Bancos públicos voltam a ter papel central nas políticas para o desenvolvimento

Publicado em: 06/01/2023

O governo Lula iniciou o mandato cumprindo uma das promessas de campanha: reverter processos de privatização de empresas públicas. O “Diário Oficial da União” publicou nessa segunda-feira (2 de janeiro) o despacho assinado pelo presidente da República no domingo, dia da posse do petista, determinando o fim dos trâmites para a venda de oito estatais, entre elas Petrobras e Correios. Dois dias antes, ainda dentro do período de transição, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpria a promessa do novo governo de colocar duas mulheres no comando das principais instituições financeiras do país, Caixa e Banco do Brasil.

“Estamos diante da retomada do que é o papel fundamental dos bancos públicos: a missão como instrumento para o desenvolvimento econômico e redução da pobreza”, destaca a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

A representante da Contraf-CUT na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, também observa que, afastada a trajetória de desmonte que estava em andamento com a venda de subsidiárias, caso da Caixa, e redução significativa de funcionários e agências, caso do BB, os bancos públicos terão agora “papel importante para colocar o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento”, com ampliação de crédito a juros mais baixos para “tirar famílias do endividamento e dinamizar a economia para agricultura familiar, micro e pequenas empresas”.

Rafael de Castro, empregado da Caixa e diretor da Contraf-CUT, lembra que, ainda no período de transição, o governo Lula foi bastante receptivo às propostas de fortalecimento dos bancos públicos. “Em relação à Caixa, a equipe que hoje está no Planalto recebeu das mãos das entidades que representam os trabalhadores bancários o documento ‘Uma nova Caixa para um novo Brasil’, com dados sobre o processo de descapitalização que o banco sofreu nos últimos anos e que reduziu sua capacidade de execução de políticas sociais. O documento também traz propostas de como a Caixa pode contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país”, destaca.

Em entrevista ao canal TVT, em novembro passado, Maria Rita Serrano, recém chamada para assumir a presidência da Caixa, lembrou que foi durante os governos anteriores de Lula e Dilma que “os bancos públicos e as empresas públicas” foram instrumentos importantes para “fazer investimentos no país e com isso, lógico, contribuir na geração de emprego e para tirar a população da miséria”.

Ela explicou que os bancos públicos, “primeiro, contribuem para o desenvolvimento do país, sendo um braço do governo, fornecendo as ferramentas ao desenvolvimento do país, com investimentos de médio e longo prazo para infraestrutura, habitação, agricultura, agronegócio”. Em segundo lugar, “os bancos públicos podem gerar programas sociais, no sentido de melhoria da qualidade de vida da população, por exemplo, com a oferta de microcrédito para nichos da sociedade que os bancos privados não atendem”, completou.

Análise do Citi

Analistas do Citi afirmaram nesta terça-feira que veem mudanças nas tributação e o comportamento dos bancos públicos como temas que devem ganhar a atenção do setor bancário brasileiro em 2023. Em relatório a clientes, eles citaram que as discussões sobre o fim do mecanismo de juros sobre o capital próprio devem voltar à mesa, mas esperam que haja algumas compensações.

O plano do PT prevê que a reforma do Imposto de Renda inclua a taxação sobre a distribuição de lucros e dividendos –medida proposta pelo governo de Jair Bolsonaro, mas que não foi implementada pelo Congresso.

Quando aos bancos controlados pelo governo, a equipe do banco norte-americano liderada por Rafael Frade não espera alteração significativa nas rotas, mas ressaltou que “isso pode ser um risco para o setor”.

Fonte: Contraf-CUT com Investing.com

 

A poucos dias da eleição, presidente do BB entra em campo para negar privatização

Publicado em: 28/10/2022

Fausto Ribeiro, o presidente do Banco do Brasil, gravou e postou um vídeo de 1m45, para negar que haja qualquer decisão do governo Bolsonaro em privatizar o Banco do Brasil. O vídeo é uma óbvia exigência da campanha presidencial.

Desestatizar o BB é assunto polêmico. Não se mexe neste tipo de vespeiro em véspera de eleição. Ribeiro disse que esta é uma “informação sem qualquer fundamento” :

— Posso que nunca tratei deste assunto com com qualquer integrante do governo.

Ribeiro precisa, no entanto, se entender com Paulo Guedes. A vários interlocutores o ministro da Economia tem repetido que, se Jair Bolsonaro for reeleito, o BB é o primeiro de uma lista de estatais intocáveis que ele quer desestatizar. A Petrobras seria a segunda.

Fonte: O Globo

 

Funcionários do Banco do Brasil temem privatização

Publicado em:

Funcionários do Banco do Brasil estão preocupados com a sinalização, cada vez mais forte, do atual governo de privatizar a entidade. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que continuará no cargo caso ocorra a reeleição, conseguiu tirar do papel a privatização de Eletrobrás, Correios e BR Distribuidora, tendo manifestado diversas vezes que o BB está “na fila”.

“Observamos preocupados esse interesse de vender o BB, que coloca em risco tanto o futuro dos trabalhadores quanto o futuro do país, dada a importância dos bancos públicos para o desenvolvimento do país e como indutor da economia local”, avalia Rafael Matos, que foi o primeiro Representante dos Funcionários (Caref) eleito no Conselho de Administração do BB.

Ainda em 2020, o atual presidente da República declarou em uma entrevista à Veja seu interesse em entregar o banco ao mercado somente em 2023, portanto, em caso de reeleição. Em entrevista mais recente à mesma revista, ele voltou a defender as privatizações sob o argumento de que “quanto mais Estado, pior”.

A atual Caref, Débora Fonseca, destaca também que o medo de privatização é um sentimento crescente entre os colegas, “porque são recorrentes as falas do ministro da Economia colocando o BB na pauta de privatizações”, por isso, a eleição presidencial passa a ter uma importância especial. “Precisamos avaliar qual candidato se compromete não só com a manutenção do banco, mas também com sua utilização como mecanismo de recuperação econômica”, pondera.

Desmonte silencioso

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, alerta que o BB passou, nos últimos quatro anos, por um processo de redução no número de agências e funcionários, que remete ao mesmo caminho que levou à privatização de outros bancos públicos. “Foram mais de 1.500 agências fechadas e mais de 10.500 funcionários dispensados no período”, relata.

Fernanda Lopes, funcionária do BB e secretaria de Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pontua que, “além de reduzir a oferta de serviço bancário à população”, o processo de encolhimento do banco sobrecarrega os trabalhadores, com aumento de denúncias de assédio moral e metas abusivas.

“Há necessidade de mais contratações pelo BB, não apenas para reequilibrar as tarefas entre os funcionários, mas também para melhorar o atendimento aos clientes, porque, nesse processo de desmonte, periferias e pequenas cidades são as que mais sofrem com filas de espera”, completa.

Fonte: Contraf-CUT

 

Dados revelam processo de desmonte do BB, que reforça risco de privatização

Publicado em: 17/10/2022

O Comitê de Luta em Defesa do BB, movimento criado por funcionários e funcionárias do Banco do Brasil, alerta que, entre 2014 e o primeiro semestre de 2022, a carteira de crédito do banco caiu 25%, passando de mais de 1,08 trilhão para cerca de 813 bilhões – números atualizados para junho de 2022.

Com base em dados organizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o coletivo lembra ainda que, de dezembro de 2018 a setembro de 2022, foram fechadas 1.933 agências e mais de 10 mil postos de trabalho.

“Essa redução de participação no mercado e do seu papel como banco público (afinal, as cidades do interior são as mais atingidas) é bastante preocupante e segue o movimento que antecedeu a venda de outros bancos públicos, a exemplo de Banespa, Banestado e Banerj”, destaca o coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil (CEBB) e membro do Comitê, João Fukunaga.
Risco aos planos de saúde e previdência

O movimento reflete ainda que, em caso de privatização do BB, Cassi e Previ, entidades de planos de saúde e de previdência dos funcionários do banco, respectivamente, podem desaparecer.

“Foi isso o que aconteceu com as entidades semelhantes dos bancos públicos que foram privatizados. Os planos de saúde e previdência foram enfraquecidos, aumentando o custo para os participantes, ou simplesmente desapareceram”, lembra Fukunaga. “Então, por que um comprador do mercado manteria benefícios melhores para os funcionários do BB? Atualmente, os planos da Cassi e da Previ têm direitos maiores do que os de qualquer empresa privada”, continua Fukunaga.

Dada a redução crescente da participação do BB no mercado, o coordenador do Comitê avalia que a sociedade e os funcionários do banco devem ficar atentos. “Não podemos nos basear apenas no discurso político, temos que prestar atenção na atuação do governo atual. E o que estamos observando, infelizmente, é a preparação do BB para ser entregue ao mercado”, conclui o coordenador da CEEB.
Queda na bancarização

O Dieese mostra que, do total de 1.933 agências fechadas pelo BB, desde dezembro de 2018, 35,70% foi nas capitais e 64,30% em municípios do interior. E o número de municípios no país sem agência alguma, independente do banco, aumentou em 9%, até setembro de 2022, totalizando 206.

“Ao longo da trajetória de atuação bancária do país, foram os bancos públicos que mais se preocuparam em levar serviços às cidades menores e para o campo. A bancarização, além de trazer segurança às famílias e pequenos negócios, permite melhor controle e planejamento financeiro”, explica Fukunaga. “Mas o que estamos vendo nos últimos anos é um retrocesso, com impactos para o desenvolvimento, pois isso significa reduzir a circulação de dinheiro para a economia local”, pontua Fukunaga.

Fonte: Contraf-CUT

Privatização de bancos públicos leva a demissões e desmonte de planos de saúde e previdência

Publicado em: 19/09/2022

O resultado das privatizações do Banco do Estado do Paraná (Banestado) e do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) comprovam o alerta dos movimentos de trabalhadores que lutam para afastar os riscos de privatização do Banco do Brasil e de outras importantes empresas públicas.

“Perdas de direitos, demissões em massa, desmonte dos planos de saúde e de previdência complementar. Esses foram os resultados das privatizações do Banestado e do Banespa, prestes a completarem 22 anos agora, em outubro e em novembro”, lembra o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e membro do Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil, João Fukunaga. “Ou seja, além de não resultarem no tão prometido aumento de investimentos, expansão econômica e modernização, as vendas que sepultaram as duas empresas destruíram direitos dos funcionários incorporados aos bancos compradores”, completa.

