Às vésperas de disputa eleitoral, Cassi decide reduzir coparticipação

Publicado em: 17/02/2022

A campanha para a disputa às Eleições Cassi 2022 começou oficialmente na última sexta-feira (11). Na mesma semana, a atual diretoria executiva da Cassi aprovou a redução da coparticipação para os percentuais de 2018. A medida atende uma reivindicação antiga dos funcionários do Banco do Brasil e foi uma das promessas não cumpridas até agora pela chapa do atual diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Emilio Flesch, e metade do Conselho Deliberativo eleito.

“Nossas suspeitas são de oportunismo e populismo praticados na gestão da Cassi, com uso político da entidade em pleno período eleitoral”, avalia o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Não podemos permitir a mistura institucional com a campanha eleitoral. O uso da máquina para fins particulares fragiliza a democracia e a governança da entidade”, completa.

Antes de entrar em vigor, a redução da coparticipação precisa da aprovação do Conselho Deliberativo (CD). A entidade irá se reunir no dia 25 de fevereiro para avaliar a mudança.

Fukunaga lembra que o aumento da coparticipação foi aprovado em 2018 pelo CD, com voto dos eleitos da chapa do diretor Luiz Satoru e apoio do presidente do Conselho Deliberativo Sergio Faraco. “Na discussão do acordo que salvou a Cassi, lá em 2018, a gente colocou como condição que a coparticipação voltasse aos patamares iniciais assim que a Cassi retomasse o reequilíbrio das contas. E eles demoraram quase dois anos – a partir de 2020, quando a Cassi retomou esse reequilíbrio – para colocar o tema em discussão e justamente às vésperas das eleições”, continua.
Valores retroativos

Desde 2020, a direção da Cassi vem recebendo diversos ofícios das entidades sindicais, incluindo da CEBB e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Além do retorno da coparticipação aos níveis de 2018, as organizações que representam os trabalhadores cobram a devolução dos valores pagos de coparticipação retroativos. “Nós queremos a devolução dos valores relativos aos últimos dois anos, já que o compromisso firmado era que, quando entrasse recursos na Cassi, a coparticipação voltaria aos patamares iniciais”, pontua o coordenador da CEBB.

O movimento sindical tem ainda feito reivindicações quanto ao Programa de Assistência Farmacêutica (PAF), que teve sua lista de medicamentos abonáveis reduzida em 1.818 produtos. Outra preocupação dos trabalhadores é o desmonte da rede credenciada, diminuída em cerca de 5.400 prestadores e serviços desde 2016.

Fonte: Contraf-CUT

 

BB: diretor eleito da Cassi quer manter valor extra de coparticipação

Publicado em: 10/12/2020

O diretor eleito pelos funcionários para ocupar a Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Caixa de Assistência dos Funcionários (Cassi), Carlos Flesch, emitiu um comunicado defendendo que as pessoas que o elegeram continuem pagando valores adicionais de coparticipação para consultas médicas, sessões de psicoterapia, acupuntura e visitas domiciliares e exames de laboratórios, diagnose e terapia.

Para Flesch, o “cenário exige prudência da atual Diretoria, no sentido de não rever, neste momento, a coparticipação, até que a Cassi esteja saudável no longo prazo.”

Em janeiro de 2019, os percentuais de coparticipação para os participantes do Plano de Associados da Cassi foram definidos em 40% para consultas médicas (exceto as realizadas por médicos nas CliniCassi), sessões de psicoterapia, acupuntura e visitas domiciliares e em 20% para os exames de laboratórios, diagnose e terapia (tais como fisioterapia, RPG, fonoaudiologia, terapia ocupacional). Em novembro do mesmo ano, quando ocorreram as reuniões para a mudança do estatuto da Cassi, houve acordo na mesa de negociação, entre as entidades representativas dos funcionários do BB e a diretoria da Cassi, para que a cobrança da coparticipação retornasse aos percentuais anteriores a janeiro de 2019, caso a proposta de estatuto fosse aprovada pelo corpo social.

“O valor das coparticipações já deveriam ter voltado aos patamares anteriores. Mas, infelizmente, na última eleição, foi eleito um diretor que não defende os interesses dos associados”, lamentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

O que realmente é preciso fazer

“O excedente da coparticipação foi uma medida apenas paliativa. Flesch omite o resultado da negociação feita pelas entidades de representação dos funcionários, coordenada pela Contraf-CUT, que possibilitou alguma estabilidade financeira à Cassi. Agora é preciso promover mudanças estruturantes nos processos de gestão e de TI, bem como no modelo de saúde”, observou a representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS) na CEBB, Elisa Figueiredo. “Isso sim pode garantir a perenidade da Cassi”, completou.

