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União decidiu renovar conselho do Banco do Brasil, mas pode não evitar polêmica

Publicado em: 31/03/2021

Partiu da União a decisão de não reconduzir quatro conselheiros do Banco do Brasil (BB), inclusive o presidente do colegiado, Hélio Magalhães, apurou o Valor. Com a manobra, o governo tentou evitar o desgaste de ver esses integrantes pedirem para não continuar nos cargos, como aconteceu na Petrobras.

Pode ter sido insuficiente, porém. O conselho do BB deve sofrer baixas nos próximos dias. Segundo fonte a par do assunto, há integrantes que não têm a intenção de permanecer no órgão até a eleição dos novos membros do conselho, que será votada na assembleia geral ordinária e extraordinária marcada para 28 de abril.

Os conselheiros independentes do Banco do Brasil (BB) voltaram à carga com uma nova manifestação na qual criticam o processo de sucessão no comando da instituição financeira. No documento, apontam que Fausto Ribeiro, indicado pelo Ministério da Economia para assumir a presidência do BB “não percorreu ainda todas as etapas de funções gerenciais” que seriam desejáveis para assumir o cargo máximo.

Ribeiro, que era desde setembro presidente da BB Consórcios, não estava entre os elegíveis para assumir a presidência conforme o programa sucessório adotado pelo BB, desenvolvido pela consultoria Korn Ferry. O texto é assinado pelo presidente do conselho, Hélio Magalhães, e pelos conselheiros independentes José Guimarães Monforte, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima. Os dois primeiros foram indicados pela União e os dois últimos, pelos minoritários.

Nesta segunda-feira, o BB divulgou a lista dos indicados para compor o conselho. Magalhães, Monforte, Brandão e Fábio Barbosa, ex-vice-presidente do banco, não serão reconduzidos.

Os conselheiros indicados

No lugar dos quatro conselheiros que estão saindo, serão indicados Aramis Sá de Andrade, Walter Eustáquio Ribeiro, Iêda Aparecida de Moura Cagni e Rachel de Oliveira Maia.

Andrade é graduado em Economia e em Direito (UFAC), especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil (Estácio de Sá), com MBA em Formação Geral e Desenvolvimento de Executivos em Administração (USP/FIA), além de outras extensões acadêmicas. Possui certificações em governança corporativa, por experiência (CCIe) e pelo IBGC. Foi funcionário do BB de 1979 a 2015, onde chegou a ocupar os cargos de gerente executivo e gerente geral. Atualmente, é membro do conselho de administração da Infraero.

Ribeiro é diretor geral do Mackenzie em Brasília e possui bacharelado em Relações Internacionais (UnB), com pós-graduação em Marketing e Recursos Humanos. Tem formação de conselheiro pela Fundação Dom Cabral-MG, além de mestrado e doutorado (não concluído) em Administração. Ocupou cargos gerenciais, executivos e de assessoria da presidência no Banco do Brasil por mais de 30 anos.

Iêda é procuradora da Fazenda Nacional, graduada em Direito pelo Centro Universitário de Anápolis, com especialização e mestrado em Administração Pública pela FGV. Atualmente, ocupa o cargo de Secretária-Geral de Administração da Advocacia-Geral da União (AGU). Foi integrante do conselho de administração da Embasa e Serpro.

Rachel é fundadora e CEO da RM Consulting e ex-CEO da Lacoste. Ela começou sua carreira como controladora financeira sênior na 7-Eleven. Também tem passagens pela Novartis Pharmacy, Tiffany e Pandora. É graduada em contabilidade pelo Centro Universitário FMU e possui MBA pela FGV. Concluiu o curso de Negociação e Liderança por meio do Programa de Educação Executiva da Harvard Business School e treinamento de gerenciamento geral na Universidade de Victoria (Canadá).

As indicações de Andrade, Ribeiro, Iêda ainda aguardam o envio de documentação para o Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade (Corem) do BB. A indicação de Rachel, feita pelos minoritários, já teve documentação entregue e agora aguarda manifestação do Corem.

Mais cedo nesta segunda-feira, o BB informou que o Ministério da Economia encaminhou para análise e manifestação do Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade (Corem) o processo de indicação de Fausto de Andrade Ribeiro para ocupar o cargo de presidente do BB. “O BB informa que o Corem reunir-se-á para avaliar a indicação à luz da Lei nº 13.303/2016, do Decreto nº 8.945/2016 e do Estatuto Social do BB e demais disposições regulamentares, cabendo ao presidente da República a nomeação do indicado na forma do artigo 24, inciso I, do Estatuto Social”.

A indicação de Ribeiro já havia sido informada pelo Ministério da Economia no dia 18, mas ainda não havia sido confirmada oficialmente pelo BB. O atual presidente do banco, André Brandão, renunciou naquele dia, depois de um longo processo de fritura após ter sido desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro, quando anunciou um programa de demissões e fechamento de agências. Ele fica no cargo até o fim deste mês. 

Fonte: Valor Investe

 

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