Investidores “compram” privatização do BB e ações sobem mais de 10%

Publicado em: 28/05/2020

No primeiro pregão da Bolsa de Valores de São Paulo depois da exibição do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, na qual discutiu-se a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, os investidores “compraram” com tudo a possibilidade de privatização do Banco do Brasil (BB). As ações da instituição registram alta de mais de 10%.

Os investidores se empolgaram com as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o BB está pronto para ser vendido. “Tem que vender a porra do Banco do Brasil logo”, disse ele. Bolsonaro ressaltou, porém, que a privatização do BB só ocorrerá em 2023, caso ele seja reeleito.

Não é de hoje que se sabe que o Banco do Brasil vem sendo preparado para a privatização. Essa, por sinal, foi a principal missão dada por Paulo Guedes a Rubem Novaes, quando convidou o executivo para comandar o banco controlado pelo Tesouro Nacional.

Novaes deu passos importantes para enxugar o BB e entregá-lo, de preferência, ao capital estrangeiro com o argumento de que o governo quer aumentar a concorrência bancária no país. O BB, por sinal, já vendeu a participação que tinha na resseguradora IRB Brasil e na Neoenergia. Anunciou acordo para privatizar o BB Banco de Investimentos e avisou que venderá a BB DTVM e o BB Américas.

O presidente do BB é um dos mais radicais defensores de Bolsonaro. Tanto que endossa todo o discurso reacionário do chefe do Executivo. Não é só: a fidelidade de Novaes a Bolsonaro é tão canina, que o filho 02 do presidente, o vereador Carlos, obrigou a instituição a voltar a anunciar em sites especializados em espalhar fake news. Ao ser denunciado, o BB suspendeu as propagandas.

Para especialistas, o Banco do Brasil sempre pagou um preço alto por sob controle do Tesouro e por ser usado politicamente em troca de apoio ao governo no Congresso. Com a perspectiva de privatização, no entanto, uma outra perspectiva se abre. Às 16h51, as ações ordinárias do BB estavam cotadas a R$ 31,43, com valorização de 10,24%. No ano, porém, caem 39,78%.

Banco amarrado

O Banco do Brasil é uma empresa de economia mista e faz parte da administração pública indireta. O banco tem capital aberto, mas a maior parcela das ações com direito a voto pertence ao governo. Nas palavras de Paulo Guedes, “não é tatu nem cobra, porque ele não é privado, nem público”.

O ministro reclamou que não consegue fazer as coisas que o governo quer. Guedes diz que o presidente do BB, Rubem Novaes, é “superliberal”, mas se pedir para ele baixar os juros, ele vai dizer que não pode, porque os acionistas minoritários serão contrários. Se pedir para subir os juros, ele vai dizer que não pode porque o governo é contra. “O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, afirmou o ministro.

Guedes insistiu três vezes com o presidente do Banco do Brasil: “Confessa o seu sonho [de privatizar]”. Bolsonaro tentou impedi-lo duas vezes: “Faz assim: só em [dois mil e] vinte e três você confessa, agora não”. Até que Rubem Novaes cede: “Em relação (risos) à privatização, eu acho que fica claro que com o BNDES, cuidando do desenvolvimento, e com a Caixa cuidando da área social, o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização, né?”

Rubem Novaes concluiu o diálogo sobre o banco, propondo a criação de um seminário. Afirma que o BB tem privilégios históricos — como administrar folhas de pagamento do funcionalismo e depósitos judiciais. Diz ainda que a instituição paga “muito caro por antigos privilégios” e que “fica só o lado ruim de ser estatal, pesando no Banco do Brasil”.

“A gente não tem a mesma facilidade de contratação, a gente não tem a mesma facilidade de demissão de maus funcionários. Quer dizer, tudo tem que submeter ao governo, tem o Tribunal de Contas travando tudo, não é? Tribunal de Contas é, hoje em dia, é uma usina de terror”, afirmou o presidente do BB.

Fonte: Correio Braziliense com Uol

Secretário Mattar descarta privatizar Petrobras, Caixa e Banco do Brasil

Publicado em: 19/02/2020


O secretário de Desestatizações e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta terça-feira (18), em evento do BTG Pactual, que a Eletrobras será capitalizada em 2020, e descartou as privatizações de Petrobras, Caixa Econômica e Banco do Brasil.

Mattar afirma que o modelo de negócios da privatização da Eletrobras será concluído nos próximos dias, permitindo que a capitalização da companhia de energia elétrica estatal avance este ano.

Segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão convencidos da necessidade disso.

“As conversas estão indo muito bem”, afirmou o secretário. “Temos grandes aliados na Câmara e no Senado”, disse também.

Mattar afirmou que em poucos dias o governo pretende concluir a modelagem da capitalização. “Estamos finalizando a modelagem para o mercado e para o governo, pois como é uma empresa que pertence ao pagador de impostos, temos de vender a perda de controle pelo melhor valor possível”, disse.

Em um evento em São Paulo, Mattar também descartou a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. “Com certeza, a Caixa, o BB e a Petrobras não estão nos planos de privatização neste governo. Não está dentro do nosso mandato.”

Fonte: Portal R7

Sem privatização, Banco do Brasil parte para plano B

Publicado em: 29/01/2020


O Banco do Brasil planeja uma série de iniciativas para competir melhor com rivais privados, depois que o presidente Jair Bolsonaro descartou planos de privatizar a instituição, de acordo com quatro pessoas familiarizadas com o assunto.

O plano inclui alterar as regras de emprego para facilitar a contratação e demissão de funcionários do banco e remover algumas restrições salariais, manter dividendos em patamares elevados a partir da venda de ativos e fechar parcerias com fintechs e outras startups, disseram essas pessoas, que se recusaram a ser identificadas porque o plano ainda não é público.

As iniciativas foram aprovadas pelo conselho de administração do banco, disseram duas das fontes. O jornal Valor Econômico divulgou na quinta-feira o plano do banco de formar joint ventures com fintechs, mas os outros detalhes não foram divulgados anteriormente.

Alguns pontos do plano ainda dependem de aprovações do governo para avançar e podem ser de difícil aprovação política, além de enfrentar resistência dos quase 94 mil empregados do Banco do Brasil, como é o caso das mudanças salariais e nas regras de demissão.

As fontes disseram que as conversas com o Ministério da Economia sobre regras de emprego começaram no ano passado e que qualquer mudança provavelmente se aplicaria a outras empresas controladas pelo Estado. No entanto, o resultado dessas discussões permanece incerto.

O Banco do Brasil se recusou a comentar o assunto. O Ministério da Economia negou que mudanças na forma como as empresas estatais contratam e demitem estejam em discussões. Mas duas fontes do ministério disseram à reportagem que as conversas estão acontecendo na secretaria especial de Desestatização, comandada por Salim Mattar. Uma dessas fontes acrescentou que as discussões são preliminares.

O plano do Banco do Brasil para ganhar competitividade ilustra como a realidade da política brasileira torna mais lenta a agenda do presidente Bolsonaro. Ele assumiu como presidente em janeiro de 2019 com a promessa de reduzir o papel do governo na maior economia da América Latina, mas tem falhado em algumas promessas.

Logo após assumir o cargo, seu governo instalou uma nova administração no Banco do Brasil, o segundo maior banco do país em ativos, com um valor de mercado de 146 bilhões de reais, além de iniciar uma série de desinvestimentos.

Hélio Magalhães, que anteriormente chefiava o Citigroup e a American Express no Brasil, foi nomeado presidente do conselho. Rubem Novaes, economista formado na Universidade de Chicago e acadêmico a maior parte de sua vida, assumiu a presidência-executiva.

A administração do banco defendeu publica e privadamente, e também por meio do Ministério da Economia, que o governo precisava deixar sua posição de controlador no banco para permitir que ele competisse melhor com rivais como o Itaú Unibanco, Bradesco e Banco Santander Brasil. A avaliação da alta cúpula do Banco do Brasil é que a instituição poderia rapidamente ficar atrás de tais rivais se não fosse ágil em oferecer aos clientes novos produtos, trazer mais tecnologia e reter e contratar talentos.

Bolsonaro, no entanto, rejeitou a ideia, em parte por acreditar que enfrentaria oposição de membros do Congresso cujos integrantes representam áreas que dependem fortemente da instituição, disse uma das fontes. O Banco do Brasil é o maior banco do país em crédito rural e muitas vezes é dono da única agência de cidades pequenas.

Bolsonaro não se pronunciou imediatamente sobre o assunto. Em dezembro, o presidente disse a jornalistas que as discussões sobre a privatização do banco eram um assunto encerrado.

PLANO B

As novas propostas funcionam como uma espécie de plano B da instituição.

Um dos pilares principais do plano é mudar a maneira como o banco contrata e demite funcionários e também ganhar mais flexibilidade no quanto é capaz de pagar aos funcionários, disseram as quatro fontes. Dependendo da posição estratégica, o banco deseja pagar salários mais altos para atrair e reter talentos sem precisar pedir permissão ao Ministério da Economia, disseram as fontes.

As diferenças salariais podem ser substanciais na alta cúpula dos bancos, mostram dados salariais disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários. Por exemplo, um diretor estatutário do Santander Brasil recebe mais de quatro vezes o que o Banco do Brasil paga por uma função semelhante, em média.

Enquanto defendia a privatização, Novaes disse recentemente que o banco perdeu 50 executivos importantes para os concorrentes em 2019 em parte porque eles não podiam pagar essas pessoas tanto quanto o setor privado pagava.

Se o governo aprovar a mudança, também permitirá que o Banco do Brasil reduza o número de funcionários mais rapidamente por meio de iniciativas como programas de indenização voluntária.

As reformas da força de trabalho, no entanto, provavelmente enfrentarão resistência dos funcionários públicos, que dependendo do cargo, têm benefícios mais generosos do que na concorrência privada e estabilidade do emprego.

Em uma página privada do Facebook para funcionários chamada “BB Funcis Realistas”, vista pela Reuters, alguns funcionários se queixaram dos esforços de privatização de Novaes e pediram sua renúncia por se preocupar com suas implicações disso.

DIVIDENDOS E FINTECHS

O banco também planeja manter o percentual de pagamento de dividendos sobre o lucro no teto, em 40%, já que as vendas de ativos nos próximos meses provavelmente ajudarão a aumentar os lucros, disseram duas fontes.

Um terceiro elemento do plano é negociar joint ventures e adquirir participações minoritárias em startups, disseram as quatro fontes. O Banco do Brasil quer oferecer às startups acesso à sua ampla rede no Brasil – 37,3 milhões de clientes e mais de 4.000 agências – em troca de participações nessas empresas, disseram essas fontes. O banco não tem intenção de desembolsar recursos para se tornar sócio das startups.

O Banco do Brasil também continuará a fechar acordos com grandes instituições financeiras, como fez no ano passado quando anunciou uma joint venture com o UBS para a área de banco de investimento. Neste momento, o Banco do Brasil procura um parceiro para sua unidade de gestão de recursos.