Para Elisa, a mudança precisa partir do aprofundamento do modelo de atenção primária na saúde. “É, comprovadamente, a única possibilidade de sustentabilidade de qualquer sistema ou plano de saúde. A manutenção de altos níveis de coparticipação vai justamente na contramão disto, pois inibe e restringe o cuidado com a saúde. A consequência disso é o adoecimento ou o avanço da doença, e tratar a doença é muito mais caro do que preveni-la, gerando mais déficit. A coparticipação deve ser vista como efeito moderador e não fonte de renda”, concluiu.

Procedimentos represados

O diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi usa o déficit de R$ 11 milhões em outubro de 2020, supostamente gerado pelo retorno de procedimentos represados por conta da pandemia, para justificar a defesa da manutenção do percentual de coparticipação.

Mas, para o ex-gerente executivo da Cassi, Claudio Said, que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na área de saúde, as alegações de Flesch não se sustentam. Segundo Said, no balancete de outubro, divulgado no site da Cassi, consta que o valor provisionado para pagar guias não liquidadas aumentou de R$ 512 milhões em setembro para R$ 632 milhões em outubro (R$ 120 milhões). “O aumento pode ter ocorrido devido a represamento de guias nos prestadores de serviços ou na própria Cassi. Uma diferença tão grande entre dois meses seguidos sugere que alguma coisa deixou de ser registrada em setembro e foi registrada em outubro. Esse efeito tem caráter operacional e não pode ser avaliado olhando apenas o mês de outubro. A leitura deve abranger todo o ano de 2020, o qual tem registrados superávits sucessivos, devido ao aumento na receita proporcionado pelo aumento na contribuição dos associados e pela cobrança por dependentes”, disse.

Said observou, ainda, que o efeito da pandemia sobre as finanças dos planos de saúde foi a redução de despesas, não o incremento delas, porque as pessoas deixaram de procurar o atendimento, exceto em situações de emergência. “Grande parte dos procedimentos eletivos não-realizados por conta da pandemia não retornará. Quem deixou de fazer uma coleta de sangue em março não fará duas coletas em setembro apenas para compensar a coleta que deixou de fazer. Atendimentos nos ambulatórios de hospitais e clínicas também não retornarão, porque a situação de urgência já foi vencida. Não me venha o diretor querer atirar nos ombros dos associados a responsabilidade por déficits ocasionais. Isso é covardia. Não é postura de diretor eleito”, criticou. “É preciso respeitar o associado que colocou a mão no próprio bolso, foi excessivamente onerado com o aumento da coparticipação, para salvar a Cassi”, concluiu.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região

 

Cassi alterará percentuais de coparticipação do Plano de Associados em 2019

Publicado em: 13/12/2018

A Cassi adotará novos percentuais de coparticipação sobre os procedimentos e eventos realizados pelos participantes do Plano de Associados a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

A medida, que aumenta os percentuais atuais de coparticipação do plano até que haja a implantação de medidas para solucionar o desequilíbrio econômico-financeiro da Cassi, foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência, em reunião realizada no dia 23 de novembro.

Pela decisão, a coparticipação devida pelos associados passará de 30% para 40% em consultas (em pronto-socorro ou com hora marcada), em sessões de psicoterapia, acupuntura e visitas domiciliares.

Já para os serviços auxiliares de diagnose e terapia, tais como fisioterapia, RPG, fonoaudiologia, terapia ocupacional, que não envolvam internação hospitalar, a coparticipação passará de 10% para 20%, limitada a participação mensal do participante a 1/24 da base de cálculo da contribuição devida à Cassi, como já é hoje.

A coparticipação é um mecanismo financeiro de regulação do uso dos planos de saúde, autorizado pela ANS (Resolução CONSU nº 08/98) e já previsto no Estatuto da Cassi e no Regulamento do Plano de Associados – RPA, que não se confunde e não tem a mesma natureza das contribuições que são devidas ao plano pelos participantes.

A coparticipação corresponde à participação financeira de responsabilidade do beneficiário do plano, paga à operadora, referente a uma parte do custo total do procedimento de saúde realizado.

Para fazer a mudança, o Conselho Deliberativo aprovou a inclusão dos artigos 25-A e 26-A no Regulamento do Plano de Associados – RPA, com base na competência que lhe é atribuída pelo artigo 37, inciso V do Estatuto da Cassi.

O incremento nos percentuais de coparticipação é parte das ações emergenciais para garantir a continuidade do atendimento aos associados, até que ações e medidas de sustentabilidade econômico-financeira da Cassi, de efeitos no longo prazo, sejam aprovadas e implantadas.

O aumento na coparticipação não resolve, de maneira imediata, a questão do equilíbrio financeiro do Plano de Associados e da Cassi. Mas, é necessária para colaborar na reversão do atual quadro da Cassi, pois diminui as despesas assistenciais mensais do plano.

Fonte Cassi