A BB Seguridade (BBSE3) viveu uma tempestade perfeita no primeiro semestre. É assim que o Bank of America define os primeiros seis meses do braço de seguros do Banco do Brasil.
E não é para menos: a Covid atingiu o seu pico de internações e mortes, o que elevou a sinistralidade. Não bastasse isso, a inflação também prejudicou a BrasilSeg, seu segmento de previdência. Juntos, os eventos provocaram uma perda de R$ 400 milhões (ou 20%) no lucro.
“De fato, as mortes relacionadas à Covid atingiram o pico no primeiro semestre e drenaram os resultados de subscrição, enquanto o descompasso entre os índices de inflação levou a empresa a registrar as piores perdas financeiras desde seu IPO”, aponta.
Fundo do poço?
De acordo com os cálculos do BofA, o preço das ações caiu 27% no acumulado do ano e está sendo negociado perto do menor valor em três anos.
Para o segundo semestre, no entanto, as perspectivas são mais animadoras, com a pandemia perdendo força.
“Embora esperemos que os sinistros relacionados à Covid permaneçam elevados, eles devem começar a desacelerar à medida que as taxas de vacinação aumentam e, embora a incompatibilidade da inflação ainda possa impactar os resultados no curto prazo, a receita financeira deve ser sustentada por um ambiente de taxas crescentes”, completa.
Neste ano, o banco derrubou a previsão de lucro em 10% a fim de refletir os resultados do segundo trimestre mais fracos do que o esperado.
Já em 2022, as projeções do BofA continuam a mesma: alta de 26% para as receitas, sustentado por:
sólido crescimento dos prêmios na melhora da atividade econômica;
melhores resultados financeiros suportados por uma taxa Selic mais alta;
perda mais normalizada, dadas uma melhoria nas taxas de vacinação
Volta dos dividendos gordos
Pelos cálculos do BofA, a distribuição de dividendos deve se normalizar em 2022, chegando a 80%, contra 70% em 2021, que foi negativamente impactado pela necessidade de capitalizar o negócio de pensões.
O banco tem recomendação de compra para as ações da BB Seguridade, com preço-alvo de R$ 30, potencial de alta de 50% ante o último fechamento.
Reorientação de rota
Diante da segunda onda Covid-19, a seguradora revisou para baixo sua orientação para 2021, com resultados operacionais revisados de entre 8% a 13% para entre 1% a 6% de crescimento.
A revisão implica em um índice de sinistralidade maior, uma vez que os prêmios devem crescer acima das expectativas.