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Presidente do BB diz que assume ‘livre de interferência política’ e que venderá ‘alguns ativos’

Publicado em: 10/01/2019

O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta segunda-feira (7) que assume o comando do maior banco público do país livre de “interferências políticas”. Ao discursar na cerimônia de transmissão de cargo na qual recebeu a presidência do BB, Novaes anunciou que pretende vender “alguns ativos” da instituição, mas não venderá o que classificou de “joias da coroa”.

Ao discursar na solenidade, ele afirmou que empresas de capital aberto e controle da União – como o Banco do Brasil – nem sempre mantiveram uma boa relação entre os acionistas privados e o controlador.

(Brasília - DF, 07/01/2019) Palavras do Presidente do Banco do Brasil, o Senhor Rubem Novaes. Foto: Marcos Corrêa/PR

“Esse é o drama de todas as empresas estatais de capital aberto, uma anomalia. Subordina administradores a dois patrões que raramente comungam de objetivos comuns. Estou livre deste drama, pois o mandato que recebo é plenamente compatível com o interesse de [acionistas] minoritários”, declarou Novaes.

O novo dirigente do Banco do Brasil afirmou ainda que a nova administração da instituição pública não pretender “vender as joias da coroa, deixando-o fragilizado”, mas admitiu que pretende vender “alguns ativos”.

“O mandato é de rígida austeridade de maximização de valor respeitada a transparência. Entendemos que alguns ativos dos banco não guardam sinergia com os objetivos principais e, nesses casos, consideraremos os desinvestimentos”, enfatizou.

O novo presidente do Banco do Brasil não citou quais ativos da instituição financeira podem ser vendidos ao setor privado. Após a cerimônia, em entrevista coletiva, porém, ele disse que a administração de fundos, os meios de pagamento, a parte de seguridade e de crédito para pessoa física e pequenas e medias empresas, são as áreas mais rentáveis, consideradas como as “joias da coroa”.

Ao discursar na cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, quando as instituições publicas são “capturadas por desígnios políticos, elas perdem o rumo”. Comandante da economia na gestão Jair Bolsonaro, Guedes ressaltou que isso não acontecerá com o Banco do Brasil no novo governo.

Aos jornalistas, o novo presidente do BB também afirmou que não há intenção de reduzir o crédito rural, mas acrescentou que há uma posição do governo eleito de dar menos subsídios, por meio de juros baixos ao setor agrícola, e mais apoio por meio do seguro agrícola.

“Uma tendência nova, que talvez veio de cima para baixo aqui no banco, com orientação de governo, mas ainda não participei de nenhuma reunião nesse sentido. Agora que há essa intenção dentro do governo, posso afirmar que há. Trabalhar mais com seguro e menos com subsídio. Diretriz de governo, e aí você tem de cumprir”, concluiu.

Por outro lado, segundo ele, a estratégia para as atividades lucrativas do banco será a abertura para o mercado de capitais e a busca de parceiros complementares. “Sempre buscando destampar e evidenciar valores antes despercebidos ou desconsiderados nos registros contábeis, como tem falado o ministro da Economia, Paulo Guedes”, citou.

Sem perseguição política

Enquanto o ministro da Casa Civil fala em “despetizar” o governo, Novaes afirmou que não haverá perseguição política no Banco do Brasil. “Sou um liberal e, como tal, pouco me importa se algum cidadão discorda de minhas ideias, seja por preferências políticas ou por quaisquer outros motivos. Estará em seu pleno direito e nunca será prejudicado por discordâncias desta natureza”, garantiu.

Segundo ele, o fato de ter trabalhado sob administrações petistas, ou tucanas, ou emedebistas, não desmerece ninguém, desde que o cidadão tenha agido corretamente dentro de suas funções. “Situação bem diferente ocorre quando, por razões políticas, ou pessoais, o funcionário ou dirigente age contrariamente aos interesses do Banco e de seus acionistas, traindo a confiança de seus pares para atingir propósitos escusos. Para estes, os rigores da lei”, completou.

Novaes lembrou que o BB já foi “muitos bancos”, sendo refundado de tempos em tempos com as mais diversas características. “Já foi monopolista em depósitos, no crédito e na emissão de moeda e já foi tratado como qualquer banco privado, em regime de livre concorrência. Uma constante é que sempre alternou, ao longo de sua existência, períodos de forte e fraca, boa e má, interferência estatal na sua gestão”, avaliou.

Boa impressão da equipe

O presidente do BB disse ainda que durante o período de transição fez um seminário intensivo com funcionários e dirigentes do banco, e ficou melhor impressão possível. “Assumo, assim, confiante de que comigo tenho uma equipe altamente qualificada para competir num mundo bancário em constantes transformações. Vislumbrar o que será a atividade bancária no futuro e caminhar na direção certa, sempre objetivando a satisfação do cliente, é o desafio que nos anima. A concorrência que se cuide!”, avisou.

Fonte: Portal G1 com Estadão

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