Caso Banestado

“O processo de privatização em si é muito estressante. A empresa precisa desmoralizar-se e quebrar a confiança dos empregados no futuro da instituição”, explica o ex-funcionário do Banestado e ex-presidente da CUT Paraná e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Beto von der Osten, o Betão.

Ele lembra que, três anos antes da privatização, em 1997, a então diretoria do Banestado, orientada pelo governo estadual, avisou aos funcionários que a empresa passava por uma grave crise financeira.

“Na ocasião, o banco contava com mais de 12 mil empregados. No final do ano, a Assembleia Legislativa do estado aprovou uma lei para sanear o banco e foi aberta uma sala de dados para informação da real situação da empresa para interessados na sua compra”, destaca. Em 1999, a empresa pública foi submetida a dois programas de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários para 8 mil.

No processo para sanar as dívidas, o Estado do Paraná desembolsou R$ 5,1 bilhões pelo Banestado, em valores da época, para depois entregar a instituição por apenas R$ 1,6 bilhão, em outubro de 2000, por leilão ao banco Itaú. Dois anos após a privatização, 76% das agências que antes eram do Banestado estavam encerradas. Em 2019, restavam apenas 500 funcionários oriundos do banco público na folha de pagamento do Itaú.

“O Banestado foi privatizado quando tinha quase 72 anos. Durante décadas foi uma das instituições financeiras mais sólidas do Brasil. Foi o grande parceiro dos ciclos econômicos e sociais, permitindo um nivelamento de desenvolvimento entre as regiões”, relembra Betão. “A revista Exame fez, em 1998, uma pesquisa apontando que mais de 90% dos empreendimentos econômicos e de infraestrutura do Paraná eram financiados pelo Banestado. A instituição era também um banco contemporâneo, introduzido na automação bancária desde anos 70. Pioneiro com cartões de múltiplas funções e Caixas Automáticos de saques”, completa.

Caso Banespa

Antes da privatização, o Banespa também passou por um processo de desmoralização. Chegou a ser o maior banco estadual e o terceiro maior banco comercial do país. Nas décadas de 60 e 70, foi responsável pela expansão do parque industrial paulista e de grandes investimentos sociais e produtivos dentro e fora do país. Foi nos anos 90 que começou a apresentar complicações financeiras.

“Antes da privatização, o Banespa era um banco em que todo mundo gostaria de trabalhar. Havia uma política de integração social, esportiva, cultural. Então, é um banco que deixou muita saudade, tanto para os funcionários como para os clientes”, destaca e ex-funcionário do Banco Estadual de São Paulo e atual presidente da Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp (Afubestp), Camilo Fernandes dos Santos.

Em novembro de 2000, o Santander comprou o Banespa por R$ 7,05 bilhões, em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. “Em seguida, vieram os programas de demissão voluntária, com mais de 8 mil adesões, e sucessivos processos de fechamento de agências”, lembra Camilo. “Depois da privatização, o relacionamento com os clientes no Banespa deixou de ser o mais importante, passando a ser a cobrança de metas, de resultados, como um banco comercial comum. E isso resultou no adoecimento dos funcionários que ainda continuaram”, observa ainda.

Fundos de pensão e planos de saúde

Os históricos de privatizações de empresas públicas mostram que, praticamente, em todas as empresas vendidas ocorrem ataques aos planos de saúde e de previdência complementar para reduzir direitos dos associados e as contribuições e compromissos das empresas patrocinadoras.

Camilo e Betão pontuam que, nos casos Banespa e Banestado, os ataques foram profundos, com fechamento dos planos de previdência, ficando restrito somente aos antigos funcionários, abertura de outro plano para os novos trabalhadores, com contribuições muito reduzidas dos patrocinadores, transferindo a responsabilidade com a formação da reserva previdenciária quase exclusivamente aos funcionários.

“O novo controlador, banco Santander, enfraqueceu a governança dos funcionários nas entidades de saúde e previdência, acabou com os comitês gestores e de investimentos e com as eleições de trabalhadores para as diretorias. Ou seja, a participação dos representantes eleitos pelos funcionários foi reduzida, e o Santander aumentou seu controle para cortar direitos dos trabalhadores”, destaca Camilo.

Ele conta ainda que o Santander proibiu a entrada de novos funcionários oriundos do banco público no plano de saúde, comprometendo seu equilíbrio e sobrevivência futuros. E, no Fundo Banespa de Seguridade Social (Banesprev), o plano para aposentadoria dos trabalhadores do antigo banco público, os associados têm, atualmente, que arcar com contribuições extraordinárias cada vez maiores para a cobertura de déficits.

Ameaças contra o BB

O ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, nunca escondeu sua vontade de privatizar as empresas públicas, incluindo Caixa e Banco do Brasil. “Qual é o plano para os próximos 10 anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, BB, todo mundo entrando na fila, e isso sendo transformado em dividendos sociais”, chegou a dizer em evento virtual da International Chamber of Commerce Brasil, realizando ano passado.

“Assim como aconteceu com outras importantes empresas públicas que sofreram privatização, o BB vem passando por um processo de desmonte. Nos últimos cinco anos, a empresa fechou 1.400 agências e reduziu 23 mil funcionários. Temos ainda a entrega de subsidiárias importantes do banco para outras empresas do mercado, como o caso da BB DTVM, administradora do BB de R$ 1,4 trilhão no mercado financeiro, para o banco suíço UBS, sob o manto da ‘parceria’”, conclui Fukunaga.

O membro do Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil lembra que, como banco público, o BB age de forma diferente dos bancos do mercado até mesmo quando passa a controlar outras empresas.

“Em 2009, o Banco do Brasil incorporou o Banco Nossa Caixa que, na época, tinha 15 mil funcionários e 547 agências. Ao contrário do que foi feito nas privatizações do Banestado e Banespa, o BB não demitiu ninguém, nem fechou agências, manteve os planos de saúde e de previdência sem reduzir direitos dos funcionários. E os novos funcionários puderam aderir ao plano de cargos e salários do BB, mantendo sua evolução na carreira”, finaliza.

Fonte: Contraf-CUT

Artigo: As consequências da privatização da BB Asset Management (BBDTVM)

Publicado em: 11/08/2022

Por Jacques Pena* e Kleytton Morais**

Nos últimos dias, voltaram a circular boatos (e onde há fumaça há fogo…) sobre uma possível privatização da BBDTVM, agora repaginada de “BB Asset Management”, num movimento de realinhamento estratégico da empresa, para transmitir modernidade.

A BB Asset Management é líder da indústria nacional de fundos de investimentos e carteiras administradas, com patrimônio de R$ 1.485.091,42 milhões, conforme ranking da ANBIMA de junho de 2022. Para se ter uma ideia do gigantismo da BBDTVM, o Itaú Unibanco Asset Management (2º colocado) tem patrimônio de R$ 813.673,40 milhões e o Bradesco (3º colocado) soma R$ 544.080,56 milhões.

Nos últimos dias, voltaram a circular boatos (e onde há fumaça há fogo…) sobre uma possível privatização da BBDTVM, agora repaginada de “BB Asset Management”, num movimento de realinhamento estratégico da empresa, para transmitir modernidade.

A BB Asset Management é líder da indústria nacional de fundos de investimentos e carteiras administradas, com patrimônio de R$ 1.485.091,42 milhões, conforme ranking da ANBIMA de junho de 2022. Para se ter uma ideia do gigantismo da BBDTVM, o Itaú Unibanco Asset Management (2º colocado) tem patrimônio de R$ 813.673,40 milhões e o Bradesco (3º colocado) soma R$ 544.080,56 milhões.

Assim, uma eventual privatização da BBDTVM, no todo ou em partes, traria sérios prejuízos ao Banco do Brasil. De um lado, estaria abrindo mão de receitas de uma Gestora de recursos lucrativa e eficiente e que detém, hoje, cerca de 21% de participação de mercado, respondendo, juntamente, com a área de seguridade (seguros, previdência e capitalização) e cartões, por uma parcela importantíssima do resultado do conglomerado Banco do Brasil. De outro lado, a sinergia dos negócios estaria comprometida. Ao invés de ampliar, por exemplo, a penetração de fundos de investimentos e previdência no canal próprio do Banco, seja no varejo, pequenas empresas, private banking e institucional, o Banco estaria terceirizando esses negócios numa Gestora internacional, contribuindo, assim, para o enfraquecimento do Banco do Brasil e sua posterior privatização.

Entre os potenciais interessados em comprar a BBDTVM estariam algumas das maiores administradoras de ativos do mundo, como por exemplo, a BlackRock, Franklin Templeton e Prudential Financial.

Atualmente, há poucas gestoras estrangeiras com escritórios no Brasil, e as que existem apostam no crescimento do mercado de asset management, que vem passando por grandes transformações, com o advento das plataformas, surgimento de novas gestoras, distribuição dos investimentos, mão de obra etc.

O que tem chamado, de fato, a atenção dos players internacionais é o segmento wealth, mais acostumado com o investimento internacional, os fundos de pensão que estão passando por mudanças regulatórias e o segmento de varejo. Com mais de 210 milhões de habitantes, o Brasil é o maior mercado da América Latina, respondendo por 61% do “Assets Under Management (AUM – Ativos sob Gestão)” total da região, estimado em mais de 1,15 trilhão de dólares e crescendo.

Ao entrar no Brasil, as gestoras precisam pensar que público querem alcançar e quais são os melhores parceiros locais para chegarem neles. Daí o interesse em adquirir a BBDTVM, no todo ou em partes, dado a capilaridade da rede do Banco do Brasil, o portfólio de clientes, a expertise e a solidez do Banco.

Não se trata propriamente de uma nova internacionalização do sistema financeiro brasileiro, no sentido que vigorou nos anos 1990 do século passado, e sim de uma atuação mais focada em nichos para os investidores private banking, varejo alto renda, investidor institucional etc.

