Banco do Brasil vai priorizar parcerias em vez de venda de ativos, diz Brandão

Publicado em: 13/11/2020

O novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, afirmou nesta quinta-feira (5) que quer mudar a dinâmica de desinvestimentos da instituição para priorizar parcerias em negócios em vez da venda de ativos, como preconizado pelo seu antecessor no cargo, Rubem Novaes.

“Quero diminuir e tirar essa dinâmica de que é só venda de ativos. Quero discutir parcerias e voltar a discussão na centralidade dos clientes. Se tem algo que não é ‘core business’ do banco, está na esteira para vender. Mas a maioria das coisas que temos fazem parte do core e precisaremos melhorar a experiência do cliente”, afirmou o executivo em entrevista com jornalistas.

No comando do BB deste setembro, André Brandão assumiu a gestão do banco público após Rubem Novaes entregar seu pedido de renúncia do cargo a Paulo Guedes, em julho.

Segundo ele, a área de cartões — que estava em revisão à mando de Alves — é estratégica para o BB. Brandão também afirmou que deve buscar um novo sócio para o BB DTVM, braço de gestão de recursos do banco.

“Cartões e tudo o que é segmento de pagamentos é core business para o banco, então a discussão é sobre melhoria. Para BB DTVM, as discussões são sobre qual a melhor forma de atuar para ter melhores serviços e recomendações para clientes. Talvez a solução possa passar por uma parceria da mesma forma que aconteceu entre BB e UBS”, disse.

A parceria do banco público com o UBS foi formalizada em setembro e, segundo o vice-presidente de relações com investidores do BB, Carlos Hamilton, deve contribuir para melhorar as experiências na plataforma da instituição.

“Deve melhorar para pessoas jurídicas na perspectiva de captação e para pessoas físicas sob a ótica de captação. Ambos terão soluções mais completas no segmento de bancos de investimentos”, disse.

O novo presidente do BB também afirmou que um dos desafios de sua nova gestão é fazer com que o banco seja mais rentável. “Temos um banco resiliente e que teve resultados muito positivos neste ano, mas um dos efeitos colaterais é a rentabilidade um pouco aquém do que podemos ter. Um dos desafios será ter um posicionamento mais agressivo, com critérios claros de crédito para ativos com um pouco mais de risco. Há apetite e capital para isso”, afirmou.

Brandão afirmou que para melhorar a rentabilidade do banco deve reduzir despesas e aumentar a atuação do BB no crédito, integrando as diversas linhas de negócio.

“Tenho insistido para termos metas cruzadas, porque podemos fazer a integração dos modelos de negócio. Extrair mais valor de um cliente de atacado no varejo, por exemplo, ou de um cliente do governo no atacado. Tem extração de valor que vai além do empréstimo”, afirmou Brandão.

O executivo disse ainda que a dinâmica de integração também é válida para o segmento do agronegócio. “Nenhum outro banco tem tanta informação sobre o setor, o que é bem importante para nós. Podemos fazer muita coisa em conjunto, entrar na cadeia produtiva com clientes do atacado e middle Market [médias empresas] para o financiamento, vincular produtos a pessoas físicas e até private banking. Tem extração de valor que vai além do empréstimo e não quero mais ver o BB perder share [participação] nesse setor”, afirmou Brandão.

Fonte: Click PB

 

Posse de André Brandão no BB deve ocorrer até o fim deste mês

Publicado em: 10/09/2020

A expectativa é grande no Banco do Brasil quanto à chegada de seu futuro presidente, André Brandão. Se nada atrapalhar os planos da instituição, ele tomará posse na segunda quinzena de setembro.

Brandão ainda continua nos Estados Unidos por causa da burocracia para se desvencilhar de seu cargo do HSBC e para cumprir todas as regras exigidas pelo governo norte-americano para a repatriação dele para o Brasil.

Ele estimava aportar no Brasil no fim de agosto, uma vez que todo o processo para a sua posse na presidência do BB está andando de forma acelerada. Agora, a previsão é de que chegue ao país por volta de 15 de setembro.

Mesmo de longe, no entanto, Brandão já vem tomando ciência de tudo o que acontece no BB, de projetos que estão sendo tocados e de estratégias que vêm sendo adotadas para melhorar os resultados da instituição.

Entre os empregados do BB, a ansiedade é grande. Todos se perguntam que linha Brandão seguirá no comando do banco. A tendência é de que ele seja muito mais agressivo do que o presidente demissionário, Rubem Novaes.

Brandão tomará posse às vésperas de mudanças importantes para o mercado financeiro, como a implantação do PIX, sistema de pagamento e de transferência de recursos 24 horas por dia.

Todos os bancos estão correndo para não serem surpreendidos pela concorrência. Nas instituições privadas, a ordem é usar todas as armas disponíveis para garantir uma parcela do mercado. Com o BB não é diferente.

Fonte: Blog do Correio Braziliense