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“Precisamos recuperar a confiança da comunidade Economus”, diz presidente Fred

Publicado em: 30/05/2025

O Economus – Instituto de Seguridade Social – vive um momento de transição. Exatamente na semana em que completou seu primeiro ano de gestão (ele foi empossado no dia 24 de maio de 2024) e 38 anos de Banco do Brasil, Frederico Queiroz Filho, carinhosamente chamado como Fred nos bastidores, recebeu a AGEBB para uma entrevista exclusiva na sede administrativa do instituto, no centro de São Paulo.

O novo executivo, desde que assumiu o posto, gera expectativas por uma gestão mais transparente, dialogada e comprometida com a sustentabilidade dos benefícios oferecidos aos participantes – Economus administra quatro planos de previdência (com total de 22.560 participantes) e dez planos de saúde (25.762 usuários). O instituto tem, de acordo com o relatório de 2024, um total de R$ 10,6 bilhões em patrimônio consolidado.

Em um bate-papo que durou cerca de 1h30, Fred, que vive entre a ponte aérea Brasília e São Paulo, compartilhou suas principais diretrizes de trabalho, abordou a situação dos planos de saúde e previdência e destacou o papel que pretende exercer na reconstrução da confiança com os beneficiários. E destacou, de cara, que sua principal missão é garantir a continuidade dos planos administrados pelo instituto, com responsabilidade fiscal e equilíbrio técnico.

A nova gestão também pretende fortalecer a governança, aumentando a transparência e ampliando a escuta ativa com os participantes. “Precisamos recuperar a confiança da comunidade Economus. Para isso, comunicação e representatividade são pilares”, completou.

Fred é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui ampla experiência profissional e acumula cargos de liderança.  Entre os anos de 2010 e 2018, atuou nos conselhos fiscal e deliberativo da Cassi e entre 2017 a 2024 foi diretor da Brasilcap, empresa do segmento de Capitalização do Grupo Segurador do Banco do Brasil. Também acumula experiência em entidades representativas, tendo passagem pela Febraban e como vice-presidente da Federação Nacional de Capitalização-FENACAP.

Confira como foi a entrevista.

AGEBB: Fred, exatamente há um ano você assumia a presidência do Economus dizendo que “temos grandes desafios à frente e vamos superá-los com gestão eficaz, trabalho e união”. Como avalia essa primeira temporada à frente do instituto?

Desde que assumi, avisei: não haverá pauta proibida. Estamos aqui para enfrentar e tratar qualquer situação, por mais desconfortável que seja. Podemos ser acusados de ter errado em uma decisão, mas não de inércia e de falta de compromisso com o Economus. Mas o que marca o meu primeiro ano de gestão? Acho que a aproximação com o participante. A proximidade e o acolhimento, no sentimento mesmo até da empatia. Procuramos tirar qualquer obstáculo que possa haver entre o participante e o Economus. Acho que já tínhamos esse elemento, mas se voltava muito às questões internas e administrativas.

AGEBB: Essa proximidade e acolhimento que o senhor diz tem muito a ver com a criação, em julho de 2024, do “Fale com o Presidente”, que permite aos participantes enviarem sugestões de melhorias? O modelo tem funcionado?

Me orgulho muito da criação do “Fale com o Presidente”, colocando meu próprio número de WhatsApp à disposição do participante. Tínhamos o e-mail, mas que não tem a mesma dinâmica do que o WhatsApp. Várias pessoas do Economus nos ajudam nesse atendimento, mas tratei a maioria dos casos diretamente, buscando dar exemplo para que os colaboradores pudessem ver e entender como devemos atender.

Recebíamos de tudo. Notadamente, os casos que chegavam com mais veemência exigiam uma atuação mais urgente na parte da saúde. Eram pessoas com cirurgia agendada e não aprovada, coisas mais operacionais. As pessoas se sentiam sozinhas, sem saber a quem recorrer.

Muitas vezes O que os participantes precisam é apenas de atenção. Eles sabem que há muitas coisas para o Economus que são difíceis. Houve um caso em que levamos três meses para tentar resolver. Buscamos atender o que estava sendo pedido, mas chegamos à conclusão de que não tínhamos como resolver o caso por conta da legislação. Mas o participante agradeceu muito por todo apoio e tornou-se um amigo de redes sociais. Foi uma experiência riquíssima e criamos uma confiança junto aos participantes.