Fonte: Época Negócios

“É evidente que a Caixa está sendo privatizada”

Publicado em: 24/01/2020


“É evidente que a Caixa está sendo privatizada”, afirma a representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa, Maria Rita Serrano, ao comentar o empenho do governo em se desfazer do controle das empresas públicas. Segundo ela, embora o governo negue que a Caixa Federal faça parte desse processo, são várias as iniciativas que apontam para a privatização: a Caixa se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para este ano a privatização de operações nas áreas de seguros, cartões e loterias.

A tentativa de afastar a Caixa da privatização por parte do governo tem a ver com a imagem do banco público. Pesquisas mostram que a população rejeita a privatização da Caixa. Rita Serrano diz que isso ocorre porque o banco está historicamente ligado à gestão de programas sociais. “A Caixa está presente na vida dos brasileiros há 159 anos, e a população sabe que a privatização significa menor investimento público e piores condições de vida”.

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Na entrevista para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a representante dos trabalhadores também destaca que “a realidade é que não existem requisitos de atendimento ao interesse público nessas propostas de venda de ativos. O objetivo do governo é de que os recursos arrecadados sejam repassados ao Tesouro para pagar parte dos juros da dívida pública”. Trata-se, por parte do governo, de uma política de curto prazo, imediatista, reflexo da ausência de um projeto de desenvolvimento para o Brasil.

A área de seguros, a Caixa Seguridade, representa o quarto maior grupo segurador do Brasil, reunindo as participações do banco em seguro, previdência privada, capitalização e consórcio, destaca Rita Serrano. “A pretensão da direção do banco é abrir o capital com a oferta de ações via IPO (Oferta Pública Inicial), o que não é aceitável, porque a Caixa Seguridade tem plenas condições de aproveitar o potencial de expansão do mercado de seguros no Brasil”.

Tudo isso coloca em risco a sustentabilidade da Caixa no longo prazo, adverte Rita Serrano, e os bons resultados que vêm sendo demonstrados pelo banco ocorrem por conta da venda de ativos e não de operações financeiras. Outro problema no processo, segundo ela, é que aumente a pressão por resultados sobre os funcionários, já que a venda de ativos amplia a participação de acionistas no banco.

Confira a entrevista:

O governo anunciou há pouco que pretende realizar a privatização de 300 empresas e promover a venda de ações e ativos, mas excluiu da lista a Caixa, Banco do Brasil e Petrobras. Qual sua avaliação sobre isso?

Minha avaliação é de que essa afirmação não corresponde à realidade. Porque recentemente a Caixa se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para este ano a privatização de operações fundamentais nas áreas de seguros, cartões e loterias. Então é evidente que Caixa está sendo privatizada.

Mas por que o governo insiste em negar que essa privatização ocorre?

Por um motivo simples: a opinião pública. As pesquisas indicam que a sociedade brasileira não quer a privatização, especialmente quando se trata da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, um banco público, tão importante e gestor de inúmeros programas sociais. A Caixa está presente na vida dos brasileiros há 159 anos, e a população sabe que a privatização significa menor investimento público e piores condições de vida. Além disso, há controvérsias jurídicas que envolvem a questão. O próprio secretário de Desestatização, Salim Mattar, já afirmou, em entrevista recente, que seria necessária uma Medida Provisória (MP) para criar uma empresa com os ativos da Caixa e assim poder vender.

No caso da Caixa, quais os impactos da privatização em áreas como Seguros, Cartões, Loterias?

No caso das loterias já tivemos o exemplo da Lotex. Sabemos que parte do dinheiro arrecadado nas Loterias é reinvestido no País através de fundos sociais, e que uma vez ocorrida a privatização, esse repasse é reduzido ou mesmo extinto. Já em relação à Caixa Seguridade, cuja abertura de IPO (Oferta Pública Inicial) pode ocorrer ainda neste semestre, quero deixar claro que sempre fui contra essa e outras iniciativas de mesmo teor. A realidade é que não existem requisitos de atendimento ao interesse público nessas propostas de venda de ativos. O objetivo do governo é de que os recursos arrecadados sejam repassados ao Tesouro para pagar parte dos juros da dívida pública, via devolução dos IHCDs (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida utilizados em anos anteriores para capitalizar o banco e ampliar sua capacidade de investimento em áreas sociais); esses recursos não serão usados para expandir a atuação da Caixa ou os investimentos públicos. É política de curto prazo, imediatista, reflexo da ausência de um projeto de desenvolvimento para o Brasil.

E em relação ao IPO da Caixa Seguridade?

A Caixa Seguridade, representa o quarto maior grupo segurador do Brasil, reunindo as participações do banco em seguro, previdência privada, capitalização e consórcio. A pretensão da direção do banco é abrir o capital com a oferta de ações via IPO, o que não é aceitável, porque a Caixa Seguridade tem plenas condições de aproveitar o potencial de expansão do mercado de seguros no Brasil, justamente porque conta com uma rede de distribuição ampla e uma das mais robustas capilaridades do País. Para desmistificar o discurso privatista temos bons exemplos de empresas públicas que atuam nessa área: a segunda maior seguradora do mundo é uma chinesa, 70% estatal, a China Life Insurance Company, que com suas subsidiárias forma o maior grupo comercial de seguro na China e é também um dos maiores investidores institucionais daquele país. O mesmo ocorre com a estatal francesa CNP Assurances, que já é parceira da Caixa.

Mas o Banco do Brasil, por exemplo, também vendeu sua área de Seguridade…

Sim, e é um exemplo concreto do que não se deve fazer. A venda de parte das ações do BB Seguridade ocorreu em 2013. Em 2018 foi lamentada por Paulo Caffarelli, que foi presidente do banco entre maio de 2016 até o final do ano passado. Em entrevista à revista IstoÉ ele afirmou: “A gente sente falta da receita recorrente da BB Seguridade. O Bradesco, por exemplo, tem 100% da sua operação de seguridade”. Ainda nessa entrevista destacou que os bancos deveriam evitar vender suas atividades principais ou limitar as vendas a fatias mínimas, para não estancar a geração de resultado futuros e, quando questionado sobre abrir o capital da empresa de cartões, do banco de investimentos ou da gestora de fundos, avaliou que se isso ocorresse “o lucro do ano ia ser maior do que o Itaú, mas seria a pior coisa que eu poderia fazer para a nossa empresa. Lá na frente, a receita vai fazer falta”, sem descartar a possibilidade, no futuro, “de recomprarmos parte do capital da BB Seguridade, quando tivermos capital para isso”. Ou seja, na avaliação do próprio presidente, o BB saiu perdendo.

Além da questão financeira há outros riscos envolvidos?

Existem outros riscos, e o principal deles é o risco para a sustentabilidade da Caixa no médio prazo, a perda de autonomia na tomada de decisões em especial na hora de utilizar os recursos para o desenvolvimento do País. Haverá mais pressão por resultados por parte dos novos acionistas, o que pode gerar também instabilidade política dentro da Caixa e, claro, uma cobrança ainda maior sobre os empregados.

A Caixa vem anunciando que terá seu melhor resultado financeiro este ano. Não é um balanço positivo? O banco não deve ampliar seus investimentos?

Rita – O problema é que boa parte do lucro será resultado da venda de ativos, não de operações financeiras, não são números que se sustentam no médio prazo. Os recursos serão usados para o governo amortizar juros da dívida pública, não proporcionarão investimentos ou geração de emprego.

Especificamente sobre a reestruturação em curso na Caixa, de que forma a conselheira eleita pelos empregados pode atuar em favor deles?

A Caixa fala em mudança na rede de varejo e apresentou suas propostas em dezembro passado, gerando muitos questionamentos. Acredito que a premissa para qualquer alteração deve ser a contratação de mais trabalhadores, ou o resultado será apenas perda de qualidade para empregados, clientes e sociedade. Só nos últimos cinco anos o banco perdeu quase 20 mil funcionários. O que posso adiantar é que essas mudanças anunciadas não foram ainda votadas nos órgãos internos do banco, e que há um posicionamento do movimento sindical no sentido de estar atento e tentar impedir prejuízos. Nesse ano teremos muitos embates, entre os quais questões relacionadas ao plano de saúde e fundo de pensão, além, é claro, da campanha salarial, em que teremos de reivindicar a garantia de nossos direitos e boas condições de trabalho. Meu segundo mandato como conselheira do CA terá início em abril, e vou prosseguir com o mesmo foco adotado até agora, apresentando ações, prestando contas e me posicionando pela defesa do banco público e dos direitos dos empregados.

E no que diz respeito às mudanças causadas pela reforma da Previdência?

É outro desafio em curso. Petrobras e Banco do Brasil já anunciaram que os funcionários que deram entrada no pedido de aposentadoria após a reforma e continuam trabalhando serão desligados, mas as entidades sindicais apontam que nada na legislação determina que parta do funcionário a comunicação da aposentadoria. Na Caixa não ocorreu, até o momento, qualquer determinação oficial sobre o assunto.

Como os empregados devem se posicionar frente a tantos desafios?

A diminuição de investimentos do banco público traz grande impacto para o País. Nas prefeituras, nos governos estaduais… Então é preciso somar forças com parlamentares, prefeitos, governadores, entidades sindicais e associativas para exigir a manutenção da Caixa 100% pública e a volta do país ao caminho do desenvolvimento. Os empregados devem se manter organizados e acompanhar os desdobramentos de tudo que diz respeito ao banco, inclusive ajudando a informar a sociedade, que tem alta estima pela Caixa. De minha parte, reafirmo a disposição de manter sempre aberto um canal de comunicação com todos, para que juntos, sempre juntos, possamos superar os tantos desafios presentes.

Fonte: Rede Brasil Atual

Presidente do BB diz que possibilidade de privatização é ‘assunto encerrado’

Publicado em: 12/12/2019


O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta terça-feira (10) que é a favor da privatização da instituição financeira, mas acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro já se manifestou contrariamente a essa possibilidade e que, por isso, o “assunto está encerrado”.

“Sobre a privatização, o que há, na verdade, é que é uma decisão política. Todos sabem do meu posicionamento. Do posicionamento do ministro Paulo Guedes [da Economia]. Mas o fato é que o presidente [Bolsonaro] já disse que não vai privatizar, e o assunto está encerrado”, disse Novaes, durante audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

Segundo o presidente do BB, mesmo que houvesse uma uma decisão do governo de privatizar o Banco do Brasil, o processo teria de passar, necessariamente, pelo Congresso Nacional, onde há resistências por parte dos parlamentares. “Teria de ser [por meio] de lei”, explicou.

“Se me perguntassem se sou a favor [da privatização], digo que sou. Vai ter privatização? Não, porque o presidente [Bolsonaro] disse que não vai ter e tem de passar pelo Congresso”, concluiu.

Privatizações

Integrantes da equipe econômica do governo Bolsonaro têm dito desde o início do mandato, em janeiro, que privatizações de estatais fazem parte da estratégia para retomada da economia e saneamento das contas públicas.

Algumas empresas devem ficar de fora, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras.

Fonte: G1

Presidente Bolsonaro: não existe intenção de privatizar BB e Caixa

Publicado em: 05/12/2019


O presidente Jair Bolsonaro negou hoje (4) a intenção de privatizar o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal. A declaração foi dada em resposta à uma reportagem publicada ontem (3) pelo jornal O Globo. Segundo o jornal, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) estaria fazendo estudos para abrir mão do controle do BB.

