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Banco do Brasil fechou 90 agências das 361 previstas em plano de reestruturação

Publicado em: 25/03/2021

Dois meses depois de anunciar um plano de reestruturação do Banco do Brasil, o presidente demissionário da instituição, André Brandão, conseguiu fechar cerca de 90 agências das 361 incluídas no projeto, segundo fontes. O balanço equivale a cerca de um quarto do total. Brandão deve seguir no cargo até o fim deste mês.

Caberá ao substituto do executivo, Fausto Andrade Ribeiro, dar continuidade ou não ao projeto. A depender do presidente Jair Bolsonaro, a medida poderá ser suspensa, diante da pressão de prefeitos dos municípios atingidos. O plano de reestruturação está na origem da crise entre Brandão e o presidente.

A orientação do presidente é para que os bancos públicos abram novas agências, apesar dos avanços da tecnologia que permitem aos clientes realizar operações por aplicativos de celular e internet, sem precisar ir a uma agência.

Um milhão de clientes

Somente no ano passado, os três maiores bancos privados fecharam 1.500 agências e pontos de atendimento, um processo que já vinha em curso, mas que ganhou velocidade com a mudança de hábitos causada pela pandemia.

O plano anunciado por Brandão precisa ser tocado em etapas, porque envolve um número expressivo de clientes, cerca de um milhão. Antes de encerrar esses pontos de atendimento, é necessário remanejar esses usuários.

Na contramão do previsto para o BB por Brandão, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou na quinta-feira que pretende abrir até 400 agências. Outras 76 já estão em processo de abertura.

O fechamento das agências do BB foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco dentro do plano estratégico para o quinquênio 2021-2025. Para reduzir despesas, foi adotado também um plano de demissão voluntária, que teve 5,5 mil adesões.

A meta é fechar todas as agências deficitárias em pequenos municípios. Os clientes atingidos estão sendo direcionados para outras agências em outras cidades, com distância média de 25 quilômetros, segundo o BB.

Para evitar deixar cidades desassistidas, o BB pretende ampliar a rede de correspondentes bancários tradicionais (supermercados, padarias e farmácias), investir na abertura de franquias e postos “inteligentes”, sem caixas e vigilantes, apenas com terminais de autoatendimento, onde as mesmas cédulas depositadas pelos clientes podem ser sacadas instantaneamente, dispensando abastecimento frequente por carros-fortes.

Receio de fim do home office

O plano foi o principal motivo da queda de Brandão. O sucessor, Fausto Ribeiro, já passou por várias áreas do BB, inclusive pela Unidade de Canais, responsável por abertura e fechamento de agências. Além dessa questão, Ribeiro terá liberdade para criar novas vice-presidências.

A vice-presidência de Governo e Agronegócio deverá ser desmembrada. O secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto, deverá ocupar a área de Governo.

Embora a indicação de Ribeiro tenha sido defendida pela equipe econômica como um sinal de prestígio aos funcionários, ela causou estranheza na cúpula do banco, porque significou quebra de hierarquia. Tradicionalmente, para alçar ao topo é preciso ocupar outros postos, como vice-presidência.

Em agosto do ano passado, Ribeiro era gerente executivo da Diretoria de Contadoria, responsável pela contabilidade das subsidiárias. Em setembro, foi promovido a presidente do BB Consórcios.

No banco, ele é conhecido pelo perfil bolsonarista. Na crise, durante a pandemia, o andar que comanda manteve trabalho presencial. Há receio por parte dos funcionários de que ele resolva acabar com o home office. A indicação, que ainda precisa passar por instâncias no BB, teria também o respaldo do centrão. (Colaborou João Sorima Neto)

Fonte: O Globo

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