Previ, Petros, Funcef e Vivest: fundos de pensão planejam investimentos em 2021

Publicado em: 04/03/2021

Com quase R$ 1 trilhão em ativos sob gestão, sendo a maior parcela ainda na renda fixa, e com uma taxa básica de juros bem abaixo do padrão histórico, boa parte dos fundos de pensão não conseguiu superar as metas de retorno estabelecidas em 2020.

Segundo dados consolidados pela consultoria Aditus, que consideram a base de clientes de 119 fundos de pensão com R$ 250 bilhões em investimentos no mercado, a rentabilidade média das carteiras ficou positiva em 7% em 2020, bem acima da variação de 2,7% do CDI e da alta de 2,9% do Ibovespa. Longe, porém, do necessário para cumprir com a meta atuarial média (taxa de retorno anual que a fundação precisa bater todo ano para manter sua solvência), próxima de 10%.

Nesse grupo, a alocação em renda fixa ainda é de aproximadamente 80% dos portfólios, com apenas 10% em renda variável e cerca de 2%, em ativos no exterior.

“Se em 2020 bater a meta atuarial foi difícil, para 2021, com uma inflação que não dá sinal de trégua, a vida promete não ser muito mais fácil”, prevê Guilherme Benites, sócio da Aditus, que não vê outra saída que não o aumento da alocação em risco, principalmente na Bolsa e nos mercados globais.

Tiveram, contudo, algumas exceções no ano passado, principalmente entre os maiores fundos de pensão do país, que já iniciaram o processo de diversificação das carteiras. Eles não fazem parte do levantamento da Aditus, que tem uma base mais concentrada nas entidades de médio porte.

Juntas, as três maiores fundações do país – Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa) – representam quase 40% de todo o sistema, com aproximadamente R$ 400 bilhões em investimentos.

Com exposições acima da média do setor em renda variável, os três fundos indicam ter alcançado suas respectivas metas atuariais pelos resultados preliminares de 2020, especialmente por conta da forte alta da Bolsa nos últimos meses do ano passado.

No caso da quarta maior fundação do país, a Vivest, fundo de pensão das empresas do setor elétrico que tem a Cesp como uma das principais patrocinadoras, a alta da ordem de 23% do IGP-DI em 2020 tornou a tarefa de bater a meta praticamente impossível, mesmo com um bom desempenho dos investimentos.

Para 2021, com a perspectiva de juros ainda bem abaixo dos retornos necessários que os fundos precisam atingir para manter a solvência de seus planos e garantir a aposentadoria aos quase quatro milhões de participantes, a diversificação para ativos de maior risco inevitavelmente volta a ser a principal pauta do dia. Mesmo entre os maiores fundos de pensão, mais avançados na questão que seus pares.

Confira a seguir como os dirigentes responsáveis pelos investimentos bilionários dos quatro maiores fundos de pensão do país se planejam para navegar nos mercados neste ano.

Previ de olho nos IPOs

Na Previ, maior fundo de pensão do país e com uma das maiores carteiras de renda variável do setor, de quase 50% do total sob gestão, a recuperação da Bolsa deve ter garantido o cumprimento da meta de 10,2% em 2020, ou INPC mais 4,75%. Até novembro, dado mais recente disponível, a rentabilidade do maior plano da fundação estava em 11%.

“A carteira de investimentos montada ao longo de muitos anos de maneira disciplinada e diversificada mostrou seu valor na hora da crise”, afirma Marcelo Wagner, diretor de investimentos do fundo de pensão. “Isso é muito importante porque, nas crises, os preços descem de elevador, e sobem de escada”, observa.

Petrobras, Banco do Brasil, Itaú, Ambev e BRF Foods estão entre as maiores posições da carteira de ações da Previ. A maior exposição, contudo, é na mineradora Vale, herança do processo de privatização da mineradora anos atrás.

Além disso, em 2020, a Previ estruturou uma carteira de R$ 630 milhões que se voltou exclusivamente para os novos nomes que têm vindo à Bolsa, tendo participado das ofertas iniciais de ações (IPO) de Rede D´Or, Petz, Quero-Quero e Grupo Mateus, além do follow-on da Rumo.

