Analistas do Itaú BBA reiteraram recomendação “outperform” (equivalente à compra) para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e elevaram o preço-alvo dos papéis de 59 para 65 reais, ressaltando que o BB oferece valor, crescimento e um forte rendimento de dividendo de 12%.
“Depois de um 2023 já forte, esperamos um crescimento de 9% na receita em relação ao ano anterior e de 10% no lucro líquido, gerando outro ROE (retorno sobre o patrimônio) acima do setor de 21%”, afirmaram Pedro Leduc e equipe em relatório.
Os analistas avaliam que, apesar do rali dos papéis em 2023, quando acumularam uma valorização de 76%, as ações permanecem com desconto, sendo negociadas a múltiplos de 0,8 vez P/VPA (preço sobre valor patrimonial) e 4 vezes P/L (preço sobre lucro).
“Em cada trimestre sucessivo em que os lucros se expandem ainda mais…o BB obtém revisões para cima nas estimativas de médio prazo e ‘re-rates’ a partir de um desconto cada vez menos justificado”, afirmaram.
Leduc e equipe acrescentaram que o Banco do Brasil está mais uma vez entre as suas principais escolhas do ano.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) encerraram o ano passado na máxima histórica, de R$ 55,39, fruto de uma alta de 76% ao longo do ano. Após a valorização, o banco propôs aos acionistas desdobrar cada ação em duas, sem alteração do capital social, o que também dividiria a cotação e tornaria os papéis mais acessíveis a pequenos investidores. A assembleia geral extraordinária que votará a proposta de desdobramento foi marcada para o dia 2 de fevereiro. Já os resultados do quarto trimestre e de 2023 serão revelados no dia 8 de fevereiro.
A alta das ações do banco público foi a maior entre os grandes bancos brasileiros que têm capital aberto. Questões como a rentabilidade acima de 20% em um ano desafiador para os bancos de varejo, o crescimento da carteira de crédito a dois dígitos e a inadimplência abaixo dos pares impulsionaram os papéis.
Os resultados reduziram os temores do mercado com possíveis guinadas na estratégia do banco com a mudança do governo, dado que a União é a controladora do BB. A presidente do banco, Tarciana Medeiros, e os demais membros do comitê executivo que ela formou são funcionários de carreira do conglomerado.
O governo federal detém pouco mais de 50% das ações do BB, enquanto 49,6% dos papéis estão em livre circulação no mercado, e outros 0,4% correspondem às ações que o banco mantém em tesouraria. Em setembro do ano passado, 25,5% do capital estava com investidores estrangeiros, e 24,1%, com acionistas minoritários locais, segundo o BB.