Quanto mais longa a viagem, mais detalhados devem ser os planos. E se o destino é a aposentadoria, é ainda mais importante definir a direção que deve ser seguida. Os documentos que servem como bússola da gestão de ativos da Previ, as Políticas de Investimentos, foram atualizados para o próximo ciclo de sete anos, de 2025 até 2031.
A Política de Investimentos da Previ é elaborada pela Diretoria de Planejamento, aprovada pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo e executada pela Diretoria de Investimentos. Essa segregação de funções traz mais segurança no processo de gestão e fortalece o modelo de governança.
As Políticas buscam o equilíbrio ideal da relação risco e retorno, de acordo com o perfil de cada plano de benefícios. O objetivo é atingir a rentabilidade necessária para cumprir os compromissos com os associados, e dessa forma, garantir que os investimentos tenham o risco adequado e a liquidez necessária por meio de uma gestão eficiente, eficaz e inovadora.
Um dos destaques no ciclo 2025-2031 é a atualização das métricas de risco, retorno e macro alocação, além do fortalecimento do foco da atuação da Previ nos critérios Ambientais, Sociais, de Governança e de Integridade em suas estratégias corporativas e na filosofia de investimentos, que engloba as diretrizes gerais e diretrizes de ASGI, e vale para todos os planos administrados.
Uma política para cada plano
Cada plano da Previ tem características próprias. O Plano 1 é o mais maduro – tem quase a totalidade de associados já recebendo benefícios, é fechado para novas admissões desde 1998 e tem R$ 228,47 bilhões em investimentos. Por isso, a Política desse plano é construída a partir da busca pela segurança e perenidade, tendo como referência o conceito de investimentos orientados pelo passivo.
Ou seja: são adotados parâmetros que priorizam, além da rentabilidade, a liquidez e a aderência dos investimentos às obrigações do plano. O objetivo é honrar os compromissos atuariais e proporcionar oportunidades de melhoria dos benefícios previdenciários, de forma a atender aos anseios e expectativas dos participantes ativos, aposentados e pensionistas.
Para atender a esse objetivo, existe um constante aperfeiçoamento das análises e das ferramentas utilizadas na formulação da Política de Investimentos, como as análises de cenários (econômicos, sociais, tecnológicos, setoriais) e de riscos, e o gerenciamento integrado de ativos e passivos (ALM). Como explica Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos da Previ:
“O Plano 1 já paga mais de R$ 16 bilhões por ano em benefícios. Ao elaborar a Política, procuramos o equilíbrio, com o alinhamento do prazo médio do passivo com o da rentabilidade dos investimentos. Ou seja: o casamento entre tudo o que a Previ precisa pagar aos associados com o desempenho que queremos que os investimentos tenham”.
Já no Previ Futuro e no Previ Família, que são planos que estão em fase de acumulação, a referência é o conceito de busca por performance, que consiste na orientação dos investimentos para obtenção de melhor desempenho dentro dos diferentes perfis escolhidos pelos participantes. Para o Previ Futuro, que é um plano de Contribuição Variável, com R$ 34,46 bilhões em ativos, as mudanças no direcionamento dos investimentos foram estruturais, que permitirão evoluções incrementais.
O valor do benefício a ser recebido pelos associados do Previ Futuro depende do quanto eles acumularam durante a vida laboral. O valor dessa reserva financeira, por sua vez, depende de três elementos: contribuições efetuadas, tempo de contribuição e rentabilidade alcançada pelo investimento dos recursos do plano. Para personalizar o processo de acordo com as características de cada um, os participantes podem escolher entre oito perfis de investimento oferecidos pela Previ: quatro na modalidade risco-alvo, segmentados em conservador, moderado, arrojado e agressivo; e outros quatro na modalidade data-alvo, com os ciclos de vida 2030, 2040, 2050 e 2060.
Atualmente o Previ Futuro é estruturado como um bolo único de investimentos, com os perfis segregados de forma gerencial. Isso significa que o mesmo título público que existe no Perfil Agressivo também existe no Perfil Conservador, mas em percentuais diferentes, com a maioria deles sendo de longo prazo, voltados para a jornada previdenciária.
A diretora de Planejamento da Previ, Paula Goto, explica: “Essa estratégia fazia sentido quando o projeto dos Perfis de Investimentos foi criado, em 2009. Naquela época, a maioria dos associados do plano tinha em média 30 anos de idade e uma longa jornada de acumulação pela frente. Rendeu bons frutos, o perfil conservador, por exemplo, tem uma rentabilidade de 123% do CDI desde o seu início. Mas é hora de mudar, para ficar mais aderente ao cenário que estamos vivendo no momento”.
Com a mudança estrutural, cada perfil terá a sua carteira, o que proporcionará mais agilidade e eficiência. “Os perfis mais conservadores, por exemplo, poderão ter mais títulos com vencimentos curtos, o que gera menos volatilidade. Com a estratificação também teremos benchmarks diferentes para cada perfil, assim como limites de macro e mesoalocação”, complementa Paula.
Investimento Responsável
A análise dos aspectos Ambientais, Sociais, de Governança e Integridade (ASGI) já fazia parte das Políticas de Investimentos dos planos da Previ, mas ganhou ainda mais ênfase para o ciclo 2025-2031.
Essa é uma das principais diretrizes das Políticas de Investimento dos planos. Na governança de investimentos, são realizadas análises levando em consideração o Rating ASGI, uma ferramenta utilizada pela Previ na análise dos investimentos desde 2021 e que agora está sendo compartilhada com outros fundos de pensão, por meio de um convênio com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada, a Abrapp.
As Políticas definem formas de utilização do Rating, como na análise de possibilidade de desvalorização, perdas financeiras ou de danos à imagem da Previ, resultantes de falhas ou eventos relacionados a fatores ASGI nos ativos do portfólio. Se alguma empresa ou ativo for classificado com a pior nota do rating, que começa em AAA e termina em F, o investimento pode ser vedado.
A Previ foi uma das fundadoras do PRI, a Iniciativa para o Investimento Responsável criada pelo ONU. Em 2025 o PRI in Person, evento global dedicado ao investimento responsável organizado pela Iniciativa, será realizado no Brasil. As duas últimas edições tinham sido realizadas no Canadá e no Japão.
“É uma oportunidade importante para se reunir com líderes e professionais do setor, discutindo e promovendo ações de investimento responsável. Queremos nos conectar cada vez mais com a discussão da agenda ASGI no espectro global e de reforçar o protagonismo da Previ na implementação dos princípios no Brasil”, explica Cláudio Gonçalves.
O presidente da Previ, João Fukunaga, explica a importância desse alinhamento ASGI quando se trata de longo prazo: “A Previ, assim como outras entidades, está presente no futuro dos associados e da sociedade. São R$ 16 bilhões em benefícios pagos por ano. Nosso propósito é cuidar do futuro das pessoas. Olhamos para a rentabilidade dos ativos hoje, mas também temos que pensar no quanto essa rentabilidade é sustentável a longo prazo, daqui a 20, 30, 40 anos. Ter os critérios ASGI e de Investimento Responsável inseridos nas Políticas de Investimento nos faz tratar desses temas de forma efetiva”.