O Sindicato recebeu diversas denúncias de que o Banco do Brasil alterou critérios do Programa Extraordinário de Desempenho Gratificado de última hora e sem comunicação prévia, prejudicando parte dos bancários. De acordo com relatos, na véspera do dia 18 de fevereiro, data do pagamento do PDG, diversos funcionários estavam classificados conforme acompanhamento via extrato, mas não receberam a gratificação porque o banco alterou os critérios na véspera, sem comunicação prévia, impossibilitando os funcionários de adequarem-se as regras da premiação.
“O banco anunciou que pagaria o PDG no dia 18. Eu e todos os gerentes de `carteirão´ e de PAA (posto de atendimento) segundo o regulamento seríamos avaliados pelos números da agência. Com a mudança das regras, o banco entendeu que somos responsáveis pela carteira e, portanto, seríamos avaliados por ela. Conclusão: foi todo mundo desclassificado”, diz um gerente de atendimento.
“Segundo as regras, 30% dos assistentes mais bem pontuados receberiam o PDG. Quem não entrasse nessa pontuação e tivesse cumprido o RIV (Receita Interna de Vendas) receberiam percentuais de acordo com uma tabela e mais uma parte em ações. Pois bem, sou assistente em escritório de negócios e não efetuo vendas, portanto, não recebo nada”, relata um assistente de negócios.
O Sindicato cobra do banco esclarecimentos sobre a forma como foi conduzida a mudança de regras no PDG e, para evitar situações similares no futuro, que critérios sejam definidos com antecedência, de forma objetiva e transparente.
“O banco cria um programa, define critérios, faz propaganda de que todos os funcionários serão contemplados, só que de forma totalmente desrespeitosa muda as regras e grande parte dos que seriam gratificados ficam de fora. Sem contar que, com as constantes reestruturações, funcionários com o mesmo cargo, mas em locais distintos, como agências e escritórios digitais, possuem demandas diferentes. Portanto, as regras não podem ser as mesmas”, critica a dirigente do Sindicato e bancária do BB, Ana Beatriz Garbelini.”Exigimos do banco respeito com seus funcionários, ainda que não tenham participação nas regras do programa”, acrescenta.
Já o diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, lembra que o atual presidente do BB, Rubens Novaes, chegou a afirmar que o banco teria melhor resultado, com o atual quadro de funcionários, se fosse privatizado.
“Convém lembrar ao presidente Rubens Novaes – que inacreditavelmente conseguiu desvalorizar o excelente resultado do BB em 2018, construído pelos funcionários, afirmando que seria superior caso o banco fosse privado – que os programas próprios de remuneração dos bancos privados são negociados com a representação sindical dos trabalhadores. Diferente do que defende o presidente do BB, o resultado do banco não seria melhor se fosse privado, mas sim se a sua direção respeitasse os trabalhadores que constroem esse resultado”, conclui João.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região