“Olha só, eu vi na capa, foi no Globo de ontem, que […] diz que pessoal começa a estudar privatização do Banco do Brasil. Servidor de terceiro escalão fala aquilo, eu não tenho nada a ver com isso. Eu não tenho como controlar centenas de milhares de servidores no Brasil. Da minha parte, não existe qualquer intenção de pensar em privatizar Banco do Brasil ou Caixa Econômica. Zero”, afirmou a jornalistas pela manhã, na entrada do Palácio do Alvorada, residência oficial.

O ministro Guedes e sua equipe devem tentar convencer o presidente Bolsonaro a aceitar vender a instituição pública, disse o jornal O Globo, que afirma ter ouvido fontes próximas ao assunto.

Segundo a publicação, a privatização do Banco do Brasil poderia ocorrer até o fim do mandato, em 2022. Ao jornal, a pasta comandada por Guedes negou a intenção do governo de desestatizar a empresa e o banco não comentou o assunto.

Em outubro deste ano, o presidente da instituição financeira, Rubem Novaes, chegou a afirmar que a privatização do Banco do Brasil era inevitável, ressaltando que era sua “opinião pessoal”.

“Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”, afirmou Novaes naquela época.

Nesta semana, o secretário de especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, afirmou que o governo tentaria a desestatização apenas de subsidiárias do BB, Caixa Econômica e Petrobras.

Guedes estaria tentando convencer Bolsonaro a incluir o BB na lista de privatizações que serão enviadas ao Congresso no próximo ano. O Globo diz que, procurado, o Ministério da Economia negou que o governo Bolsonaro pretenda privatizar Banco do Brasil, Caixa ou Petrobras.

Apesar da negativa, assunto já é alvo de discussões dentro do governo, diz o jornal. Procurado pela publicação, o BB não comentou.

Fonte: Agência Brasil

Privatização do Banco do Brasil aumentaria concentração no setor

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Matéria publicada pelo jornal O Globo, nesta terça-feira 3, revela que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe estudam a privatização do Banco do Brasil. A justificativa é que a venda do BB serviria para baratear e diversificar o acesso ao crédito no país, ampliando a concorrência. A reportagem é da Rede Brasil Atual.

A avaliação do secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, João Fukunaga, também coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, é de que esse processo agravaria ainda mais a concentração do setor bancário, com prejuízo para políticas de financiamento do crédito agrícola e imobiliário, por exemplo.

“Guedes e sua equipe falam uma coisa, mas sabem que, na prática, a realidade é outra. É impossível, com a destruição de um banco público, haver o barateamento das tarifas e das taxas para concessão de créditos”, afirmou o coordenador, que defende a importância do Banco do Brasil, a maior instituição financeira pública do país, e o segundo no ranking dos maiores bancos, ficando atrás apenas do Itaú Unibanco. O próprio presidente do BB, Rubens Novaes, chegou a afirmar, em março, que a privatização do banco seria “inevitável“.

“O BB sempre foi o indutor de crédito para a agricultura familiar, respondendo por cerca de 70% desse financiamento. Os bancos privados nunca foram impedidos de atuar nesse setor. Não atuam porque não querem, exatamente, por serem taxas de juros menores, com previsões de ganho de longo prazo. Ter banco público é ter uma política de desenvolvimento e de soberania”, diz Fukunaga. BB, Caixa Econômica Federal e Petrobras, segundo ele, são “joias da coroa”, e devem ser alvo da sanha privatista do atual governo.

Segundo a conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do Banco do Brasil, Débora Fonseca, a eventual privatização “simplesmente inviabilizaria a agricultura familiar” no país, o que acarretaria no aumento de custos da produção, com impactos diretos no preço dos alimentos para o consumidor final.

“Quem paga é a população que acaba arcando com a comida mais cara na mesa. E se isso já é grave o suficiente, ainda temos outras situações envolvidas. Tem diversas cidades brasileiras que são inteiramente dependentes da atividade rural. E a atividade rural é uma cadeia complexa que envolve não só a produção, mas o transporte, a infraestrutura do país”, afirmou. Ela também destaca a atuação do BB no financiamento de projetos de implantação de infraestrutura de transporte, de saneamento, e serviços essenciais para a população”, afirma.

Débora e Fukunaga ressaltam que os bancos públicos foram os principais responsáveis pela ampliação da bancarização do país, com agências nas localidades em que as instituições privadas não chegam e com a abertura de contas para a população de baixa renda, e que a venda ao setor privado trará como consequências o desemprego e a desorganização do setor bancário. “Hoje, mais de 2 mil municípios ainda não têm nenhuma agência bancária”, destacou a conselheira. “Mais de mil possuem apenas uma agência de único banco. Nessas cidades, a metade das agências é do Banco do Brasil.”

Além de oferecer crédito a juros baixos para agricultores e população de baixa renda, os bancos públicos distribuíram R$ 203 bilhões em dividendos à União, entre 2002 e 2016, de acordo com o Dieese. Esses números também derrubam o argumento de que essas instituições públicas necessitariam ser privatizadas por conta de eventuais prejuízos que acarretariam aos contribuintes.

“Não podemos aceitar nenhum tipo de ataque, nenhum tipo de tentativa de acabar com os bancos públicos. Cabe a todos nós, não apenas funcionários, familiares ou nós como representantes, nós como cidadãos, nós como sociedade temos que fazer essa luta de defesa das empresas públicas. Temos que ser resistência, defensores desse patrimônio da população”, afirma Débora.

Concentração

O coordenador da Comissão de Funcionários do BB também lembra dos desdobramentos do processo de privatização dos bancos públicos estaduais durante a década de 1990, quando bancos estrangeiros chegaram ao Brasil, mas logo venderam suas operações para as instituições financeiras nacionais que formam o “cartel” que controla o setor – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Na mesma época, concorrentes nacionais também faliram ou foram incorporados pelos grandes. Hoje, os cinco maiores bancos do país – os três grandes privados e os dois públicos – controlam 86% dos ativos dos financeiros. Em 1995, esses mesmos bancos controlavam 56% dos ativos.

“Uma série de bancos nacionais faliu – Banco Nacional, Marka, Fonte Cindam. Os internacionais acabaram vendendo suas participações. O Citibank vendeu suas operações para o Itaú. O HSBC vendeu para o Bradesco.” Segundo o sindicalista, as fintechs – instituições financeiras digitais – têm sido alvo de políticas agressivas de aquisição por parte dos grandes bancos tradicionais, como forma de “sufocar” a concorrência, auxiliados pelo Banco Central, que estabelece regulações que restringem a atuação das novas instituições.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Paulo Guedes e Salim Mattar, os mentores da privatização do BB

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Todos sabem que Rubem Novaes foi colocado na presidência do Banco do Brasil para tocar a privatização da instituição. Mas todo o processo de venda do BB está sendo comandado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo Secretário de Desestatização, Salim Mattar. Eles estão obcecados em privatizar o Banco do Brasil.

A disposição em vender o BB é tão grande, que vários estudos estão prontos, mostrando o potencial de arrecadação pelo governo. Esses estudos já circularam em reuniões dentro do Ministério da Economia, que, agora, diante da reação contrária do presidente Jair Bolsonaro, afirma que a privatização do Banco do Brasil não está no radar.

A orientação dentro da equipe econômica é de, por enquanto, baixar a guarda sobre esse tema, sobretudo porque já houve uma cobrança formal do presidente Jair Bolsonaro em relação ao que está sendo discutido. O presidente considera o tema espinhoso demais neste momento. Ele não quer comprar briga com o funcionalismo.

Afronta

Guedes e Mattar, no entanto, continuarão gestando a venda do BB, sem grande alarde. Uma hora, acreditam, o governo inteiro embarca na privatização do Banco do Brasil, que também é repudiada entre os militares. Eles veem a tentativa de vender a instituição como uma afronta.

Entre os funcionários mais aguerridos do BB, a disposição é melar qualquer movimento no sentido de transferir o controle da instituição para o setor privado. Como sabem que o presidente da República não quer que o assunto fique na mídia, prometem tornar públicos todos os atos que possam facilitar a venda do BB.

Portanto, o que se vê é que a guerra em torno da possível privatização do Banco do Brasil vai crescer. Resta saber se o trio — Paulo Guedes, Salim Mattar e Rubem Novaes — seguirá a determinação do chefe, que exigiu um recuo, ou vão se fazer de mortos para, quando se sentiram confortáveis, darem a cartada final? É esperar para ver.

Fonte: Correio Braziliense

Ações do Banco do Brasil sobem mais de 2% com a notícia de privatização

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Por volta das 11h30, os papéis ordinários do Banco do Brasil registravam variação positiva de 2,55%, sendo cotados a R$ 48,38. Por sua vez, as ações da BB Seguridade (BBSE3) registravam variação de 2,3% sendo negociadas a R$ 35,20. A alta dos papéis se deve a notícia de que a privatização da instituição financeira está na mira do Ministério da Economia.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe econômica se preparam para iniciar um processo de desestatização da instituição financeira. No entanto, a pasta e o ministro estão tentando convencer o presidente da República, Jair Bolsonaro, aceitar a privatização do banco. O processo de desestatização pode ocorrer até o fim do mandato, em 2022. As informações foram divulgadas pelo jornal “O Globo” que afirma ter ouvido fontes próximas ao assunto. Segundo a publicação, a equipe econômica negou a intenção do governo de desestatizar a empresa e a instituição financeira não quis comentar o assunto.

Entretanto, de acordo com as fontes, o BB já foi alvo de discussões durante a reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). “O ministro tenta convencer o presidente a colocar o Banco do Brasil nas privatizações que serão enviadas ao Congresso no próximo ano, para deixar uma lista mais parruda”, comentou a fonte.

Além disso, o veículo ressaltou que em entrevista com o Paulo Guedes, o ministro informou que uma privatização particularmente poderia render R$ 250 bilhões, sem especificar a qual estatal se referia. Segundo a consultoria Economática, apenas duas empresas públicas, com ações negociadas na Bolsa de Valores, teriam potencial para alcançar esse valor: Banco do Brasil e Petrobras.

Fonte: Suno Research

BB está sendo preparado para ser vendido a estrangeiros

Publicado em: 14/11/2019


Aos poucos, sem alarde, o Banco do Brasil está sendo preparado para a privatização. Mas, no que depender do governo, o BB cairá no colo de uma instituição estrangeira.

Não é segredo para ninguém que, mesmo com as negativas do presidente Jair Bolsonaro — ele sempre diz que o BB é intocável —, os planos de privatização do BB seguem a passos largos.

A estrutura da maior instituição financeira pública vem sendo enxugada para, quando chegar a hora, a venda ocorra mesmo sob protestos.

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é o personagem perfeito para levar o plano de privatização adiante. Discreto, não faz nenhuma propaganda do que está fazendo.

Novaes vendeu a participação que o Banco do Brasil tinha na resseguradora IRB Brasil e na Neoenergia. Anunciou acordo para privatizar o BB Banco de Investimentos. Avisou que venderá a BB DTVM e o BB Américas.

