O Banco do Brasil impôs “sigilo empresarial” sobre a decisão de ceder uma carteira de créditos a um fundo administrado pelo BTG Pactual. Em 1º de julho, o BB anunciou a cessão de uma carteira de créditos, “majoritariamente em perdas”, na “primeira vez em que o BB realiza cessão de carteira cujo cessionário não pertence ao seu Conglomerado”.
Segundo o comunicado, o banco vendeu por R$ 371 milhões uma carteira de valor contábil de R$ 2,9 bilhões. O texto também afirmou que a operação era “o piloto de um modelo de negócios recorrente que o Banco está desenvolvendo para dinamizar, ainda mais, a gestão do portfólio de crédito”.
Em outra nota, publicada no fim de julho, o BB informou que a venda da carteira “ocorreu após processo de concorrência que contou com a participação de quatro empresas especializadas neste mercado. O cessionário escolhido foi aquele que apresentou a maior oferta de pagamento à vista e o maior percentual do rateio de prêmios futuros”.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, O Antagonista pediu ao Banco do Brasil os “pareceres/relatórios que embasaram a decisão da cessão dessa carteira de créditos, inclusive sem leilão”.
A resposta veio hoje. O gerente Bruno Melo Vieira, da Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais, afirmou que “deixamos de atender o pedido por se tratarem de informações classificadas como “sigilo empresarial” e que a divulgação pode trazer prejuízos a [sic] competitividade e a [sic] governança do BB”.
A reportagem recorreu, pedindo esclarecimentos sobre quem determinou o sigilo.