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Indicado ao comando da Previ, João Fukunaga é aprovado para o cargo sob críticas

Publicado em: 03/03/2023

A indicação de João Fukunaga para a presidência da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, foi aprovada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) na última segunda-feira, mas sob questionamentos de aposentados do banco. As críticas são de que Fukunaga não cumpriria critérios técnicos necessários para ocupar o cargo. Na cadeira, ele será responsável por administrar um dos maiores fundos de pensão da América Latina, com mais de R$ 240 bilhões em ativos.

Em carta que circulou em grupos de aposentados do banco, a que o Broadcast teve acesso, associados dirigiram-se à Previc, órgão do governo federal que regula o segmento de previdência privada, para manifestar “inconformidade” com a indicação, divulgada na sexta-feira, 24, e para pedir que a nomeação não fosse aceita.

Para associados, falta experiência a Fukunaga

“Uma vez que o indicado não detém experiência nem conhecimento técnico para a função, sendo, no momento atual, Secretário de Organização e Suporte Administrativo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, tendo a formação de Mestre em História, somos levados a concluir que a indicação ateve-se apenas a conexões políticas”, diz o texto.

Procurada, a Previ informou que o processo de indicação seguiu as normas da Previc, e que ele cumpriu todos os requisitos para receber o atestado. “O Banco do Brasil indicou Fukunaga em 24/2. Na mesma data, o Conselho Deliberativo da Previ aprovou a indicação do patrocinador, conforme previsto no Estatuto. A indicação e aprovação do nome de João Luiz passou por todo o processo de governança do BB, da Previ e da Previc”, disse a entidade.

Novo presidente é funcionário do BB desde 2008

Fukunaga foi indicado para suceder Daniel Stieler. Ele é funcionário do BB desde 2008, e atualmente, é secretário de organização e suporte administrativo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. As críticas afirmam que ele não cumpriria a exigência, prevista em resolução da Previc para dirigentes de fundos de pensão, de experiência profissional de ao menos três anos em atividades nas áreas financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização ou de auditoria.

A Previ tem gestão compartilhada. Dos seis membros da diretoria, três são indicados pelo BB, e outros três, pelos participantes. Além do presidente, o banco indica o diretor de investimentos e o de participações, enquanto os associados elegem os diretores de seguridade, de planejamento e de administração.

Temor é de interferência na política de investimentos da Previ

Um dos temores dos associados é de que a indicação interfira na política de investimentos da Previ. “Se uma política de governo atropela os fundamentos que alicerçam a própria existência de um fundo de pensão, que é o compromisso com a saúde financeira para garantir os rendimentos de dezenas de milhares de aposentados, não pode ser uma política de governo”, diz o presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, Augusto de Carvalho.

Em governos anteriores do PT, fundos de pensão ligados a estatais, entre eles a Previ, fizeram investimentos que depois deram errado, como o da Sete Brasil, criada em 2010 para desenvolver sondas para a Petrobras, mas que pediu recuperação judicial em 2016, após a operação Lava Jato. Nesse caso, a Previ foi à Justiça para buscar ressarcimento pelas perdas.

“Defesa dos bancários e seus fundos de pensão são prioridade”

Em manifestação enviada por meio do Sindicato dos Bancários, Fukunaga afirmou que tem trajetória de defesa dos funcionários do BB, dos associados da Previ e dos trabalhadores. “A defesa dos direitos dos bancários e seus fundos de pensão são prioritários e a luta tem sido constante nos últimos anos”, diz ele.

O BB informou, em nota, que a indicação “foi aprovada pelos ritos de governança do BB e da Previ, atendendo a todas as exigências previstas nos processos de Elegibilidade de ambas instituições”, e que foi aprovada pela Previc.

Fonte: Estadão

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