Russomanno quer barrar birô de crédito de crédito de bancos

Publicado em: 20/12/2016

O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP) avalia editar um decreto legislativo para sustar a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que autorizou a criação de um novo birô de crédito formado pelos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco. Batizada de Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), a criação da empresa foi aprovada pelo Cade, em setembro, com restrições.

Russomanno fez a declaração em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, chamada para discutir a criação da empresa com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Cade e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

O deputado ameaçou o Cade, dizendo que se o órgão “não rever o processo vamos obstar tudo que o Cade apresentar”. Depois, um pouco menos exaltado, disse que iria convocar novas audiências públicas para tratar do tema e que iria avaliar com mais atenção a decisão do Cade sobre o tema e as restrições que foram impostas. Mas reforçou que se não ficar satisfeito vai buscar reverter a decisão.

Russomanno disse que tem grande preocupação com a confidencialidade das informações do consumidor, que, segundo ele, já são utilizadas de forma indevida pelos próprios bancos. Para o deputado, o cadastro positivo é pior que o cadastro negativo, pois tem todo o histórico de pagamentos e inadimplência por um prazo de até 15 anos, enquanto que o cadastro negativo se limita a cinco anos. Para ele, tem de ficar mais clara a opção do consumidor de não fazer parte desse e de nenhum tipo de cadastro financeiro.

Por determinação do Cade, a GIC tem de seguir contratando as empresas de informação de crédito hoje existentes, adotar mecanismos para evitar troca de informações entre os bancos sócios e seguir metas de adesão ao cadastro positivo, que atualmente gira em torno de 5 mil registros.

Desde o anúncio de sua criação, a GIC opôs os grandes bancos às empresas que atuam no mercado de informações de crédito, como Serasa Experian, Boa Vista Serviços e SPC Brasil. Os bancos são os principais clientes dessas empresas, mas ao formarem uma companhia rival dariam preferência ao próprio negócio. Estimativas de mercado dão conta que o setor movimenta R$ 3 bilhões ao ano e grande parte da receita das atuais empresas vem das consultas sobre a situação cadastral de um CPF.

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4806289/russomanno-quer-barrar-biro-de-credito-de-bancos

Qual o futuro do BB?

Publicado em: 09/12/2016

A preocupação da AGEBB é muito grande, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e o plano de enxugamento de agências e funcionários remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização 

Nos momentos de dificuldades, angústias e sofrimentos, é natural que busquemos ajuda, consolo, conforto, conselhos e não raramente cobramos essas soluções. E, mais ainda, jogamos a responsabilidade pelos acontecimentos em pessoas e entidades das quais muitas vezes nem fazemos parte do seu rol de amizade ou quadro associativo. Com a AGEBB não é diferente. Enquanto as coisas caminham aparentemente tranquilas, poucos demostram interesse no dia a dia da entidade. Não sabem que desenvolvemos um trabalho contínuo e diário de obtenção de informações sobre toda a rotina dos gerentes e muitas vezes dos funcionários de uma maneira geral.

Temos as nossas certezas, convicções, porém, tomamos o cuidado de não nos apresentarmos como arautos do caos ou pessimistas de plantão. Assim tem sido a nossa postura nesse episódio do plano de reestruturação do BB, que compreende o Plano Especial de Aposentadoria Incentivada (Peai) e o fechamento e transformação em postos de atendimento de mais de 700 agências em todo o país.

Acompanhamos o plano desde o seu lançamento, conversamos e achamos que não tem nada de excepcional. É mais uma iniciativa do banco para reduzir o quadro de funcionários a qualquer custo. Temos, inclusive, informações que vários funcionários têm recebido correspondências informando que “agora já fazem parte dos elegíveis”, mesmo não cumprindo as exigências do plano original. É uma demonstração clara que o BB quer realmente diminuir o quadro de funcionários de qualquer maneira. Na outra ponta, quando dá a opção para a redução de jornada de trabalho de 8 para 6 horas está, na verdade, tornando mínimos os riscos de passivos trabalhistas, em razão da necessidade de pagamento das sétimas e oitavas horas como extras, quando o funcionário se aposentar, bem como, nos futuros casos de descomissionamentos.

A preocupação da AGEBB é muito grande com o futuro da empresa, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e todos os ajustes propostos – enxugamento de agências e funcionários – remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização.

