando apenas a chancela do regulador ao negócio, o Citibank entrou outubro com ofertas agressivas de crédito pessoal. Para um cliente com renda mensal a partir de R$ 10 mil, os valores chegavam a R$ 50 mil ou R$ 60 mil. Tudo em 48 meses, ou dez meses acima da média registrada pelo crédito pessoal geral, segundo o BC.

O Valor teve acesso a propostas com taxas de juros de 3,9% ao mês, ou taxa efetiva de 63,72% ao ano. O percentual fica muito abaixo da taxa média cobrada em empréstimo pessoal feito com recursos livres que, segundo o BC, subiu quase três pontos percentuais de agosto para setembro, chegando a 135,1% ao ano – de longe, a maior da série histórica iniciada em 2011.

Um pouco antes do Dia das Crianças, o Bradesco oferecia uma linha especial a seus clientes Prime reforçando a ideia de “tornar a data inesquecível”. Um deles, recebeu uma oferta, por mala direta, de um limite de crédito pessoal capaz de marcar o dia de não uma, mas de várias crianças. O folheto oferecia R$ 24,8 mil e indicava que as condições do empréstimo precisavam ser consultadas na agência ou por telefone – algo que o cliente não fez.

Bastante agressivo, o Santander tem buscado convencer os seus clientes de alta renda, especialmente por telefone, a aceitar ofertas que chegam a R$ 100 mil. A insistência do banco tem incomodado parte dos clientes que, na tentativa de se desvencilhar da oferta, não querem nem ouvir as condições do empréstimo. “Sinto que meu banco tenta me pegar pelo braço. Aperto o botão para sacar R$ 100 e tem R$ 30 mil disponíveis para mim”, conta uma fonte.

Os bancos se defendem dizendo que, mesmo em um cenário difícil, não deixam ninguém, nem mesmo os clientes de menor renda, na mão. “Não fizemos nenhuma restrição quanto à renda”, diz Casalatina, do BB. Segundo o executivo, o que existe são taxas de juros diferenciadas para clientes que têm grau de relacionamento maior com o banco, o que é comum no mercado.

Cássio Schmitt, diretor de produtos de créditos e recuperação para pessoa física do Santander, explica que o banco tem mantido e estimulado o crédito independentemente da faixa de renda, após um período de ajustes internos no segmento. A taxa de inadimplência da carteira de pessoa física, diz Schmitt, saiu de 7% em 2012 e hoje está em 4,5%.

Schmitt reconhece que o banco faz aproximações com clientes sem que tenha sido provocado, mas diz que boa parte das ofertas tenta, na verdade, detectar as vontades do público. “Se o cliente faz a cotação de crédito em um dos nossos canais faz mais sentido ofertar para ele”.

Segundo o executivo do Santander, o objetivo é retomar de uma maneira que chama de “consciente” as ações de estímulo ao crédito, em especial os menos voláteis, como o imobiliário ou com garantia de imóvel ou veículo. O balanço do terceiro trimestre banco sinalizou melhora do crédito nessas linhas.

No geral, as condições de crédito pessoal com recursos livres pioraram de uma maneira significativa nos últimos dois anos. Uma olhada mais atenta aos números mostra, porém, que os juros subiram bem mais rápido do que os atrasos. Enquanto a inadimplência subiu pouco mais de dois pontos, de 7,24% em setembro de 2104 para 9,61%, os juros cobrados ao ano saltaram quase 40 pontos, de 96% para 135,1%.

Salles, da Lopes Filho, avalia que a inadimplência só não é maior porque os bancos estão empenhados em renegociar dívidas e repactuar o crédito para outras linhas mais baratas, como o consignado privado. Mas a retomada das operações deve ficar para o segundo trimestre do ano que vem. “Os bancos têm abundância de recursos e querem emprestar, mas a demanda está muito reprimida. Não vemos melhoria no curto prazo”.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4765029/oferta-de-credito-alta-renda-vira-estrategia

Taxa em bancos cai para 6,51%, segundo Procon

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As taxas de empréstimo pessoal  atingiram 6,51% ao mês em novembro, ante 7,05% registrados em outubro. Os dados são de uma pesquisa da Fundação Procon-SP com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander.

Já em relação à taxa média do cheque especial, não houve alteração em nenhuma instituição pesquisada.

A cobrança ficou em 13,56% ao mês.