Do ponto de vista da literatura econômica mais liberal, existiriam duas grandes motivações para privatizar uma empresa: aumentar a eficiência da economia e colaborar para o ajuste das contas públicas. De forma geral, a experiência tem mostrado que a motivação fiscal tem prevalecido na prática, com a privatização sendo usualmente adotada por governos com dificuldade de fechar suas contas. Aliás, esses foram os argumentos utilizados na década de 1990, durante o Governo do Professor Fernando Henrique Cardoso, numa competente campanha publicitária de convencimento da opinião pública.

Ora, mesmo utilizando-se dos argumentos liberais, não haveria justificativa para privatizar a BB Asset Management, tendo em vista tratar-se de uma companhia lucrativa e eficiente e que tem contribuído, juntamente com a área de seguridade (seguros, previdência e capitalização) e cartões, para incrementar, sobremaneira, os vultosos resultados do Banco ao longo dos últimos anos.

Do ponto de vista do ajuste fiscal, trata-se de uma estratégia completamente equivocada, uma vez que estaria abrindo mão de um patrimônio importantíssimo para o País e para a solidez do Banco do Brasil, em troca de um ajuste pontual nas contas públicas.

Portanto, a eventual privatização da BB Asset Management, no todo ou em partes, não atenderia aos interesses públicos, pelo contrário, tratar-se-ia apenas de atender compromissos e expectativas do mercado financeiro nacional e internacional. Devemos lembrar ainda, que os bancos públicos, incluindo as suas subsidiárias, representam uma importante presença do setor público federal no mercado de crédito e oferecem um potencial de ferramentas significativas de política econômica. Mais do que nunca, indispensáveis à reconstrução do país e resgate da dignidade de brasileiras e brasileiros.

*Jacques Pena é ex-presidente da Fundação Banco do Brasil e ex-presidente do BRB Banco de Brasília

**Kleytton Morais é presidente do Sindicato dos Bancários do DF

Fonte: Revista Fórum

Ex-ministro da Fazenda defende privatização do BB; quais são as chances?

Publicado em: 24/04/2022

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu nesta terça-feira (19) a privatização do Banco do Brasil (BBAS3). A Eletrobras (ELET3) também foi mencionada, chamada de parte das “grandes estrelas” em poder do governo federal.

“Não faz sentido o governo federal ter duas grandes instituições financeiras”, disse o ex-ministro se referindo ao Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal.

Meirelles, que deixou o cargo de secretário de Fazenda do Estado de São Paulo neste mês, tem a intenção de concorrer a algum cargo nas eleições. Para ele, privatizar o BB seria mais fácil por se tratar de uma instituição que tem grande quantidade de ações espalhadas pelo mercado.

Segundo o ex-ministro, num cenário em que o Banco do Brasil fosse privatizado, as atividades da Caixa Econômica Federal seriam direcionadas à ações sociais.

Por fim, ele defendeu que a discussão de desestatização da financeira deve acontecer no início do próximo mandato presidencial, já que um governo eleito com a força popular sempre reúne condições de discutir programas consistentes de reformas e privatizações com o Congresso no primeiro ano de governo.

Quais são as chances de privatizar o Banco do Brasil?

Privatizar uma empresa estatal não é tão fácil quanto se fala. A exemplo disso, temos a Eletrobras (ELET3) que teve a desestatização aprovada pelo Congresso em junho de 2021, mas ainda aguarda julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) — previsto para esta quarta-feira (20) — para aprovar a privatização.

De fato, a privatização do Banco do Brasil (BBAS3) sempre esteve no radar do Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes, assim como a Petrobras (PETR4).

“Um plano para os próximos dez anos é continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e sendo transformado em dividendos sociais”, declarou Paulo Guedes, em setembro do ano passado.

O ex-governador de São Paulo e atual pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, também já afirmou que, caso eleito, deve privatizar o Banco do Brasil (BBAS3). O assunto já foi discutido com Meirelles, afirmou o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central durante o governo Lula.

Por fim, Meirelles disse não ver nos dois candidatos que lideram as intenções de votos (ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro) disposição clara para reformas.

Fonte: Seu Dinheiro

 

Doria diz que se for eleito privatizará o Banco do Brasil e a Petrobras

Publicado em: 28/10/2021

O governador de São Paulo e candidato nas prévias do PSDB para disputar a eleição de 2022, João Doria, declarou ao site Correio Braziliense que pretende privatizar o Banco do Brasil e a Petrobras caso seja eleito presidente.
“Sou a favor da privatização, não para fazer do monopólio público um monopólio privado, e sim uma modelagem que permita à Petrobras ser dividida em várias empresas e ser colocada em leilão internacional na Bolsa de Valores do Brasil. É o mesmo modelo que os Estados Unidos seguiram”, declarou.

Para o governador de São Paulo é necessária a criação de um fundo regulatório para equilibrar o preço dos combustíveis e gás em caso de aumentos no mercado internacional. No mês passado, o político já havia divulgado que faria a privatização da Petrobras se conseguisse virar chefe do Executivo.

“Além de uma empresa dividida, defendo a obrigatoriedade da formação de um fundo regulador. Quando houver aumento do petróleo nas cotações do mercado internacional, esse fundo regulador impedirá que o aumento se reflita imediatamente no preço do combustível ou do gás.”

Doria afirmou que não pode falar “em nome do PSDB”, mas a privatização do Banco do Brasil também está em sua agenda presidencial, caso vença às eleições.

“Se eu vencer, o Banco do Brasil será privatizado. Tem bons profissionais e boa estrutura. Mas não há necessidade de termos dois bancos (a Caixa e o BB). Já o BNDES, não. Pode ser readequado, para que cumpra efetivamente o papel de banco de desenvolvimento econômico e social, principalmente, das micro, pequenas e médias empresas. E que ele passe a ser um regulador”, disse Doria.

Fonte: Portal Uol

Guedes defende Banco do Brasil na ‘fila’ de privatizações dos próximos anos

Publicado em: 01/10/2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta segunda-feira (27) que a Petrobras e o Banco do Brasil entrem na “fila” de privatizações dos próximos anos. Guedes deu a declaração ao participar por videoconferência do encontro “O Brasil Quer Mais”, organizado pela International Chamber of Commerce (ICC).

“Um plano para os próximos dez anos é continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e sendo transformado em dividendos sociais”, declarou o ministro da Economia.

Guedes tem defendido as privatizações para que o governo use os recursos em um fundo contra a miséria. Na campanha eleitoral de 2018, o presidente Jair Bolsonaro disse que “não gostaria” de ver a Petrobras privatizada. Na ocasião, declarou que a medida só seria feita “se não houver solução”.

Além disso, em 2019, o então presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que Bolsonaro vetou a privatização do banco.

Para o ministro da Economia, o processo de privatização não está acelerado no governo Bolsonaro, mas destacou que em dois anos e meio foram privatizados o equivalente a R$ 240 bilhões. Paulo Guedes lembrou, ainda, a intenção do governo de privatizar a Eletrobras e os Correios. “Quem dá o ‘timing’ é a política”, acrescentou.

O ministro da Economia disse, ainda, que gostaria, no futuro, de mudar o regime previdenciário para o sistema de capitalização, rejeitado pelo Congresso Nacional em 2019. Nesse regime, os benefícios são pagos de acordo com as contribuições feitas no passado pelos próprios trabalhadores.

Redução de alíquotas de importação

Ainda no discurso, Guedes lembrou que a redução de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul já foi implementada para bens de capital (máquinas e equipamentos) e de informática, mas que deseja promover redução para todos produtos comprados pelo Mercosul — o que é rejeitado pela Argentina.

“Nossa posição é de avançar. Não vamos sair do Mercosul, mas não aceitaremos um Mercosul como ferramenta de ideológica. O Mercosul é uma plataforma de integração na economia global. Se não entregar esse serviço, vamos modernizar. Os incomodados que se retirem, pois um dia a Argentina falou isso para os outros. Vamos devolver isso para a Argentina”, declarou.

O ministro defendeu que a redução continue nos próximos anos. Segundo ele, é possível avançar em uma nova redução em 2022, se a reforma tributária passar no Congresso Nacional.

Reforma do Imposto de Renda

Guedes também voltou a defender a tributação de lucros e dividendos, cuja alíquota aprovada pela Câmara dos deputados caiu de 20% (proposta do governo) para 15%, e afirmou que busca reduzir, nos próximos anos, a tributação sobre as empresas para 20%.

Atualmente, a taxação é de 34% no Brasil. Na proposta da reforma do IR aprovada pelos deputados, a taxação ficou em 26%. O texto ainda tem de passar pelo Senado Federal para ter validade.

“Vamos para 26%. Se a arrecadação continuar subindo, vamos para 21%. O ideal é que não fosse mais do que 20%. Tudo acontece na empresa, o imposto deve ser muito baixo na empresa, deve ser de 20%. Agora na pessoa física [com a tributação de lucros e dividendos], antes de comprar avião e o seu barco, paga 15%”, concluiu.

Fonte: Globo.com

População mais carente é a mais prejudicada com privatização dos bancos públicos

Publicado em: 06/05/2021

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, participou de uma live com os Jornalistas Livres neste domingo (2). O assunto foi o ataque do governo aos bancos públicos e quais os prejuízos para a população brasileira.

Para o presidente da Fenae, a privatização da Caixa a partir do fatiamento do banco em subsidiárias vai esvaziar a capacidade financeira da instituição. O lucro do banco nos últimos anos não significa fortalecimento da Caixa, pois foram obtidos com a venda de patrimônio.

“Em 2019, a Caixa vendeu ações de participação que tinha na Petrobras, da Vale. Em 2020, os lucros foram obtidos com as vendas no balcão da Caixa, de seguros. São lucros artificiais. Daqui a dois ou três anos não vai mais existir porque a Caixa está vendendo o que sustentava o lucro do banco”, disse Takemoto, citando a Caixa Seguridade, que foi listada na Bolsa de Valores B3 na última sexta-feira (29).

Além dos prejuízos ao banco, a privatização vai afetar a população de um modo geral, pois devem ser alteradas as taxas de juros, empréstimos, financiamentos e as políticas que induzem o desenvolvimento do país. No entanto, quem mais deve sofrer é a população mais carente das políticas públicas que são operadas pelo banco.

Na área habitacional, por exemplo, a Caixa é responsável por mais de 90% dos financiamentos para a população que ganha até R$ 1.800. Mas o governo cortou 98% dos recursos que eram destinados a este público, que atendia à Faixa 1 do antigo Minha Casa Minha Vida. De R$ 1,540 bilhão previsto para 2021, o valor a ser repassado será de somente R$ 27 milhões – R$ 1,513 bilhão a menos. “É o fim do sonho da casa própria para quem ganha até R$ 1.800”, disse Takemoto.

Outro dado apresentado pelo presidente da Fenae aponta para o esvaziamento das funções públicas da Caixa e das políticas sociais. “Em 2014, a Caixa financiou 732 mil bolsas de estudo; em 2021 serão somente 93 mil bolsas. São dados que infelizmente não são noticiados na grande imprensa”, ressaltou.

Estatais na pandemia

As empresas estatais têm sido fundamentais para ajudar o Brasil a enfrentar a crise econômica, social e sanitária causada pela pandemia, avaliou Takemoto na live. Ele citou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Caixa. Mas em vez de valorizar as estatais e fortalecer o Estado, o governo aproveita as realizações das empresas para vendê-las.

No caso da Caixa, os empregados desenvolveram o aplicativo Caixa TEM, que permitiu o pagamento do Auxílio Emergencial. Agora o presidente do banco quer fazer deste aplicativo a base de uma subsidiária chamada Banco Digital, que já tem objetivo de ser privatizada. “Já sabemos que o banco digital é o futuro do sistema financeiro. Ou seja, vão tirar isso da Caixa e entregar de mão beijada, como fizeram com a Caixa Seguridade”, alertou.

Takemoto informou que a união e uma grande resistência das estatais serão fundamentais para defender as empresas públicas antes que as ações de privatização sejam irreversíveis, como aconteceu com a Vale e outras empresas públicas. “Só quem ganha é o grande capital. A população sempre perde. Por isso as empresas estatais são fundamentais para minimizar a desigualdade social tão profunda deste país”.

Além de Takemoto, participaram da live o coordenador da Comissão dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga e a presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Eneida Koury.

Fonte: Fenae

 

Novo presidente do BB enterra privatização da instituição e deve vetar venda da BB DTVM

Publicado em: 25/03/2021

Os funcionários do Banco do Brasil estão em festa. Pelo que já receberam de retorno do novo presidente da instituição, Fausto Ribeiro, que tomará posse no início de abril, não há qualquer possibilidade de ele levar adiante qualquer processo de privatização do BB. Mais: ao que tudo indica, vai rever todos os programas de desinvestimentos do banco. Isso quer dizer que a venda da BB DTVM deverá ser vetada.

Ribeiro representa uma guinada em relação a Rubem Novaes, primeiro a comandar o Banco do Brasil no governo de Jair Bolsonaro, e a André Brandão, que renunciou ao cargo. Para ele, o BB tem de continuar sob controle do Estado e, em vez de encolher, desfazendo-se de negócios importantes, como a BB DTVM, que controla o grosso dos recursos administrados pela instituição, tem de crescer.

Funcionário de carreira do BB, Ribeiro está recolhido desde foi anunciado como sucessor de André Brandão. Mas, aos poucos colegas de trabalho com os quais conversou nos últimos dias, disse que a determinação de Bolsonaro é de que o banco tenha um papel social. Não é só: tudo indica que ele suspenderá o programa de fechamento de agências, pivô da crise com Bolsonaro que levou à demissão de Brandão.

Esse programa de fechamento de postos de atendimento foi dividido em quatro ondas, como se diz dentro do banco. A primeira, que agrega 90 pontos, incluindo agências, já foi concluída, porque Brandão pediu pressa. Os dois programas de demissão voluntárias, também anunciados no início do ano, foram concluídos com a adesão de 5.500 funcionários.

Mudanças nas vice-presidências

Ribeiro também acertou com Bolsonaro liberdade para mudar a composição da atual vice-presidência do BB. Quer dar uma cara nova ao comando da instituição com pessoas de sua confiança. Essa troca deverá ser facilitada, pois pelo menos dois executivos já demonstraram desejo em deixar os cargos, número que deve crescer, seja porque alguns têm idade para se aposentar, seja porque têm convite do mercado.

Pelo menos uma vice-presidência, a de Governo, será entregue a um político, muito provavelmente, ligado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Hoje, essa vice é ocupada por João Rabelo Júnior, que é de carreira, mas começou a ganhar antipatia do Palácio do Planalto porque foi secretário-adjunto no Ministério da Fazenda na gestão de Guido Mantega, do PT.

Em meio a todos esses movimentos, Ribeiro está disposto, também com o apoio de Bolsonaro, a mudar o Conselho de Administração do Banco do Brasil. Os mandatos dos atuais integrantes terminam em 28 de abril, quando haverá assembleia para decidir se os atuais conselheiros continuam ou não. O novo presidente do BB não se conforma com a reação contrária de vários conselheiros à sua indicação.

Para Ribeiro, o fato de conselheiros como Hélio Magalhães, que foi do Citibank e hoje presidente o Conselho de Administração do BB, e José Guimarães Monforte terem indicado que renunciariam aos cargos por causa da escolha de Bolsonaro mostra que eles não têm espaço no futuro comando do banco. Se não renunciarem, serão defenestrados.

Há outro fator que pesa contra atuais conselheiros do Banco do Brasil: são extremamente a favor da privatização da instituição e são vistos pelos funcionários como entreguistas, por defenderem a venda de ativos importantes da instituição, como a BB DTVM, que estaria sendo negociada com o banco suíço UBS, que já assumiu o controle do BB Investimentos. Esses negócios fechados com o UBS são alvos de várias representações feitas ao Tribunal de Contas da União (TCU), que ainda não se manifestou sobre os casos.

No nome de Ribeiro ainda precisa passar pelo Comitê de Elegibilidade do Banco do Brasil, cuja missão é de analisar se o indicado por Bolsonaro atende aos requisitos legais previstos na Lei das Estatais. Vencida essa etapa, caberá ao presidente da República publicar um decreto com a nomeação.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

 

“Seria muito bom se o Banco do Brasil fosse privatizado”, diz Gustavo Franco

Publicado em:

O ex-presidente do Banco Central, sócio da Rio Bravo Investimentos e colunista do Estadão, Gustavo Franco, afirmou que a privatização do Banco do Brasil+1,48% seria boa para incentivar a competição entre instituições financeiras e diminuir o spread bancário.

A declaração foi feita na segunda-feira (22) em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. “Não há razão pra ter tão poucos intermediários, temos tido muitas iniciativas no plano regulatório com o intuito de incentivar a competição bancária. Seria muito bom se o Banco do Brasil fosse privatizado e tivesse um dono preocupado com resultado”, afirmou.

Franco disse que, por ser público, os custos do Banco do Brasil são maiores, já que as compras devem ser feitas por meio de licitação e há processos burocráticos que encarecem os produtos.

“É ótimo para os privados terem um competidor que tem um custo maior. Você opera no preço do seu concorrente que tem preço mais alto e ganha muito dinheiro. O Banco do Brasil, do jeito que está, serve aos bancos privados”, declarou o economista, que defendeu o fim de estatais como a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada para conduzir um projeto de trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Ao responder a uma pergunta de Márcio Kroehn, editor-chefe do E-Investidor que participou do programa, Franco manifestou preocupação com a volta da inflação. “A inflação acordou um pouquinho. Mas, para um ex-alcoólatra, qualquer pouquinho é um perigo”, comparou. No entanto, o economista apontou que o regime de juros baixos deve continuar, ainda que haja algumas oscilações.

Fonte: Estadão Investidor

Deputado Kim Kataguiri quer incluir BB no pacote de privatizações do governo

Publicado em: 19/02/2021

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) apresentou na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17 de fevereiro), um Projeto de Lei (PL 461/2021) que altera a Lei 9.491 de 1997 e inclui o Banco do Brasil no Programa Nacional de Desestatização.

“Kataguiri é e sempre foi um instrumento da política privatista dentro do Congresso Nacional e fora dele. Um simples executor e apoiador dos projetos nefastos do governo Bolsonaro e do (ministro da Economia) Paulo Guedes. O deputado justifica o projeto alegando que é muito ‘simples’ privatizar o Banco do Brasil, desconhecendo totalmente sua função pública e os lucros astronômicos produzidos por seus funcionários, que refletem em recursos para a União”, observou o secretário de Relações do Trabalho e responsável por acompanhar os projetos de interesse da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) no Congresso Nacional, Jeferson Meira.

O dirigente da Contraf-CUT observa, porém, que, mesmo se aprovada, a proposta de Kataguiri terá que ser alterada por uma Lei Complementar, que deve ter origem no Executivo.

“Mas temos que lutar com todas as nossas forças para que o projeto do Kataguiri não seja aprovado. Pois sabemos dos interesses do governo Bolsonaro na privatização das empresas públicas, dentre elas o Banco do Brasil. Já sentimos na pele a privatização disfarçada que ele vem promovendo no banco, com reestruturações e a venda de subsidiárias altamente lucrativas e, sabemos, se o banco ainda não foi privatizado foi devido à resistência das entidades sindicais e do apelo popular contra a pauta de privatizações”, ressaltou o dirigente.

Caixa Econômica Federal

Apesar de em sua justificativa o deputado dizer que existem peculiaridades que dificultam a privatização da Caixa Econômica Federal, por ela fazer parte do sistema nacional de habitação e por controlar as loterias, Meira diz que também existe risco para a Caixa.

“Na justificativa ele diz que existem ‘peculiaridades que dificultam a privatização da Caixa Econômica Federal’, mas no texto que dá à nova redação ao artigo 3º da Lei 9.491, de 1997, ele também exclui a Caixa dos dispositivos da lei que vedam participações acionárias na empresa. Ou seja, existem dificuldades, mas a colocação de ações da Caixa na Bolsa também não estará mais vedada”, observou.

Mostrar contrariedade

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, critica o projeto: “Dizer que o Banco do Brasil pode ser privatizado por já ter ações na Bolsa é, no mínimo, falta de conhecimento da importância do banco para a economia do país. Mas, também pode ser que haja interesses diferentes do que o de desenvolvimento social e econômico do Brasil, o que contraria o dever que deveria ter um deputado federal”, criticou.