Diante de tantas incertezas, pressão por resultados etc. é FUNDAMENTAL que tenhamos uma associação forte, independente, com coragem e capacidade de cobrar dos dirigentes do banco, Congresso Nacional e conselho de acionistas posições claras e que os funcionários tenham mais participação nas decisões corporativas. Essa associação é a AGEBB, mas depende de cada gerente unir-se a esse projeto, pois apenas com um número mais expressivo de sócios teremos uma representativa, respeitada e ouvida entidade em todos os segmentos.

Levi Gomes de Oliveira

Vice-presidente e diretor Jurídico da AGEBB

Raul Moreira pode deixar BB para assumir presidência da Alelo

Publicado em: 02/12/2016

O vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil, Raul Moreira, é cotado para assumir a presidência da Alelo, empresa de cartões-benefício de BB e Bradesco. O martelo, no entanto, ainda não teria sido batido. A presidência da Alelo ficará vaga a partir de janeiro, quando o atual presidente, Eduardo Gouveia, começa seu mandato à frente da Cielo.

Alta cúpula

A saída de Moreira, se confirmada, ocorrerá no âmbito das mudanças que o presidente do BB, Paulo Caffarelli, prepara para a alta cúpula do banco, esperada para este ano. Há ainda a expectativa de que os vice-presidentes Antônio Maurano e José Maurício Coelho sejam mantidos.

Mais uma

Outra mudança de peso anunciada após Caffarelli assumir a presidência do BB foi a troca de comando da Cielo. Gouveia assumirá no lugar de Rômulo de Mello Dias, convidado para integrar a diretoria executiva do Bradesco a partir de 2017.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/raul-moreira-pode-deixar-o-bb-para-assumir-presidencia-da-alelo/

‘BB está reduzindo onde precisa de gente’, critica sindicato

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Para o sindicato dos funcionários de bancos, o fechamento de 402 agências do Banco do Brasil e a transformação de outras 379 em postos de atendimento (com serviços mais restritos) é prejudicial ao País, ao próprio banco e aos empregados.

“O banco está reduzindo principalmente onde precisa de gente para atender aos clientes”, disse Wagner Nascimento, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Nascimento questiona a afirmação do presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, de que o enxugamento da estrutura física vai ao encontro do aumento dos meios digitais. “O perfil do cliente do banco nem sempre é digital. Eles vão fechar agência em cidades do interior, onde muitos clientes não são usuários dos serviços digitais”, ponderou.

De acordo com o BB, as transações bancárias realizadas nas agências estão em forte redução. Segundo o banco, 9,4 milhões de clientes realizam 1 bilhão de transações bancárias por mês por meio do aplicativo do banco para celular, o correspondente a 40% do total. Outros 27% correspondem às transações realizadas pela internet. A expectativa do banco é que o número de clientes que utiliza o aplicativo do banco salte para 15 milhões até dezembro do próximo ano.

Nascimento discorda da análise de Caffarelli que a ampliação do atendimento digital, com o enxugamento da estrutura física, seja irrevogável. “O que pesa é conta financeira e não a estratégia do banco”, afirmou. A reestruturação das unidades físicas vai gerar economia de R$ 750 milhões por ano, segundo o BB.

Coordenador da Comissão de Empresas dos Funcionários do BB, Nascimento também criticou a meta do presidente do banco de perseguir a rentabilidade dos concorrentes. “O BB não tem que ficar seguindo exemplo de Itaú e Bradesco. Banco público tem um papel diferente. Quem é que faz política anticíclica em momentos de crise? Os privados vão fazer?”, ironizou o sindicalista.

“Há uma disposição do governo Michel Temer de mostrar ao mercado que está fazendo alguma força”, completou. Uma reunião foi marcada para esta terça-feira entre representantes do sindicato e do banco. Além da ampliação do atendimento digital, o BB afirmou que o considerou a localização de agências próximos para o fechamento de unidades, principalmente em São Paulo (onde o banco comprou a Nossa Caixa) e Santa Catarina (depois da incorporação do Besc).

Aposentadoria. Em relação ao plano de aposentadoria incentiva, Nascimento elogiou os incentivos dados pelo banco para adesão – 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia entre um e três salários, a depender do tempo d banco (entre 15 e 30 anos completo).