“São empresas em setores complementares ao que já temos em carteira, com vetores de crescimento muito importantes”, afirma Wagner, que segue atento às novas ofertas para contribuir à diversificação do portfólio.

Nesse sentido, o diretor de investimentos lembra que, no início de 2020, o fundo de pensão chegou a interromper o processo de diversificação para aumentar a alocação em ativos no exterior, fundos imobiliários e multimercados.

Com o cenário de juros baixos mantido para 2021, o processo de diversificação está agora sendo retomado. “Em 2020, o plano previa R$ 5 bilhões para o aumento da diversificação nessas três classes de ativos, e agora aumentamos para R$ 7 bilhões”, diz Wagner, que acrescenta que o montante será aportado conforme surgirem as oportunidades, sem um prazo preestabelecido ou um percentual destinado previamente para cada categoria.

Petros otimista

Na Petros, fundo de pensão da Petrobras em que a renda variável responde por cerca de 23% do total, o diretor de investimentos Alexandre Mathias se mostra mais otimista que a média com as perspectivas para a recuperação da economia.

Os cálculos da equipe de investimentos do fundo apontam para um crescimento ao redor de 4,75% do PIB do Brasil neste ano, bem acima dos 3,29% estimados no mais recente relatório Focus, do Banco Central.

Em meados de abril do ano passado, recorda Mathias, quando parte do mercado previa quedas desastrosas da economia, a leitura na Petros era a de que o pessimismo estava além do razoável.

Na ocasião, a leitura fez a entidade aumentar a aposta em Bolsa. O diretor de investimentos prevê um ambiente doméstico mais favorável em 2021, com uma valorização do real frente ao dólar que deve levar a cotação da moeda para R$ 4,80 em dezembro.

Apesar do risco fiscal e do atraso da vacinação no Brasil, o ambiente externo de ampla liquidez e juros baixos ainda é visto como bastante favorável. “É difícil o mundo ir muito bem, e o Brasil muito mal, por isso vemos um cenário construtivo, que aceita a ideia de correr mais risco”, afirma Mathias, que enxerga espaço para o Ibovespa testar os 130 mil pontos.

E embora os juros devam subir, a projeção da equipe econômica da Petros aponta para a taxa Selic em 3,25% no fim do ano, com uma inflação de 3,50%, com prêmios, portanto, insuficientes para bater a meta atuarial de IPCA mais 4,5%, o que ficou próximo de 9% no ano passado.

Em 2020, justamente pela retomada da Bolsa, a Petros conseguiu cumprir com suas obrigações atuariais junto aos participantes, com rentabilidade média dos investimentos de aproximadamente 9,5%, destaca Mathias, ao enaltecer a valorização de 11,8% da carteira de ações do FIA Petros Ativo, contra 2,9% do Ibovespa.

Com retorno de 29% desde que surgiu, em outubro de 2019, o fundo foi a primeira iniciativa de gestão ativa interna da fundação no mercado de ações, com patrimônio de R$ 1,8 bilhão no fim do ano passado.

De acordo com dados da Economatica, com base em outubro de 2020, o setor financeiro, com nomes como Itaú, Bradesco, BTG Pactual e B3, além de papéis de commodities como Suzano, Petrobras, Petro Rio, Gerdau, CSN e JBS, estavam entre os maiores destaques do portfólio.

Diante do sucesso da empreitada, em dezembro de 2020, a Petros estruturou o segundo fundo de gestão ativa da casa, batizado de Petros Seleção Alta Liquidez (SAL).

Otimização imobiliária na Funcef

No fundo de pensão da Caixa, além da busca ativa por oportunidades de maior rentabilidade que a Selic no crédito privado ou em ativos no exterior, o presidente da entidade, Renato Villela, enxerga oportunidades no mercado imobiliário, que corresponde a cerca de 10% dos investimentos nos principais planos de benefício da entidade.

Segundo o dirigente, a intenção é atuar a partir de agora mais como um investidor, de fato, no mercado imobiliário, priorizando os ativos de maior rentabilidade e valor agregado em carteira, e sem tanto um papel de administrador dos ativos como ainda é hoje.

“Temos hoje uma alocação muito dispersa no território nacional, o que traz custos muito altos de ponto de vista da administração da nossa carteira imobiliária”, afirma Villela.

