Prefeitos questionam BB sobre golpes em contas e pedem ressarcimento

Publicado em: 06/02/2020

Em busca de uma solução para prefeituras que sofreram golpes bancários e enfrentam dificuldades sem o dinheiro para honrar pagamentos, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) acompanhou prefeitos de Santa Catarina em reunião com representantes do Banco do Brasil na tarde desta terça-feira, 4 de fevereiro. Os gestores municipais solicitam o ressarcimento de valores indevidamente retirados das contas municipais.

No total, segundo a instituição financeira, 32 prefeituras registram esse tipo de problema e todos os casos foram averiguados. Parte do dinheiro foi resgatado e devolvido aos Entes locais – isso ocorre quando é possível rastrear o recurso e recuperá-lo antes que os criminosos saquem ou paguem títulos, por exemplo. No entanto, um montante significativo não foi recuperado nem ressarcido. Por isso, os gestores municipais cobram um posicionamento do banco.

Prefeito de Planalto Alegre (SC), Juares Bet afirmou que as informações apresentadas até agora foram insuficientes e que os valores levados são de cerca de R$ 700 mil. “Nem mesmo transferências entre contas do Bancos do Brasil foram estornadas. A gerente informou que estornaria em 15 dias. Levaram o investimento que teria para o ano. Estamos com muitas dificuldades nas contas”, relatou.

Em Guatambu (SC), a prefeitura recuperou R$ 132 mil de mais de R$ 600 mil que foram roubados, segundo o prefeito, Luiz Clóvis Dal Piva. “Dispararam mais de dez pagamentos em questões de segundos, todos para pessoas físicas. E, na prefeitura, não tem o procedimento de fazer pagamento para CPF. Poderia ter no sistema algo que impedisse isso”, opinou.

No Município de Ipuaçu, o prefeito em exercício, Nelson Brisola, disse que cerca de R$ 600 mil foram devolvidos às contas, mas que a quantia retirada era de R$ 1 milhão.

Os representantes do Banco do Brasil afirmaram que vão averiguar as situações relatadas pelos prefeitos e se disponibilizaram a explicar individualmente a avaliação de cada caso – ou seja, o que foi identificado na apuração interna. Eles ponderaram, porém, que, em muitos casos, há o uso de engenharia social nos golpes. Os criminosos, geralmente por telefone ou links falsos, conseguem pegar informações e, com isso, ter acesso às contas. Nesses casos, a instituição alega que não pode ressarcir valores. Isto só corre, ainda segundo o banco, se encontram alguma falha ou fragilidade no sistema.

Por se tratar de conduta criminosa, os prefeitos registraram boletins de ocorrência assim que o golpe ocorreu. O banco também os incentivou a buscar o apoio dos governos estaduais e do Legislativo do Estado em busca de investigação.

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios