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Para BB, uso de banco para fomentar crédito tem de respeitar regras

Publicado em: 20/09/2018

Uma hipotética utilização dos bancos públicos para fomentar o crescimento do crédito no Brasil depende de como essa estratégia seria estruturada, afirmou nesta terça-feira o gerente-geral de relações com investidores do Banco do Brasil, Daniel Maria. A proposta faz parte do plano de governo do candidato do PT à presidência, Fernando Haddad.

Segundo o executivo, é difícil comentar a proposta sem detalhes, mas qualquer implementação depende de uma decisão do próprio banco e também do Banco Central (BC), além de respeitar a governança da instituição. “O banco tem de ver como seria estruturado isso. E eu imagino que qualquer movimento dessa natureza tem um racional de mercado, como você faz a remuneração, a redução da tributação e como funcionariam esses aspectos. É difícil falar sobre alguma coisa que você ainda não tem informações a respeito”, disse ao Valor após participar de reunião Apimec com investidores, no Rio.

Segundo o plano de governo do PT, o aprofundamento da competição bancária deverá ser estimulada pelos bancos públicos – além do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e pela difusão de novas instituições de poupança e crédito. O PT também propõe a adoção de uma tributação progressiva sobre os bancos, com alíquotas reduzidas para os que oferecerem crédito a custo menor e com prazos mais longos.

O executivo do BB afirmou que na implementação de qualquer discussão, há a discussão com o acionista majoritário, mas a lógica do negócio precisa ser analisada, além da governança corporativa da instituição ser preservada. “Até mesmo porque você está sujeito às regras prudenciais do Banco Central, que são muito bem definidas. O Banco Central foi um dos primeiros bancos a implementar a Basilieia 3, isso começou em 2003. E a tecnocracia do Banco central desenhou um modelo de forma a gerar um controle de capital e um controle sobre os bancos bastante estrito”, continuou.

Segundo Daniel Maria, o Banco do Brasil tem uma visão de negócios mais longa que a duração do mandato do próximo governo federal e a execução de seu plano estratégico ocorrerá independentemente de quem ganhar as próximas eleições. “Certamente o presidente [da República] é uma peça importante, mas o plano acontece independentemente do presidente ou do governo”, afirmou o executivo em reunião Apimec com investidores, no Rio. Ele lembrou que o governo é o controlador mas há uma “diversidade de acionistas”. “O banco tem os minoritários e tem uma responsabilidade com este grupo”, garantiu.

Maria afirmou ainda que a administração dos custos do banco e da base de clientes, além da gestão da carteira de crédito são fatores que independem do novo governante do país. “No banco, estamos acostumados com ciclos e mudanças de governo e temos um visão estratégica bem mais longa que o período de um governo”, afirmou, destacando a importância da estrutura de governança corporativa do Banco do Brasil.

O executivo afirmou que o fechamento de agências tradicionais do Banco do Brasil tem sido compensado por abertura de unidades especializadas, que em alguns casos representam custos menores para a instituição. Desde 2016, foram encerradas cerca de 700 agências, com a abertura de 400 especializadas, afirmou. “O banco está mudando o perfil de atendimento ao cliente”, disse em reunião Apimec com investidores nesta terça-feira, no Rio. Atualmente, 57% das transações do BB são realizadas pelo celular, 19% pela internet e 10% em terminais de autoatendimento.

Os custos de segurança de uma agência tradicional, por exemplo, são representativos, segundo o executivo. Em alguns dos novos modelos mais compactos não há o uso de dinheiro, o que elimina a necessidade do nível de segurança de uma agência tradicional. “O modelo brasileiro sempre foi muito associado a vinculação do cliente a determinada agência. Com a tecnologia, você pode ter condições de ser atendido em qualquer agência”, disse.

Durante a apresentação, os executivos do banco reforçaram o entendimento do presidente do BB, Paulo Caffarelli, de que a evolução do ROE (retorno sobre patrimônio líquido) na busca por uma rentabilidade mais próxima dos pares privados é um dos objetivos estratégicos do banco. “Temos focado em melhor alocação do capital, priorizando um melhor retorno, diversificando receitas e ampliando a prestação de serviços, além de um rigoroso controle de despesas administrativas”, disse Maria.

Fonte: Valor Econômico

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