Ao entrar na Funcef há quatro anos como diretor de participações societárias, tendo assumido a presidência em fevereiro de 2019, recorda Villela, a avaliação foi de que a carteira imobiliária havia sido constituída sem uma estratégia bem definida, com uma dispersão excessiva.

Hoje, o portfólio imobiliário da Funcef soma cerca de 150 ativos, com um tíquete médio relativamente baixo, entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.

O objetivo, afirma o presidente do fundo de pensão, é reduzir esse número nos próximos cinco anos para não mais do que 50 investimentos no segmento. “Temos que ter uma carteira imobiliária condizente com nosso tamanho”, afirma Villela, que prevê um portfólio mais concentrado em ativos de maior valor agregado, na casa dos R$ 200 milhões, em média.

Em 2020 até setembro, dado mais recente disponível, a rentabilidade do portfólio total do fundo de pensão da Caixa ficou em 4,6%, contra 5,4% da meta atuarial no período.

Os investimentos imobiliários, que envolvem desde lajes corporativas e participações em centros comerciais, galpões logísticos e hotéis até agências bancárias, renderam 2,5% no período.

Segundo Vilella, pelos resultados preliminares, a expectativa é ter superado a meta de 9,95%, correspondente à variação do INPC mais 4,5%. Houve também importante contribuição da carteira de renda variável, que representa cerca de 30% nos maiores planos. “Em novembro estávamos muito perto da meta e, em dezembro, o resultado foi positivo. Tenho uma confiança grande de que devemos ter ultrapassado a meta.”

A meta de 30% da Vivest

De acordo com as características particulares de sua massa de participantes, cada fundo de pensão tem sua própria meta atuarial, ainda que quase todos adotem como indexador o INPC ou o IPCA.

Há, porém, casos isolados, como da Vivest, antiga Funcesp, que tem como indexador o IGP-DI, o que fez a meta atuarial disparar para 30,8% em 2020, contra um retorno consolidado de 14,3% dos investimentos.

“Historicamente, nunca havia ocorrido um descolamento tão grande entre o IGP-DI e o IPCA”, afirma o diretor de investimentos Jorge Simino, que coordena a gestão de aproximadamente R$ 35 bilhões em ativos.

Enquanto trabalha para tentar conscientizar os dirigentes e participantes da Vivest quanto à importância de mudar o indexador dos planos, Simino torce para que a regulação imposta aos fundos de pensão seja logo flexibilizada, para aumentar dos atuais 10% para 20% o espaço dos investimentos no exterior na carteira.

Com valorização de 32,3% da alocação internacional da entidade de previdência em 2020, as bolsas internacionais ainda representam a melhor oportunidade do mercado na avaliação do diretor de investimentos, que cita o setor de tecnologia nos Estados Unidos e investimentos que se atentam para mudanças climáticas entre as principais apostas globais.

“No exterior existem mais ferramentas para lidar com a crise, seja na política monetária ou fiscal, seja na própria questão sanitária. Além disso, parece que o pessoal lá fora tem mais inteligência para lidar com essas ferramentas”, afirma Simino.

Segundo Luis Ricardo Martins, presidente da Abrapp, associação nacional dos fundos de pensão brasileiros, a demanda do setor de aumentar a permissão para alocação internacional deve ser uma das prioridades do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão regulador vinculado ao ministério da Economia que define as regras de investimento dos fundos de pensão.

“A gestão profissional demonstrada pelos gestores dos fundos de pensão durante a crise deixou claro que o setor tem capacidade para aumentar o risco de investimentos no exterior”, afirma Martins, acrescentando também estar na pauta a permissão para que os fundos de pensão possam investir em empresas de capital fechado.

Após aumentar de maneira considerável a alocação em Bolsa pouco após a forte queda de março de 2020, Simino não demonstra apetite por novos aumentos nas ações locais, que respondem por cerca de 10% da carteira total da Vivest.

“A Bolsa não está uma barganha, então tem que pesquisar muito”, afirma o diretor de investimentos, que vê o setor de commodities como um dos mais atrativos hoje pela retomada da economia chinesa, e o financeiro, pela queda dos papéis dos grandes bancos nos últimos anos.

