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Crise eleva inadimplência e deve desencadear fusões de bancos, diz Eleven

Publicado em: 08/04/2020

A crise do coronavírus elevou o risco de funding e os custos de captação, o que terá impacto para os bancos em geral, afirmam analistas da Eleven Financial em relatório publicado nesta terça-feira. A natureza desse impacto vai depender do porte e do mercado de atuação de cada um. Mas, em comum a todos, está a tendência de um aumento da inadimplência.

Para a Eleven, a crise deverá resultar em uma nova onda de consolidação entre instituições financeiras.

O segmento de bancos voltados a crédito massificado (crédito pessoal, consignado, financiamento de veículos) tende a ser afetado em liquidez e custo de funding. No entanto, de acordo com os analistas, a utilização de Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) e letras financeiras garantidas pode ajudar a enfrentar a crise.

Os bancos médios voltados a operações de crédito garantidas por recebíveis de empresas têm um giro mais rápido de ativos, o que pode favorecê-los. Porém, aponta o relatório, os que operam mais alavancados no crédito podem ter mais dificuldades.

Entre os grandes bancos de varejo, a robustez para enfrentar períodos de liquidez mais baixa, a carteira de crédito pulverizada e a diversidade de receita são fortalezas. De qualquer forma, não escaparão de um aumento da inadimplência, de uma redução nos volumes de crédito e de queda nas margens no curto prazo, levando à necessidade de cortar custos, segundo a Eleven.

Para a casa de análise, os bancos públicos tendem a se beneficiar em momentos de crise, “pois são utilizados para estimular a oferta de crédito para empresas e bancos em dificuldades”. Desta vez, essas instituições estão saneadas e mais capitalizadas, o que lhes permite crescer em ativos de risco.

Para a Eleven, as medidas adotadas até agora pelo Banco Central são fundamentais para manter a estabilidade do sistema financeiro nacional e prover liquidez aos bancos pequenos e médios e empresas.

Os analistas afirmam que as medidas devem ajudar a conter a alta da inadimplência nos próximos seis meses. Entretanto, a deterioração do risco de crédito será maior caso a crise de alongue.

“O que vemos hoje é um cenário muito indefinido diante das incertezas quanto à magnitude da crise do coronavírus no mundo e seus desdobramentos sobre os bancos e a economia real. Novas turbulências continuarão ocorrendo, persistindo a alta volatilidade nos mercados e o engessamento do crédito global”, aponta o relatório.

“Em um cenário otimista, esperamos que a partir do quarto trimestre, caso essa pandemia já esteja controlada, a atividade econômica volte a crescer e a capacidade de pagamento das empresas e famílias volte a se regularizar”, destacam os analistas.

De acordo com eles, os bancos sairão da crise mais fragilizados e menos rentáveis, o que levará o movimento de fusões e aquisições a se intensificar. “Alguns desses bancos menores poderão ser comprados ou obrigados a se retrair em nichos de mercado”, observam.

O Bradesco é o “top pick” da Eleven no setor financeiro. Conforme os analistas, é o banco que apresenta maior nível de provisionamento dentre os grandes, é o que tem maior diversificação de receitas e o que tem a maior exposição ao consignado.

Fonte: Valor Econômico

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