A Neoenergia, segunda maior distribuidora de energia do Brasil, deve lançar uma oferta pública secundária de ações na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) “nos primeiros dias” de julho, segundo o presidente da empresa Iberdrola, Ignacio Galán. A espanhola Iberdrola é a controladora da Neoenergia, e atua nos segmentos de distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica. Por sua vez, a Neoenergia atua na distribuição de energia no Brasil, e entre as principais subsidiárias estão: Elektro, que opera em São Paulo e no Mato Grosso do Sul; Coelba, que opera na Bahia; Celpe, que opera em Pernambuco e Cosern, que opera Rio Grande do Norte.
Galán está em visita ao Brasil, para a inauguração de usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, em Capanema, no Paraná. No evento, o executivo explicou que o cronograma prevê que “ao longo de todo o mês de junho serão feitos todos os ‘road shows’ (apresentações) e serão fixados os preços e todas as condições”. A oferta pública secundária de ações na Bolsa de Valores de São Paulo foi aprovada no último dia 29 de abril. Os principais sócios da empresa são: Iberdrola com participação de 52,45% (deve manter controle); Banco do Brasil (BBAS3) com participação de 9,34% (deve vender toda a fatia); e o Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) com participação de 38,21% (deve desfazer-se de parcela mínima). Foi solicitada a admissão para negociação dos títulos no segmento Novo Mercado da B3. A Neoenergia já tinha tentado estrear na Bolsa em 2017. Entretanto, na época, a precificação ofertada pelos investidores não agradou aos acionistas brasileiros.
A Iberdrola planeja uma oferta pública de distribuição de R$ 1,25 bilhão em debêntures. Segundo o economista da Suno Research, Tiago Reis, “as debêntures são títulos de dívida que uma Sociedade Anônima (S/A) possui com um investidor”. Tal dívida que pode ser de médio ou longo prazo. Deste modo, o credor passa a ter direito de crédito com a companhia. A Neoenergia informou que serão emitidas e oferecidas, inicialmente, um total de 1,250 milhão de debêntures. Cada uma precificada a R$ 1 mil. No entanto, poderá haver disponibilidade de um lote adicional de de 250 mil debêntures. Desta forma, o total a ser arrecadado pode atingir R$ 1,5 bilhão. As debêntures deverão ser emitidas em suas séries: com vencimento em 10 anos (15 de junho de 2029); e com vencimento em 14 anos (15 de junho de 2033). Segundo a Neoenergia, trata-se da sexta emissão de debêntures para financiar as operações brasileiras.
Neoenergia inaugura usina hidrelétrica no Paraná
O grupo Neoenergia na última quinta-feira (23) a usina hidrelétrica do Baixo Iguaçu, em Capanema (PR). A usina fica a 567 quilômetros da capital paranaense, Curitiba. O total de investimentos na usina hidrelétrica soma R$ 2,4 bilhões. A capacidade de geração é de 350 megawatts (MW) de energia. Isto equivale a um potencial de abastecimento de 1 milhão de moradias. A Neoenergia participa do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (CEBI), em conjunto com a Companhia Paranaense de Energia (Copel). Galan destacou no evento de inauguração a importância do Brasil para a companhia. Além disso, anunciou planos de investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos anos.
“Nós temos um plano robusto de investimentos no Brasil. Estamos ampliando bastante a nossa rede de distribuição na Bahia”, afirmou Galan. De acordo com o presidente-executivo da Iberdrola, a Neoenergia tem expectativas de expandir a sua participação na geração de energias renováveis, por meio dos próximos leilões do setor. “A demanda por energia na região e no Sudeste cresce a uma média de 5% ao ano. Isso significa novos investimentos. São novas indústrias e o turismo demandando investimentos, como acontece na Bahia”, explicou. “Nós estamos aqui para reafirmar o nosso interesse com o desenvolvimento sustentável do país. Estamos a 22 anos gerando energia aqui, presentes em 18 estados”, disse Galán, presidente-executivo da Iberdrola, que controla a Neoenergia.