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ANABB conclama que presidente afaste a agenda de privatização do BB

Publicado em: 20/08/2020

“Contar com empresas públicas eficientes, sólidas e reconhecidas pela boa governança tem um valor inestimável”. Esse foi o tom da carta enviada pela ANABB ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, na última quarta-feira, 5 de agosto.

No papel de entidade representativa que defende um Banco do Brasil perene, forte e útil à sociedade, a ANABB apresentou diversos argumentos sobre a importância do BB como um patrimônio de todos os brasileiros e que, ao longo de anos de história, tem desempenhado um papel estratégico para o nosso País.

Ao Presidente da República, a ANABB pediu: “conclamamos Vossa Excelência a, dando continuidade às declarações feitas desde sua campanha para presidente da República, afastar, de forma cabal e peremptória, a agenda de privatização do Banco do Brasil”.

Leia a íntegra da carta da ANABB:

A Sua Excelência o Senhor
Jair Bolsonaro
Presidente da República

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

O País sofre as consequências dramáticas da pandemia que produz efeitos nocivos para a saúde da nossa população e para a economia mundial. O Brasil não está ileso.

Temos plena consciência do quanto a experiência, a força e a capacidade de trabalho dos funcionários do Banco do Brasil podem contribuir para enfrentar esta conjuntura tão especial.

Neste sentido, reafirmamos nossos princípios e compromissos de defender o Banco do Brasil como empresa pública, sólida, lucrativa, eficiente e útil ao País.

Com uma carteira de crédito que alcança 700 bilhões e irriga toda a economia – o BB está presente em 99,5% dos municípios brasileiros e conta com 69,6 milhões de clientes – a dimensão do Banco do Brasil não pode continuar sendo subestimada por alguns membros do governo. No novo ambiente da economia digital, o BB apresenta números impressionantes como o fato de que 80% das transações são realizadas hoje em canais e novas plataformas tecnológicas. É um banco que tem atuação internacional, em mais de uma centena de países, desfruta posições de liderança no mercado financeiro em diversos produtos como cartões, seguros, previdência, e gestão de recursos de terceiros, além de contribuir para o desenvolvimento regional em diversos projetos sustentáveis de geração de emprego e renda.

Na questão da sustentabilidade e das boas práticas sociais e de governança, o Banco do Brasil conquistou reconhecimento internacional nos últimos anos, inclusive com destaque no Fórum Mundial Econômico em Davos (2019). Vale citar, ainda, a inclusão no FTSE4 Good Index, da Bolsa de Londres, e no Índice Down Jones de Sustentabilidade da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Na agenda ambiental que interessa fortemente ao País, além deste reconhecimento como empresa com práticas sustentáveis, o Banco do Brasil está presente na região amazônica desde o início do século XIX e tem contribuições significativas a oferecer neste tema global, conciliando preservação da natureza e desenvolvimento econômico e social.

Quanto aos resultados, o Banco do Brasil tem sido capaz de proporcionar ganhos satisfatórios aos acionistas privados e ao Tesouro Nacional. Sem considerar recolhimento de impostos, o BB alimentou o caixa da União com R$ 50,797 bilhões nos anos recentes. Apenas com o lucro de 2019, de quase R$ 18 bilhões, cerca de R$ 6 bilhões foram distribuídos para acionistas e investidores, sendo R$ 2,7 bilhões canalizados para o Tesouro.

Essa eficiência, amplamente demonstrada, tem sido menosprezada. Sobretudo, neste momento inédito da economia brasileira, no qual é urgente preservar a renda, o trabalho e os negócios.

Ao contrário, em vez de assumir papel protagonista, o que assistimos foram reiterados ataques à capacidade do BB e à qualificação dos seus quadros dirigentes e de funcionários. Essas lamúrias partiram, justamente, do ex-presidente do BB e do Ministro da Economia – esse último, aliás, se referiu ao Banco de 210 milhões de brasileiros com uma palavra chula e de total desapreço.

Em que pese a palavra de Vossa Excelência, de que a privatização de empresas públicas, como BB e Petrobras, não faz parte da agenda do Governo Federal, os seus subordinados insistem em colocar esse tema na mídia e para os investidores privados.

A escolha do novo nome que irá conduzir o Banco do Brasil nos próximos anos precisa ser ponderada por critérios de idoneidade, qualificação, ética e capacidade de gestão de um banco dual – público e comercial. Alguém que venha tão somente com a visão rudimentar de que o “mercado resolve tudo e é o melhor em tudo”, vai entregar, como resultado final, o enfraquecimento de um banco público de 212 anos e com inestimáveis contribuições para a vida nacional.

Assim, em nome da preservação do emprego, da renda, da sobrevivência das empresas brasileiras, e em nome da comunidade de funcionários da ativa e de aposentados – que representamos com orgulho – alertamos para que o novo gestor do BB não tenha na agenda a bandeira da privatização ou a venda de ativos estratégicos, como a BB DTVM, líder de mercado. Vender partes da empresa, além de um artifício para não submeter a decisão ao Poder Legislativo é diminuir, paulatinamente, o Banco do Brasil. Os prejuízos serão irreversíveis.

Os olhos do mercado são hostis ao Estado e às empresas públicas. Mas esses mesmos olhos cobiçam avidamente as riquezas que são patrimônio público. Vender o Banco do Brasil é concentrar, nas mãos de poucos, um patrimônio que, hoje, é de todos os brasileiros.

Este momento de grave crise econômica indica que o Estado não é o problema, mas, sim, a solução. Contar com empresas públicas eficientes, sólidas e reconhecidas pela boa governança tem um valor inestimável. Infelizmente, o Banco do Brasil e seus funcionários precisam, hoje, vencer radicalismos ideológicos, dogmas do mercado e a desconfiança daqueles que só enxergam as empresas públicas eficientes como um problema.

Queremos a prosperidade de todos os brasileiros.

Somos uma entidade pluralista, sem vinculações político-partidárias e sustentada unicamente pela contribuição dos associados. Temos como missão a defesa de um banco útil à sociedade brasileira e, por isso, lançamos a campanha “Não mexe no meu BB”, com o intuito de mantermos o Banco do Brasil e suas subsidiárias e coligadas como importantes ativos do Estado e da população brasileira.

Conclamamos Vossa Excelência a, dando continuidade às declarações feitas desde sua campanha para presidente da República, afastar, de forma cabal e peremptória, a agenda de privatização do Banco do Brasil, um patrimônio de todos os brasileiros e que, ao longo de anos de história, tem desempenhado um papel estratégico para o nosso País.

Atenciosamente,
Reinaldo Fujimoto
Presidente da ANABB

Fonte: Agência ANABB

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