Ele acha que a adesão vai ficar entre 8,5 mil e 9 mil pessoas. O plano foi oferecido para 18 mil funcionários com mais de 50 anos e 15 anos de casa. Segundo simulações feitas pelo BB, se 9 mil funcionários aderirem, a economia será de R$ 2,130 bilhões.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,bb-esta-reduzindo-principalmente-onde-precisa-de-gente-critica-sindicato,10000089706

Caffarelli diz que BB ainda tem interesse pelo Banco Postal

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O Banco do Brasil ainda tem interesse pelo Banco Postal, que oferece serviços bancários em agências dos Correios, informou hoje (21) o presidente do BB, Paulo Caffarelli.

Segundo ele, a instituição não participou do leilão do Postal, porque o preço pedido pelos Correios não era adequado. “Temos, sim, interesse, desde que o preço seja adequado à sua capacidade de gerar resultado”, disse.

Os Correios informaram, no último dia 14, que não receberam nenhuma proposta de instituição financeira para prestar os serviços de correspondente do Banco Postal.

O Banco Postal é um correspondente na prestação de serviços bancários básicos, resultado de parceria entre os Correios e uma instituição financeira.

O Banco do Brasil assumiu o Banco Postal em janeiro de 2012, no lugar do Bradesco, em contrato que termina no dia 2 de dezembro deste ano. Mas, segundo os Correios, permanece em negociação a assinatura de contrato temporário com o atual parceiro para manutenção do serviço, após o término do contrato atual.

“O contrato temporário terá a vigência de até seis meses, prorrogáveis pelo mesmo período, e garantirá a normalidade dos serviços do Banco Postal, enquanto os Correios avaliam o projeto de prestação de serviços bancários em sua rede de atendimento”, diz a nota divulgada pelos Correios.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-ainda-tem-interesse-pelo-banco-postal-diz-caffarelli/

Com o olho na rentabilidade, BB descarta cortar juro logo

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Para tentar reverter o longo ciclo de queda da rentabilidade, o Banco do Brasil vai concentrar esforços nos próximos trimestres no controle de custos administrativos e na redução das despesas com provisões para calotes. Corte de juro, por enquanto, nem pensar.

“Não estamos satisfeitos com a rentabilidade que temos hoje”, disse nesta quinta-feira o diretor financeiro e de relações com investidores do banco, Maurício Coelho, ao comentar os resultados do terceiro trimestre.

Como resultado da decisão de anos atrás de atender o pedido do governo federal, seu controlador, de ampliar a oferta de crédito na fracassada tentativa de reanimar a economia, o BB tem agora enfrentado perdas crescentes com calotes.

Como resultado, a rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como os bancos remuneram o capital do acionista, foi de 9,6 por cento no terceiro trimestre, queda de 4,6 pontos percentuais sobre mesma etapa do ano passado. Assim, o BB piorou pela segunda vez no ano a previsão de rentabilidade em 2016, de 9 a 12 por cento para 8 a 10 por cento.

“Nossa meta é nos aproximarmos de índices de rentabilidade mais próximos aos de nosso rivais privados”, disse Coelho, mas sem apontar quando isso poderá acontecer.

Para comparação, o índice do Bradesco no terceiro trimestre foi de 17,6 por cento, enquanto o do Itaú Unibanco chegou a 19,9 por cento.

Em relatórios, analistas, na maioria, consideraram o balanço do terceiro trimestre do BB construtivo, uma vez que a despesa com provisão para calotes já caiu em relação ao trimestre anterior, o que ajudou o lucro a ficar acima da previsão média.

“Os números do trimestre sugerem que o pior em termos de provisões ficou para trás”, escreveram os analistas Eduardo Nishio e Marcelo Atallah, do Brasil Plural.

Simultaneamente, o BB teve maiores margens com crédito, mesmo num período de contração dos empréstimos, significando que repassou aos tomadores taxas de juros mais altas.

E os executivos sinalizaram que esse rumo não será revertido tão cedo, mesmo com o início do ciclo de corte da taxa básica de juros pelo Banco Central no mês passado.

“Além da queda da Selic, é preciso uma melhora da percepção de risco”, disse Coelho a jornalistas durante apresentação dos resultados do BB referentes ao terceiro trimestre.