AGEBB: E como tem funcionado a Ouvidoria? Muitas críticas, sugestões…

Quando cheguei ao Economus, encontrei um ambiente muito melhor do que eu imaginava. Encontrei uma equipe muito competente, empenhada e comprometida em resolver os problemas. As questões de saúde e previdência são muito complexas e sensíveis e, acima de tudo, fortemente reguladas e supervisionadas pelos órgãos competentes. E temos uma governança que respeita o associado e o patrocinador.

Mas há duas questões que me conquistaram nesse trabalho do “Fale com o Presidente” e da Ouvidoria. Primeiro, o respeito enorme dos participantes – são pessoas extremamente educadas, polidas, corteses e cientes do seu papel. E isso me toca muito, coisa rara em nossa sociedade. Isso me encorajou com o trabalho. As pessoas não querem necessariamente que demos o sim para os seus problemas, mas querem ser ouvidas. Muitas vezes conseguimos atender aos pedidos, mas outras vezes não.

Mais recentemente, fizemos a reestruturação da Ouvidoria, criando um cargo de gestão (Carolina Câmara – contratada em março), pois precisamos que a ouvidora tenha duas frentes muito importantes. Ela precisa ter um nível de competência para decidir algumas coisas em prol do participante e por outro lado, precisa ter a legitimidade para tratar temas sensíveis com as demais áreas. Ela não poderia ser desprezada, escanteada. Deve emitir recomendações de melhorias no processo. À medida que ela vai resolvendo problemas, o Economus também tem a possibilidade de melhorias.

A nova ouvidora me ajuda no tratamento dos casos que estão chegando, inclusive no diálogo. Todo dia faço alguma coisa. As questões corriqueiras ela já trata diretamente, mas aquelas mais sensíveis vou tratando. Até então, eu respondia a todas as perguntas. Isso é um princípio básico, do respeito mútuo. E ao fazer isso, estamos disseminando a cultura aqui dentro, para deixar um legado.

AGEBB: Quando você vem e estabelece uma nova cultura de trabalho, como foi o choque para as pessoas que já estavam no Economus?

No íntimo, as pessoas queriam fazer alguma coisa. Faltava alguém para direcionar, ter o papel de liderança mesmo, respaldá-las. No início, algumas pessoas temiam não termos capacidade de atender as demandas, mas elas queriam fazer, só não sabiam como fazer operacionalmente. Mas eu sempre dizia, confie, vamos, acredite.

Mudamos a comunicação, os posts nas mídias sociais, mudamos o site, tudo para fazer um Economus melhor. Eu encontrei boa parte de um trabalho já iniciado pelo presidente anterior e o interino Maurício Aparecido Lopes, hoje nosso diretor de Saúde. Já existia um trabalho em andamento para resolver questões importantíssimas, como no âmbito da sustentabilidade dos planos de saúde, especialmente aqueles do Fundo Feas, bem como o BPO. Desse último, estamos colhendo os frutos agora.

AGEBB: A terceirização dos serviços então gerou resultados?

Como mencionei, já encontrei um ambiente onde as coisas estavam sendo direcionadas. Mas quando se efetiva um novo administrador, vindo com respaldo da Governança, você vive uma fase, digamos, de lua de mel. Peguei essas coisas já em andamento, mas ainda não concluídas, e conseguimos levar a contento. As vezes os astros conspiram a favor. Casou que houve decisões a nosso favor, como no acordo judicial da Anapar, e o BPO começou a andar melhor.

Os trabalhos de BPO têm nos ajudado com os desperdícios na saúde, nossas despesas estão controladas. Continuamos atendendo os participantes naquilo que é adequado e legítimo, sem desperdícios. Temos auditoria nos hospitais e estamos fazendo isso com muito mais efetividade. Fazemos regulação médica, buscando avaliar realmente se o pedido tem consistência, até para o próprio bem do participante. Eu digo sempre que cuidamos da saúde física, mental e financeira dele. Tudo isso junto foi melhorando o cenário.

Algumas outras questões também foram implementadas. Temos novas soluções no aplicativo, que estava muito desatualizado e em outubro do ano passado lançamos os apps da Saúde e da Previdência – dois temas diversos e complexos que, pelo app anterior, estavam juntos e são muito distintos. As pessoas acham que tudo está em um baú só do Economus.

AGEBB: Hoje, no geral, como anda o atendimento aos participantes nas áreas de Previdência e Saúde do Economus? Eles podem esperar boas novidades muito em breve?