O InfoMoney premiou, nos dias 23 e 24 de fevereiro, os gestores de fundos de ações, multimercados, renda fixa e de fundos imobiliários que conseguiram entregar aos investidores retornos com consistência nos últimos três anos.

Fonte: Infomoney

 

Cassi: mesa cobra clareza na comunicação e agilidade no retorno aos associados

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Na última semana, o movimento sindical esteve reunido com a diretoria da Cassi para avaliar a prestação de contas e esclarecer temas de interesse aos associados. A reunião faz parte do compromisso assumido, desde a negociação da proposta de sustentabilidade da Cassi, pelas entidades representativas de funcionários da ativa e aposentados do BB junto aos associados.

“É importante acompanharmos a evolução financeira da Cassi. Os encontros possibilitam que o movimento busque respostas aos questionamentos dos associados”, explica Elisa Ferreira, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).

Entre os temas questionados estão coparticipação, assistência farmacêutica, atenção integral à saúde e a situação dos funcionários dos bancos incorporados. Participaram do alinhamento o presidente, Dênis Corrêa, e os diretores Ana Cristina Rosa, Carlos Flesch e Luiz Satoru, os dois últimos, eleitos pelos associados.

Coparticipação

Com relação à coparticipação, as entidades cobraram a volta dos compromissos anteriores firmados em mesa de negociação, para a retomada dos índices de coparticipação aos patamares 2018. Também foi solicitado mais objetividade nas respostas e uma definição de coparticipação.

“A coparticipação aumentou em janeiro de 2019, passando de 10%, para exames, e 30% para consultas para 20% e 40%, respectivamente. O problema desse aumento é que pode ficar muito pesado para o adoecido, uma vez que não faz nenhum tipo de distinção para exames de alta complexidade, por exemplo, exames estes realizados por quem realmente precisa”, explica Elisa.

De acordo com a Feeb, o aumento exagerado da coparticipação pode inibir o uso, de modo que o associado deixe de cuidar da sua saúde e resulte em um aumento de custos no bolso do trabalhador. “O aumento indiscriminado da coparticipação não é inteligente e pode ter efeitos perversos. Precisamos discutir o modelo da coparticipação, fazendo com que ela seja instrumento de indução aos cuidados primários da saúde”, destaca Elisa.

A diretoria da Cassi se comprometeu em fazer um levantamento de dados sobre a coparticipação e apresentá-lo na próxima reunião, voltada exclusivamente para a pauta. A data será confirmada nos próximos 15 dias.

Assistência farmacêutica

Com relação à assistência farmacêutica, o movimento cobrou posicionamento sobre a revisão da Lista de Materiais e Medicamentos Abonáveis da Cassi (LIMACA), uma vez que muitas patologias severas e recorrentes foram excluídas do programa e a lista de materiais e medicamentos abonáveis teve redução da ordem de 70%.

As entidades cobram a revisão da Limaca, já que a decisão de reduzir o fornecimento de medicamentos aconteceu no início de 2020, logo após as negociações com as entidades sobre a proposta de sustentabilidade.

A Cassi declarou que não realizou a revisão da Limaca, ao longo de 2020, e que até maio apresentará uma proposta para o assunto.

Reembolsos para o PAF

A dificuldade nas solicitações de reembolsos para o Programa de Assistência Farmacêutica (PAF), também foi levantada. “Muitos deixam de pedir o reembolso por falha ou dificuldade no sistema. Além de prejudicar a bancária e o bancário, o problema pode acarretar desistência na compra de remédios e trazer impactos negativos para a saúde dos associados”, explica Elisa.

A Cassi reconheceu a falha e constituiu um grupo de trabalho para identificar as dificuldades que os associados estão tendo e promover melhorias no sistema.

Como sugestão, os representantes sindicais reivindicaram o envio dos reembolsos pelos Correios na modalidade papel. A Diretoria da Caixa de Assistência informou que vai analisar o pedido.

Funcionários dos bancos incorporados

As entidades apresentaram as dificuldades encontradas para definir a situação da assistência à saúde dos funcionários incorporados (BNC, BESC e BEP) e apresentaram a proposição de adesão desses funcionários à Cassi, uma vez que se tornaram funcionários do BB.

