Bancários do Banco do Brasil e da Caixa se mobilizaram, mais uma vez, nesta terça-feira (10), no Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos e dos Direitos e contra as reestruturações arbitrárias em curso nas duas instituições, que afetam seus trabalhadores, sua função social e também a população. Nos dois bancos públicos, que possuem papel fundamental para o país, o objetivo é reduzir a importância das instituições e prepará-las para a privatização.
“Neste dia de mobilização contra o desmonte do banco público se faz necessária a reflexão sobre o papel do serviço público, que serve para promover o bem-estar social e o desenvolvimento do Estado. Por isso, é fundamental a luta por uma Caixa forte, pública e social”, afirmou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Na Caixa, a reestruturação prevê descomissionamentos sumários e transferência arbitrária de empregados. Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco, ressaltou a importância das reuniões com funcionários do Banco do Brasil e com empregados da Caixa Econômica Federal de todo o país em agências e departamentos de ambos os bancos para mobilizar e consultar os trabalhadores sobre o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos, da Democracia e Contra o Desmonte dos Bancos e demais empresas e serviços públicos, que ocorrerá no dia 18 de março.
“Os atos reforçam a importância dos esclarecimentos no local de trabalho. A luta é pelos bancos públicos e consequentemente por direitos. Só com luta e com unidade não teremos mais retrocessos. E no dia 18 temos que ampliar ainda mais a mobilização.”
Já no BB, as medidas reduzem a remuneração, extinguem cargos e criam outros, alterando o plano de carreira, podendo trazer prejuízos para a PLR.
“Essas reestruturações prejudicam muito os bancários, mas são ainda pior para o país. Fazem parte de um processo de enxugamento do Estado, que inclui a redução da importância e do tamanho dos bancos públicos, culminando com a privatização, que já vem sendo realizada com a venda das partes mais lucrativas dos bancos”, observou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.
“Mas, hoje mesmo a imprensa divulgou que o BB e a Caixa vão socorrer as empresas e as pessoas que estão sendo afetadas pela crise econômica gerada pela epidemia do coronavírus e pela guerra do petróleo entre a Rússia e a Arábia Saudita. Na crise de 2008 já havia acontecido a mesma coisa. Com a redução do papel dos bancos públicos e sua consequente privatização, o governo deixará de ter essa importante ferramenta de contenção desse tipo de crise”, concluiu Fukunaga ao destacar a importância de todos os bancários participarem dos atos que acontecerão no dia 18 de março.
No dia 18 de março, os bancários de todos os bancos vão aderir às manifestações conjuntas, convocadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais sindicais e movimentos sociais, em protesto contra o projeto de privatização e de desmonte do Estado que vem sendo colocado em prática pelo governo federal, que prometeu empregos e crescimento econômico e não está entregando nem uma coisa nem outra.