Todos nós estamos trabalhando para transformar o Economus. Qual o nosso principal desafio? Uma mensagem que eu deixaria é que todos nós temos ciência e conhecimento de quão é difícil para os participantes arcarem com os custos de saúde e previdência juntos. Temos um contingente de participantes isentos, por conta das judicializações dos planos vinculados ao Feas, mas há uma parte no Novo Feas e Economus Futuro, que são aposentados e pagantes de planos de saúde. E contribuem com a alíquota ordinária da previdência e ainda com a alíquota extraordinária que, em razão do plano regulamento geral, do Plano C, há equacionamento de custo. Se somarmos esses três custos, percebemos que a vida não é fácil para esse conjunto de participantes.

Portanto, há um compromisso muito grande na relação com os conselhos e participantes de buscarmos formas, de primeiro, não piorar esse cenário. Porque não adianta a gente querer ficar fazendo muito e não tomar conta daquilo que pode piorar.  

E observo que, nesse sentido, estamos fazendo um bom trabalho. Os nossos resultados de previdência, no último ano, melhoraram, não há a menor possibilidade de falarmos em novos equacionamentos no curto ou médio prazo. No âmbito da saúde, por exemplo, quando falo do Economus Futuro, estamos desde março de 2024 sem aplicar o reajuste nas alíquotas. Até então ele vinha sendo reajustado paulatinamente. E agora, para o próximo trimestre, aprovamos uma redução de 4% no valor da contribuição mensal.

Trabalhamos sempre com a boa técnica. Os estudos de precificação sempre são acompanhados por parecer atuarial e discutido no âmbito do conselho. Temos boas perspectivas de melhorar o custo para os participantes para os nossos planos. Não pelas minhas mãos, mas pelo conjunto da obra. São assuntos densos, caros, sensíveis, mas todos vão vendo um trabalho fundamentado, seguro e estruturado sendo feito. Não estamos fazendo aventuras, não tomamos nenhuma decisão demagógica para A ou B. Eu digo que sou pago aqui para fazer o que é certo, ainda que possa ser algo que traga insatisfação.

AGEBB: Como tem sido a sua relação com a diretoria e os conselhos quanto as pautas e propostas para melhorias e sustentabilidade do Economus?

Tem funcionado da melhor maneira possível, dentro das boas práticas de governança, com transparência diante das normas e regulamentos, e com discussões sempre produtivas. Eu acho que a palavra diálogo vale para qualquer relacionamento, seja com participantes, funcionários, conselheiros e o patrocinador. Quando falei que não teríamos pauta proibida é porque estamos abertos ao diálogo. Estamos aqui para ouvir, falar e debater, ainda que sejam temas sensíveis e complexos.

Não me furto em levar para as discussões, sempre com o chapéu do Economus, buscando o melhor para a entidade e que reflita no melhor para o participante. Eu acho que nossos objetivos são comuns, o meu, da diretoria, do conselho, que é o melhorar o instituto. E melhorar não no sentido de que estava ruim, mas aprimorar e entregarmos um Economus cada vez melhor para os participantes. Significa ter os melhores serviços para a saúde, a custo compatível e possível de ser arcado pelos participantes, com a segurança e a rigidez financeira dos planos de previdência.

AGEBB: As recentes reuniões presenciais com os participantes em São Paulo, Campinas, Brasília, Bauru e Ribeirão Preto tiveram grande relevância para o instituto? Qual a importância e quais objetivos com essas ações?

Os encontros foram muito bons, sai energizado. Assim como no “Fale com o Presidente”, os participantes foram respeitosos e muito simpáticos. Colocaram seus pontos de vista de maneira muito adequada, mais uma prova de que estamos levando o Economus para próximo do participante.

Ouvimos críticas e elogios, claro, e não desconsideramos nada. Levamos também a equipe “Mais Economus, Menos Dúvidas”, formada por nossos especialistas, que criou um ambiente de acolhimento e atendimento aos participantes. Às vezes o participante está no interior e não entende a fundo o que é o Economus. Eu acho que foi muito produtivo e eficiente o que fizemos.

AGEBB: Quais são as principais diretrizes do seu plano de trabalho, especialmente no que diz respeito à recuperação dos planos de previdência e saúde?

Até o final de junho ou começo de julho devemos ter novidades nos nossos planos de saúde, principalmente para os aposentados. Não é nada tão significativo, mas estamos caminhando muito fortemente em dois sentidos, com apoio de toda a Diretoria: melhorar a qualidade do serviço, especialmente em relação a rede credenciada do Economus Futuro, e buscar sempre repassar para os participantes a eficiência e os resultados alcançados.