“Por isso, vamos alertar aos funcionários e também toda a sociedade quanto aos riscos que existem caso o projeto seja aprovado. Vamos instruir a todos que se manifestem contra a aprovação”, acrescentou Fukunaga.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

 

Maioria dos brasileiros defende análise prévia antes de vender estatais

Publicado em: 11/02/2021

A privatização das empresas estatais deve ser avaliada caso a caso. É o que mostra resultado de pesquisa do Instituto Ideia Big Data encomendada pelo movimento liberal Livres. Para 45% dos entrevistados, a privatização deveria depender do setor e considerar também se a empresa em análise fecha suas contas no azul ou no vermelho. Apenas 19% dos entrevistados são favoráveis à privatização de qualquer empresa, independentemente das suas condições.

Já o total de entrevistados contrários à venda das empresas chegou a 21% – portanto, um porcentual maior do que os que são favoráveis à privatização geral. Um grupo de 15% não soube responder. O Livres é uma associação civil sem fins lucrativos que atua como um movimento político suprapartidário em defesa de bandeiras do liberalismo.

A pesquisa entrevistou 1.688 pessoas por telefone celular entre os dias 6 e 11 de janeiro, com recortes de classe social, faixa etária, gênero, escolaridade e região. O público entrevistado foi 52% de mulheres e 48% de homens. A maior parte dos entrevistados (44%) tem idade acima de 45 anos, e 44% escolaridade do ensino fundamental. A margem de erro é de 2,25 pontos porcentuais para mais ou para menos.

A sondagem também ouviu a opinião sobre a venda de estatais específicas. O maior apoio está na privatização dos Correios, que tem o monopólio postal no País, e está na lista apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para este ano.

Já a privatização dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica) e da Petrobras teriam resistência da população. A venda da Eletrobrás, que também está na lista de prioridades do governo Jair Bolsonaro para ser privatizada, divide opiniões com empate técnico.

Para Paulo Gontijo, diretor executivo do movimento Livres, quanto mais as pessoas se deparam com a ineficiência do serviço público, mais são favoráveis à privatização. “Quanto mais as pessoas se deparam com a ineficiência do serviço, mais elas querem privatizar, e quanto mais elas têm a empresa como parte do dia a dia, menos elas querem privatizar. A população não têm noção de quanto custa o grau de eficiência”, disse ele.

O levantamento também questionou os entrevistadores se eles seriam favoráveis à privatização se as agências públicas cuidassem para que os novos donos dessas empresas não cobrassem preços considerados abusivos da população e oferecessem serviços de qualidade. Nesse caso, o porcentual de pessoas a favor da venda das estatais subiu para 39%. Mesmo assim, outros 15% ficaram contrários e 30% responderam que depende de cada empresa.

Quatro entre dez entrevistados defenderam uma oferta de ações para a população em geral das empresas a serem vendidas. O levantamento também mostrou que 38% defenderam o uso do dinheiro da venda das estatais para o pagamento de programas sociais. Dependendo da empresa vendida, o dinheiro arrecadado também poderia ser usado para pagar a dívida pública e gastos do governo, na opinião de 41% dos entrevistados.

Fonte: Correio do Povo

Para funcionários do Banco do Brasil, medidas são ‘cortina de privatização’

Publicado em: 14/01/2021

A ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) cobrou a revisão das medidas anunciadas ontem, de fechamento de agências e desligamento de 5 mil funcionários. Em carta encaminhada ao presidente do BB, André Guilherme Brandão, a ANABB diz que as medidas transmitem uma percepção de “cortina de fumaça” para encobrir “intenções privatistas” em torno do BB.

Para a entidade, o esvaziamento do BB e o enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócio comprometem sua solidez e seu papel de banco público. “Uma forma de se desfazer de patrimônio público é ir, gradativamente, enfraquecendo as empresas e comprometendo seu desempenho”, acusa o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, na carta encaminhada ao BB.

Fujimoto alerta que a medida trará reflexo negativo para milhões de clientes do banco, desconsiderando a realidade brasileira.

Para a associação de funcionários, as medidas anunciadas sobrecarregam os colaboradores. “O anúncio pode satisfazer expectativas do mercado de curtíssimo prazo, mas estão na contramão do papel histórico e institucional do Banco do Brasil na economia brasileira, sobretudo em situações de estagnação econômica e de desafios para a retomada do desenvolvimento”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Uol

Estão sucateando o Banco do Brasil para a privatização, dizem funcionários

Publicado em: 07/01/2021

Quem foi às agências do Banco do Brasil nesta última semana do ano de 2020 levou um susto. A maior parte dos pontos de atendimento ao público estava sem caixas. Não havia funcionários para executar os serviços.

A justificativa em todas as agências foi a mesma: a segunda onda de covid-19 pegou os empregados do Banco do Brasil em cheio. Mas, mesmo ciente da contaminação em massa de seus funcionários, o BB não montou um plano de contingência.

Resultado: muitos clientes insatisfeitos, voltando para casa sem resolver seus problemas com o banco, vários deles, solucionados somente presencialmente. As queixas eram gerais, contudo, os funcionários que tentavam acalmar os ânimos reconheceram que a situação no Banco do Brasil é dramática.

Para empregados do BB, estão sucateando a instituição a fim de facilitar sua privatização. Eles dizem que há um movimento deliberado dentro do banco para atender mal a clientela a justificar que a única saída para a instituição é repassar seu controle à iniciativa privada.

“Infelizmente, o que temos visto é uma inação dentro do Banco do Brasil. Já houve muitos problemas com a covid na primeira fase da doença, mas, agora, nesta segunda onda, mais gente se contaminou e nada foi feito para manter o atendimento ao público minimamente adequado”, diz um empregado do BB.

O quadro é tão preocupante, que os clientes que procuraram as agências do Banco do Brasil no Sudoeste — a Estilo e a normal — foram orientados a se dirigirem aos postos de atendimento do Guará ou da 507 Sul. Para isso, teriam que se deslocar mais de seis quilômetros.

Procurada, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil ficou de se manifestar, mas, antecipadamente, admitiu que a covid atingiu em cheio funcionários que atuam na linha de frente do atendimento.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

BB: mercado já esperava veto do presidente Jair Bolsonaro à privatização

Publicado em: 24/09/2020

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse durante uma transmissão nas redes sociais que não tem planos de privatizar o Banco do Brasil (BBAS3), a Caixa Econômica Federal e a Casa da Moeda em seu governo.

Bolsonaro reconheceu que o processo de privatização de uma empresa não é fácil, mas abrirá mão de “tudo aquilo que a iniciativa privada pode fazer”. “Entendemos que tudo aquilo que a iniciativa privada pode fazer, a gente vai abrir mão disso aí, esse é o nosso pensamento”, comentou. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, também participou da live.

Na avaliação da Guide Investimentos, os comentários do presidente não devem pressionar as ações do Banco do Brasil, visto que o mercado já estava com suas expectativas parcialmente frustradas sobre o assunto. Ainda assim, a confirmação não deixa de ser negativa.

“A privatização do Banco do Brasil é um assunto que já foi bastante comentado no Ministério da Economia, mas as falas de Bolsonaro fazem com que as perspectivas para o processo atrasem mais do que o esperado inicialmente”, comentou o time de análise da corretora.

Fonte: Money Times

Presidente Bolsonaro diz que não vai privatizar Banco do Brasil

Publicado em: 18/09/2020

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (17/9) que não cogita privatizar o Banco do Brasil. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo comentou que o BB integra, junto com a Caixa Econômica Federal e a Casa da Moeda, as instituições geridas pelo governo que não serão repassadas à iniciativa privada.

Apesar de não ser 100% público — é constituído na forma de sociedade de economia mista —, o Banco do Brasil tem como sócio majoritário o governo federal, responsável por 50% das ações da instituição.

Bolsonaro comentou sobre o Banco do Brasil após o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que também participou da live, ter sido questionado se havia a necessidade de o Estado gerir três grandes bancos — além da Caixa e do Banco do Brasil, também faz parte do governo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Banco do Brasil e Caixa Econômica, no meu governo, não se cogita sua privatização. Assim como queriam privatizar a Casa da Moeda… No meu governo, só esses três (não serão privatizados)”, afirmou Bolsonaro.

Sobre a Casa da Moeda, o chefe do Palácio do Planalto explicou que não interferiu ao retirar a estatal da lista de privatizações do governo, em maio deste ano. “O pessoal fala em interferir. Exerci um direito meu, não é interferência, é um direito meu. Afinal de contas, se eu nomeio os ministros, no caso o Paulo Guedes dá posse aos presidentes de bancos estatais”, comentou.

Ele ainda disse que a instituição não deveria ser repassada à iniciativa privada devido aos tipos de documentos que produz. “Eu achei que não era o caso (privatizar), tendo em vista informações que tive de outros países que a privatizaram e, depois, voltaram atrás. Acho que o que a Casa da Moeda faz tem que ser uma questão de segurança nacional. Passaportes, emissão de dinheiro, moedas, entre tantas coisas mais”, observou.

Na sequência, Bolsonaro disse que concluir uma privatização não é fácil e reclamou que a imprensa tem criticado o governo injustamente pela demora na finalização de alguns processos.

“Qualquer privatização é demorada. Não justifica a mídia falar que estou segurando, que o governo está segurando as privatizações. Tem muita coisa que dá prejuízo, você tem que privatizar. Você até se entregar de graça para alguém é até vantajoso. Está dando prejuízo, sai perdendo todo o ano. Agora, também nós entendemos que tudo aquilo que a iniciativa privada pode fazer, a gente vai abrir mão disso aí. Esse é o nosso pensamento”, argumentou.

Guedes já cobrou privatização do BB

Apesar da declaração de Bolsonaro nesta quinta, a privatização do Banco do Brasil já foi algo bastante falado no Ministério da Economia. Paulo Guedes defendeu a entrega do banco ao setor privado na reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

Naquele encontro, Guedes até usou um palavrão para se referir à instituição financeira, dizendo que “tem que vender essa porra logo”.

“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem (Novaes, então presidente do BB), coitado. Ele é superliberal, mas se apertar ele e falar ‘bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ Aí, se falar assim ‘bota o juro alto’, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, disse o ministro da Economia.