Mais: fechou a BB Tur. No caso da Cassi, operadora do plano de saúde dos empregados do Banco Brasil, negocia um repasse bilionário à operadora. Sem esses recursos, a Cassi pode entrar em colapso.

Bradesco

De início, quem acompanha o dia a dia das ações do presidente do BB acreditava que o futuro do banco seria a absorção de suas atividades pelo Bradesco. As duas instituições sempre tiveram afinidades. São sócias em várias empresas, como a Cielo, das maquininhas de cartões, e a Elo, bandeira de cartões.

Agora, porém, está claro para todos no BB que, quando a privatização do banco chegar, a preferência será por um comprador estrangeiro. A alegação é a necessidade de aumentar a concorrência bancária no país.

O governo não admite, em hipótese alguma, que nenhum dos bancões brasileiros fique com o BB. A crença é de que a concentração atual do mercado pune consumidores e empresas.

De qualquer forma, nada no Banco do Brasil será feito de forma atabalhoada, para não melindrar o presidente da República.

A determinação de Novaes é fazer o dever de casa para que, no momento certo, o BB esteja pronto para ter seu controle transferido à iniciativa privada.

Fonte: Correio Braziliense

Não existem justificativas técnicas para privatização do BB, diz economista

Publicado em: 12/11/2019


O lucro do Banco do Brasil no terceiro trimestre superou as expectativas, com crescimento de 2,5% em relação ao segundo trimestre de 2019 (lucro líquido ajustado de R$ 4,5 bilhões). Considerando os três trimestres, o lucro líquido ajustado do Banco do Brasil em 2019 foi 36,8% maior do que no mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 13,2 bilhões.

O balanço divulgado na última quinta-feira (7) mostra que a expectativa do Banco do Brasil de obter um lucro um pouco maior em relação ao segundo trimestre foi verificada na prática.

Para o economista Sérgio Mendonça “não existem justificativas técnicas” para a privatização do Banco do Brasil, uma vez que o Banco Público apresenta resultados financeiros robustos e em linha com os demais bancos concorrentes. Além disso, o economista ressalta que o banco cumpre um papel de “desenvolvimento inestimável” na economia brasileira, principalmente por meio da concessão de crédito agrícola.

“Privatizar o Banco do Brasil seria passar para os bancos privados concorrentes o poder de dificultar a concessão de crédito no País, essencial para o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a diminuição da desigualdade social”, disse.

O Banco do Brasil revisou para cima o lucro líquido de 2019 – a estimativa é de que crescerá entre 16,5% e 18,5% este ano, acima da meta anterior de 14,5% a 17,5%. Ao ser questionado se é possível pensar em privatização à medida que o lucro do banco ganha impulso, o economista foi direto.

“Não seria necessário privatizar um banco que tem lucro crescente como o Banco do Brasil, uma vez que, sendo o governo brasileiro seu principal controlador, a este também cabe a maior fatia dos resultados positivos”, disse.

“Vender o Banco do Brasil é, além disso, ruim para o resultado fiscal do governo federal, que recentemente tem se valido dos dividendos a que tem direito (como principal controlador) nas empresas estatais para diminuir o déficit fiscal”,conclui.

Contudo, o economista ressalta que o objetivo central de um banco público não pode ser apenas atingir lucros anuais cada vez maiores. “É necessário que o banco público tenha lucro, seja eficiente, mas dentro de padrões de rentabilidade razoáveis, buscando também cumprir seu papel social através de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento”, disse.

Segundo o Dieese, os indicadores apresentados no balanço mostram que o Banco do Brasil é o principal banco do agronegócio brasileiro, respondendo por 58% do mercado de crédito agro no País. Em relação ao crédito rural, a participação de mercado do Banco do Brasil sobe para 65%.

Outro ponto relevante fica por conta do Banco do Brasil ser o único banco que participa da administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO), que em 2019 tem orçamento de R$ 2,6 bilhões, destinados a projetos de desenvolvimento produtivo nos estados da região.

A instituição também tem participação significativa no financiamento ao comércio exterior, respondendo por 16,8% do mercado de operações de câmbio exportação, e 12,6% do mercado de câmbio importação.

“Com diminuição do número de trabalhadores nos últimos anos, o Banco do Brasil tem cortado custos, aumentando a pressão sobre os funcionários que, mesmo assim, continuam gerando resultados positivos para o maior banco do País”, avalia o economista.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

Privatização do Banco do Brasil será inevitável, diz presidente da instituição

Publicado em: 30/10/2019


O clima esquentou no Banco do Brasil antes do fim do expediente desta sexta-feira, 25 de outubro. Os funcionários foram surpreendidos pela declaração do presidente da instituição, Rubem Novaes, de que a privatização do banco será inevitável.

Mesmo diante do ímpeto privatista do ministro da Economia, Paulo Guedes, a venda do controle do BB ao setor privado é vista como um tabu. O presidente da República, Jair Bolsonaro, se recusa a falar sobre o assunto. Os militares que estão no governo, também.

Segundo Novaes, diante da enorme revolução tecnológica que está se vendo no setor bancário — estimulada pelo Banco Central, que regulamentou as fintechs e vai incentivar o open banking, permitindo o compartilhamento de informações de clientes entre todos os atores do mercado —, não haverá espaço para bancos com as amarras impostas pela máquina estatal.

Diz o presidente do BB: “Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”.

Ele reconhece, que, “por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspectiva da privatização vai ter que ser enfrentada”. Essa visão, frisa ele, é pessoal.

Preparação

Funcionários do Banco do Brasil admitem que a instituição já vem sendo preparada para ser privatizada. Tanto que o governo está vendendo todas as ações que excedem o controle acionário. Também estão sendo ofertadas participações que o banco tem em outras empresas.

Novaes reforça esse movimento. Ele afirma que o Banco do Brasil está buscando um parceiro para a BB DTVM a fim de reduzir a participação que tem na instituição. Isso já ocorreu no banco de investimentos. Em setembro último, o BB e o suíço UBS assinaram um memorando de entendimento para uma parceria.

Entre os funcionários do BB, a perspectiva é de que, mesmo com toda a resistência de Bolsonaro, o controle do Banco do Brasil poderá ser vendido até o fim deste governo. Eles frisam que tudo está caminhando nessa direção. É esperar para ver.

Fonte: Correio Braziliense

BB, Caixa e Petrobras não serão privatizadas, reafirma Salim Mattar

Publicado em: 09/10/2019


O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar, afirmou hoje que a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Petrobras não serão privatizadas pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo ele, essa é uma decisão do presidente Jair Bolsonaro, que é favorável as privatizações e a redução do tamanho do estado. “Caixa, Petrobras e Banco do Brasil não está no nosso mandato para privatização”, disse.

Mattar ainda afirmou que as eventuais divergências que existiam entre ministros do governo sobre a venda de estatais não existem mais. Em entrevista nos primeiros meses de governo, o secretário declarou que encontrou resistência de ministros para vender algumas estatais.

“Há um alinhamento entre os ministros. Hoje está claro que o candidato eleito Jair Bolsonaro, com 57 milhões de votos e 55% dos eleitores [votos válidos], teve um mandato garantido pelo povo. Todos disseram que queriam reduzir o tamanho do estado. Decorridos esses meses, os ministros estão alinhados”, disse.

Além de definir que estatais não serão vendidas, o secretário especial de Desestatização afirmou que o governo já mapeou as empresas públicas que dependerão de autorização do Congresso Nacional para serem vendidas. Entre elas, estão os Correios, a Casa da Moeda e a Eletrobras.

Ao deixar uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que é favorável à privatização da Eletrobras e Correios. Entretanto, ele declarou que a eventual venda da Petrobras não é uma unanimidade na sociedade e no Legislativo.

“Não consigo responder de forma genérica sobre privatizações. Sou a favor da privatização da Eletrobras. Acho que o custo da administração da Eletrobras prejudica muito o Estado brasileiro. Isso acaba gerando prejuízo à sociedade. Esse é um caso importante”, destacou.

Fonte: UOL

Privatização de estatais: o que pode acontecer com os funcionários?

Publicado em: 03/10/2019


Com o anúncio de privatização de nove estatais, cerca de 120 mil funcionários aguardam mais detalhes para saber se as mudanças afetarão suas vidas. De acordo com advogados trabalhistas, apesar de esses empregados terem entrado por meio de concursos públicos, eles são contratados pelo regime CLT, modelo utilizado pela iniciativa privada e, portanto, não têm a mesma estabilidade dos servidores públicos federais que trabalham em órgãos da administração direta como os ministérios, que fazem parte do chamado regime estatutário.

A advogada Lariane Pinto Del-Vechio, do Aith, Badari e Luchin Advogados, lembra que, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as empresas públicas devem justificar a demissão dos funcionários. No entanto, isso não quer dizer que eles tenham estabilidade.

“Os trabalhadores cujo contrato é regido pela CLT não têm estabilidade. O que acontece é que dificilmente esses funcionários são demitidos sem justo motivo, e as demissões não são habituais como na empresa privada e devem ser motivadas formalmente”, explica.

Lariane lembra que as demissões podem ocorrer antes da venda para que as estatais se tornem mais atrativas, com uma equipe mais enxuta, para possíveis compradores. E, no caso dos compradores, a demissão pode ocorrer para diminuir custos e reestruturar o negócio, seja para encerrar serviços ou para colocar uma nova equipe. Não são descartadas demissões pontuais, mudanças para outras áreas ou transferências de cargos e localidades.

Veja o número atual de funcionários das estatais anunciadas para serem privatizadas:

  • Correios – 105 mil funcionários
  • Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) – cerca de 9,2 mil funcionários
  • Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) – cerca de 3,6 mil funcionários
  • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – cerca de 1,3 mil
  • Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) – 600 funcionários
  • Telecomunicações Brasileiras (Telebras) – 503 funcionários
  • Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) – 192 funcionários
  • Empresa Gestora de Ativos (Emgea) – 91 funcionários
  • Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) – 36 funcionários
  • Total: 120,5 mil funcionários

PDV ou demissões graduais

Segundo a advogada, geralmente a demissão nas estatais é feita num primeiro momento por meio de planos de demissão voluntaria (PDV), depois por demissão de modo gradual e terceirização de funcionários. “Dificilmente ocorre demissão em massa, já que na maioria dos casos as empresas públicas prestam serviços essenciais que não poderiam ser paralisados”, diz.

Em caso de privatização, os novos donos podem demitir sem justificativa, como qualquer outra empresa.

Em relação à questão dos benefícios dos funcionários, eles devem ser mantidos, podendo ser renegociados com anuência dos sindicatos, segundo a advogada.

Lariane ressalta que os funcionários que continuarem trabalhando não poderão perder direitos ou benefícios, “podendo inclusive ter aumento, já que as empresas adquirentes buscam lucratividade e para isso muitas vezes acrescentam pagamentos de comissão, participação no lucro e resultados, gratificações e o que mais acharem necessário para estimular o cumprimento de metas”.

De acordo com João Badari, advogado previdenciário do Aith, Badari e Luchin Advogados, as estatais podem estimular os aposentados a sair. “A Eletrobras realizou um programa para aposentados que pagava indenização e plano de saúde por 60 meses em razão do desligamento. É possível que estatais privatizadas façam o mesmo para estimularem a saída de aposentados. Podem estimular, mas não obrigar”, ressalta.

