Bancos retomam demissões e cortes já superam 60 mil em 2020

O número de demissões em bancos em 2020 deve ser o maior em cinco anos. Após uma pausa durante as quarentenas, bancos como Citigroup e HSBC reiniciaram os cortes, levando o número bruto de demissões anunciadas para um total de 63.785 desde janeiro, de acordo com análise da Bloomberg de documentos regulatórios. Isso coloca o setor no caminho para ultrapassar as quase 80 mil demissões divulgadas no ano passado, a maior retração desde 2015.

Mais de 30 bancos – da Europa, América do Norte, Ásia e África – estão por trás das reduções planejadas. O total real deve ser maior porque muitos bancos demitem funcionários sem divulgar os planos.

Bancos citam a necessidade de reduzir despesas para compensar o custo do aumento da inadimplência durante a pandemia, bem como despesas para cumprir regulamentações mais rígidas e investir em tecnologia digital.

O total de cortes de empregos divulgados desde o início de 2014 agora é de cerca de meio milhão. Para efeito de comparação, o JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, empregava 256.710 pessoas no fim de junho.

O Citigroup disse nesta semana que vai retomar as demissões, seguindo os passos de rivais como Deutsche Bank e HSBC, que reiniciaram os cortes em maio e junho. As demissões no Citi afetarão menos de 1% da força de trabalho global, que era de cerca de 204 mil no fim do segundo trimestre.

Bancos com sede na Europa, que não se recuperaram da crise financeira de 2008 tão rapidamente quanto os dos Estados Unidos, respondem pela maior parte dos cortes de empregos anunciados. O movimento é impulsionado em grande parte pelo HSBC, que em fevereiro anunciou que reduzirá a força de trabalho em 35 mil pessoas como parte de um plano para cortar US$ 4,5 bilhões em custos em unidades de baixo desempenho nos EUA e na Europa.

Com a pandemia semeando incerteza econômica, é um mercado difícil para profissionais do setor bancário desempregados. As vagas de emprego em serviços financeiros caíram 55% em Londres em julho, com queda de 39% em agosto na comparação com o ano anterior, de acordo com dados compilados pela empresa de recrutamento Morgan McKinley.

Fonte: Infomoney

BRF anuncia reestruturação e prevê levantar R$ 5 bi com venda de ativos

Imersa há meses em grave crise nos negócios, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou na sexta-feira a decisão de vender R$ 5 bilhões em ativos, passando para frente fábricas na Europa, na Tailândia e na Argentina. A venda das unidades faz parte de um amplo plano de reestruturação, que inclui ainda a demissão de mais de 4 mil funcionários no Brasil e redução dos cargos de chefia.

O presidente global da companhia, Pedro Parente, afirmou que a BRF está, neste momento, redefinindo os objetivos de curto prazo. Com isso, irá desacelerar o plano de internacionalização, que era prioridade na gestão anterior, sob o comando da gestora Tarpon e do empresário Abilio Diniz. “Não estamos modificando o plano de internacionalização. Estamos revendo estratégias. É uma freada para arrumação”, disse na sexta, 29, em teleconferência aos jornalistas.

Maior exportadora de frango do mundo, a companhia não pretende deixar de atender os consumidores europeus, argentinos e tailandeses. Mas o foco, a partir de agora, serão os mercados brasileiro, asiático e muçulmano – este último com a atuação da Banvit, empresa adquirida no ano passado na Turquia.

A reestruturação, aprovada ontem pelo conselho de administração, ocorre duas semanas após Parente assumir a presidência da companhia, cargo que passou a acumular com o comando do colegiado. O plano é uma tentativa de reação da empresa, que sofreu baques sucessivos nos últimos meses.

Alvo em março de nova fase da Operação Carne Fraca, na qual alguns de seus ex-executivos foram presos, a BRF teve vendas bloqueadas pela União Europeia e pela Rússia, perdendo acesso a alguns de seus maiores mercados. Mais recentemente, a China passou a sobretaxar a importação de frango do País, mais um revés ao grupo.

A greve dos caminhoneiros no Brasil também atingiu fortemente a empresa, afetando as vendas, produção de matérias-primas e aumento de custos. Com isso, os ajustes na estrutura fabril se tornaram necessários. Segundo a BRF, 5% dos 88 mil funcionários do Brasil serão demitidos ao final da reestruturação – uma parte já foi dispensada.