Defenderam que a solução seria adequada para a Cassi por representar aumento no número de participantes do Plano de Associados. A Cassi declarou ter interesse na adesão dos incorporados, aguardando posicionamento do banco a esse respeito. Informou também que, assim que for notificada sobre as negociações, fará as projeções e apresentará os reflexos financeiros. “A declaração contraria o que o Banco afirma na mesa dos Incorporados, quando coloca óbices para a entrada dos incorporados, declarando que é preciso fazer estudos atuariais inclusive com relação ao impacto à Cassi”, pontua Elisa.

Cassi essencial

Para combater a evasão do Plano Cassi Família e constituir novas receitas, a Cassi informou que em breve terá um novo plano, chamado de Cassi Essencial, cuja mensalidade poderá ser entre 20 a 30% inferior ao do Cassi Família.
De acordo com a Diretoria da Caixa de Assistência, a criação de novos planos é parte da estratégia para garantir sua sustentabilidade no futuro.

Foram antecipadas algumas características do novo plano, entre elas que o público-alvo são os familiares dos associados. O plano terá abrangência nacional, mas precificação regional (as mensalidades iriam variar segundo o local de residência do participante). Terá também rede de atendimento diferente da utilizada para o Plano de Associados e Cassi Família. Haverá a possibilidade de cobrança de coparticipação e franquia pela utilização dos serviços. O produto já foi registrado na ANS e está aguardando o aval do BB.

Resultados da Cassi

A Cassi fechou 2020 com resultado líquido de R$ 1,141 bilhão, se mantendo na posição de maior autogestão do País em número de beneficiários. São mais de 629 mil vidas, sendo que 386.752 estão no Plano de Associados e 243.027 estão no Cassi Família.

Os índices de sinistralidade (76,68%) e eficiência (5,50%) fecharam em equilíbrio com os principais concorrentes do mercado. Houve evolução das reservas totais da Cassi, que hoje somam R$ 3,3 bilhões.

A taxa de administração, que entra como receita para a Cassi como parte do acordo de sustentabilidade, termina em 2021 e representa R$ 153 milhões. As projeções atuais já contam com a queda de receita e os novos planos de mercado são uma forma de suprir o fim da taxa.

Análise dos resultados

Para a Feeb SP/MS, os resultados são consequência das negociações realizadas pelas entidades representativas. “Graças às negociações conseguimos alterar o modelo de custeio e trazer sustentabilidade para a Cassi”, destaca Elisa.

A Federação dos Bancários ainda avalia ser impossível saber o quanto desse resultado tem influência com a redução do uso do plano pelo associado, por conta da pandemia, que adiou vários tratamentos médicos. “ Ainda que o resultado seja bom, a Cassi ainda não se encontra em uma posição confortável em relação ao futuro. Esse é o momento de se fazer investimentos, tanto nos processos de gestão como no modelo assistencial de saúde, visando a sustentabilidade no médio e longo prazo. É uma oportunidade que não pode ser perdida”, aconselha a representante.

Fonte: Federação dos Bancários SP/MS

 

Veja decisões do Conselho Deliberativo da ANABB sobre o Teto de Benefícios da Previ

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As discussões sobre o teto de benefícios da Previ não são recentes, pois, desde 2008, o Banco do Brasil transformou seus executivos em estatutários, com a adequação das remunerações que passaram a ser consideradas como honorários e que ficaram em valores superiores ao maior valor de remuneração de funcionário de carreira (NRF Especial).

O Conselho Deliberativo da ANABB, após tomar conhecimento da recente proposta de Regulamento do Plano 1 da Previ, que tem como uma das mudanças a fixação de um teto de benefícios, tomou algumas decisões que estão sendo implementadas pelos colegiados da Associação.

O regulamento já foi aprovado pela própria Caixa de Previdência, pelo patrocinador e pelo órgão competente do governo, a SEST. Atualmente, está na Previc para sua aprovação.

Uma das mudanças que mais causa questionamentos junto aos associados é o art. 104 do novo regulamento que estabelece que:

“Art. 104 – O disposto no §3º do artigo 28 não se aplica aos participantes que, na data de aprovação deste Regulamento, possuam salário-de-participação superior àquele limite, sendo-lhes assegurada sua preservação, nos termos deste Regulamento.”

