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“É uma insanidade abrir mão dos bancos públicos”, defende AGEBB em audiência pública

Publicado em: 11/10/2017

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Em uma audiência pública em Salvador, capital baiana, com o tema “Os impactos da reestruturação dos bancos públicos na economia nacional”, a diretoria da AGEBB, representada pelo presidente, Francisco Vianna de Oliveira Junior, e o primeiro vice-presidente e diretor Jurídico da associação, Levi Gomes de Oliveira, defendeu a importância da mobilização política, mas não partidária, e da necessidade de contar com o apoio da população contra a venda do Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica e Banco Nacional do Nordeste (BNB) levada a cabo pelo governo do presidente Michel Temer. O evento, organizado pela Federação dos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe (Feeb-BA/SE), foi realizado no último dia 9 na Assembleia Legislativa da Bahia.

A convite do presidente da Feeb-BA/SE, Emanoel Souza de Jesus, Vianna e Levi participaram da mesa temática ao lado de representantes de outras entidades do setor, como a Associação de Gestores da Caixa Econômica Federal do Estado da Bahia, Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, da Associação dos Economiários Aposentados e Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal. “Utilizamos o nosso espaço para discorrer sobre a importância dos bancos públicos na política de controle de juros e taxas bancárias, bem como da extrema necessidade na execução e gestão dos programas sociais, apoio às comunidades mais carentes e pequenas cidades do país”, destaca o vice-presidente da AGEBB. “Os bancos públicos são fundamentais para defesa da economia nacional. É uma insanidade abrir mão deles”, completa.

Para enaltecer a importância da união da classe bancária em torno do assunto, Levi lembrou da experiência que teve com a venda do Banco Nossa Caixa (BNC). “Devemos ficar muito atentos às notícias sobre a reestruturação e acompanhar de perto os seus desdobramentos. No BNC, onde a AGEBB atuou fortemente, quando se falou em reestruturação, pensávamos que não ocorreria nada, que tudo estava sendo feito para melhorar o banco. Na verdade, o governo preparava a instituição para sua posterior venda”, destaca o executivo. O BB anunciou a aquisição do BNC em novembro de 2008 pelo valor, à época, de R$ 5,38 bilhões. “Por isso, reitero, precisamos buscar apoio da opinião pública e da classe política nessas discussões. Não podemos ficar na soberba acreditando que a venda desses bancos públicos não é possível de acontecer. Podemos acordar tarde demais, como aconteceu conosco no BNC”, argumenta Levi.

Defender os bancos “com unhas e dentes”

Jeane Pereira, em nome da Associação dos Funcionários do BNB, ressaltou a necessidade das entidades participarem de todos os espaços onde se discuta os bancos públicos para defendê-los. “O BNB também é alvo da chamada ‘reestruturação’ com fechamento de agências e programas de estímulo à aposentadoria, que visa desmantelar o banco, para posteriormente levar a privatização”, disse. Na ocasião, o representante dos empregados do BB, Fabio Ledo, lembrou que a instituição já perdeu mais de 10 mil funcionários sem reposição desde o início da reestruturação, em novembro do ano passado.

O presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal, Jair Pedro Ferreira, lembrou que só restaram dez bancos públicos após o processo anterior de privatizações. Para ele, essas empresas são fundamentais para equilibrar o sistema, para evitar que os bancos privados ditem as regras, na medida em que esses instrumentos públicos são os gestores dos fundos constitucionais e de dezenas de programas sociais.

Celso Argolo, coordenador Regional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), aproveitou a audiência para fazer denúncias em relação aos processos de reestruturação dos bancos. “Nossos trabalhadores estão adoecendo por conta dessas reestruturações em razão das demissões e desligamentos incentivados e há a sobrecarga de trabalho sobre os funcionários que permaneceram em seus postos. Além do mais, ao apresentar atestado médico, eles estão sendo questionados”, destacou.

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Fonte: AGEBB

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