Em outubro, o BC cortou a Selic de 14,25 para 14 por cento ao ano, primeira redução em quatro anos.

De acordo com Coelho, a demanda por crédito seguirá fraca no último trimestre deste ano e os níveis de inadimplência do banco só vão parar de subir ao longo de 2017.

A despeito da ênfase declarada dos executivos do banco na melhora da rentabilidade e de uma recepção majoritariamente positiva de analistas, os investidores não mostram a mesma leitura. Num dia bastante negativo da bolsa paulista, às 17:28, a ação do BB caía 5,5 por cento, mais que a queda de 2,4 por cento do Ibovespa no mesmo horário.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/como-olho-na-rentabilidade-bb-descarta-cortar-juro-logo/

Bancos indicam que reação do crédito deve ser comedida

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O balanço consolidado dos nove primeiros meses do ano dos cinco maiores bancos é um bom retrato de onde o crédito empacou e por quais motivos. Ele sinaliza ainda que a retomada das concessões de recursos será comedida e lenta, confirmando a avaliação de que o crédito não será o motor da recuperação econômica, como foi em outros anos.

Os dados divulgados pelo Banco Central (BC) já indicavam a queda do crédito nos nove primeiros meses deste ano na comparação com igual período de 2015. No fim de setembro, a carteira consolidada de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3,1 trilhões, 1,7% abaixo do mesmo mês no ano passado, mais do que o dobro da queda de 0,6% em 12 meses acumulada em agosto. Neste século, nem mesmo durante a crise internacional de 2007, o crédito chegou a encolher em termos nominais. No ano passado, já em recessão, a carteira consolidada cresceu 6,6%, sendo 3,7% nas operações com recursos livres, sem influência das políticas expansionistas do governo.

Nos cinco maiores bancos, que concentram 87% do crédito total, a situação está pior do que a média aferida pelo BC. A carteira consolidada desse pelotão de elite somava R$ 2,7 trilhões em setembro, 6,9% abaixo dos R$ 2,9 trilhões de um ano antes. Do grupo, apenas a Caixa registrou aumento da carteira de crédito no período analisado, de módicos 5%. Nos demais bancos, a queda variou de 6,3% no Santander, 6,8% no Bradesco (sem o HSBC), 6,9% no Banco do Brasil até 11,5% no Itaú Unibanco (sem o Corpbanca). O Banco do Brasil já prevê que o ano vai fechar com um recuo que pode chegar a 9%, em contraste com a expectativa anterior que ia de um ligeiro aumento de 1% da carteira a uma contração de 2%.

A justificativa apresentada pelos bancos para o pé no freio do crédito foi uníssona: a inadimplência elevada e o recuo da demanda, consequências do cenário desfavorável. De fato, a inadimplência cresceu nesses bancos em linha com a média do sistema, que registrou aumento de 3,1% em setembro de 2015 nos atrasos acima de 90 dias, para 3,7% em setembro passado. Apenas o Bradesco extrapolou a média, chegando a 5,2%. As dificuldades foram registradas entre as grandes empresas e também as pessoas físicas.

Por precaução, os bancos estão se concentrando nas linhas mais seguras. O Bradesco foca o crédito consignado e o imobiliário, com garantias reais; o Itaú, no consignado e no cartão de crédito. Na Caixa, onde a inadimplência é baixa, predomina o financiamento imobiliário. Mais do que isso, porém, os bancos elevaram os spreads, mesmo com a expectativa de corte da taxa básica de juros. O levantamento do Banco Central mostra que a taxa média do crédito com recursos livres estava em 53,4% em setembro, com aumento de 7,2 pontos em 12 meses, período em que o spread subiu quase 5 pontos. Essa postura defensiva contribuiu para amortecer a queda dos lucros dos bancos, que ainda assim foi de significativos 27,1% na média dos cinco maiores bancos.

Há o sentimento de que o pior ficou para trás. Os atrasos entre 15 e 90 dias, considerados indicadores antecedentes da inadimplência, mostram, melhoria em algumas instituições. Mas nem todos estão otimistas. O Bradesco prevê que a inadimplência pode subir um pouco mais neste último trimestre do ano, para estabilizar ao longo de 2017. O Banco do Brasil espera o pico da inadimplência em 2017. O Itaú prevê o crescimento moderado do crédito em 2017, em consonância com uma redução do risco. O Bradesco arrisca a previsão de que o crédito vai crescer 5% no próximo ano, praticamente empatando com a inflação projetada para o período em 4,93% pela pesquisa Focus. Como disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, “estamos no fundo do poço, mas o pior já passou. Deixamos de piorar. Os indicadores de confiança sinalizam a retomada e certamente teremos um ambiente mais auspicioso para o setor bancário”.