A ANABB entende que os participantes do Plano 1 devem ter os mesmos direitos e deveres, sem discriminações nem privilégios. Contribuir para Previ sobre uma remuneração que não é compatível com os salários de contribuição dos participantes do plano é dar tratamento diferenciado, ferindo o princípio da igualdade.

DECISÕES DO CONSELHO DELIBERATIVO

Em reunião realizada no dia 19 de fevereiro, o Conselho Deliberativo decidiu que a ANABB irá se posicionar contrariamente ao pagamento de benefícios acima do teto aprovado, em 2008, sem que o Banco do Brasil aporte a diferença da reserva matemática para o pagamento desses benefícios.

O posicionamento da ANABB deverá ser comunicado à Previc, BB, SEST, CNPC e outros órgãos que tenham relação com o tema, além de dar divulgação ampla de seu posicionamento, destacando as decisões anteriores da Previc sobre o teto. O Conselho Deliberativo também solicitou que a Diretoria Executiva elabore uma agenda de reuniões com o Banco do Brasil, Previ e Previc para tratar administrativamente sobre o artigo 104 do novo regulamento da Previ, entre outros pontos do novo regulamento, considerando que houve decisões impostas pela Previc na época e que não foram cumpridas.

O colegiado do Deliberativo determinou que a Diretoria contrate uma banca jurídica renomada, especializada em previdência complementar, com o objetivo de analisar o tema e propor ações pertinentes, se for o caso. Também definiu pela criação de uma comissão, formada pelos conselheiros Antonio Carvalho, Cecília Garcez, Célia Larichia, Fernando Amaral e William Bento, para assessorar o escritório de advocacia a ser contratado, apresentando para o Conselho Deliberativo todas as questões que necessitarem de decisão do Colegiado, bem como representar o Conselho nas diversas discussões a respeito do assunto nas Entidades e fóruns competentes.

AÇÕES DA DIRETORIA EXECUTIVA

Atendendo às solicitações do Conselho Deliberativo, a Diretoria Executiva da ANABB providenciou os seguintes encaminhamentos:

  • Pleiteou audiência com o presidente da Previ e encaminhou ofício solicitando os documentos relacionados ao teto de benefícios do Plano 1, trocados com o Banco do Brasil, Previc e SEST a partir de 2008; e a quantidade de assistidos com benefícios concedidos e seus valores, ano a ano, a partir de 2008, incluindo aqueles que terão expectativa de direito de receber, tomando por base os salários de participação superiores ao do maior funcionário não estatutário.
  • Solicitou audiência com o Diretor-Superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc para tratar sobre pontos administrativos do artigo 104 do novo regulamento da Previ.
  • Também solicitou audiência com o presidente do Banco do Brasil para tratar sobre o referido artigo.

Fonte: Agência ANABB

Crescimento da AGEBB fortalece a classe gerencial do Banco do Brasil

Publicado em: 01/03/2021

Se você é gerente do BB, aposentado ou da ativa, estando ou não no grupo dos 5.533 funcionários que optaram por se desligar do BB no Programa de Demissão Voluntária (PDV), já pensou em integrar-se à uma associação de gerentes? Fazer parte de uma entidade que defenda especificamente os direitos dos gerentes perante as entidades de previdência ou saúde ligadas ao BB e aos órgãos diretivos e administrativos do banco e suas subsidiárias é fundamental para a valorização da categoria e do próprio banco. PARA ASSOCIAR-SE, CLIQUE AQUI.

Fundada em 14 de dezembro de 1985, a AGEBB tem como missão, visão e valores a defesa do Banco do Brasil e de seus gerentes, e sempre que uma dessas partes não está atuando de forma correta, busca atuar primeiramente através do diálogo para que a situação se acerte. A AGEBB é a única entidade representativa dos funcionários do BB que foca suas ações na classe gerencial e assuntos relacionados aos profissionais dessa categoria.

A AGEBB, que cresceu 30% em seu quadro associativo nos últimos três anos, reúne hoje centenas de gerentes da ativa atuando em 21 Estados, além do Distrito Federal. “Somos a única associação representativa da classe gerencial e o elo entre os gestores de todos os níveis, na ativa ou aposentados, com as superintendências, diretorias, vice-presidências e a presidência da empresa”, declara Francisco Vianna de Oliveira Júnior, presidente da AGEBB.

