O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou em comunicado nesta sexta-feira (28) que na última quinta-feira (27) foi fixado em R$ 15,65 o preço por ação da oferta pública secundária de ações da Neoenergia (NEOE3).
Com isso, o banco informa que a alienação da participação da BB Investimentos, controlada do Banco do Brasil, equivalente a 9,35% das ações da Neoenergia, registrado a R$ 1,795 bilhão no banco (segundo posição de 31 de março de 2019), resultará em R$ 1,775 bilhão.
“Estimamos que os impactos no resultado e no índice de Capital Principal serão residuais. A transação foi realizada com o objetivo de otimizar o valor dos investimentos estratégicos do conglomerado BB”, completa a nota.
A saída do Banco do Brasil do controle da Neoenergia, viabilizada pela oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), é um passo na evolução natural da companhia e não vai resultar em mudança da estratégia de crescimento da empresa, disse o diretor-presidente da companhia, Mario Ruiz-Tagle.
“A estratégia não vai mudar, a estratégia tem sido crescer organicamente em distribuição, continuar fazendo investimentos em energias renováveis e aproveitar todas as oportunidades que o Brasil apresenta para continuar apoiando o desenvolvimento da infraestrutura energética do Pais”, afirmou o executivo a jornalistas, após participar de cerimônia que marcou o início das negociações da ação da companhia na B3.
Ele salientou que o IPO foi a conclusão do processo de reestruturação da companhia, iniciado em 2017, quando foi feita a incorporação entre a holding Neoenergia e a Elektro, permitindo a “tomada do controle da Iberdrola”. A operação também já vislumbrava a abertura de capital da empresa, de maneira a permitir que o Banco do Brasil deixasse a empresa e que a Previ tivesse uma “janela de liquidez”. “O Banco do Brasil é um banco de investimento, um banco que não tem no core business continuar 22 anos num investimento”, acrescentou.
Ruiz-Tagle também salientou que a abertura de capital favorecerá a comunicação com o mercado, permitindo explicar melhor os movimentos executados. A Neoenergia foi criticada nos últimos anos por sua estratégia de participação em leilões de transmissão, com a aquisição de projetos com lances questionados pelo mercado, e também pela disputa pela distribuidora paulista Eletropaulo, que acabou perdendo para a Enel. O executivo considerou as críticas “injustas”. “Somos uma companhia disciplinada, formamos parte de um grande grupo que é a Ibedrola e temos disciplina de alocação de capital. Entendemos a crítica do mercado, porque não nos conhece, agora vamos ter abertura comunicacional mais fluida e ter mais espaço para explicar”, disse, salientando que quando os projetos forem entregues vão trazer crescimento com rentabilidade para o grupo.