E quem for demitido pode entrar com ação na Justiça para pedir seus direitos. “Podemos ver que as estatais têm muitos processos em andamento e os investidores sabem disso, e trabalham com isso no momento de negociar o valor da compra, diante dos riscos judiciais”, diz Lariane. Segundo ela, os pedidos que podem ser julgados procedentes são os relacionados às verbas rescisórias e indenizatórias.

Redução de funcionários nas estatais passa de 10%

Segundo o 9º Boletim das Empresas Estatais Federais, no ano passado houve redução de 13.434 pessoas no quadro das estatais em comparação com 2017. As principais reduções foram na Caixa Econômica Federal (-2.728 empregados), Correios (-2.648) e Banco do Brasil (-2.195 empregados).

Já o último levantamento trazido pelo 10º Boletim, no 1º trimestre de 2019 houve redução de 2.444 funcionários em comparação ao mesmo período de 2018. As principais reduções foram nos Correios (-1.721 empregados) e Banco do Brasil (-402).

Em relação a dezembro de 2015, a redução do total do quadro de pessoal das empresas estatais federais foi superior a 59 mil empregados, ou seja, redução de 10,82% do quadro total. Grande parte da redução, cerca de 47 mil (79,32%) vagas, resultou da implementação de PDVs, principal ferramenta de gestão utilizada para a adequação do quadro das estatais, com a estimativa de economia na folha de pagamentos de R$ 7,49 bilhões.

O total de funcionários nas estatais brasileiras era de 492.460 no 1º trimestre de 2019. Os Correios eram a empresa com maior número de empregados: 103.612, seguido do Banco do Brasil (100.706), da Caixa Econômica Federal (84.879) e da Petrobras (47.217). Atualmente, o governo federal tem 130 estatais – veja lista.

Estatal

A privatização das nove estatais anunciadas depende de análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que indicará se há condições de mercado para concretizar a venda. As análises também poderão recomendar a manutenção da estatal ou a extinção da empresa.

Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), é proibida a privatização de estatais sem aprovação do Congresso. Pela mesma decisão, o governo só pode vender as subsidiárias.

Desligamentos podem chegar a 25 mil este ano

Além do anúncio da desestatização dessas nove estatais, levantamento do G1 feito em maio apontou que o número de desligamentos de funcionários de estatais pode chegar a quase 25 mil neste ano.

Entre as estatais que anunciaram PDVs ou programas de aposentadoria incentivada estão Correios, Caixa, Petrobras, Infraero, Serpro e Embrapa. Os planos são voltados principalmente a trabalhadores mais velhos, próximos da idade de se aposentar ou que já estejam aposentados pelo INSS. Veja abaixo:

  • Correios: 7.300 – funcionários com maior idade, maior tempo de serviço e maior tempo de aposentadoria
  • Petrobras: pelo menos 4.300 – funcionários que estejam aposentados até junho de 2020, que trabalham no segmento corporativo e nas unidades em processo de desinvestimento
  • Caixa: 3.500 – funcionários da matriz e de escritórios regionais
  • Embrapa: 2.800 – funcionários acima de 58 anos e com ao menos 20 anos de empresa
  • Infraero: cerca de 600 – funcionários próximos da idade de se aposentar e alocados em aeroportos concedidos à iniciativa privada
  • Serpro: não informado – funcionários que já cumpriram os requisitos para aposentadoria

Fonte: G1

PAQ no Banco do Brasil aprofunda a reestruturação para privatização

Publicado em: 08/08/2019


O governo federal e a diretoria do Banco do Brasil anunciaram dia 29/07, em Brasília, uma reorganização institucional para transferência de empregados entre as diversas cidades em que possui agências. Além disso, um Programa de Adequação de Quadro (PAQ) foi aberto para os funcionários que se demitirem voluntariamente. Com isso, espera o desligamento de milhares para enxugar, ainda mais, o banco que já vem sendo sucateado para privatizá-lo.

Com o mesmo propósito, a Caixa implementou um Programa de Demissão Vonluntária (PDV). Bolsonaro já deu sinal verde para a privatização da Eletrobras e Correios. A Embraer e o Pré-Sal da Petrobras já foram privatizados.

“Chegou a hora de defender o patrimônio do Brasil e nossos empregos. A privatização é uma realidade no BB e Caixa. Faz parte do desmonte do Estado e da entrega das riquezas ao grande Capital Liberal”, esclarece Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionária do BB.

BB e Caixa são essenciais à população

De acordo com professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa, o Banco do Brasil e a Caixa são fundamentais para manter o crescimento do país, investindo do acesso da população aos serviços bancários e na expansão do crédito. Os bancos públicos têm papel crucial no acesso popular, ampliando a abertura de contas para trabalhadores formais/informais e na capacidade de financiamento produtivo, corrigindo falhas do mercado financeiro, baixando taxas e juros e cumprindo políticas públicas de cunho social.

Os bancos privados têm como foco a área de investimento e a busca pelo lucro, beneficiando principalmente clientes de alta renda. Já os bancos públicos têm maior fonte de captação na poupança – 38% na Caixa e 20% no Banco do Brasil, o que beneficia a população de baixa renda, e financiam setores menos lucrativos, como a habitação e a agricultura familiar, entre outros.

Os bancos públicos são essenciais porque há atividades e setores econômicos que os bancos como Itaú, Bradesco e Santander não têm interesse em participar. Assim, o Banco do Brasil e a Caixa são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura e agricultura. Por isso, essas instituições tornam-se imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para aumentar o bem-estar social da população.

Cortes também para agricultura familiar

As medidas de desmonte dos bancos públicos implementadas por este governo vão cortar ainda mais os orçamentos de programas de financiamento à população rural, como o Pronaf, programa de fortalecimento da agricultura familiar operado pelo Banco do Brasil, por exemplo.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

Sucateamento do BB tem como objetivo a sua privatização, afirma sindicalista

Publicado em: 31/07/2019


O sucateamento do Banco do Brasil (BB) para que a instituição seja privatizada segue a passos largos. O banco anunciou dia 29 que está oferecendo incentivos de R$ 20 mil a R$ 200 mil para aqueles que se demitirem voluntariamente, além de implementar o Programa de Adequação de Quadro (PAQ), que nada mais é do que a transferência de funcionários de uma cidade para outra. Segundo o BB, a opção de desligamento é exclusiva para os funcionários lotados em função com “excesso de pessoas”. Hoje, o Banco do Brasil tem 98 mil trabalhadores, ante 120 mil durante os governos Lula e Dilma.

“O sucateamento começou com Temer que instituiu um programa de reestruturação, fechando agências. Ali começou o assédio moral contra os funcionários do banco que se sentiram pressionados a aceitar planos de demissão voluntária temendo perder seus empregos, benefícios e salários”, conta João Fukunaga, secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do Banco do Brasil.

O dirigente critica a intenção do banco de demitir 2,3 mil funcionários e transformar 333 agências em todo o país em postos de atendimento e 49 postos em agências, sob o argumento de que os clientes não serão prejudicados já que eles serão compensados pela ampliação do modelo digital em que têm acesso às suas contas por meio da internet.

Para Fukunaga essa decisão acaba com o papel de um banco público de atender a parcela mais pobre da população. “Em São Paulo você até pode achar que tem uma posição consolidada de clientes que utilizam a internet e os smartphones, mas as filas continuam imensas nas cidades com uma população de menor poder aquisitivo, porque o os mais pobres utilizam as agências para tirar suas dúvidas também”.

Para o dirigente, um banco público pode dar lucro, mas não pode adotar um modelo de banco privado que não atende o seu papel social. De acordo com dados da própria instituição, desde o golpe de 2016 o BB perdeu mais de 1 milhão de clientes de contas pessoas física e jurídica, além de investidores de cadernetas de poupança.

“Essa diminuição do papel social de Banco do Brasil para uma lógica de mercado privado impede que a população mais pobre tenha acesso aos serviços que a instituição tem de prestar enquanto banco público”, adverte Fukunaga, que também é representante da comissão de funcionários dentro do BB.

A proposta de demissão do BB

Pela proposta apresentada pela direção do Banco do Brasil, os trabalhadores e trabalhadoras com até 20 anos de banco receberão até 7,8 salários brutos. Quem está há mais de 20 anos receberá até 9,8 salários, desde que o piso não seja menor do que R$ 20 mil e o teto de R$ 200 mil. Os funcionários e seus dependentes terão as mensalidades do plano de saúde pagas por um ano. Eles também serão dispensados de ressarcir custos com treinamentos e cursos e de restituir ao banco “vantagens” recebidas em nomeação ou remoção ocorrida com menos de 365 dias da data de desligamento.

Fonte: ABCD Maior

Maílson da Nóbrega aborda a privatização do BB em artigo

Publicado em: 17/07/2019


Em abril, o Banco do Brasil sofreu uma interferência inusitada. O presidente Jair Bolsonaro vetou propaganda que exibia a interação de diversas pessoas, clientes potenciais, com o mundo virtual. Além de causar perda financeira, sacrificou o objetivo de influir no segmento dos jovens, que cresce velozmente.

“Quem indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não precisa falar mais nada, então”, declarou Bolsonaro, numa interpretação canhestra de seu poder. A lei veda esse tipo de intromissão nas empresas estatais. A intervenção realçou quanto o BB perde por ser controlado pelo governo. Hoje, nada, a não ser visões obsoletas e anticapitalistas, justifica que ele seja parte do Estado.

A criação do Banco do Brasil, após a chegada da família real ao país (1808), inspirou-se no modelo do Banco da Inglaterra, então controlado por capitais privados e com poder de emissão baseado em um lastro. Destinava-se a suprir de moedas a praça do Rio de Janeiro, em rápida expansão na época. O BB faliu quando dom João VI retornou a Portugal e subtraiu o lastro em ouro da colônia.

A segunda versão (1853) nasceu da junção do BB do barão de Mauá com o Banco Comercial do Rio de Janeiro. A terceira e atual (1905) surgiu de fusões em meio a uma crise bancária, quando o controle foi transferido para o governo. O Banco do Brasil virou empresa estatal.

O período glorioso iniciou-se com a carteira de redescontos (1921), que permitiu a negociação de seus próprios créditos. A partir dos anos 1930 surgiram a carteira de crédito agrícola e industrial e a de comércio exterior. Até a criação do Banco Central (1964), o BB exerceu funções que caberiam ao BC nas áreas cambial, de fiscalização bancária e de depósitos compulsórios dos bancos.

O ápice desse processo ocorreu entre 1965 e 1986. O BB expandiu vigorosamente o crédito, mediante saques ilimitados na “conta de movimento” do Banco Central, a qual era insustentável e, assim, foi extinta depois de 21 anos. Foi então autorizado a exercer todas as funções de um banco comercial. Superou o desafio de sobreviver na nova realidade. Reestruturou-se, formou quadros de alto nível, investiu em tecnologia e criou subsidiárias para atuar no mercado financeiro e de capitais. Tornou-se competitivo.

