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Workshop de Conselheiros discute os caminhos da governança corporativa na Previ

Publicado em: 28/08/2020

Como planejar e pensar o futuro hoje? Em um cenário de pandemia, que requer ainda mais cautela, não foram só as relações que mudaram: o mercado também mudou e teve de se adaptar. E qual o papel da governança corporativa nesse processo? Como os conselhos podem ajudar aos executivos das companhias nesse cenário de desafios e incertezas? Para tratar dessas questões, a Previ realizou na última quinta-feira, 20 de agosto, o Workshop de Conselheiros Previ 2020, em formato webinar.

Na abertura do evento, Denísio Liberato, diretor de Participações da Previ, divulgou o lançamento da 2ª edição do Guia Previ de Melhores Práticas de Governança Corporativa para Conselheiros e falou sobre a missão da Previ e a importância da governança para cumprir o propósito da Entidade. “A Previ é de fato esse grande investidor institucional caracterizado pelos mais altos níveis de governança, que garantem a sua perenidade. Sua missão é muito nobre e direciona nosso dia a dia e cada decisão que tomamos”.

Segundo Denísio, a análise do cenário atual direciona para um crescimento mais sustentável e inclusivo, mais tecnologia em setores como medicina, educação, finanças e comunicação, comércio mundial que agrega mudanças nas cadeias globais de valor, baixas taxas de juros e alta liquidez no mundo. “Um exemplo desse novo cenário e da reinvenção das empresas no mercado diante dos desafios da pandemia é a valorização da Zoom, que fez seu IPO em março de 2019 e hoje vale mais do que a soma de todas as companhias aéreas norte-americanas”, pontuou.

Denísio falou também sobre a decisão estratégica da Entidade de diversificar ainda mais seu portfólio ao deixar de ser acionista majoritário e tornar-se minoritário em várias empresas relevantes no mercado e sobre a importância da pluralidade nos conselhos. “A Previ estimula a diversidade nos conselhos porque essa iniciativa aumenta a pluralidade e a qualidade das discussões, melhorando o resultado final da decisão. Há elevada correlação entre diversidade nos conselhos e maior gama de produtos e serviços, maior leque de fornecedores, que reduzem o risco do fluxo de caixa e ajudam a promover a perenidade da Previ”, afirmou.
Atuação da gestão das companhias frente aos desafios atuais

Na sequência, o CEO da Magalu Frederico Trajano, também conhecido como Fred, apresentou o primeiro painel do evento “Atuação da gestão das companhias frente aos desafios atuais”. Fred falou sobre o papel do conselho diante da pandemia e de seus efeitos na economia e na sociedade, que fizeram com que as companhias tivessem de rever suas estratégias. Participaram também desse primeiro painel Lígia Costa, professora titular e coordenadora do centro de estudos FGVethics da FGV-EAESP, e Rodrigo Mattos, diretor executivo da Alvarez & Marsal Brasil.

Para Trajano, investidores e clientes estão mais atentos às questões ASGI hoje, e o fortalecimento da marca Magalu foi uma consequência natural dos valores que a empresa defende e de suas decisões. A empresa adotou o trabalho remoto desde o início da pandemia. Foram criados 12 comitês de crise para identificar a melhor gestão estratégica para lidar com esse momento e fazer o trabalho acontecer à distância. “Elaboramos uma rotina de gestão e acompanhamento com líderes por assunto e checkpoints semanais e 100% das lojas fechadas tiveram de virar centros de distribuição on-line. Fizemos do limão uma limonada e contamos com a disponibilidade e o apoio dos conselheiros para atuar nessa crise: saúde e segurança em primeiro lugar, seguida pela preservação de caixa e dos empregos e, em terceiro lugar, a continuidade operacional e a aceleração da estratégia”, elencou Trajano.

Para Lígia Costa, os desafios não são poucos na realidade que estamos vivendo. “A Magalu é um bom exemplo de uma melhoria contínua da governança corporativa da empresa, que expressa o orgulho na fala do próprio presidente sobre ter mulheres no conselho, que enriquece o debate e as trocas na gestão”, afirma.

Rodrigo Mattos refletiu sobre o conceito de governança que, em sua visão, mudou ao longo do tempo. “Governança é jornada e é fundamental para a perenidade das companhias e a construção de seus legados. Os conselhos ficavam mais distantes em crises anteriores, como a de 2008, mas vemos que estão mais próximos durante a pandemia. Há hoje uma cooperação para melhorar a gestão do dia a dia. A Magalu, por exemplo, conseguiu fazer bom uso do conselho, o que foi percebido no mercado e gerou valor porque extrapolou a gestão interna”, declarou.
Governança corporativa e gerenciamento de riscos

O segundo painel, “Governança corporativa e gerenciamento de riscos”, ficou por conta de Eduardo Flores, professor do FEA-USP e doutor em contabilidade pela USP, e João Carlos Redondo, conselheiro de Administração pelo IBGC, diretor de Sustentabilidade do grupo RD e professor do ISAE FGV-PR. Os palestrantes debateram as boas práticas de integridade, novas regulamentações, transparência no atendimento às partes relacionadas, monitoramento e formas de mitigação de riscos, dentre outros assuntos.

Para João Carlos Redondo, quanto maior for a empresa, maior a necessidade de que assuma o protagonismo no mercado. É fundamental entender como a agenda ASGI se encaixa em sua estratégia e como isso pode fortalecer se negócio. A cultura organizacional do dia a dia é o grande desafio e também a grande aliada nesse processo. “É importante capacitar e informar os funcionários, trazer essa visão e esse senso de valor para eles. Isso faz parte da curva de aprendizado: entender e endereçar os problemas, criar indicadores para acompanhar e mitigar risco, e outros para fortalecer e ser percebida como uma empresa de valor. O conselho pode contribuir, por exemplo, ao criar um comitê de sustentabilidade e ao elaborar uma agenda muito próxima da liderança média, com suporte de sua diretoria”, conclui.

Eduardo Flores revela que a governança precisa ser adaptada à realidade local e levar em conta as suas peculiaridades. “Toda estrutura está envolta em custo e benefício. Quanto maior a complexidade negocial, maior a necessidade de existir um conselho fiscalizador ou consultivo, logo, é necessário ter conselho fiscal e comitê de auditoria. Se a empresa é menor, é possível ter apenas um dos dois de forma otimizada e eficaz em seu propósito”, afirma.

O Workshop Previ de Conselheiros, realizado anualmente pela Previ, promove um debate sobre as perspectivas para a economia brasileira e os desafios enfrentados pelas empresas, em consonância com as principais tendências no que diz respeito às práticas de governança corporativa. O evento representa também uma oportunidade importante para troca de experiências e conhecimentos entre os conselheiros eleitos com apoio institucional da Previ em suas empresas participadas e os representantes da Entidade.

Fonte: Previ

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