“O senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil, a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então, tem que vender essa porra logo”, completou Guedes.

Na reunião ministerial, o ex-presidente do Banco do Brasil confessou a Bolsonaro que o seu sonho era a privatização do banco, e o chefe do Executivo respondeu que ele só deveria pensar nisso daqui a três anos. “Faz assim, só em 23 você confessa, agora não. Isso aí, isso aí só se discute, só se fala isso em 23, tá?”, disse Bolsonaro a Novaes.

Lentidão provocou saída de secretário

A demora do Executivo em concluir a entrega de estatais para o setor privado repercutiu dentro do próprio governo, tanto que, em agosto, o secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, pediu demissão do Ministério da Economia.

Mattar manifestou insatisfação com o ritmo das privatizações. Segundo ele, “o establishment” não quer privatizações.

A saída dele foi anunciada por Paulo Guedes, que reconheceu à época que a demissão era “um sinal de insatisfação com o ritmo de privatizações”. “O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, o Estado não deixa privatizar, é muito emperrado”, disse o ministro, em coletiva à imprensa.

Fonte: Correio Braziliense

Pesquisas dizem que maioria rejeita privatização do BB e Caixa

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A maioria dos brasileiros rejeita a privatização da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Pesquisas recentes encomendadas por duas publicações flagrantemente de orientação liberal confirmaram a rejeição à privatização. O levantamento da revista Veja apontou que 59% dos brasileiros não querem que o Governo Federal entregue a Caixa à iniciativa privada; 37% se disseram favoráveis a venda e 4% não souberam ou preferiram não responder.

O índice de rejeição (59%) à venda da Caixa foi idêntico ao da consulta feita em relação ao BB. Já a pesquisa da revista Exame/Ideia apurou que 49% são contra a privatização; apenas 22% aprovam a venda; 19% se disseram neutros e 9% não souberam responder. Há ainda uma terceira pesquisa feita pela revista Fórum, essa com linha editorial crítica ao mercado, cujo índice de entrevistados contrários à privatização da Caixa foi de 60,6% – índice praticamente idêntico ao apurado pela Veja.

“Os bancos públicos desenvolvem importante papel social, suas privatizações vão piorar ainda mais o desenvolvimento do país e o financiamento das políticas sociais, como os financiamentos da casa própria e dos micros e pequenos produtores agrícolas, assim como o micro e pequeno empresário, entre muitas outras coisas fundamentais”, alerta Ricardo Saraiva Big, presidente em exercício do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

A pandemia mostrou a importância do papel social da Caixa, que ficou ainda mais evidente. Seus empregados atenderam o compromisso social do banco e, mesmo correndo riscos de contrair a doença, continuam se expondo ao vírus na linha de frente para pagar o auxílio emergencial e outros benefícios sociais aos que mais necessitam.

O números atestam a importância dos bancos públicos à população. De acordo com dados do Banco Central, Caixa e BB respondem por 48% do crédito a pessoas físicas no país. Metade dos brasileiros que buscam crédito na praça recorrem ao Bb e a Caixa. A Caixa responde sozinha por 70% do crédito imobiliário e o BB por 53% do crédito rural no Brasil. A privatização representa o encolhimento ou mesmo o fim dessas importantes linhas de créditos.

MP 995 ameaça privatização da Caixa

A ameaça de privatização da Caixa está materializada na MP 995, que tramita no Congresso. A MP abre brecha para que subsidiárias da Caixa sejam negociadas.

Como a MP 995 está associada ao processo de privatização do banco, a enquete oficial do Congresso, que é aberta para consultar a população sobre as MPs em tramitação, também reflete a reprovação à proposta de privatizar a Caixa.

A enquete, que já soma mais de 20 mil manifestações, registra que 97% são contrários à venda do banco público (dados atualizados até 11 de agosto). Os dados não foram atualizados porque o sistema de consulta do Senado está passando por uma manutenção, assim que for normalizado os interessados poderão se manifestar.

Desde a chegada da MP ao Congresso, a matéria já recebeu 412 emendas ao texto por deputados e senadores. Além disso, 284 parlamentares e entidades da sociedade civil já assinaram um manifesto contra a MP e a privatização da Caixa. Tramita também no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5.624) que questiona os processos de privatização e venda de estatais e suas subsidiárias.

O subprocurador-geral do Ministério Público Federal (MPF), junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, entrou com uma representação para que o TCU apure “os indícios de irregularidades no processo de venda da Caixa e de subsidiárias do banco”.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos

Futuro presidente do BB quer “prata da casa” na alta cúpula e vê privatização difícil

Publicado em: 03/09/2020

De malas praticamente prontas para retornar ao País e assumir o comando do Banco do Brasil, André Brandão, egresso do HSBC, é favorável à agenda liberal, mas entende que a privatização do conglomerado, rechaçada pelo presidente Jair Bolsonaro, não é tarefa ‘tão simples’, dizem fontes próximas, que concordaram em falar na condição de anonimato ao Broadcast. O executivo tem desenhado os planos de sua gestão a partir de uma transição virtual, necessária tanto pela distância – ele ainda está em Nova York – quanto pela pandemia, e, embora venha da iniciativa privada, defende um perfil ‘o mais prata da casa possível’ na alta cúpula depois da debandada de profissionais na gestão atual.

Uma agenda de videoconferências online está prevista para ocorrer com vice-presidentes do banco nos próximos dias enquanto Brandão não chega no Brasil. Sua volta está prevista para a segunda quinzena de setembro e a ideia da equipe econômica, segundo duas fontes, é realizar a cerimônia de posse até o fim do mês. A data ainda não estaria fechada, mas pode ocorrer a partir do dia 21 de setembro, quando o novo presidente do BB, que tem 55 anos, já estará instalado em solo brasileiro após pouco mais de 4 anos fora.

Por ora, Brandão tem sido munido de informações por integrantes do conselho de administração do banco, dentre eles, o chairman Helio Magalhães, ex-Citi, do qual é próximo, e ainda o demissionário presidente do BB, Rubem Novaes. Também tem mantido contato com o ministro da Economia, Paulo Guedes, quem lhe fez o convite para o cargo. Foram poucas conversas até aqui. O futuro chefe de Brandão quer pautá-lo assim que ele chegar ao País, em um tradicional tête-à-tête.

Um esboço do que será a gestão do executivo a frente do BB, porém, já começa a ser desenhado. Brandão vê urgência em trabalhar os pontos fortes da organização e em paralelo tocar uma agenda de desinvestimento de algumas atividades, já em curso, conforme fontes relatam ao Broadcast. Nessa lista, a principal missão é preparar o banco de varejo com 38,3 milhões de correntistas para a arena que se transformou o setor com o ataque digital de fintechs e, mais recentemente, as big techs, gigantes da tecnologia.

Outros negócios que saltam aos olhos de Brandão, conforme o relato das fontes, incluem o setor de agronegócios, do qual o BB é líder mas enfrenta crescente concorrência dos pares privados, e ainda relacionados ao comércio exterior.

Agenda de desinvestimentos

Se de um lado quer reforçar áreas de expertise do banco, do outro, o futuro presidente deve avançar na agenda de desinvestimentos. Ele ainda não teria batido o martelo quanto aos negócios alvo – prefere tomar o prumo das coisas antes, mas, nos bastidores, o que se espera é continuidade em relação ao que já está encaminhado.

“A agenda liberal faz sentido, mas a questão é timing e como. A agenda de privatização é do ministro [Paulo Guedes] e do presidente [Jair Bolsonaro]”, resume uma fonte, próxima a Brandão, ao comentar sua visão sobre desinvestimentos. “Tem gente que fala que o governo deveria simplesmente privatizar o banco. Não é tão simples assim. Dá para fazer uma agenda paralela”, acrescenta o executivo.

Um negócio que Brandão mostra interesse em deslanchar, segundo apurou o Broadcast, até por sua experiência nesse universo, é a joint venture com o suíço UBS na área de banco de investimentos. O negócio recebeu o aval do Banco Central na semana passada, conforme revelou o Broadcast, e a expectativa é de que esteja de pé em meados de outubro.

O futuro presidente do BB também deve dar tração nas negociações com o Bradesco, do qual o banco tem várias sociedades no mundo. A Cielo é a principal delas e também a mais difícil por conta da Cateno, da qual o BB detém 30%. O executivo criou uma boa proximidade junto à Cidade de Deus, sede do banco privado, quando capitaneou a venda da operação brasileira do HSBC. A pessoas próximas, ele tem dito que a relação pode ajudar e que o foco é ser um intermediador a partir de um contato franco com o Bradesco, mas com o objetivo principal de atender aos interesses do BB.

“André [Brandão] é hábil no trato difícil, equilibrado sob qualquer pressão e correto ao deliberar”, diz um experiente executivo do setor e que trabalhou ao lado de Brandão.

Gestão compartilhada

Ainda que não seja um ‘banqueiro de varejo raiz’, Brandão não demonstra se intimidar com questionamentos levantados no mercado quanto ao seu perfil de ‘banco de atacado’ – ele começou a carreira em tesouraria. O executivo tem sinalizado que sua gestão será ‘compartilhada’, contando com o apoio dos vice-presidentes do BB. Quando capitaneou a operação brasileira do HSBC, posto que ocupou por quatro anos, eram cerca de mil agências e um contingente ao redor de 10 mil pessoas. Como comparação, o BB tem uma rede de 4.367 agências e 94.350 funcionários.

De cara, Brandão terá de nomear um vice-presidente para a área de negócios de atacado. Com a morte repentina de Walter Malieni, aos 50 anos, o cargo está vago desde o início de agosto. Por ora, o vice-presidente corporativo do BB, Mauro Ribeiro Neto, acumula a cadeira como interino. O atual presidente do BB preferiu deixar a escolha para seu sucessor, que já teria sinalizado preferência por uma sucessão interna e o ‘mais prata da casa possível’. Sua postura teria agrado até mesmo executivos do banco ainda ressabiados, diz outra fonte.

Nos corredores do banco, a expectativa em torno de sua chegada é grande e positiva. Passada a euforia inicial, os questionamentos sobre o currículo do executivo e ainda o histórico do HSBC, envolvido em escândalos financeiros, foram colocados de lado. “Falta ainda ele dizer a que veio, mas ninguém vê descontinuidade”, afirma uma pessoa próxima ao banco.

