Novos anexos da delação premiada da JBS afirmam que, em 2013, o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi à resistência do executivo Joesley Batista para pedir 5 milhões de reais emprestados. Segundo os anexos, Bendine fez a solicitação alegando a compra de um imóvel e nunca devolveu o dinheiro.
Joesley entregou ao Ministério Público Federal (MPF) planilhas com valores e datas de pagamento. Segundo o delator, Bendine foi pessoalmente à J&F, holding dos irmãos Batista que controla a JBS, acompanhado de um homem de cerca de 50 anos, e pediu parte dos 5 milhões de reais.
O empresário contou que Bendine afirmou que não beneficiaria o empresário no Banco do Brasil, pois o sistema de governança da instituição impediria atos ilícitos. Segundo o delator, Bendine declarou que se esforçaria pra atender a pedidos da JBS, não necessariamente no banco. Joesley disse que concordou em emprestar os milhões porque Bendine era influente no governo.
Lava Jato
Bendine presidiu o Banco do Brasil entre 17 de abril de 2009 e 6 de fevereiro de 2015, e foi presidente da Petrobras entre 6 de fevereiro de 2015 e 30 de maio de 2016. Ele foi foi preso no dia 27 de julho, na Operação Cobra, 42ª fase da Operação Lava Jato. O MPF denunciou o executivo pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, embaraço à investigação e organização criminosa.
Ele é acusado de exigir 17 milhões de reais em propinas da Odebrecht. Segundo a investigação, Bendine recebeu 3 milhões de reais em três parcelas de 1 milhão entre junho e julho de 2015 enquanto ocupava a Presidência da Petrobras.