Valorização da classe gerencial

O principal objetivo da AGEBB é estar mais próxima dos gerentes da ativa ou aposentados do BB, seja ampliando o Clube de Benefícios ou, principalmente, atuando na vigilância contra o assédio moral e os descomissionamentos injustos e arbitrários. Essa postura, após insucesso em conversa com a diretoria banco, culminou em quatro ações coletivas desde 2017, geraram uma maior visibilidade para a associação. “Queremos e buscamos, que a classe de gerentes do BB seja sempre valorizada. Por isso é fundamental a participação dos gerentes conosco em nossa caminhada, abrindo um canal de diálogo e negociação com a diretoria do banco e as mais diferentes e importantes instituições, como a Cassi, Previ e o Economus”, explica Oliveira Júnior.

Do total das adesões do último PDV, 74% se desligaram imediatamente para se aposentar. Outros 5% podem se aposentar em até três anos. Nesses casos, o Banco do Brasil incluiu nas verbas rescisórias o valor referente ao pagamento das contribuições patronais para a Cassi e para a Previ. “Na ativa ou aposentado, o gerente do BB pode contar com a AGEBB. Aqui somos orientados primeiramente em defender o BB, como empregador, e também a atuação dos gerentes, respeitando valores como ética, respeito, transparência, proatividade e responsabilidade. Buscar a valorização da classe gerencial e o fortalecimento da instituição Banco do Brasil é a nossa missão. Um gerente é a peça-chave no relacionamento com os clientes e na obtenção de resultados pela empresa”, confirma Ronald Feres, diretor de Comunicação da AGEBB.

A AGEBB, como reforça Oliveira Júnior, foi criada, cresceu e vive para fortalecer o Banco do Brasil e seus gerentes. “O fortalecimento da classe gerencial se dará somente com a participação e a atuação ativa da ampla maioria dos executivos, para que se busque conhecer e atender aos principais interesses da coletividade. Além disso, vamos sempre buscar a permanente valorização dela, com muito profissionalismo, disposição para o diálogo e respeito”, afirma.

Importantes conquistas para os associados

Associado desde os tempos em que a entidade reunia os gerentes da Nossa Caixa, Aliomar Jardim Pinho, gerente que aposentou-se há quatro anos do BB, revela que buscou a AGEBB por sua ideologia em defender a classe gerencial. “Cheguei à associação quando a então Caixa Econômica do Estado de São Paulo passava por uma transição para tornar-se Nossa Caixa, Nosso Banco. As mudanças de gestão, e de mercado, começaram a ser jogadas na rede sem muitas informações e orientações. Mas havia uma cobrança radical da diretoria sobre o corpo gerencial e a então AGE foi a nossa porta-voz, tornando-se um canal importante nas discussões com o banco”, recorda o ex-gerente.

De acordo com Aliomar, esse cuidado da associação em defender a classe de gerentes foi fundamental para conquistas importantes para a categoria, como o espaço aberto para a discussão de temas importantes com a diretoria do banco e instituições patrocinadas, como a Cassi e a Previ. “Como diz o ditado, ‘uma andorinha só não faz verão’. Aposentei-me há quatro anos, mas estou na AGEBB por essa ideologia que busca a valorização gerencial do BB. Estou em uma entidade que atua de maneira séria e comprometida em dar amparo e assistência para esses profissionais que carregam o banco nas costas diariamente”, argumenta.

Clube de Benefícios

Além de buscar a valorização dos profissionais gerenciais do BB, a AGEBB oferece troca de experiências e compartilhamento de ideias, serviços de apoio e orientação por meio do Departamento Jurídico, além de um Clube de Benefícios que dá descontos em hotéis, pacotes de viagens, cursos educacionais e treinamentos e compras em lojas parceiras. Outra importante vantagem é a aquisição do seguro de vida em grupo, que tem um elevado benefício por um baixo custo e traz mais tranquilidade para o associado.