Como fazer? Primeiro, não aumentar o custo e com uma boa possibilidade de ganhar uma margem. Mas o mais importante é não fazer movimentos inconsistentes que não dão estabilidade. Nesses movimentos em que não aplicamos os reajustes nas três avaliações trimestrais do Economus Futuro, por exemplo, tivemos até a possibilidade, em certo momento, de fazer uma pequena redução, mas optamos por manter o valor para trazer certa previsibilidade, pois lá na frente poderíamos ter que aumentar.

Como você passa para o participante que reduzimos R$ 50 em um mês e aplicamos um reajuste de R$ 80 depois? Os estudos técnicos sempre buscam trazer uma tendência, mas o mais importante é termos estabilidade para um voo de cruzeiro, sem solavancos.

AGEBB: Como o senhor avalia a atual relação entre o Economus e o patrocinador? Há abertura para discutir maior responsabilidade financeira do BB no custeio dos planos?

Nossa relação com o patrocinador é a mais transparente, aberta e clara possível. Todas as discussões que eu preciso ter, como essa recente da Adesão à Cassi, são feitas sem rodeios. No ano passado, o banco aportou recursos no Fundo Feas, condicionado ao acordo na Anapar. Tem uma parte desses recursos que veio por medida judicial, mas o banco já começou a aportar recursos, muito em face desse relacionamento mais próximo com o instituto. Ninguém está fazendo favor, mas buscando um consenso para todo mundo.

Temos agora, muitos participantes que ainda estão na ativa e o banco firmou um compromisso, na negociação coletiva, de buscar solução para resolver as questões de saúde e previdência de funcionários que vieram do BNC para buscar uma equiparação. Existem diferenças entre as condições que o banco oferece aos seus funcionários concursados e aos incorporados, mas é uma reinvindicação muito justa.

E percebo uma vontade muita clara do patrocinador de buscar uma solução. O banco firmou um compromisso de até julho deste ano fazer um trabalho nesse sentido. Nós instituímos um grupo de trabalho em setembro de 2024 para avaliar as questões jurídicas, técnicas, providências que devemos tomar.

Estou há 38 anos no BB, sendo 31 lá dentro. Conheço bem o funcionamento, sei que às vezes demora-se para tomar uma decisão. Mas quando toma, sai da frente. Vai fundo. É preciso estarmos preparados, por isso proativamente criamos o grupo, com a anuência do Conselho Deliberativo.

O banco também criou um grupo de trabalho após isso e inclusive escolheu um diretor nosso do Economus (César Augusto Jacintho Teixeira) para conduzí-lo. Esse trabalho do grupo no Banco também contemplam as questões similares encontradas com funcionários e aposentados do Banco do Estado do Piauí (BEP) e do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC).

Existem algumas restrições, dificuldades. Algumas medidas vão exigir investimentos e recursos do banco. Dentro de um processo criativo, vejo que podemos ir avançando. Uma coisa é certa: há predisposição do banco. É um passo importante que a instituição deu, se comprometeu com o movimento, tanto que estabeleceu esse grupo de trabalho, que é oficial, com  um gerente executivo conduzindo. Na atual gestão do patrocinador tem esse direcionamento e cabe a nós acompanharmos para ver o que pode vir. Depois disso precisaremos discutir.

AGEBB: E como o Economus avalia essa liminar do Tribunal Superior do Trabalho que possibilita adesão dos participantes à Cassi?

Temos essa questão judicial, que não somos parte diretamente. É uma liminar de ação coletiva concedida pelo Ministério Público do Trabalho que obrigou o BB e a Cassi a abrirem o plano de adesão para participantes do Economus, com custeio do banco, desde que apresentasse determinadas condições. Mas basicamente são pessoas que trabalham no BB após a incorporação e que se desligaram para efeitos de aposentadoria. Essa adesão, por exemplo, não será possível para alguém que tenha sido demitido ou que tenha rescindido seu contrato para trabalhar em outro lugar. Estamos acompanhando essa movimentação e ajudando nossos participantes.

Como se trata de uma decisão liminar, eles precisam de um apoio para saber o que fazer. Preparamos um FAQ com as principais dúvidas, disponibilizado em nosso site, e também fomos lá no banco, sugerimos ao patrocinador o que pode melhorar.