De acordo com o levantamento, o Santander tem a maior taxa para empréstimo pessoal (8,49% ao mês), seguido do Bradesco (6,67%), Itaú (6,43%), Safra (5,9%), Branco do Brasil (5,85%) e Caixa (5,7%).

No cheque especial, o Santader também tem a maior taxa (15,49%), seguido do Bradesco e Caixa (ambos com 13,55%), Itaú (13,14%), Banco do Brasil (13,04%) e Safra (12,60%). /Agência Brasil

Fonte: DCI

BB Seguridade aprova recompra de até 10 milhões de ações

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A BB Seguridade, que reúne as participações do Banco do Brasil em negócios de seguros e previdência, informou que seu conselho de administração aprovou um novo programa de recompra de até 10 milhões de ações.

O prazo da operação é de 12 meses, valendo a partir desta quinta-feira, até 26 de outubro de 2017.

A companhia também informou ter concluído um programa de recompra que envolveu 3,36 milhões de ações, volume equivalente a 0,5 por cento do capital, pelo preço médio de 24,46 reais.

Fonte: Exame

 

BB já atende 1,3 milhão de clientes pelo modelo digital

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O Banco do Brasil começou a implantação dos modelos BB Estilo Digital e BB Exclusivo Digital no primeiro semestre de 2015. O objetivo é oferecer, com esse novo formato, facilidade de acesso dos clientes ao gerente de relacionamento, por meio de ferramentas baseadas em tecnologias móveis (“Fale com Seu Gerente”, disponível no app BB). As agências digitais também contam com horário de atendimento ampliado, assessoria financeira de especialistas (investimentos, crédito, previdência e outros temas) que podem ser acionados por videoconferência a partir de qualquer local, e muitas outras conveniências e soluções que não dependem do ponto físico.

Para os clientes com renda mensal entre R$ 4 e 8 mil, o BB lançou o modelo de atendimento “BB Exclusivo Digital”, que já parte da concepção de escritórios de negócios, sem vínculos com agências bancárias tradicionais. Ao todo, já foram inaugurados 12 escritórios desse tipo no País. A estimativa é que, até o final de 2017, sejam pelo menos 202 escritórios, inclusive em localidades do interior.

Com a expansão de transações bancárias realizadas em canais automatizados  – hoje já são mais de 95% do total – o BB investe no acesso dos mais diversos segmentos de clientes aos seus aplicativos nos smartphones. Já são oito milhões de usuários, sendo que o APP principal do BB já é o sexto aplicativo mais baixado no Brasil, superando todas as demais instituições financeiras. Aplicações lançadas recentemente abrangem as mais diversas áreas. Uma das novidades é o APP Ourocard – aplicativo especializado em gestão de múltiplos cartões de um único cliente e na emissão instantâneas de cartões totalmente digitais.

“Tão importante como entregar um cartão tradicional físico ao cliente, agora é prioridade estratégica oferecer o  aplicativo do Banco. Vamos nos tornar cada vez mais um banco que combina conveniência do atendimento físico com o que existe de melhor em termos de experiência digital completa”, afirma o vice-presidente de Negócios de Varejo, Raul Moreira.

“A estratégia de transformação digital nos permite entregar mais valor e aprimorar a experiência dos clientes. Dificilmente voltaremos a abrir agências no modelo tradicional. Vamos ampliar soluções de atendimento, mas agora em conceito que alia modernidade e eficiência”, complementa Moreira.

“O aumento nos níveis de satisfação dos clientes com os modelos de relacionamento digital geram crescimento de rentabilidade que pode variar de 20% a 40%, dependendo do estágio de relacionamento que o cliente já tinha com o Banco”, diz o Diretor de Clientes Pessoas Físicas do BB, Simão Kovalski.

Fonte: Banco do Brasil

Bancos usam sorteios e prêmios para estimular poupança

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Investidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta.

Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano.

Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor.

Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio.

A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%.

Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta.

Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB.

A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente.

“O produto está ajudando na retenção da carteira”, diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%.

A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês.

HÁBITO

Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. “Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito”, afirma.

“Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem”, avalia o professor.

Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30.

O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo “troco” das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa.

Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar.

“Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?”, argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa.

“Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto.”

O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança.

A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção.

Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. “Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?”, questiona.

Fonte: Folha de S.Paulo

 

Análise de crédito via rede social dá os primeiros passos

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O uso intensivo da tecnologia e a análise da vida digital dos consumidores têm ganhado peso na avaliação das instituições financeiras na hora da liberação de crédito. O fenômeno está mais avançado no exterior, mas começa a ensaiar os primeiros testes no Brasil, sobretudo nas fintechs, empresas que unem tecnologia a serviços financeiros.