No entanto, o próprio endividamento elevado de empresas e famílias emperra a retomada do crédito e a capacidade de recuperação da economia. Além disso, a capacidade ociosa das empresas reduz também a demanda por crédito. Números do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que a dívida do setor privado saltou de quase 41% do PIB em 2008 para 68,5% do PIB em 2015, levando em conta famílias e empresas não financeiras (Valor 9/11).

Fonte: http://www.valor.com.br/opiniao/4776975/bancos-indicam-que-reacao-do-credito-deve-ser-comedida

Cade aprova com restrição operação que cria bureau de crédito

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O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (9), com restrição, a operação dos cinco maiores bancos do país para criar um bureau de crédito, empresa que oferece serviço de informação sobre adimplência e inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, e é consultado principalmente por bancos, empresas e comércios para concessão de crédito.

Atualmente, as maiores empresas que oferecem esse tipo de serviço no Brasil são a Serasa e o SPC.

Chamada de Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), a empresa envolve o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco. Cada banco terá 20% das ações da GIC.

A aprovação foi condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração, em que os bancos se comprometem com prazos e metas que visam, entre outras coisas, garantir a concorrência entre empresas de bureau e também em aumentar o número de pessoas inseridas no Cadastro Positivo. A aprovação sob essas condições foi uma recomendação da Superintendência-Geral do Cade.

Com o cadastro positivo, os bancos poderão incluir no sistema dados de clientes que são considerados bons pagadores. Para isto, os clientes precisarão autorizar a inclusão de seus dados na GIC. Conselheiros do Cade acreditam que o cadastro positivo acirrará a concorrência de concessão de créditos, forçando o mercado a oferecer taxas menores e condições melhores para conquistar os clientes tidos como bons pagadores.

A parceria entre os cinco bancos foi anunciada no início do ano e o Cade foi notificado em abril. Agora, o órgão vai fiscalizar se a criação da GIC seguirá as condições que foram aprovadas no Acordo em Controle de Concentração.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/cade-aprova-com-restricao-operacao-que-cria-empresa-de-gestao-de-credito.html

Taxa em bancos cai para 6,51%, segundo Procon

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As taxas de empréstimo pessoal  atingiram 6,51% ao mês em novembro, ante 7,05% registrados em outubro. Os dados são de uma pesquisa da Fundação Procon-SP com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander.

Já em relação à taxa média do cheque especial, não houve alteração em nenhuma instituição pesquisada.

A cobrança ficou em 13,56% ao mês.

De acordo com o levantamento, o Santander tem a maior taxa para empréstimo pessoal (8,49% ao mês), seguido do Bradesco (6,67%), Itaú (6,43%), Safra (5,9%), Branco do Brasil (5,85%) e Caixa (5,7%).

No cheque especial, o Santader também tem a maior taxa (15,49%), seguido do Bradesco e Caixa (ambos com 13,55%), Itaú (13,14%), Banco do Brasil (13,04%) e Safra (12,60%). /Agência Brasil

Fonte: DCI

Bancos usam sorteios e prêmios para estimular poupança

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Investidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta.

Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano.

Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor.

Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio.

A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%.

Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta.

Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB.

A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente.

“O produto está ajudando na retenção da carteira”, diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%.

A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês.

HÁBITO

Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. “Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito”, afirma.

“Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem”, avalia o professor.

Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30.

O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo “troco” das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa.

Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar.

“Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?”, argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa.

“Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto.”

O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança.

A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção.

Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. “Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?”, questiona.

Fonte: Folha de S.Paulo

 

Análise de crédito via rede social dá os primeiros passos

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O uso intensivo da tecnologia e a análise da vida digital dos consumidores têm ganhado peso na avaliação das instituições financeiras na hora da liberação de crédito. O fenômeno está mais avançado no exterior, mas começa a ensaiar os primeiros testes no Brasil, sobretudo nas fintechs, empresas que unem tecnologia a serviços financeiros.

