BB fecha única agência na Venezuela e demite funcionários

Publicado em: 04/10/2017

Desta vez foi a agência de Caracas que fechou suas portas. A direção do BB através da sua política de transformar o maior banco público do país em banco privado para entregar esse, que é um dos maiores patrimônios nacionais, nas mãos dos capitalistas.

A agência de Caracas, na Venezuela, foi transformada em escritório de representação a partir de 2002, quando o banco atuava no país como um banco comercial com agência com mais de 50 funcionários. Depois de 15 anos, o banco fecha as suas portas definitivamente. É a sequência da política que levou ao fechamento de mais de 550 agências no Brasil e também em Portugal, Bolívia e França.

Com apenas uma sala alugada em um grande edifício comercial no centro da cidade o Banco conta agora com apenas uma funcionária, Ana, que será a última a apagar as luzes assim que a autoridade bancária nacional da Venezuela autorizar o BB a fechar definitivamente o escritório.

Ana que exerce a função de bancária do Banco do Brasil há 23 anos, conta que depois de tanto tempo prestando serviços para o banco sairá demitida com uma mão na frente e outra atrás, recebendo aquilo que a legislação venezuelana lhe garante e nada mais. A possibilidade que lhe foi dada pelo banco é de que ela fosse trabalhar em outra agência… no Paraguai. “Tenho três filhos e toda a minha vida está estruturada aqui, não dá para ir. Vou ter que ficar desempregada”, disse.

Para o governo de Michel Temer, a política é de ajudar a sufocar o governo socialista de Nicolas Maduro na Venezuela, já que o Banco do Brasil está fechando todo o tipo de operações com o país vizinho. Trata-se de acabar com o papel do banco de política de comércio exterior com o foco no relacionamento com as empresas brasileiras que têm negócios no mercado internacional, bem como as empresas venezuelanas que têm relações comerciais com o Brasil.

A política dos diretores à frente da direção do BB é de terra arrasada para os trabalhadores. São centenas de agências fechadas prejudicando milhares de trabalhadores através de demissões em massa, descomissionamento, rebaixamento salarial, transferencias compulsórias etc., além, é claro, de prejudicar toda a população.

O caso de Ana na Venezuela é mais um dentre milhares que vêm acontecendo após a saída da presidenta Dilma Rousseff. Uma política de jogar os trabalhadores no moedor de carne triturando todos os direitos e conquistas de mais de 100 anos de lutas.

Fonte: Portal da Causa Operária