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Redução do VR e mudança em códigos de comissões surpreendem direção da AGEBB

Publicado em: 06/02/2020

O Banco do Brasil definitivamente agitou o mercado financeiro nesta semana. A instituição anunciou a criação de um programa de metas e remuneração variável para ajudar a reter talentos e diminuir saídas. Os recursos para bancar os pagamentos variáveis virão de um corte dos salários de cargos de confiança e funções gratificadas (ou seja, que têm adicional pela complexidade do cargo). A notícia, segundo a direção da AGEBB, é muito ruim para os gerentes e gestores em demais cargos comissionados.

Performa – Desempenho e Reconhecimento é o nome dado ao programa pela diretoria do BB, inspirado no segmento bancário privado. Ele amplia para todos os funcionários o Programa de Desempenho Gratificado (PDG), hoje restrito à área de atendimento ao cliente, no qual a remuneração variável chega a três salários ao ano. “Unilateralmente o BB, sob o falso objetivo de incentivar a participação de todos no PDG aumentando a base de quem receberá esse prêmio, reduz o valor do Valor de Referência (VR), muda os códigos das comissões e acaba com os níveis de gerente de comissão básica e avançada”, diz um gerente da ativa no interior de São Paulo, associado à AGEBB, que prefere não ser identificado.

A direção do banco, segundo a AGEBB, não discutiu o pacote de alterações com a entidade, que representa a classe gerencial do BB em todo o país, ou com as bases sindicais da categoria. Como dizem nos bastidores, simplesmente implementaram as medidas “goela abaixo”. “Não bastasse o dia a dia de assédio moral por metas que os gerentes, principalmente dos escritórios exclusivos são submetidos, os colegas que batalharam, estudaram, se qualificaram fazendo certificações legais e certificações que o BB oferece, tem da noite para o dia sua comissão reduzida”, afirma o gerente paulista.

Em nota distribuída à imprensa, o BB disse que nenhum funcionário atual terá remuneração reduzida, mas que a maioria das funções de confiança e gratificadas recebiam salários fixos “superiores aos praticados pelo mercado” serão revisados. Isso significa que às próximas promoções serão aplicados novos valores. O banco afirma, no mesmo comunicado, de que três cargos de confiança, porém, terão aumento: gerentes de relacionamento PAA, Private Sofisticado e Corporate Upper Middle. “A direção do banco disse que ninguém terá neste momento redução da verba salarial, mas já prometeu para o próximo holerite que a nova verba estará lá e que a diferença aparecerá sobre a sigla de VTVR, ou seja, Verba Temporária Variável de Função. Basta pesquisar no dicionário: transitória ou temporária pode ser definida como aquilo que não se perpetua, que pode ser extinto/acabar a qualquer momento”, esbraveja o gerente associado à AGEBB.

Grandes perdas para os gerentes

A direção da AGEBB faz uma conta simples e rápida para ilustrar melhor a situação que poderá ser vivida pelos gerentes descomissionados a partir de fevereiro. “Até 31 de janeiro de 2020 um gerente com remuneração e formação avançada, código comissão 4687, tinha um VR de R$ 9.356,51 e o gerente sem a avançada, código 4688, um VR de R$ 8.038,67. A partir de 1º do próximo mês, com criação do Performa, ambos podem ter o código da função mudado para 17316 e receberão ou terão os cálculos de seus salários pelo VR de R$ 7.456,22. Uma perda de quase R$ 2 mil, sendo que a diferença será lançada como VTVR”, compara Francisco Vianna de Oliveira Junior, presidente da AGEBB.

Com as mudanças no VR, um assistente de negócios, que é nomeado como gerente, tem aproximadamente R$ 100 de aumento em seu salário. “Então o Performa é para incentivar aos funcionários para que se qualifiquem e busquem otimizar seus resultados para serem premiados? Quem vai querer ascender ao cargo gerência e sofrer a cobrança e ter a responsabilidade que o cargo exige…Ledo engano. Parece que há por si só uma contradição espantosa, ou uma miopia de gerenciamento de pessoas e negócios”, esbraveja o gerente do interior paulista.

Para ele, o BB optou por um caminho “perverso” ao nivelar os funcionários por baixo, reduzindo salários e direitos dos futuros comissionados e impondo uma remuneração variável sem negociação. “Como ficará um gerente que recebe o VTVR hoje em uma agência ou escritório exclusivo e é transferido. Tomando posse em novo prefixo que nos garante que continuará a receber o VTVR. Isso não ficou claro ainda. Muitos funcionários perguntaram na Intranet, mas as respostas deixaram lacunas e não foram claras”, afirma o gestor.

Pressão e mais pressão aos funcionários

Não bastasse tudo isso, lembra a AGEBB, seguem-se mais mudanças nas avaliações da GDP, com “calibragem automática do placar”, acordo de desempenho para os funcionários que possuem feedback de aprimoramento e avaliações agora a cada três meses para “corrigir rumos” até completar seis meses. “Esse programa acaba por inflar a já existente competição entre escritórios e agências e entre departamentos. Cada um vai querer apresentar resultado melhor que seu colega para buscar o PDG e tentar minimizar a perda ocasionada pela alteração no VR que com certeza o PDG não cobrirá”, elenca o gerente.

Segundo Oliveira Junior, o programa de restruturação do BB não estimula o encarreiramento de seus funcionários e traz prejuízos imediatos para os gerentes de relacionamento. “Creio que agora seria a hora de abrir um novo PDV ou Programa Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), dando oportunidade para aqueles aposentados, ou que estão em condições para tal, e receber pelo VR avançado, poderem deixar a instituição recebendo um incentivo pelos anos dedicados”, argumenta.

Fonte: AGEBB

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