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Participação da União no BB cairá para 50,7%

Publicado em: 08/05/2017

A União vai ficar próxima ao limite da participação mínima necessária para manter o controle acionário do Banco do Brasil. O Tesouro determinou na sexta-feira a venda das ações do banco público detidas pelo fundo soberano. A operação, que já havia sido anunciada pelo governo no ano passado, será realizada ao longo dos próximos 24 meses.

Após a negociação, que pode se estender até maio de 2019, a participação da União no capital do BB cairá de 54,4% para 50,73%. O fundo soberano detém 3,67% das ações do banco BB, o equivalente a pouco menos de R$ 3,5 bilhões, com base na cotação de fechamento na bolsa na sexta-feira. Os recursos com a venda vão ajudar no cumprimento da meta de primário pelo governo central, mas ainda não é possível saber se o efeito da medida será mais concentrado neste ano ou em 2018. O Tesouro recomendou que a operação de venda aconteça da forma mais neutra possível para evitar pressões sobre o preço das ações do BB.

A margem da União no controle do banco vem caindo desde 2015, quando a participação passou de 57,9% para 57,7% após o governo se desfazer de uma pequena parcela das ações do fundo soberano para reforçar as contas públicas. A operação, feita na época sem aviso prévio ao mercado, provocou forte oscilação nas ações do BB.

No ano passado, a União perdeu mais 3% do controle do banco. As ações, que foram usadas para capitalizar o Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), tiveram de ser entregues aos credores da Sete Brasil, fornecedora de sondas da Petrobras que entrou em recuperação judicial. Esses credores tinham operações cobertos pelo fundo naval.

Apesar da queda na participação que ocorrerá nos próximos 24 meses, o risco de o governo perder efetivamente o controle da instituição é pequeno mesmo que eventualmente a participação caia abaixo dos 50%. Isso porque o segundo maior acionista individual é a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB, que tem 9,97% do capital da instituição financeira. Outro acionista sobre o qual o governo também possui influência é o FI-FGTS, que também recebeu parte das ações detidas pelo fundo que garantia os empréstimos da Sete Brasil.

A decisão do Tesouro de vender a participação do fundo soberano deverá pressionar a cotação das ações do BB, principalmente na abertura dos mercados nesta segunda-feira. A avaliação de integrantes do governo, porém, é que o movimento será de curtíssimo prazo. A partir do momento que o mercado entender que a operação será feita de forma gradual, a cotação voltará a normalidade, segundo um interlocutor.

A venda das ações do BB deve pôr fim ao fundo soberano brasileiro. Criado em 2008, em um período em que o governo contou com uma folga fiscal, esse bolsão de recursos tinha como objetivo promover investimentos em ativos no país e no exterior. Na prática, no entanto, foi usado apenas para investir em ações de empresas estatais.

Em 2010, o fundo aplicou em papéis da Petrobras no processo de capitalização da empresa. Foi nesse mesmo ano que o fundo comprou ações do BB e teve seu maior valor patrimonial, atingindo R$ 18,764 bilhões. Atualmente, o patrimônio do fundo conta apenas com os papéis do BB e títulos públicos. (colaborou Eduardo Campos)

Fonte: Valor Econômico

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