Defendido como maneira para agilizar a análise e confirmar a autenticidade dos dados, o método busca indícios, como modelo de aparelho celular utilizado ou estilo de vida retratado nas redes sociais, e também pode ajudar na inclusão financeira.

A discussão ganha importância em um momento de paradeira na concessão de crédito e taxa de juros elevadas. Segundo dados do Banco Central, o estoque de crédito acumula retração de 3,4% no ano. Ao mesmo tempo, apesar da recente redução da taxa Selic, o spread dos bancos – a margem de ganho entre o custo de captação e o juro ofertado ao consumidor – resiste e mantém a escalada, chegando a 41,2 pontos porcentuais no crédito livre aos consumidores.

A empresa de gestão de risco GoOn aposta nessa análise alternativa. De acordo com o diretor da companhia, Eduardo Tambellini, está em gestação um projeto para definir critérios mais subjetivos e favorecer a liberação de crédito para o público de baixa renda no financiamento de gastos em saúde e reforma de habitações populares.

“O desafio é dar um crédito mais seguro com menor inadimplência possível. Estamos nos voltando a bases completamente diferentes às do crédito tradicional”, diz Tambellini.

Na fintech Geru, Facebook e o LinkedIn são alguns dos itens que vão pesar na decisão de dizer se a pessoa merece ou não ter o crédito. “No caso de autônomos, vemos que ele tem uma página, anunciando serviços ou produtos, e que as pessoas interagem. Isso mostra uma disposição para o pagamento”, diz Karin Thies, sócia-fundadora da companhia.

Outros perfis que se beneficiam da varredura são pessoas que não são casadas e não têm como comprovar a união, assim como empresários que estão com problemas nas companhias e veem resistência nos bancos. A pesquisa nas redes, segundo Karin, também evita crimes como estelionato, porque oferece informações mais precisas sobre o tomador.

Rafael Pereira, da fintech Simplic, explica que nada é vasculhado sem a prévia autorização, e que podem ter casos que a rede apresenta um perfil de mau pagador, mas nenhum item é visto isoladamente na hora de negar o crédito. “Utilizamos apenas 30% de informações financeiras, diferente dos bancos, que levam em consideração uma única conta em débito para deixar de dar o crédito”.

A intermediadora financeira Bom Pra Crédito faz o cadastro de consumidores e o distribui para 22 agentes financeiros, aumentando a chance de aprovação do crédito. Segundo Ricardo Kalichsztein, presidente da empresa, apenas 15% das análises de crédito são aprovadas no mercado, enquanto na Bom Pra Crédito o índice vai a 30%.

Nesse processo, é grande o uso de tecnologia. Já no cadastro, o cliente envia uma selfie, que pode ser usada em programas de reconhecimento facial. Além disso, o sistema envia os dados de qual dispositivo o cliente está fazendo a consulta (celular, tablet ou desktop), assim como a sua geolocalização.

“A empresa pode cruzar com os dados de endereço enviados pelo consumidor e saber quais regiões ele frequenta”, explica Kalichsztein. Ele enumera algumas possibilidades abertas na análise das redes sociais. “Com as redes sociais é possível checar quem são as referências passadas pelo cliente. Também é possível traçar um perfil social: que tipo de restaurante ele vai? A renda que ele mostra é compatível com o que declara?”

Tradicionais. Mesmo nos birôs mais tradicionais de crédito, como o SPC Brasil, essas novas ferramentas começam a ser vistas como válidas. “Crédito está ligado a confiança. Por isso existe essa busca para entender quem é a pessoa que está do outro lado, para saber qual é o tamanho do risco”, diz Nival Martins, superintendente do SPC Brasil. Segundo ele, as redes sociais podem ser usadas quando há dúvidas na análise de crédito, mas ainda é necessário um método para utilizar essas informações com menos subjetividade.

Nos bancos, essa aposta ainda é tímida. O Banco do Brasil tem utilizado, desde 2015, dados de redes sociais para complementar a análise comportamental dos clientes. Segundo o vice-presidente de negócios de varejo do banco, Raul Moreira, a ideia é adotar postura mais ativa para prever riscos de inadimplência. Os demais bancos consultados pela reportagem (Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander) não responderam ou informaram não adotar a prática.

Fonte: Estadão