Mais rentabilidade

No polêmico duelo entre market share ou margem, internamente, espera-se que a gestão de Brandão seja voltada à rentabilidade. O executivo já teria ventilado em conversas reservadas que o foco na tríade – redução de custos, melhora do retorno e das receitas – será mantido. Por consequência, essa seria a melhor estrada para diminuir o desconto das ações do banco frente a seus pares na bolsa brasileira.

A gestão atual, de Novaes, e também a anterior, de Paulo Caffarelli, hoje na Cielo, focaram em posicionar o BB na cola dos pares privados em termos de retorno. Isso antes de a pandemia varrer os indicadores das grandes instituições financeiras no País. Como consequência, a rentabilidade do BB, no critério mercado, saltou de 8,4% ao fim de 2016 para 17,7% ao término do ano passado. Com o efeito da covid-19, que obrigou os bancos a reforçarem seus colchões para perdas, o indicador caiu a 11,9% em junho último, assim como se viu nos privados.

Também há uma torcida para que o futuro presidente ajude a posicionar o BB na agenda ESG, sigla em inglês para resumir práticas responsáveis nas áreas ambientais, sociais e de governança. Por ora, os rivais privados, que se uniram em meio à covid-19, têm tido mais holofote no tema, em grande evidência na atualidade.

No mercado, analistas ouvidos pelo Broadcast estão ansiosos para saberem a lista de desinvestimentos que Brandão abraçará, mas reforçam a importância da rentabilidade. Cobram a necessidade de o BB fechar o ‘gap’ junto aos privados ainda que não tenha o mesmo poder de fogo do lado de receitas de prestação de serviços. Além de ter vendido o controle da Cateno para a Cielo, que captura parte relevante dos ganhos com cartões, abriu o capital do negócio de seguros, sob o guarda-chuva da BB Seguridade.

Estilo discreto

Para Brandão, a presidência do BB agrega uma importante marca em sua carreira. De estilo discreto, o novo posto vai lhe exigir mais aparição e trato com o ambiente político, o que aparentemente não o assusta. Além disso, o convite veio a calhar. Sua carreira no HSBC, onde entrou em 1999, estava com os dias contados uma vez que ele tinha planos de voltar ao Brasil com sua família, apurou o Broadcast.

Brandão substituirá o economista Rubem Novaes, escolhido para capitanear o BB durante o governo Bolsonaro. Aos 75 anos, ele avalia ser a hora de passar o bastão a alguém mais jovem e mais ligado à geração digital. Pesou ainda o cansaço com o ambiente de Brasília.

Fonte: Estadão

Iniciativa popular contra a privatização pode se tornar Projeto de Lei no Senado

Publicado em: 28/08/2020

O espírito de coletividade é uma marca do Banco do Brasil. Prova disso foi a mobilização em torno da proposta de Ideia Legislativa, disponível no Portal E-Cidadania do Senado Federal, contra a privatização de empresas públicas e economias mistas lucrativas

O tema foi colocado para votação e alcançou 20.374 apoios. Com isso, se tornou a Sugestão Legislativa nº 20 de 2020. A ANABB fez uma ampla divulgação do assunto no site e nas redes sociais, chamando os associados para exercerem esse papel cidadão.

Agora, essa Sugestão Legislativa foi encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e aguarda a designação de relator. O tema será debatido pelos senadores que devem se manifestar em relação ao projeto apresentado, por meio de um parecer. Se o parecer for favorável, a Sugestão Legislativa passa a tramitar no Senado como Projeto de Lei.

Para ser tornar uma Sugestão Legislativa e ser encaminhada a CDH, o tema precisa receber no mínimo 20 mil apoios.

Importância das ideias legislativas

As ideias legislativas são importante ferramenta de participação da sociedade nas casas legislativas. No Senado Federal, até o momento, 78 ideias já foram debatidas pela CDH, sendo que 27 foram transformadas em Projeto de Lei ou PEC.

Entre essa ideias está a instituição do décimo quarto salário emergencial aos aposentados durante a pandemia. O tema recebeu mais de 20 mil apoios e foi transformada na Sugestão nº 11, de 2020. A ideia foi adotada pelo Senador Paulo Paim na forma do Projeto de Lei n° 3657, de 2020.

A ANABB vai acompanhar a tramitação do assunto, mas os associados também podem acessar o site do Senado Federal e continuar opinando sobre o assunto. Basta clicar no link abaixo.

Fonte: Agência ANABB

ANABB conclama que presidente afaste a agenda de privatização do BB

Publicado em: 20/08/2020

“Contar com empresas públicas eficientes, sólidas e reconhecidas pela boa governança tem um valor inestimável”. Esse foi o tom da carta enviada pela ANABB ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, na última quarta-feira, 5 de agosto.

No papel de entidade representativa que defende um Banco do Brasil perene, forte e útil à sociedade, a ANABB apresentou diversos argumentos sobre a importância do BB como um patrimônio de todos os brasileiros e que, ao longo de anos de história, tem desempenhado um papel estratégico para o nosso País.

Ao Presidente da República, a ANABB pediu: “conclamamos Vossa Excelência a, dando continuidade às declarações feitas desde sua campanha para presidente da República, afastar, de forma cabal e peremptória, a agenda de privatização do Banco do Brasil”.

Leia a íntegra da carta da ANABB:

A Sua Excelência o Senhor
Jair Bolsonaro
Presidente da República

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

O País sofre as consequências dramáticas da pandemia que produz efeitos nocivos para a saúde da nossa população e para a economia mundial. O Brasil não está ileso.

Temos plena consciência do quanto a experiência, a força e a capacidade de trabalho dos funcionários do Banco do Brasil podem contribuir para enfrentar esta conjuntura tão especial.

Neste sentido, reafirmamos nossos princípios e compromissos de defender o Banco do Brasil como empresa pública, sólida, lucrativa, eficiente e útil ao País.

Com uma carteira de crédito que alcança 700 bilhões e irriga toda a economia – o BB está presente em 99,5% dos municípios brasileiros e conta com 69,6 milhões de clientes – a dimensão do Banco do Brasil não pode continuar sendo subestimada por alguns membros do governo. No novo ambiente da economia digital, o BB apresenta números impressionantes como o fato de que 80% das transações são realizadas hoje em canais e novas plataformas tecnológicas. É um banco que tem atuação internacional, em mais de uma centena de países, desfruta posições de liderança no mercado financeiro em diversos produtos como cartões, seguros, previdência, e gestão de recursos de terceiros, além de contribuir para o desenvolvimento regional em diversos projetos sustentáveis de geração de emprego e renda.

Na questão da sustentabilidade e das boas práticas sociais e de governança, o Banco do Brasil conquistou reconhecimento internacional nos últimos anos, inclusive com destaque no Fórum Mundial Econômico em Davos (2019). Vale citar, ainda, a inclusão no FTSE4 Good Index, da Bolsa de Londres, e no Índice Down Jones de Sustentabilidade da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Na agenda ambiental que interessa fortemente ao País, além deste reconhecimento como empresa com práticas sustentáveis, o Banco do Brasil está presente na região amazônica desde o início do século XIX e tem contribuições significativas a oferecer neste tema global, conciliando preservação da natureza e desenvolvimento econômico e social.

Quanto aos resultados, o Banco do Brasil tem sido capaz de proporcionar ganhos satisfatórios aos acionistas privados e ao Tesouro Nacional. Sem considerar recolhimento de impostos, o BB alimentou o caixa da União com R$ 50,797 bilhões nos anos recentes. Apenas com o lucro de 2019, de quase R$ 18 bilhões, cerca de R$ 6 bilhões foram distribuídos para acionistas e investidores, sendo R$ 2,7 bilhões canalizados para o Tesouro.

Essa eficiência, amplamente demonstrada, tem sido menosprezada. Sobretudo, neste momento inédito da economia brasileira, no qual é urgente preservar a renda, o trabalho e os negócios.

Ao contrário, em vez de assumir papel protagonista, o que assistimos foram reiterados ataques à capacidade do BB e à qualificação dos seus quadros dirigentes e de funcionários. Essas lamúrias partiram, justamente, do ex-presidente do BB e do Ministro da Economia – esse último, aliás, se referiu ao Banco de 210 milhões de brasileiros com uma palavra chula e de total desapreço.

Em que pese a palavra de Vossa Excelência, de que a privatização de empresas públicas, como BB e Petrobras, não faz parte da agenda do Governo Federal, os seus subordinados insistem em colocar esse tema na mídia e para os investidores privados.

A escolha do novo nome que irá conduzir o Banco do Brasil nos próximos anos precisa ser ponderada por critérios de idoneidade, qualificação, ética e capacidade de gestão de um banco dual – público e comercial. Alguém que venha tão somente com a visão rudimentar de que o “mercado resolve tudo e é o melhor em tudo”, vai entregar, como resultado final, o enfraquecimento de um banco público de 212 anos e com inestimáveis contribuições para a vida nacional.

Assim, em nome da preservação do emprego, da renda, da sobrevivência das empresas brasileiras, e em nome da comunidade de funcionários da ativa e de aposentados – que representamos com orgulho – alertamos para que o novo gestor do BB não tenha na agenda a bandeira da privatização ou a venda de ativos estratégicos, como a BB DTVM, líder de mercado. Vender partes da empresa, além de um artifício para não submeter a decisão ao Poder Legislativo é diminuir, paulatinamente, o Banco do Brasil. Os prejuízos serão irreversíveis.

Os olhos do mercado são hostis ao Estado e às empresas públicas. Mas esses mesmos olhos cobiçam avidamente as riquezas que são patrimônio público. Vender o Banco do Brasil é concentrar, nas mãos de poucos, um patrimônio que, hoje, é de todos os brasileiros.

Este momento de grave crise econômica indica que o Estado não é o problema, mas, sim, a solução. Contar com empresas públicas eficientes, sólidas e reconhecidas pela boa governança tem um valor inestimável. Infelizmente, o Banco do Brasil e seus funcionários precisam, hoje, vencer radicalismos ideológicos, dogmas do mercado e a desconfiança daqueles que só enxergam as empresas públicas eficientes como um problema.

