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Após cortes, BB estuda nova vice-presidência e volta a desenho pré-liberais

Publicado em: 16/07/2021

O Banco do Brasil avança em estudos para criar uma nova vice-presidência, apurou o Broadcast com quatro fontes a par do assunto. O plano é parte das mudanças recém-anunciadas e que diminuem em três o número total de diretorias. Por outro lado, a atual gestão, sob o comando de Fausto Ribeiro, ao engordar a alta cúpula do banco, caminha para retomar a estrutura prévia à chegada dos liberais, que assumiram com o discurso de redução da máquina pública.

Atualmente, o BB tem oito vice-presidências. Uma delas já foi recriada pela atual gestão. Com mais uma, o número total de vice-presidências do BB subirá a nove. A estrutura é maior do que a de grandes rivais privados, mas ainda mais enxuta que a de outro público, a Caixa Econômica Federal – com 12 vice-presidências.

A ideia em estudo, de acordo com uma fonte, que falou sob a condição de anonimato, é criar uma vice-presidência com foco em negócios. O modelo não é novo. A estrutura existia até o governo do ex-presidente Michel Temer. Com a chegada dos liberais de Jair Bolsonaro, a área, porém, foi eliminada e integrada à vice-presidência de tecnologia sob a justificativa de maior eficiência. O movimento ocorreu na gestão do economista Rubem Novaes e foi mantido por seu sucessor, André Brandão.

A leitura da atual administração, porém, é a de que o movimento não surtiu efeito. Ao contrário. Com a eliminação da vice-presidência voltada a negócios, perdeu-se o foco em uma área considerada “crítica” para o desenho de processos com o cliente no centro.

Assim, a gestão de Ribeiro estuda voltar ao que era antes. A condição, entretanto, é um corte de custos prévio afim de evitar o aumento de despesas do banco. Mudanças, inclusive, já começam a aparecer. Na semana passada, o BB anunciou uma adequação na sua estrutura organizacional com a integração de unidades e diretorias, e, respectivamente, corte de despesas.

Sem custos

O movimento é tido como uma preparação de terreno para suportar mais uma vice-presidência. Dessa maneira, a estrutura é recriada sem o aumento de gastos em um momento que a maior concorrência e a revolução tecnológica exigem mais eficiência por parte dos pesos pesados do setor financeiro.

Na prática, a alta cúpula do BB cresce. Entretanto, a estrutura abaixo não acompanha o movimento. O novo presidente do BB tem dito a pessoas próximas que para que outra vice-presidência seja criada, a “conta precisa ser paga”. Nesse sentido, teria orientado uma passada de tesoura antes de engordar a alta cúpula do conglomerado.

Nos bastidores do banco, em Brasília, a movimentação chama a atenção. Os ajustes organizacionais anunciados na semana passada confirmaram o que ainda era especulação nos corredores: de que uma nova vice-presidência está a caminho. Um funcionário, que prefere não ser mencionado, diz que o assunto gerou elevado “estresse” na organização e que as mudanças na estrutura não são “coincidência”. “As contas têm que fechar. Para criar uma vice-presidência, outras estruturas são cortadas”, diz.

Em paralelo, uma bolsa de apostas começa a se formar no BB quanto ao futuro dono do posto. Dentre os palpites, está a atual diretora de clientes pessoas físicas do banco, Carla Nesi. Próxima a Ribeiro, seu nome vira e mexe surge como uma opção para voos maiores no banco. Uma fonte diz, porém, que o que há são apenas “chutes” e que ainda é cedo para o martelo ser batido.

Apesar de mudanças já estarem em andamento, a expectativa nos corredores do BB é de que a nova vice-presidência não saia do papel tão já. Fontes dizem que, apesar dos estudos terem avançado, ainda deve levar alguns meses para ser colocada em prática, podendo, assim, ficar para o fim de 2022.

Procurado, o BB não comentou o assunto.

Fonte: Estadão

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