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Banco do Brasil prepara primeiras emissões de créditos de carbono

Publicado em: 19/09/2022

O Banco do Brasil anuncia no fim deste mês as primeiras emissões de crédito de carbono. Sua estreia como originador nesse mercado será com quatro operações num total de 500 mil toneladas e valor de R$ 25 milhões. O horizonte à frente é bem maior. O BB já mapeou 80 transações em seu portfólio de agronegócio, setor do qual é líder no Brasil.

As emissões devem ser oferecidas a investidores locais e também internacionais. De acordo com o presidente do BB, Fausto Ribeiro, há interesse de grandes gestoras norte-americanas e também de bancos na Europa, regiões onde esse mercado é mais desenvolvido.

“Nós juntamos as duas pontas, o lado que tem excesso de crédito de carbono e o outro que precisa compensar. Mapeamos todo esse excedente e demanda e vamos lançar as primeiras quatro emissões no fim do mês”, afirmou o executivo ao Broadcast.

Operações são originadas na carteira de agro do banco

De acordo com Ribeiro, as operações são todas originadas na carteira de agronegócio do banco e se referem apenas a áreas regularizadas, que combinam floresta e lavoura. As emissões serão certificadas pela norte-americana Verra.

A expectativa do BB é lançar as 80 operações até meados do ano que vem. Segundo o presidente do banco, o mercado de crédito de carbono pode triplicar no Brasil com o avanço do segmento voluntariado, quando as empresas não têm obrigação de fazê-lo, para o regulado. O Brasil assumiu o compromisso de endereçar essa questão em até 24 meses na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada em Glasgow, Escócia, em novembro de 2021. Faltam 12 meses e a ideia, segundo Ribeiro, é estabelecer metas para os diferentes setores econômicos.

Mercado regulado permitirá triplicar segmento

“Quando tivermos um mercado de crédito de carbono regulado, aí poderemos triplicar esse segmento no Brasil”, afirmou. “Ainda temos 12 meses para regular, e, então, ser aprovado no Congresso. Há muita gente envolvida neste tema, na definição das metas”.

Em um primeiro momento, o BB vai atuar como o banco originador das emissões de crédito de carbono. À frente, porém, a instituição quer ir além. De acordo com Ribeiro, o banco também quer assumir o papel de certificador. Atualmente, há apenas certificadores internacionais no mercado de crédito de carbono, o que torna o processo de venda e compra mais oneroso aos participantes brasileiros.

“Quero ser certificador por meio de associações com universidades. Podemos ter uma certificação interna respeitada internacionalmente”, acrescentou.

Os preços da unidade do crédito de carbono brasileiro podem variar de US$ 15 a US$ 25 para créditos de áreas reflorestadas, segundo o presidente do BB. Sobre se esse valor pode ser influenciado pela imagem ambiental do Brasil, impactada pelos recordes de desmatamento na Amazônia, Ribeiro disse que a precificação ainda não é muito perfeita, uma vez que o mercado é voluntário. Segundo ele, no caso de emissões originadas pelo banco, o impacto poderia, ao contrário, ser positivo dada a características dos ativos atrelados.

O mercado de crédito de carbono brasileiro está em discussão nesta semana em Nova York no Brazil Climate Summit, evento que acontece na Universidade de Columbia e que reúne especialistas, alunos, investidores e executivos de companhias brasileiras.

Fonte: Estadão

 

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