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Bancos voam na bolsa em 2025 — mas 2026 não será igual para todos, aponta JPMorgan

Publicado em: 12/12/2025

Os bancos terminam 2025 com fôlego capaz de fazer inveja a qualquer setor. Com exceção do Banco do Brasil (BBAS3), todos subiram pelo menos 30%. O Bradesco (BBDC4) disparou 60%, enquanto o Itaú (ITUB4) acumula alta de 50%.

É verdade que a base de comparação ajuda: os papéis começaram o ano nas mínimas. Mas os bons resultados, somados ao forte fluxo de estrangeiros que impulsionou a bolsa, criaram um ambiente favorável para o disparo das ações.

Contar apenas com o macro, porém, pode ser um problema. As instituições também precisam fazer sua parte para conquistar a confiança dos investidores.

Em relatório, o JPMorgan detalhou o que cada banco está preparando para encarar 2026. Confira:

Itaú: corte de gastos no radar

No Itaú, um dos favoritos dos investidores e com gestão constantemente elogiada, o corte de custos segue como prioridade.

A instituição pretende fechar entre 350 e 400 agências até o fim do ano e reduzir o ritmo de crescimento das despesas em 2026.

Até aqui, o varejo tem sido o principal motor, com avanços nos empréstimos consignados do INSS, que se recuperam após um período desafiador nos primeiros nove meses de 2025.

Os consignados para pessoas físicas e os financiamentos imobiliários também registraram bons números.

‘A qualidade dos ativos permanece estável, apesar do cenário macroeconômico desafiador’, destaca o JPMorgan.

Bradesco: três frentes para 2026

Em fase distinta do Itaú, a gestão do Bradesco compartilhou três pilares para 2026:

  • a instituição segue observando melhorias operacionais, com perspectiva positiva para receitas;
    a administração acelera o plano de transformação, o que pode gerar custos mais elevados no curto prazo;
  • a mensagem segue focada em evolução gradual, em vez de ganhos rápidos de rentabilidade, embora exista potencial de crescimento com o avanço dos índices de eficiência.

Segundo o JPMorgan, o crescimento do crédito pode desacelerar em 2026. Ainda assim, o banco permanece otimista.

A expectativa é que as receitas e a margem financeira (NIM) se mantenham estáveis — ou até cresçam — à medida que o Bradesco busca captar mais passivos e melhorar o custo de financiamento.

‘No lado das despesas operacionais, o foco será em investimentos estratégicos e de longo prazo, reconhecendo que as eficiências estão amadurecendo a partir da otimização atual dos canais.’

Banco do Brasil: agro continua pesando

No Banco do Brasil, após um ano de ajuste, o clima segue pessimista. O vilão continua sendo o agronegócio, que deve pressionar novamente em 2026.

A instituição já negociou R$ 13 bilhões em empréstimos sob a MP 1314, e espera que o valor chegue a R$ 20–25 bilhões.

‘A administração enfatizou que não prevê reversão de provisões neste momento, e a data-chave a acompanhar é abril, quando os empréstimos do plano de safra começam a ser pagos’, diz o relatório.

Além do agro, houve deterioração nas carteiras de cartões de crédito vinculadas a produtores rurais. Os desafios no segmento de pequenas e médias empresas também persistem.

‘Para 2026, o banco espera crescimento de empréstimos na faixa de um dígito médio, impulsionado principalmente por pessoas físicas.’

Santander: imposto vira o grande vilão

Para o Santander Brasil, o principal desafio para 2026 é a possível alíquota de imposto mais alta, normalizando-se após níveis artificiais de 2025.

A subsidiária do banco espanhol também vê espaço para melhora nas despesas no próximo ano, ‘refletindo a otimização das agências realizada nos anos anteriores’.

Embora a mensagem sobre a qualidade dos ativos seja majoritariamente positiva, ainda pode haver agravamento em alguns casos corporativos, considerando a Selic ainda elevada.

Fonte: Money Times