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Prêmio Broadcast Empresas: BB Seguros fica em primeiro lugar

Publicado em: 30/06/2023

Uma leitura correta e antecipada dos desafios combinada à capacidade de manter investimentos mesmo na crise ajudam a explicar como o conjunto de empresas vencedoras do Prêmio Broadcast Empresas 2023 alcançou uma posição de destaque em relação ao restante do mercado.

O levantamento da Agência Estado, em parceria com a Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), completa nesta edição 23 anos e destaca as dez empresas de capital aberto com o melhor resultado para seus acionistas no ano anterior.

Em 2022, o ambiente econômico foi marcado por turbulências, desde as consequências da guerra na Ucrânia até a ação dos bancos centrais para tentar reverter o avanço da inflação. Isso sem que a maioria das companhias tivesse se recuperado da crise gerada pela pandemia.

O cenário de juros elevados e a renda apertada deu o tom do ranking do ano passado, com destaque para empresas ligadas à prestação de serviços e atuação voltada ao mercado interno. Mas as ganhadoras carregam também méritos de suas próprias decisões de gestão, como a diversificação de negócios, pulso firme para acelerar os planos de investimento, na contramão de concorrentes, e apostas na digitalização.

De uma análise com 240 empresas aptas a participar do ranking, a primeira colocação ficou com a BB Seguros. Em seguida, vieram Assaí (2º), WEG (3º), Engie Brasil (4º), Raia Drogasil (5º), Ambev (6º), Hypera Pharma (7º), B3 (8º), Kepler Weber (9º) e Santos Brasil (10º).

“Essas empresas conseguiram superar os desafios do baixo crescimento e dos juros altos e se destacar em várias métricas financeiras. Souberam ler melhor a economia do que as demais”, afirma o professor de economia da FGV, Joelson Sampaio. “No geral, são companhias mais consolidadas do que o restante.”

“O ano de 2022 foi um dos mais difíceis desta longa trajetória do Prêmio Broadcast Empresas, tanto do ponto de vista macroeconômico como para o mercado de capitais. E as empresas vencedoras tiveram o feito de conseguir dar retornos significativos”, afirma Teresa Navarro, editora-chefe da Agência Estado/Broadcast.

No topo do ranking, a BB Seguros puxa a fila de serviços da lista. Para a empresa, os investimentos de cerca de R$ 600 milhões em tecnologia ajudaram na aproximação com os clientes e são um dos fatores principais que explicam o avanço de 53,7% no resultado do ano passado. A cifra representa aproximadamente 10% do lucro de 2022, de R$ 6 bilhões.

Segundo o CEO da holding de seguridade do Banco do Brasil, Ulisses Assis, a capacidade de análise dos riscos foi fundamental para enfrentar desafios como a quebra das safras de culturas como a soja, que fez a sinistralidade das empresas disparar. Líder de mercado, a Brasilseg, empresa da BB Seguros, conseguiu diluir o impacto ao longo do ano.

Segunda colocada, a rede de atacarejos Assaí avalia que o bom ano de 2022 se deve aos investimentos em crescimento da companhia e vislumbra um 2023 que exige sangue-frio e foco no longo prazo. “Ao longo dos anos, crescemos com expansão autossustentada. O retorno foi alto, pois conseguimos gerar caixa suficiente para financiar nossa expansão”, afirma Belmiro Gomes, CEO do Assaí.

Posturas adotadas por grupos como Engie Brasil e RaiaDrogasil reiteram a percepção de como os investimentos geram resultados. A primeira, como fruto da diversificação realizada nos anos anteriores, por meio da compra da transportadora de gás TAG. A segunda, com a força para abrir novas farmácias (260 só em 2022) num momento em que concorrentes desaceleraram em resposta aos juros elevados.

“(A concorrência) pegou empréstimo quando a Selic estava a 2% (ao ano), e agora está a 13%, então estão endividados. Nós não temos essa questão (de dívida)”, pontua o CEO da RaiaDrogasil, Marcilio Pousada.

Apesar da perspectiva de queda, os juros elevados ainda rondam as companhias. Um novo componente engordou o caldo de preocupações dos negócios neste ano: a reforma tributária. A preocupação maior é saber como as mudanças promovidas pelo governo e apreciadas no Congresso, após décadas de debate, se refletirão em seus negócios.

O tema foi discutido em debate na cerimônia de entrega do prêmio, na manhã desta quinta-feira, 29. Para o economista Manoel Pires, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV), a maioria dos efeitos positivos da reforma tributária sobre a economia brasileira deve se materializar no curto prazo. Ele afirmou que o prazo para o novo sistema entrar em vigor é factível, ainda que o relacionamento entre o governo e o Congresso possa afetar o cronograma.

Segundo o economista, a reforma deve combater uma das principais distorções atuais do sistema tributário: o alto grau de litigiosidade. “O mundo faz guerra fiscal, mas no Brasil ela é ilimitada. O problema do sistema tributário brasileiro é que os Estados fazem guerra fiscal com recursos dos outros.”

Metodologia

A 23ª edição do ranking reflete um conjunto de sete indicadores muito utilizados por investidores e profissionais do mercado financeiro.

São eles: a variação da rentabilidade patrimonial; pagamento de dividendos em relação ao patrimônio; índice preço/lucro (PL); preço/valor patrimonial da ação (P/VPA); oscilação da ação; volatilidade da ação; e liquidez.

Cada empresa é representada pela sua ação mais líquida (ON ou PN).

Fonte: Estadão

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