O BB perdeu os benefícios da “conta de movimento”, mas manteve o ônus de ser estatal. Tem sede em Brasília (o que não faz sentido), muda frequentemente de administração e submete-­se à fiscalização do Tribunal de Contas, bem como às complexas e limitantes regras de concorrência pública. Está, enfim, sujeito a normas que limitam a capacidade de remunerar adequadamente seus talentos, e assim por diante. Tudo isso impõe custos inexistentes nos pares do mercado financeiro, inibindo o seu desenvolvimento e a necessidade de constante modernização.

O Banco do Brasil teria muitos benefícios se fosse privatizado. Seria maior e melhor. Infelizmente, a maioria da sociedade e de políticos ultrapassados continua prisioneira de visões de antanho. Uma pena. (Artigo publicado na Veja de autoria do ex-ministro Maílson da Nóbrega)

Fonte: Veja

Privatização deve dominar mercado de capitais e fusões e aquisições no Brasil em 2019

Publicado em: 10/07/2019


A venda de ativos estatais deve elevar o volume de fusões e aquisições e operações no mercado de capitais no segundo semestre, dizem banqueiros e investidores, depois de um início de ano mais lento do que o esperado.

Decisões judiciais que atrasaram vendas de ativos pela Petrobras e a lentidão na discussão da reforma da Previdência afetaram o volume de fusões e aquisições, que caiu 19% no primeiro semestre, para US$ 20,8 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

A maior facilidade para venda de participações estatais em empresas já listadas, entretanto, elevou o volume de ofertas de ações no primeiro semestre em 45%, para R$ 8,6 bilhões. Foi o melhor primeiro semestre desde 2013.

Depois que o STF liberou o maior negócio do ano, a venda da empresa de gasodutos TAG pela Petrobras para a francesa Engie por US$ 8,6 bilhões, os bancos esperam que o volume de negócios ligados à privatização aumente. O próximo será a privatização, no mercado de ações, da distribuidora de combustível Petrobras Distribuidora, previsto para o fim deste mês.

“Estamos nos preparando para mais uma rodada de privatizações de infraestrutura, que poderá incluir aeroportos, estradas de ferro e rodovias”, afirmou Hans Lin, chefe da área de banco de investimento do Bank of America no Brasil.

A aprovação da reforma da Previdência deve destravar planos de expansão de empresas privadas, que ainda aguardam um cenário mais claro sobre o crescimento econômico.

Um dos poucos negócios privados anunciados recentemente foi a intenção anunciada de fusão entre as empresas de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e Marfrig Global Foods.

“Esperamos um volume maior de fusões e aquisições privadas no ano que vem, já que o prazo entre o início das discussões e os anúncios costuma ser de cerca de nove meses”, diz o chefe da área de banco de investimento do Citi no Brasil, Eduardo Miras. O Citi liderou o ranking de assessoria a fusões e aquisições este ano, com cinco negócios que totalizaram US$ 10,2 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

Miras espera maior atividade especialmente no setor elétrico. Alessandro Zema, chefe da área de banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, também nota um aumento na concessão de mandatos por empresas privadas para fusões e aquisições, e acredita em mais negócios no varejo, depois das recentes aquisições da Netshoes e da varejista de eletroeletrônicos Via Varejo.

“Segmentos da economia mais diretamente afetados pela recessão como o setor de consumo e varejo tiveram atividade de fusões e aquisições reduzida. Acreditamos que isto deve mudar daqui pra frente com as melhores perspectivas para a economia”, disse Zema.

O executivo diz que algumas empresas brasileiras também estão procurando alvos para compra no exterior, como uma forma de balancear o risco de suas atividades, citando como exemplo a compra da Avon pela Natura.

Executivos também apontam os indícios de que start-ups brasileiras serão alvos mais frequentes de grandes investidores internacionais, como vem ocorrendo com o japonês Softbank.

Ações

Grande parte do crescimento do mercado de ações no primeiro semestre foi provocado por venda de ativos dos estatais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que venderam suas participações na Petrobras na empresa de energia Neoenergia, respectivamente. A Caixa também vendeu sua participação de um fundo que gere no ressegurador IRB Brasil Resseguros.

Várias operações de venda de ações previstas para os próximos meses, que podem superar 30 bilhões de reais, também envolvem vendas de ativos pelo governo ou empresas estatais. A lista inclui ofertas de ações subsequentes (ou follow-ons) de Banco do Brasil, Alupar Investimento, BR Distribuidora e IRB, além da oferta inicial de ações (IPO) da Caixa Seguridade.

Apesar do alto volume de ofertas subsequentes, só duas empresas ousaram fazer IPOs este ano: a varejista de artigos esportivos Centauro e a Neoenergia.

“Os IPOs só devem voltar numa escala relevante quando os investidores estrangeiros retornarem massivamente ao Brasil”, disse Cristiano Guimarães, diretor de banco de investimentos do Itaú BBA. “O retorno deles vai depender da aprovação de uma reforma de Previdência significativa.”

Fusões e aquisições recuam 19%

O valor de fusões e aquisições no Brasil caiu 19% no primeiro semestre do ano em relação ao ano passado, para US$ 20,8 bilhões, segundo dados da Refinitiv. A seguir o ranking dos bancos de investimento que assessoraram as transações, por valor e número de negócios:

Citi: US$ 10,279 bilhões (5 negócios)
Morgan Stanley : US$ 8,682 bilhões (2 negócios)
Rotschild & Co: US$ 3,308 bilhões (8 negócios)
BTG Pactual: US$ 2,780 bilhões (15 negócios)
Itau Unibanco: US$ 2,565 bilhões (10 negócios)
Bank of America: US$ 1,847 bilhão (3 negócios)
Goldman Sachs: US$ 1,498 bilhão (3 negócios)
Riza Capital: US$ 1,261 bilhão (2 negócios)
BR Partners: US$ 1,097 bilhão (3 negócios)
TD Securities: US$ 1,025 bilhão (1 negócio)

Ofertas de ações sobem 45%
O valor das ofertas de ações de empresas brasileiras cresceu 45% no primeiro semestre, para US$ 8,7 bilhões. Veja o ranking dos bancos de investimento mais ativos em ofertas de ações:

Bank of America: US$ 970 milhões (8 ofertas)
Itau Unibanco: US$ 808 milhões (9 ofertas)
BTG Pactual: US$ 793 milhões (10 ofertas)
JPMorgan: US$ 667 milhões (5 ofertas)
Morgan Stanley: US$ 639 milhões (5 ofertas)

Fonte: G1

Contraf-CUT apoia campanha da Anabb em defesa do Banco do Brasil

Publicado em: 27/06/2019


A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb) lançou na terça-feira (18) uma campanha em defesa do Banco do Brasil. A página da campanha no site da Anabb lembra que “ano a ano, o BB tem apresentado notáveis resultados, para a sociedade e para os acionistas” e que “toda essa jornada de superação de metas é fruto, principalmente, da entrega, do suor e do trabalho duro dos funcionários.”

Com vídeo institucional e artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, a campanha visa mostrar a solidez do banco, seus resultados positivos para a economia do país e sua importância para a sociedade brasileira.

No artigo publicado na Folha de S.Paulo, o presidente da Anabb, Reinaldo Fujimoto, apresentada dados da Secretaria de Agricultura Familiar que mostram que o BB “financia quase 60% do total do agronegócio, contribuindo para exportações de alimentos do país e estabelecendo sólida parceria com um dos segmentos mais dinâmicos da economia. Ao mesmo tempo, fortalece a agricultura familiar e a pequena produção, setor que é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa e por mais de 70% dos empregos no campo”

“Ao lançar uma campanha publicitária em nível nacional nesta terça-feira (18), em defesa e pelo fortalecimento do Banco do Brasil, queremos que a sociedade saiba o que essa empresa tem feito, sendo um dos pilares do crescimento e da prosperidade, e o que ainda pode fazer pelo Brasil. Hoje e no futuro”, disse Fujimoto no texto.

União em defesa do BB

Segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiros (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, a iniciativa da Anabb vai no mesmo sentido da campanha em defesa dos bancos públicos encampada pela Contraf-CUT. “O BB é uma instituição lucrativa, que repassa dividendos para o Tesouro Nacional. Não tem sentido privatizá-lo”, disse, lembrando que a intenção de vender áreas estratégicas e mais lucrativas do banco reduz seu poder de financiamento e isso pode prejudicar o desenvolvimento do país.

“Os bancos privados não têm compromisso com o desenvolvimento do país. Eles não investem no setor produtivo. Para eles é mais lucrativo a aplicação financeira”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

“A venda de ativos que geram negócios vai servir apenas para o Governo arrecadar recursos no curto prazo e que rapidamente vão se esgotar. Além disso, terá o efeito negativo de desorganizar e comprometer a solidez de uma empresa relevante para o crescimento econômico, com níveis de excelência na gestão e com lucratividade atraente para investidores”, diz o texto de apresentação da campanha no site da Anabb.

“A campanha lançada pela Anabb fortalece nossas atividades em defesa dos bancos públicos”, concluiu o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento.

Fonte: Mundo Sindical

Lançada em Brasília a campanha contra a privatização do Banco do Brasil

Publicado em: 19/06/2019


A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb) lançou nesta terça-feira (18), em evento no Congresso Nacional, campanha de fortalecimento do BB e de alerta contra possíveis tentativas de privatizar a instituição ou qualquer um de seus ativos ou subsidiárias.

Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha descartado a venda do controle do banco, a ideia já foi defendida publicamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O próprio presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, chegou a anunciar a intenção de “privatizar tudo o que for possível”.

“Queremos mostrar que o Banco do Brasil pertence aos brasileiros”, afirmou o presidente da Anabb, Reinaldo Fujimoto, durante o lançamento da campanha. Em nota, a entidade – que reúne perto de 100 mil funcionários da ativa e aposentados do BB – sustenta que “um dos motivos da iniciativa é mostrar para a sociedade a necessidade de manter o modelo de empresa pública construído em torno do BB: eficiente, competitivo, rentável e com papel social relevante”.

Prestigiaram o lançamento da campanha 14 parlamentares, ligados a sete diferentes partidos: Bira do Pindaré (PSB-MA), Chico D’Ângelo (PT-RJ), Christino Aureo (PP-RJ), Danilo Cabral (PSB-PB), Erika Kokay (PT-DF), Gonzaga Patriota (PSB-PE), José Ricardo (PT-AM), Leônidas Cristino (PDT-CE), Luís Miranda (DEM-DF), Perpétua Almeida (PC do B-AC), Pompeo de Mattos (PDT-RS), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Tadeu Alencar (PSB-PE) e Weliton Prado (PROS-MG)

Fonte: Congresso em Foco

Governo desiste de vender tudo e preserva mais 12 estatais

Publicado em: 18/06/2019


Antes com o discurso de vender tudo, a equipe econômica do governo Jair Bolsonaro reviu sua política para estatais e agora vai deixar de privatizar ao menos 12 empresas. O governo constatou as dificuldades ou a inviabilidade financeira de algumas delas. Em outros casos, o problema é a resistência nos ministérios, especialmente no caso das estatais ligadas à Defesa.

