Francisco Vianna de Oliveira Junior*
Meu amigo gerente bancário, hoje, 15 de maio, é o seu dia! Aliás, penso que todos os dias deveríamos homenageá-lo. Afinal, você, mais do que gerenciar uma agência, carteira de clientes ou contas bancárias, lidando com informações sigilosas e oferecendo serviços aos clientes, tem ainda imensas responsabilidades e desafios para motivar e inspirar pessoas, tornando-se figura fundamental para que toda a sua equipe gere e alcance resultados.
Diante de tantas pressões, especialmente por cobranças de metas diárias, algumas vezes absurdas e desumanas por parte de seus superiores, você continua firme em seus propósitos, com agilidade nas respostas e pronto para tomar decisões assertivas e estratégicas. Em um mercado que vive diariamente com a gangorra econômica, chama-me a atenção do seu comprometimento em manter o equilíbrio em lidar diante de tantas situações adversas com responsabilidade, mantendo a produtividade e a coesão de todo o time de atendimento.
Não por menos, podemos garantir que um gerente de sucesso é necessariamente também um bom líder. E que tamanha responsabilidade tem, como um bom administrador, em fazer cumprir metas e missões à frente da equipe, além de defender os interesses da empresa, sejam eles econômicos, políticos ou legais, com tamanha inspiração e ética.
Vivemos, porém, um novo tempo de desafios. O uso crescente das novas tecnologias facilitou a vida dos brasileiros ao mesmo tempo em que reduziu o número de agências físicas e de postos de trabalho. Até o final de 2018, tínhamos cerca de 450 mil trabalhadores no setor, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), milhares deles em cargos gerenciais. Em 1990, eram 732 mil bancários no país, ou seja, um corte de 282 mil vagas em 28 anos. E entre 2012 e 2018, só o Banco do Brasil e Caixa Econômica responderam por quase 64% do total de vagas eliminadas.
Novas reduções já estão ocorrendo e deverão se acentuar nos próximos anos. Mas não pense, gerente bancário, que a introdução acelerada de novas tecnologias e digitalização de processos acabarão com seu papel. Ledo engano: a sua empatia e a confiança que passa são únicas. O segredo para a verdadeira transformação está na junção da expertise e versatilidade humana com a eficiência da capacidade tecnológica.
Seja muito bem-vindo à nova realidade!
*É presidente da Associação dos Gerentes do Banco do Brasil