Esse movimento, claro, pode trazer repercussões para o nosso pessoal do Economus Futuro e do Feas. Estamos trabalhando para minorar qualquer impacto negativo que possamos ter. Afinal, se diminuir a massa de pessoas no Economus, podemos ter um risco. Estamos preocupados, mas ao mesmo tempo tranquilos para tratar isso em bom termo.

Nessa pauta há uma discussão que precisamos ter com nosso Conselho Deliberativo. Esse participante que migrar para a Cassi, uma vez desligado do Ecnomus, por estatuto, ele não pode voltar, não há reingresso. Como é uma decisão liminar, por mais que possa se concretizar em transitado e julgado, é uma decisão de TST. Então, normalmente imagina-se que é de difícil reversão.

Mas, suponhamos que a liminar caia (não é provável, mas existe a possibilidade), precisamos dar um esteio aos nossos participantes. Para isso, seria preciso ajustar o regulamento para que, especificamente essas pessoas que deixem o Economus para ingressar na Cassi, caso a decisão seja revertida, que elas possam voltar, reingressar nos planos do Economus.

Ainda não é um movimento impactante, mas já temos pedidos de desligamento dos planos. Eu quero crer que vamos encontrar uma decisão, oferecendo a certeza ao participante de que ele pode voltar para o Economus caso a liminar seja rejeitada.

AGEBB: Haverá abertura para um canal permanente de diálogo com representantes dos assistidos e entidades como a AGEBB para construção conjunta de soluções?

Eu acho que todas as forças que se juntam com o objetivo comum, de ajudar o participante ou seu associado, é ótimo. Vejo sempre com bons olhos essas parcerias, por isso tenho dado atenção especial às entidades associativas e coletivas. Acho importante e incentivo muito essa cooperação, é uma forma de conduzir bem essas discussões mais densas e complexas.

A AGEBB, como entidade que reúne a classe gerencial do banco, faz um trabalho lindíssimo. Lembro que convidei as diretorias da AGEBB, AIPE (Associação Independente dos Pensionistas do Economus) e Afaceesp (Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do Banco Nossa Caixa) para um bate-papo logo no primeiro mês de gestão. Estivemos nessa sala, escutei críticas, rancores, mágoas e tudo isso faz parte da construção do processo democrático. Você precisa entender o prisma dessas entidades e o mérito dessas questões todas é legítimo.

Às vezes pode se questionar a forma como um tema é discutido, mas sempre deve prevalecer o respeito. Percebi que existia a desconfiança sobre a figura do presidente do Economus. Eu não trago expectativa para ser bonzinho com nada, mas para ser certo com o instituto. Acho que essa minha disposição em dialogar, falar, buscar, deu muito certo.

Essas três entidades, vejo que tem um ambiente muito mais produtivo, sem fazer jogo. Em resumo, tudo é muito proveitoso. Conto muito com a AGEBB para levar aos participantes as informações, as diretrizes.  Não para falar bem ou mal, mas para falar a verdade. O que está sendo feito é para ser feito e o que não foi feito é o que realmente não dava para ser feito. Mas estamos nos esforçando. A Afaceesp, por exemplo, tem uma série de ações judiciais, principalmente na Saúde, contra o banco e por vezes o Economus, mas gente, isso é legítimo, isso é direito! Não podemos distinguir isso nem perder o diálogo com essas entidades, pois elas estão defendendo seus associados.

AGEBB: Neste momento qual a sua mensagem aos participantes do Economus?

O nosso participante precisa enxergar o Economus como uma casa, uma família dele. Tudo o que a gente faz aqui é pensando nisso. É o mesmo que faz a AGEBB em seus eventos com os gerentes do BB. Fazemos parte da mesma família. É uma forma também de nos aproximar do participante e fazê-lo sentir o Economus diferente. Eu tenho a impressão de que somos exitosos nessa missão. Vejo que temos um ambiente bem diferente com os participantes. E fazemos não por reconhecimento, mas para melhorar a relação com o associado.

Completei 38 anos de BB no dia 18 de maio. Me sinto privilegiado em receber a missão de estar à frente do Economus. Os valores que construí ao longo da minha vida vão muito além da questão de salários. Sou movido por propósitos. Aqui encontrei um propósito muito nobre, e quero fazer as coisas caminharem mais harmônicas, transparentes. Tenho a esperança de deixar um bom legado e conto com funcionários e participantes para que tudo isso aconteça. Hoje, estou 100% voltado para o Economus.