Defendido como maneira para agilizar a análise e confirmar a autenticidade dos dados, o método busca indícios, como modelo de aparelho celular utilizado ou estilo de vida retratado nas redes sociais, e também pode ajudar na inclusão financeira.

A discussão ganha importância em um momento de paradeira na concessão de crédito e taxa de juros elevadas. Segundo dados do Banco Central, o estoque de crédito acumula retração de 3,4% no ano. Ao mesmo tempo, apesar da recente redução da taxa Selic, o spread dos bancos – a margem de ganho entre o custo de captação e o juro ofertado ao consumidor – resiste e mantém a escalada, chegando a 41,2 pontos porcentuais no crédito livre aos consumidores.

A empresa de gestão de risco GoOn aposta nessa análise alternativa. De acordo com o diretor da companhia, Eduardo Tambellini, está em gestação um projeto para definir critérios mais subjetivos e favorecer a liberação de crédito para o público de baixa renda no financiamento de gastos em saúde e reforma de habitações populares.

“O desafio é dar um crédito mais seguro com menor inadimplência possível. Estamos nos voltando a bases completamente diferentes às do crédito tradicional”, diz Tambellini.

Na fintech Geru, Facebook e o LinkedIn são alguns dos itens que vão pesar na decisão de dizer se a pessoa merece ou não ter o crédito. “No caso de autônomos, vemos que ele tem uma página, anunciando serviços ou produtos, e que as pessoas interagem. Isso mostra uma disposição para o pagamento”, diz Karin Thies, sócia-fundadora da companhia.

Outros perfis que se beneficiam da varredura são pessoas que não são casadas e não têm como comprovar a união, assim como empresários que estão com problemas nas companhias e veem resistência nos bancos. A pesquisa nas redes, segundo Karin, também evita crimes como estelionato, porque oferece informações mais precisas sobre o tomador.

Rafael Pereira, da fintech Simplic, explica que nada é vasculhado sem a prévia autorização, e que podem ter casos que a rede apresenta um perfil de mau pagador, mas nenhum item é visto isoladamente na hora de negar o crédito. “Utilizamos apenas 30% de informações financeiras, diferente dos bancos, que levam em consideração uma única conta em débito para deixar de dar o crédito”.

A intermediadora financeira Bom Pra Crédito faz o cadastro de consumidores e o distribui para 22 agentes financeiros, aumentando a chance de aprovação do crédito. Segundo Ricardo Kalichsztein, presidente da empresa, apenas 15% das análises de crédito são aprovadas no mercado, enquanto na Bom Pra Crédito o índice vai a 30%.

Nesse processo, é grande o uso de tecnologia. Já no cadastro, o cliente envia uma selfie, que pode ser usada em programas de reconhecimento facial. Além disso, o sistema envia os dados de qual dispositivo o cliente está fazendo a consulta (celular, tablet ou desktop), assim como a sua geolocalização.

“A empresa pode cruzar com os dados de endereço enviados pelo consumidor e saber quais regiões ele frequenta”, explica Kalichsztein. Ele enumera algumas possibilidades abertas na análise das redes sociais. “Com as redes sociais é possível checar quem são as referências passadas pelo cliente. Também é possível traçar um perfil social: que tipo de restaurante ele vai? A renda que ele mostra é compatível com o que declara?”

Tradicionais. Mesmo nos birôs mais tradicionais de crédito, como o SPC Brasil, essas novas ferramentas começam a ser vistas como válidas. “Crédito está ligado a confiança. Por isso existe essa busca para entender quem é a pessoa que está do outro lado, para saber qual é o tamanho do risco”, diz Nival Martins, superintendente do SPC Brasil. Segundo ele, as redes sociais podem ser usadas quando há dúvidas na análise de crédito, mas ainda é necessário um método para utilizar essas informações com menos subjetividade.

Nos bancos, essa aposta ainda é tímida. O Banco do Brasil tem utilizado, desde 2015, dados de redes sociais para complementar a análise comportamental dos clientes. Segundo o vice-presidente de negócios de varejo do banco, Raul Moreira, a ideia é adotar postura mais ativa para prever riscos de inadimplência. Os demais bancos consultados pela reportagem (Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander) não responderam ou informaram não adotar a prática.

Fonte: Estadão