O Banco do Brasil já aprovou R$ 13,5 bilhões em renegociações de dívidas rurais com recursos livres no âmbito da Medida Provisória 1.314/2025. Outros R$ 4,8 bilhões estão em análise, totalizando R$ 18,3 bilhões. O apetite continua baixo na linha com recursos públicos. Até agora, foram aprovados R$ 1,2 bilhão dos R$ 4,3 bilhões de saldo que o BB tem para operar. Outros R$ 522 milhões estão em análise.
Com a flexibilização que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deu aos bancos para que eles cumpram a exigibilidade de aplicação de recursos direcionados das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) por meio das renegociações, o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Gilson Bittencourt, espera alcançar os R$ 24 bilhões em operações a juros livres para repactuar as dívidas nas próximas semanas.
A demora para o início das operações, no fim de outubro, atrasou também uma melhora mais rápida no quadro de inadimplência do BB. “Em outubro, ainda vai ter uma inadimplência elevada. Ainda não fechamos os dados de novembro, mas a expectativa é que haja estabilidade no crescimento, talvez tenha alta, mas em um patamar menor. Já em dezembro, a expectativa é que consigamos ter um arrefecimento desses números”, afirmou o executivo.
Nesta semana, Bittencourt e representantes dos ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário vão ao Rio Grande do Sul para se reunir com associações de produtores para tentar entender os entraves no acesso aos recursos e os motivos de a demanda não estar dentro das expectativas iniciais. Representantes do banco também irão ao Paraná posteriormente. O executivo acredita que os recursos começarão a fluir em breve. O prazo para adesão é fevereiro de 2026.
Segundo Bittencourt, 40% das operações a juros livres têm sido contratadas a taxas pós-fixadas, medida que aposta na queda da taxa Selic a partir do ano que vem, entendimento incentivado pelo banco. “Tudo indica que haverá uma redução da Selic a partir do primeiro semestre do ano que vem, o que tende a seguir ocorrendo nos próximos anos. Quem optar pela taxa pós-fixada tem uma vantagem que o ganho efetivo da redução da Selic vai ser repassada para o produtor”, afirmou.
Ele admitiu que a taxa livre fixa para a renegociação, atualmente, é alta, em torno de 18% a 20% ao ano. “Mesmo que a Selic tenha alguns soluços nos próximos nove anos, eu diria que a probabilidade de a média da Selic ficar abaixo dos 15% é muito maior do que igual ou acima dos 15%”, afirmou. “Para nós é super positivo, porque levamos ao produtor esse ganho e, ao mesmo tempo, ele tem uma melhor capacidade de pagamento futura”, completou. O prazo máximo da linha de renegociação é de nove anos, com um de carência para pagamento dos juros.