O seguro de vida, juntamente com o seguro de acidentes pessoais, é um dos produtos mais importantes em um planejamento financeiro familiar, em especial diante de imprevistos que podem ocorrer no trabalho, rua, viagem e mesmo em um momento de lazer.

Fonte: AGEBB

 

Presidente do Banco do Brasil sinaliza saída após crise com Bolsonaro

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Há apenas cinco meses no cargo, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, tem sinalizado a pessoas próximas que quer deixar o comando da instituição, após ter sido alvo de ameaças de demissão por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com três fontes, na condição de anonimato. Os rumores quanto a possível saída pesaram nas ações da estatal, que apresentaram queda de mais de 3% no período da tarde desta sexta-feira (26/02).

A crise da gestão de Brandão com o Planalto começou com o anúncio de reestruturação no BB, com medidas que envolvem o fechamento de 112 agências e o desligamento de 5 mil funcionários, por meio de programas de demissão voluntária.

À época, Bolsonaro foi pressionado por parlamentares em razão do plano do banco e, com receio de desgastes políticos, ameaçou demitir Brandão. O executivo, contudo, foi salvo pela equipe econômica do governo, liderada pelo ministro Paulo Guedes, que reuniu esforços para manter Brandão, chamado para assumir o banco justamente com a missão de tocar uma agenda de desinvestimentos e de enxugamento da estrutura.

Superado esse momento inicial, Brandão disse em coletiva de imprensa, para comentar os resultados mais recentes do banco, que tudo não havia passado de um problema de comunicação. Ele contou que não chegou a se reunir com Bolsonaro, mas afirmou que o presidente parecia ter compreendido o plano. Disse ainda que pretendia se reunir com o presidente, para explicar as medidas, assim que a agenda de Bolsonaro permitisse.

Quando tudo parecia ter voltado aos trilhos, Brandão se viu novamente na berlinda após uma crise iniciada em outra estatal, a Petrobras. Insatisfeito com a política de preços da petroleira, Bolsonaro decidiu tirar Roberto Castello Branco do comando da companhia e anunciar para o seu lugar o general da reserva Joaquim Silva e Luna, mais um militar convocado para ocupar um posto de alto escalão.

No último fim de semana, já depois de ter realizado a troca na Petrobras, Bolsonaro indicou que outras mudanças seriam anunciadas em estatais ao longo desta semana. O nome de Brandão, com isso, voltou a ser colocado como um possível demitido, principalmente, pelo centrão, que está de olho no cargo.

As ações da empresa despencaram, com o BB chegando a perder mais de R$ 10 bilhões em valor de mercado, na última segunda-feira, mas nenhum anúncio foi feito. O silêncio foi lido pelo mercado como um respiro. Na quinta-feira (25) o diretor financeiro do BB, Carlos André, teve uma reunião com analistas, que rendeu uma série de relatórios sobre o banco. O temor quanto à saída de Brandão, contudo, foi um dos destaques dos documentos.

Em uma tentativa de acalmar os ânimos, Brandão passou a semana em Brasília – geralmente, o executivo despachava de São Paulo. No entanto, ele já teria retornado. Por sua vez, outros integrantes da alta cúpula do BB cancelaram viagens a São Paulo de última hora, apurou o Broadcast.

Paciência perto do fim

Segundo fontes, a paciência de Brandão está perto do fim e a situação para sua permanência é quase que “impossível”.

— Há limites em todo processo de fritura — diz uma fonte próxima à equipe econômica.

Nomes especulados

Com a possibilidade da saída de Brandão cada vez mais próxima, outros nomes já são especulados no mercado. Dentre eles, conforme fontes, estão o de Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra saída, afirmam, é o Planalto promover um dos vice-presidentes do BB. Vale lembrar, porém, que o Centrão cobiça – e muito – a cadeira.

“O Banco do Brasil informa que não houve pedido de renúncia por parte de seu presidente”, afirmou a instituição financeira em fato relevante, após o fechamento do mercado nesta sexta-feira.

Pela segunda vez em semanas, especulações sobre uma saída iminente de Brandão tomaram o mercado nesta sexta-feira, provocando uma queda de 4,9% da ação do banco na Bovespa, diante da visão de investidores de ingerência governamental na gestão do BB.

Fonte: Zero Hora com Money Times