Boa tarde! Hoje é sexta, 03 de maio de 2024

(11) 3104-4441

Após Bolsonaro criticar, presidente do BB diz que curso sobre assédio fomenta guerra cultural

Publicado em: 10/03/2019

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu as críticas que o presidente Jair Bolsonaro fez à exigência de cursos de ética, diversidade e contra assédio sexual para que funcionários do BB sejam promovidos . Novaes disse que conceitos como diversidade foram capturados pela esquerda radical para fins políticos e ideológicos a fim de fomentar uma “guerra cultural” que cria rivalidade entre negros e brancos, pobres e ricos, mulheres e homens, homossexuais e heterossexuais e até entre bandidos e “respeitadores da lei e da ordem”.

“A “guerra cultural” foi um tema sobejamente coberto na campanha presidencial e o povo manifestou nas urnas sua inconformidade com a utilização de conceitos politicamente corretos para fins negativos e inconfessáveis”, afirmou Novaes, em e-mail encaminhado ao GLOBO.

Na edição deste sábado, o jornal publicou as críticas feitas pelo presidente por causa de um edital para assistente técnico da Previ, o fundo de pensão do BB. Nos processos de seleção interna do banco, cursos de caráter ético são uma exigência para que o funcionário evolua profissionalmente. O GLOBO teve acesso ao curso e divulgou o seu conteúdo, que esclarece, por exemplo, o que é equidade de gênero. Temas como prevenção de violência contra a mulher e assédio sexual no trabalho também são abordados.

Novaes afirmou que o presidente chamou sua atenção sobre o assunto. O presidente do BB disse que deu inteira razão a Bolsonaro e argumentou ao GLOBO que a questão não pode ser vista sem a devida atenção para o quadro político mais amplo.

“A verdade é que conceitos nobres, como o da diversidade, foram capturados com fins político ideológicos, pela esquerda mais radical, para fomentar o que chamam de “guerra cultural”, onde negros e índios se oporiam a brancos, pobres se oporiam a ricos, mulheres se oporiam a homens, homossexuais se oporiam a heterossexuais e até bandidos se oporiam a respeitadores da lei e da ordem”, disse Rubem Novaes, que completou em sua mensagem:

“Foi dentro deste contexto que entendi o alerta do presidente, dando-lhe inteira razão”.

Críticas do presidente

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) causou polêmica em sua rede social ao criticar o curso obrigatório do Banco do Brasil sobre diversidade e de prevenção e combate ao assédio moral e sexual na instituição. A crítica de Bolsonaro foi publicada na última quinta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, e causou repercussão negativa.

O presidente disse que ordenou à cúpula do banco para que a formação seja retirada da instituição. Ele também aconselhou que as pessoas que concorrem a cargos no banco, procurem a Justiça.

Para Bolsonaro, as questões relacionadas a assédio moral e sexual, além de diversidade, deveriam ser tratadas na área da educação.

“Olha só o nível de aparelhamento que existe no Brasil. Isso aqui é processo de educação. Não precisa fazer curso nesse sentido. Nos futuros editais, não teremos mais essa obrigatoriedade. Um conselho que dou a vocês é: se, porventura, alguém que for aprovado no concurso e for exigido esse diploma, você pode entrar na Justiça, que tu vai ganhar. Se bem que vou tentar junto ao Banco do Brasil ainda para que se evite isso”, disse em live realizada no Facebook.

Bolsonaro se confundiu ao fazer a crítica, pois o curso não faz parte do concurso público para trabalhar na instituição. Na verdade, a formação faz parte de um processo interno de formação e promoção de funcionários.

Os cursos são online e cada formação conta como pontos, que classificam os funcionários para promoções futuras que surgem dentro do banco. A exigência da instituição é que um conjunto de aulas que trata de ética, respeito no trabalho, fim do preconceito e combate ao assédio seja realizado.

Fonte: Jornal O Globo

Fale Conosco
Precisa de Assessoria Jurídica?
Olá, tudo bem? Como a Assessoria Jurídica pode ajudar você? Mande sua dúvida ou informação que necessita.