Vendas. O objetivo da BRF é levantar os R$ 5 bilhões já nos próximos seis meses, reduzindo, assim, o endividamento da companhia, de R$ 14 bilhões. A empresa já começou a conversar com bancos e deve fechar os mandatos nos próximos dias. No pacote que será oferecido ao mercado, há unidades produtoras e centros de distribuição no Reino Unido, na Holanda, na Argentina e na Tailândia.

As unidades foram escolhidas por serem menos rentáveis que as fábricas no Brasil e no mercado muçulmano. “Buscamos a melhora da produtividade e da rentabilidade no longo prazo”, afirmou o diretor financeiro, Lorival Luz.

A BRF também está vendendo ativos imobiliários e participações em empresas, como o frigorífico Minerva. Nos últimos dias, reduziu sua fatia de 11,3% para quase 6% na empresa.

Internamente, o número de vice-presidências foi cortado de 14 para 10. A empresa, que perdeu dezenas de executivos nos últimos anos para a concorrência, ainda busca preencher vagas estratégicas. Ex-presidente da Petrobrás, Parente acumulará o comando da BRF e do conselho de administração por até um ano. Depois, terá de escolher qual função exercerá. Ele diz ter disposição para seguir com a companhia de alimentos caso seja de interesse de seus acionistas. Como o foco de vendas no mercado interno será intensificado, a BRF pretende reforçar a estratégia de suas marcas mais famosas, a Perdigão e a Sadia, e seguir com a popularização da Kideli, lançada no ano passado para atuar nos segmentos de baixa renda, como atacarejos.

Ações. O plano anunciado encerra especulações sobre possível injeção de capital pelos sócios. A avaliação é que a empresa tem caixa robusto e uma chamada de capital não é necessária no curto prazo. Por outro lado, a venda de ativos e a redução do endividamento podem ajudar a levantar as ações, que sofreram muito. Em um ano, a BRF perdeu R$ 16,3 bilhões na Bolsa, mais da metade de seu valor de mercado.

Após meses de disputa no conselho de administração, que era comandado por Abilio Diniz e foi trocado a pedido dos fundos de pensão da Petrobrás (Petros) e do Banco do Brasil (Previ), os ânimos, por ora, estão pacificados, mas há entendimento de que há muito trabalho a ser feito, segundo um conselheiro.

Fonte: Jornal O Dia

Moradores de Traipu, AL, pedem garantia de funcionamento de agência do BB

Moradores de Traipu, interior de Alagoas, realizaram um protesto nesta quinta-feira (26) para pedir a manutenção do funcionamento da agência do Banco do Brasil da cidade. Segundo eles, o banco fecha as portas no dia 20 de novembro.

O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Banco do Brasil para confirmar as informações passadas pela população, mas ainda não obteve resposta.

O anúncio do fechamento da agência não só desagradou os funcionários como também os usuários do banco, que agora vão ter que se deslocar até o município vizinho de Girau do Ponciano para fazer movimentações bancárias.

“A população foi pega de surpresa com essa notícia. Muitos aposentados e pensionistas estão com medo porque vão ter que percorrer até 40 km a Girau do Ponciano. Ou seja, vão ter que se expor mais à violência, porque vão ter que andar com dinheiro. Então, somos contra isso”, disse um manifestante identificado apenas como Jonathan, em contato por telefone.

Ainda segundo os manifestantes, a superintendência do banco justificou insegurança, já que a agência foi assaltada duas vezes, além da pouca movimentação financeira.

“Em Traipu foi criada recentemente uma Secretaria de Segurança Pública municipal, o que fez com que a segurança em relação ao município fosse aumentada”, argumentou Jonathan.

Em relação à movimentação financeira, ele diz que os comerciantes se propuseram a realizar mais serviços na agência de Traipu, para aumentar o volume de movimentações financeiras.

O fechamento dessa e de outras agências no interior do estado será tema de uma reunião entre a superintendência do Banco do Brasil em Alagoas e o Sindicato dos Bancários. O encontro será na sexta (27), à tarde.

“A gente quer saber quantas agências estão fechadas e quantas estão fechando. Temos notícia desta de Traipu e de outras no Sertão, que foram alvos de bandidos e não foram reabertas, por falta de predisposição do banco. É um prejuízo muito grande para uma cidade pequena ter uma agência fechada”, afirma Nnilson Roberto Lopes Vieira, diretor financeiro do sindicato.

Fonte: G1