Além de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, o Ministério da Economia inseriu na lista de empresas que não serão vendidas 8 das 18 estatais que dependem de recursos do Tesouro para sobreviver. Entre elas, estão companhias do ramo militar como a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa). Ligada à Marinha, desenvolve o submarino de propulsão nuclear. O projeto começou em 2012 e deveria ser concluído em 2025 –com o atraso, o término foi adiado para 2029.

Outra a ser mantida é a Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), criada em 2013. Também ligada à Marinha, gerencia pedidos de embarcações, reparos navais e comercializa bens no setor.

Permanecerá pública também a Indústria de Material Bélico do Brasil, que fabrica e vende produtos de defesa e segurança para clientes como Forças Armadas, polícias e clientes privados.

Contribuíram para a decisão nessa área as diferenças de visão entre militares e equipe econômica sobre as privatizações. As divergências começaram a aparecer já na época da transição de governo, no fim do ano passado.

Representantes do time do ministro da Economia, Paulo Guedes, já falavam que, por eles, seriam colocadas à venda todas as estatais —mas que representantes das Forças Armadas eram contrários.

A diferença já foi exposta por Guedes. “Os nossos militares olham para algumas delas [estatais] com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas eu digo ‘olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados'”, afirmou em evento sobre privatizações em fevereiro.

A resistência é observada também em outras pastas. Desde o começo do ano, representantes da equipe econômica têm feito reuniões com diferentes ministérios com o objetivo de checar a viabilidade das privatizações.

Encontram resistências dos titulares. Bolsonaro também já se posicionou de forma contrária à venda daquelas consideradas estratégicas para o país. Também será mantida a Embrapa (de pesquisa agropecuária), ligada à Agricultura. A interpretação é que companhias como essa geram um valor que não é apenas medido pelo lucro ou prejuízo.

Há um conjunto de outras empresas consideradas no governo importantes para executar ações ligadas a políticas públicas e que, por isso, serão mantidas neste momento. Estão nesse universo empresas ligadas a hospitais, como a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Grupo Hospitalar Conceição. A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também segue estatal.

Procurada, a Secretaria de Desestatização e Desinvestimento informou em nota que a Constituição determina que a exploração direta de atividade econômica pelo Estado “só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo”. “Neste sentido, a manutenção de empresas estatais pela União só se dará se esses critérios forem observados”, afirma o texto.

Hoje, são 134 empresas estatais, sendo que as 18 dependentes do Tesouro demandam cerca de R$ 20 bilhões ao ano. O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, defendeu ao tomar posse que estava desenvolvendo um programa com o objetivo de se desfazer de tudo. “Estamos apenas no pré-projeto de um programa para desestatizar tudo. O Estado não deve competir com a iniciativa privada”, disse.

Há três meses, Guedes deu declarações semelhantes ao dizer que, “no final, vai a [privatização da] Petrobras também, vai o Banco do Brasil”. “Tem que ir tudo”, defendeu.

A intenção do ministro é vender as empresas para reduzir o endividamento público. Hoje, o valor das estatais corresponde a 27% da dívida líquida do setor público. Em 2010, a relação chegava a 60%.

O governo ainda estuda o destino de outras empresas. É o caso dos Correios, que já teve a análise sobre a venda liberada por Bolsonaro.

Segundo representantes da equipe econômica, há diferentes compradores potencialmente interessados, principalmente pela capilaridade da companhia no território brasileiro.

Outras estatais podem ter um fim diferente da venda, como a EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Recentemente, o presidente da República afirmou em entrevista que ela será extinta.

Fonte: Folha de S.Paulo

Privatização dos bancos públicos: mais de 50% das cidades ficarão sem agências

Publicado em: 29/05/2019


Números do Banco central reforçam o que as entidades representativas dos empregados da Caixa Econômica Federal têm repetido diuturnamente: sem bancos públicos não há desenvolvimento econômico e social para o Brasil. Atualmente, dos 5.590 municípios brasileiros, 3.365 (60,2%) contam com uma ou mais agência bancária, 950 municípios (17%) são atendidos apenas por bancos públicos. Caso os bancos públicos sejam privatizados, 57% das cidades brasileiras ficarão sem agências bancárias.

“Isso significa que a população será privada de serviços bancários e de políticas sociais na área da habitação, da educação, do esporte, dentre outras. Os bancos privados não têm interesse em prestar serviços para a população menos favorecida e tampouco se instalar em cidades e bairros afastados dos grandes centros comerciais e financeiros”, alerta o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Ferreira.

O dirigente lembra o importante papel dessas instituições no financiamento de projetos necessários ao desenvolvimento econômico, em atividades anticíclicas quando de crises e na bancarização, no acesso da população de menor renda aos programas sociais e às atividades bancárias, suprindo lacunas deixadas pelos bancos privados nacionais e estrangeiros.

Rondônia é um dos estados mais afetados pelo problema. Dos 15 municípios do estado, apenas seis contam com agências e, em cinco, são só agências de bancos públicos.

Fonte: Federação dos Bancários do Estado do Paraná

Petrobras abre programa de demissão voluntária

Publicado em: 25/04/2019


A Petrobras informou na noite desta quarta-feira (24) a abertura de um programa de demissão voluntária (PDV). A medida será voltada para os funcionários que estejam aposentados até junho do ano que vem, quando as inscrições serão encerradas.

De acordo com a companhia, a estimativa é que aproximadamente 4,3 mil empregados participem do PDV. O custo previsto é de R$ 1,1 bilhão, e o retorno estimado com o programa é de R$ 4,1 bilhões para o período de 2019 a 2023.

“O PDV foi elaborado considerando o custo de reposição dos quadros da companhia, a preservação do efetivo necessário à continuidade operacional e a aderência ao Plano de Negócios e Gestão vigente”, informou a companhia.

Em março, a companhia anunciou a intenção de cortar US$ 8,1 bilhões de seus custos operacionais em quatro anos, com reduções nas despesas com funcionários e menores gastos em propaganda e escritórios. A companhia já anunciou que vai desocupar o prédio da sede em São Paulo.

“O efeito nas demonstrações financeiras ocorrerá à medida em que as adesões se efetivarem”, disse a Petrobras.

Fonte: G1

Para presidente do BB, instituição estaria melhor no setor privado

Publicado em: 21/03/2019


O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu nesta sexta-feira, 15, a privatização das principais empresas estatais, incluindo o próprio BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras, mas ressaltou que “não se cogita” no governo a desestatização dessas companhias atualmente. Novaes disse que é papel dos economistas liberais do governo Jair Bolsonaro defenderem a privatização dessas estatais.

“O governo, ao longo da história, atrapalhou mais do que ajudou o BB. Minha conclusão é que se o BB fosse privado, ele seria muito mais eficiente, teria melhor retorno e poderia alcançar todos os objetivos que hoje alcança”, afirmou Novaes, em palestra durante o seminário “A Nova Economia Liberal”, na Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio.

Segundo Novaes, nenhum dos objetivos do BB definidos pelo governo, como a atuação no crédito rural, deixaria de ser alcançado caso o banco fosse privatizado. “Estou convencido de que o BB estaria bem melhor e deveria se privatizado. Defendo a privatização da Caixa e o ‘phasing out’ do BNDES”, completou o presidente do BB.

Processo de privatização em andamento

A liberdade para demitir e contratar foi um dos principais pontos explorados por integrantes da equipe econômica do governo ao defender a privatização de grandes empresas estatais, como Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa e BNDES. Os presidentes dos bancos deixaram claro que a estratégia é enxugar quadros e privatizar.

“No BB, por exemplo, me sinto com as mãos atadas e como se tivesse bolas de chumbo na perna. Não tenho a mesma liberdade de contratação e de demissão”, afirmou Novaes. O processo de privatização dos bancos públicos está em pleno andamento, com o desmantelamento da empresa pública e a diminuição do seu papel.

A Caixa, por exemplo, já perdeu 15 mil trabalhadores de 2014 para cá. E, em três anos, o BB demitiu mais de 12.380 funcionários e fechou cerca de 700 agências em todo o país.

“A privatização das estatais beneficia apenas o mercado, que compra as empresas a preços mais baixos que seu real valor. Esse ataque ao patrimônio público resulta em piora da qualidade e redução de cobertura dos serviços, prejudicando clientes e usuários. Em 55 países, constata-se uma reversão das privatizações devido à precarização e encarecimento dos serviços”, explica o diretor do Sindicato Kleytton Morais.

Adoecimento do trabalhador

A facilidade de demissão e de contratação apontada pelos presidentes dos bancos públicos, ao defenderem a privatização das estatais, é rechaçada pelos dirigentes sindicais. “Isso só vai favorecer a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e, consequentemente, o adoecimento do bancário e da bancária”, avalia Antonio Abdan, diretor do Sindicato.

“Não tem sentido a redução de empregados, assim como a intenção de privatizar a Caixa. O banco não dá prejuízo aos cofres públicos. Ao contrário, exerce um importante papel para o desenvolvimento socioeconômico do país e é lucrativo”, enfatiza Abdan.

Fim dos concursos públicos

Além de reforçar a intenção de privatizar as empresas públicas, o governo anuncia que vai travar os concursos públicos, decisão que já era prevista. Por ocasião da liberação da terceirização irrestrita de trabalhadores para atividades-fim nas empresas, proposta por Temer, especialistas alertaram que essa medida poderia acabar com os certames e a substituição por terceirizados vai inviabilizar a aposentadoria dos atuais servidores.

“Os concursos serão realizados quando for estritamente necessário. A ideia, por ora, é não ter concurso, e sim trabalhar para a melhoria operacional”, informou à imprensa o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel. Segundo ele, antes de conseguir autorização para abrir novas vagas, os órgãos terão de cumprir 12 etapas de exigências. Entre os requisitos, estará a digitalização de serviços.

Desligamentos

Em 2018, foram fechados 2.929 postos de emprego bancário em todo o país. O saldo é resultado da contratação de 29.392 novos bancários e o desligamento de 32.321. Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal apresentaram os maiores saldos negativos. Apenas em dezembro, os bancos fecharam 1.540 postos de trabalho no país, sendo 1.435 pela Caixa, em função do reeditado Plano de Desligamento Voluntário (PDV).

A análise por Setor de Atividade Econômica (CNAE) revela que a Caixa foi responsável pelo fechamento de 2.493 postos em 2018, enquanto os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, fecharam 607 postos no ano passado. No caso da Caixa, esse saldo é reflexo do PDV de 2017.

Fonte: Infomoney“>Fonte: Infomoney (com Sindicato dos Bancários de Brasília)

Ministro Paulo Guedes defende privatização do BB e Petrobras

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Em evento sobre liberalismo econômico nesta sexta-feira, 15, integrantes da equipe econômica do governo voltaram a defender a privatização de grandes empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, apesar de determinação contrária do governo Jair Bolsonaro.

Em sua palestra, na qual disse que privatizações e venda de ativos são uma das prioridades da gestão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que “no final, vai a (privatização da) Petrobras também, vai o Banco do Brasil”. “Tem que ir tudo”, defendeu.

“Como liberais, somos contrários a empresas estatais. Com exceção do Banco Central, bancos públicos deveriam ser privatizados e o BNDES extinto. A Petrobras também deveria ser privatizada”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para depois citar refrão dos Rolling Stones que diz “nem sempre se pode ter tudo”.

Também presente, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes defendeu a privatização dos dois maiores bancos estatais, o BB e a Caixa, argumentando que as instituições seriam mais eficientes com gestão privada. “Ao longo da história, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do Brasil”, afirmou. “Não vejo nada que não pudesse ser alcançado como prioridade do governo por todo o sistema bancário”, completou o executivo.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que participou da mesma mesa em que estava Novaes, não citou privatização, mas falou em saída de segmentos não prioritários e abertura de capital de subsidiárias. O banco pretende lançar em setembro operação para atrair investidores para a Caixa Seguridade.

O seminário, chamado ‘Nova Economia Liberal’ foi realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio e discutiu a reforma da Previdência, o papel dos bancos públicos e do setor de óleo e gás na nova política econômica brasileira.

Ao convidar Guedes para comandar a área econômica de seu governo, Bolsonaro prometeu carta branca ao economista, mas determinou a manutenção de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa como estatais. A decisão tem apoio da ala militar do governo, principalmente em relação à Petrobras.

Ainda assim, as gestões das grandes estatais vêm sinalizando uma postura mais agressiva com relação a vendas de ativos. Na Petrobras, por exemplo, Castello Branco já anunciou que vai rever o plano de desinvestimentos, acelerando a saída de segmentos e reduzindo ao menos à metade sua participação no refino brasileiro.

Guedes convidou o empresario Salim Mattar, dono da Localiza, para assumir a secretaria de Privatizações do ministério e estabeleceu a meta de vender US$ 20 bilhões (cerca de R$ 76 bilhões) ainda em 2019. “Eu trouxe o Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível, doido para passar a faca”, afirmou o ministro da Economia, no evento desta sexta. Ele calcula que a venda a venda de todas as empresas e imóveis do governo poderiam render R$ 1,2 trilhão.

Com a restrição à venda das três maiores estatais, porém, a principal operação na mira do governo atualmente é a venda de ações da Eletrobras, proposta pelo governo Temer, que reduziria a fatia do governo na companhia. O negócio deve render R$ 12 bilhões, segundo projeção feita ainda pelo governo anterior.

Outro foco é a venda de imóveis. No evento desta sexta, Guedes brincou que preferiu deixar Mattar morando em um hotel para vender a residência em Brasília para a qual ele poderia se mudar.

Fonte: Amazonas Atual

Privatização do BB pode prejudicar financiamentos e políticas sociais

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A mais recente declaração do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, só confirma o que desde o início de sua gestão vem sendo receio dos funcionários do BB, o despreparo de Novaes para assumir um banco público, como ressalta o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Wagner Nascimento, em entrevista ao jornalista Rafael Garcia, da Rádio Brasil Atual.

Em evento no Rio de Janeiro na sexta-feira (15), o presidente do banco disse estar “convencido” de que é preciso privatizar a instituição. Novaes chegou a afirmar que no Banco do Brasil se sente de mãos atadas. “É como se tivesse bolas de chumbos nas pernas para competir com bancos privados”, ressaltou.

“Uma declaração equivocada, de alguém que chegou agora e não conhece o banco”, rebateu Nascimento contestando, por exemplo, que mesmo não sendo da natureza da instituição pública competir com outras instituições, ela é altamente rentável. “Ele (Novaes) esquece que o retorno dado pelo banco, os dividendos pagos aos acionistas e ao próprio governo, isso é revertido em ações e políticas”, afirma o bancário e diretor da Contraf-CUT.

Responsável pelo financiamento de projetos de desenvolvimento, como agricultura familiar e até o agronegócio, o Banco do Brasil tem, sendo público, a responsabilidade com funções sociais, algo que poderá ser posto em xeque se for privatizado. “É um banco que não pode ser privatizado, ele tem seu papel na economia do país, não é um banco que está simplesmente concorrendo com um outro para ver quem lucra mais”, defende. “A gente estará deixando uma parte da sociedade considerável que precisa desse banco, à mercê de agentes de mercado que vão cobrar muito caro para fazer isso.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Fenae defende bancos públicos da privatização

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Os sinais de privatização do Governo Federal estão mobilizando a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) em defesa dos bancos públicos e sua função social sob o controle do Estado.

Nesta terça-feira (19), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco recebeu o debate “Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas”, com a presença do presidente da Fenae, Jair Ferreira, do economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Beluzzo, do escritor e jornalista Xico Sá e da professora de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, Liana Cirne Lins. “Estamos tentando envolver toda a sociedade para garantir o papel dos bancos como ferramenta de políticas públicas e fomento”, afirmou Ferreira.

O Recife foi a nona capital a sediar o debate que foca na Caixa Econômica Federal por sua participação na economia local e nos programas sociais como o Bolsa Família que atende a 1,1 milhão de famílias em Pernambuco.

Dos 17 bancos do Estado, somente quatro são públicos – o Banco do Brasil (BB), o Banco do Nordeste, o Banrisul e a Caixa que responde por 88% dos financiamentos imobiliários realizados em Pernambuco no ano passado. “Bancos como a Caixa ou o BB podem perder metade das agências com a venda de seus ativos e participações. O governo já anunciou que, até 2020, quer vender as áreas mais rentáveis da Caixa: Seguros, Cartões, Loteria e Ativos de Terceiros”, declarou Jair Ferreira.

Fonte: Folha de Pernambuco

Bancada nordestina pede que Bolsonaro não privatize Banco do Nordeste

Publicado em: 27/02/2019


O líder da bancada do Nordeste na Câmara, deputado Júlio César (PSD-PI), encontrou-se com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), na manhã desta segunda-feira (25/2). Segundo ele, foi feito um “apelo” para que a equipe econômica não privatize o Banco do Nordeste.

“Pedimos para que a ideia de privatizar o Banco do Nordeste ou fundir com outro banco seja afastada”, enfatizou. Para o líder, a instituição é “o órgão do Nordeste que mais tem contribuído para seu crescimento”. O deputado lembrou que, apesar de a região ter 27,5% da população brasileira, “o Nordeste tem menos da metade do PIB [médio] e Renda per capita [média] do Brasil”.

Segundo o parlamentar, além da instituição financeira, a conversa girou em torno de políticas para “diminuir a diferença entre ricos e pobres no país” e sobre “os problemas dos encargos e lucros dos cinco maiores bancos do país”, que são o Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e Santander.

“Eles ganham entre 20 e 30 bilhões de reais sem aplicar 1 centavo”, criticouJúlio Cesar, ao comentar que essas instituições controlam 82% do mercado. Ele destacou que existem 124 bancos nacionais.

O deputado pediu que Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, “estudem” os tributos sobre Lucro Líquido e Imposto de Renda para poder diminuir a desigualdade social no Brasil, convidando-os para participarem diretamente das discussão na bancada. Sobre a resposta de Bolsonaro, Júlio César disse que o presidente vai “estudar sobre o assunto”.

Fonte: Portal TNH1

Banco do Brasil seria mais eficiente se fosse privatizado, diz presidente

Publicado em: 20/02/2019


Para o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, a instituição seria mais eficiente se fosse privatizada – e todos os funcionários ganhariam com isso. Novaes, porém, deixou claro que essa posição é pessoal, e não uma política de governo, mas espera que um dia o País esteja preparado para essa ideia. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.

“Temos essa ambição [de dar retorno similar ao de instituições privadas]. O banco público sempre tem alguns entraves, não temos a mesma liberdade que os privados para tomar certas decisões”, disse o presidente. “Se o Banco do Brasil fosse privado, teria um resultado melhor do que tem hoje”, completou.

As declarações foram feitas nesta quinta-feira (14) durante o evento de divulgação do balanço da instituição. O BB reportou um lucro líquido ajustado – isto é, livre de efeitos extraordinários – de R$ 12,862 bilhões em 2018, uma alta de 16,8% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre, o resultado positivo foi de R$ 3,803 bilhões, 22,3% acima do registrado no mesmo período de 2017.

A opinião de Novaes sobre a privatização do Banco do Brasil não é compartilhada pelo governo – pelo menos não por enquanto. Em outra ocasião, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, já indicou que o BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras devem ser preservados porque são considerados “estratégicos”.

Durante o evento, Novaes também comentou sobre os planos que tem para o Banco do Brasil. O presidente afirmou que a instituição estuda parcerias e abertura de capital para as atividades mais afins ao negócio principal do BB, como as áreas de banco de investimentos, meios de pagamento e seguridade.

“Entendemos que a abertura de capital estampa valor e costuma melhorar a governança. Parceria não significa que vai dividir receita. Você cria um bolo maior e a parcela que recebe pode ser superior ao que ganhava integralmente. Parceira só faz sentido se agrega valor”, disse Noves.

Os demais ativos, porém, são passíveis de desinvestimentos – e não a “qualquer preço”. Segundo o presidente, ainda não foi definido quais seriam esses desinvestimentos e quanto o banco poderia ganhar com eles, muito porque existe uma preocupação com uma possível desvalorização. “A pior coisa é ter pressa para vender alguma coisa, porque vai desvalorizar seu ativo”, defendeu.

Mulheres no BB

Em meados de 2018, o então presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli revelou que a instituição tinha cerca de 16% dos cargos de comando ocupados por mulheres, e que o objetivo era chegar ao menos a 22%.

O novo presidente disse desejar uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do Banco do Brasil , e garantiu que qualquer entrave existente para alcançar essa meta será eliminado. O executivo, contudo, descartou a adoção de uma política de cotas.

Fonte: Portal IG

Caixa pretende vender subsidiárias de loterias, seguros e cartões

Publicado em: 14/02/2019


O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou que pretende vender todos os ativos que não fazem parte da atividade principal do banco. Segundo Guimarães, serão vendidas quatro subsidiárias do banco nas áreas de loterias, seguros, cartões e gestão de recursos (asset management).

Em evento do banco Credit Suisse para investidores, em São Paulo, Guimarães explicou que a ideia não é vender 100% da participação da Caixa, mas fazer uma abertura de capitais aos poucos.

Ele afirmou que pelo menos dois ativos serão vendidos ainda este ano e que o primeiro deve ser o de loterias. O presidente da Caixa destacou que, até junho de 2020, em uma previsão que ele mesmo considera conservadora, as quatro subsidiárias estarão com o capital aberto. Segundo Guimarães, a venda de subsidiárias ajudará a Caixa a pagar aportes da União no banco no total de R$ 40 bilhões.

O presidente da Caixa acrescentou que pretende abrir capital dos ativos nas bolsas de valores de São Paulo, a B3, e na de Nova York.

De acordo com Guimarães, o objetivo do governo com a venda de ativos é preparar a Caixa para o futuro. “Para que os próximos governos consigam ter uma Caixa mais sólida em termos de capital, mais rentável”, explicou.

Durante o evento, Guimarães disse também que a Caixa tem a meta de fazer R$ 100 bilhões em securitização (venda de direitos a receber) de crédito imobiliário, investir no mercado de maquininhas de cartão e cartão de crédito consignado.

Fonte: Fator Brasil