Queremos a prosperidade de todos os brasileiros.

Somos uma entidade pluralista, sem vinculações político-partidárias e sustentada unicamente pela contribuição dos associados. Temos como missão a defesa de um banco útil à sociedade brasileira e, por isso, lançamos a campanha “Não mexe no meu BB”, com o intuito de mantermos o Banco do Brasil e suas subsidiárias e coligadas como importantes ativos do Estado e da população brasileira.

Conclamamos Vossa Excelência a, dando continuidade às declarações feitas desde sua campanha para presidente da República, afastar, de forma cabal e peremptória, a agenda de privatização do Banco do Brasil, um patrimônio de todos os brasileiros e que, ao longo de anos de história, tem desempenhado um papel estratégico para o nosso País.

Atenciosamente,
Reinaldo Fujimoto
Presidente da ANABB

Fonte: Agência ANABB

Escolhido para presidência do BB, André Brandão deve acelerar venda de ativos

Publicado em: 06/08/2020

Embora seja mais conhecido pelo trabalho em banco de investimento do que no segmento de varejo, o escolhido para presidir o Banco do Brasil, André Brandão, segundo fontes do setor financeiro, poderia agilizar a agenda de venda de ativos do BB. Essa é uma das agendas prioritárias para a equipe econômica. “Brandão é o verdadeiro ‘lorde inglês’. Tem experiência em atacado e pode ajudar na venda de ativos. Também tem postura para lidar com grandes clientes e receber investidores”, disse um banqueiro, na condição de anonimato.

Em relação à venda de ativos do BB, algumas agendas já andaram, como a venda de ações de IRB Brasil Re e Neoenergia, o início da parceria com o UBS em banco de investimento e a abertura de capital do BV (ex-Banco Votorantim). Mesmo assim, a gestão de Rubem Novaes teria deixado a desejar nesse quesito – além de ter sido “atropelada” pela pandemia de coronavírus.

Brandão também pode ajudar nas conversas com o Bradesco, que tem uma série de sociedades com o BB, pois participou da venda do HSBC ao banco.  A Cielo deu o primeiro prejuízo trimestral de sua história no início deste ano, impactada pela pandemia e pela pressão concorrencial.

O BB, assim como seus rivais, também sofre pressão em relação à evolução tecnológica que está transformando o setor com a chegada de fintechs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conheça mais do novo “futuro” presidente

A ala “pragmática” do governo obteve uma vitória com a indicação de André Brandão, executivo atualmente no HSBC, para a presidência do Banco do Brasil, em substituição a Rubem Novaes, de 74 anos, que anunciou sua saída do cargo no início da semana passada. A escolha de Brandão foi antecipada na manhã de sexta-feira, 31, pela colunista Sonia Racy, do Estadão.

Novaes pediu demissão em meio a um desgaste e também por causa da pressão de dirigir o banco. Apesar de ser um nome com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, o executivo era também ligado ao “guru” Olavo de Carvalho, que tem criado polêmicas e atrapalhado a pauta do governo no Congresso. Além disso, o desempenho do BB na área de crédito também seria insatisfatória. Em meio à pressão, ele avisou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia que estava de saída no dia 24.

O governo vive neste momento uma “limpa” da área ideológica, justamente para agradar o mercado financeiro e principalmente o Legislativo e os partidos do chamado Centrão, que agora formam a base de apoio do governo Bolsonaro. Ao escolher um nome de mercado – Brandão tem 17 anos de HSBC e mais de uma década de Citibank -, o consenso é de que o nome reforça o cacife de Guedes no governo. A confirmação do executivo no cargo depende de ritos internos do BB e do governo. Mas ele já aceitou a função.

Executivo já depôs em CPI

Desde 2003 no HSBC, André Brandão atuava como chefe global da instituição para as Américas. Desde que vendeu o banco de varejo para o Bradesco, em 2016, o HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento – área chamada de “atacado” no jargão do mercado. Antes de chegar ao HSBC, o executivo permaneceu mais de dez anos no Citibank (outra instituição que, recentemente, saiu do segmento de varejo no País, que foi adquirida pelo Itaú Unibanco).

Em 2015, o executivo depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava supostos crimes de evasão de divisas de brasileiros que tinham contas na agência de Genebra, na Suíça, do banco. Na época, ele negou que a instituição brasileira tivesse acesso a dados dos correntistas fora do País.

Brandão enfrentava, no HSBC, um movimento de redução de cargos executivos. Segundo reportagem da Reuters publicada no mês de abril, ele permaneceria no cargo de dirigente para as Américas até o fim do ano, quando “novos anúncios seriam feitos”. Outros diretores regionais do banco foram demitidos desde o início de 2020.

Fontes do mercado financeiro consultadas pelo Estadão disseram que Brandão é um visto como um respeitado executivo de mercado e que sua indicação para o Banco do Brasil manda uma mensagem positiva em termos de gestão.

Fonte: Infomoney e Repórter Diário

Governo vai anunciar 3 ou 4 ‘grandes privatizações’ em até dois meses, diz Guedes

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (6) que o governo irá propor, em até 60 dias, a privatização de três ou quatro grandes empresas públicas. “Eu acho que o congresso estará ao nosso lado. O presidente estará nos ajudando com a coordenação politica”, declarou. Porém, Guedes não citou o nome das empresas a ser vendidas. As declarações foram dadas em um evento online promovido pela “Fundación Internacional para la Libertad” (FIL).

Segundo o ministro, as privatizações são uma estratégia para melhorar as contas públicas e o perfil da dívida pública. Esses dois indicadores pioraram por conta dos gastos extraordinários com a pandemia do novo coronavírus. “Temos menos tempo, perdemos um ano em termos de espaço fiscal, mas ganhamos milhões de vidas, a economia continuou com os sinais vitais preservados. Então, estou dizendo que o Brasil vai surpreender o mundo de novo. No ano passado, passamos uma reforma difícil [Previdência] e vamos surpreender neste ano, porque estávamos votando as propostas”, declarou o ministro.

Questionado sobre a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para 2021, Guedes estimou uma alta de 3% a 3,5% no período. O mercado financeiro estima uma expansão de 3,5% para a economia brasileira no próximo ano.

“Mas não gosto de previsões. O que podemos fazer é atuar como um bom jardineiro. Só podemos cuidar do jardim e esperar que as borboletas venham. Acho que o Brasil vai voltar logo, talvez mais cedo o que muitos países avançados”, afirmou.

O ministro da Economia disse que o Brasil vai “surpreender o mundo de novo” e lembrou que, no ano passado, foi aprovada a reforma da Previdência Social. “O Congresso é pré-reformas e nos dará apoio. Estou otimista com o que acontecerá neste ano”, declarou.

Guedes informou que o governo buscará aprovar no Congresso, em até duas semanas, o marco legal do gás natural. De acordo com o ministro, as novas regras promoverão “choque de energia barata” na economia brasileira.

Ele voltou a dizer que não haverá um aumento do nível geral de impostos com a reforma tributária, mas que podem haver substituições. “Se uma taxa aparece, é para substituir outra”, declarou. O ministro acrescento que, se a reforma provocar um aumento da arrecadação acima do previsto, as alíquotas serão posteriormente reduzidas.

Segundo o ministro da Economia, impostos sobre a folha de salários são uma “arma de destruição de empregos” e são a “taxa mais estúpida que pode haver no mundo”. A área econômica tem defendido um imposto sobre pagamentos eletrônicos para conseguir reduzir a tributação sobre a folha de pagamentos.

Fonte: G1

Para Rubem Novaes, protagonismo da Caixa mostrou que BB pode ser privatizado

Publicado em: 31/07/2020

Apesar de ter sido cobrado veementemente pelo presidente Jair Bolsonaro para que o Banco do Brasil seguisse os passos da Caixa Econômica Federal durante a pandemia do novo coronavírus, liberando mais crédito, o quase ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, admitiu, por diversas vezes, que o protagonismo da Caixa era relevante para mostrar que o BB não é importante como instituição pública, ou seja, pode ser privatizado.

Na avaliação de Novaes, o Banco do Brasil tem que atuar como instituição privada, pois precisa competir de igual para igual com gigantes como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Mais: deve ter o mesmo nível de rentabilidade de seus concorrentes para remunerar bem seus acionistas. O BB tem ações negociadas em Bolsa de Valores.

Segundo Novaes, a Caixa faz, muito bem, todo o papel de banco público, com forte atuação no social. Portanto, não tem sentido o governo ter mais uma instituição financeira sob seu controle, alimentando a gula de políticos e sustentando uma corporação que não aceita abrir mão do excesso de benefícios.

Protagonismo da Caixa incomoda mais vices do BB

O protagonismo da Caixa — seu presidente, Pedro Guimarães, é um dos xodós de Bolsonaro —, na verdade, incomoda muito mais os vice-presidentes do Banco do Brasil, que veem a instituição pública como “a irmã pobre”. Interessa, para os executivos do BB, maior visibilidade, até para se cacifarem politicamente. Não por acaso, em diversas ocasiões, expressaram o desapontamento ante a postura arredia do Banco do Brasil.

Novaes, que deve permanecer por mais alguns dias na presidência do BB, renunciou ao cargo na última sexta-feira, 24 de julho. Ele sairá da instituição sem realizar seu maior sonho, o de privatizá-la. A despeito do apoio que recebeu nesse sentido por parte de seu chefe, o ministro Paulo Guedes, foi completamente brecado pelo presidente da República.

A expectativa é grande em relação ao sucessor de Novaes. O ministro da Economia corre para fechar um nome que tenha o aval de Bolsonaro. A preferência ainda é por alguém de mercado, como Conrado Engel, que tem passagens pelo HSBC e pelo Santander.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

PDL propõe a suspensão do decreto que abre alternativas para privatização

Publicado em: 27/07/2020

Um dia após o governo federal publicar o Decreto nº 10.432, que determina a inclusão e a exclusão de participações societárias minoritárias no Programa Nacional de Desestatização, o deputado André Figueiredo (PDT/CE) apresentou o Projeto de Decreto Legislativo nº 340/2020, que propõe sustar os efeitos da determinação.

No PDL, o parlamentar argumenta que o ato do Poder Executivo regulamenta a alienação das participações societárias, viabilizando uma política ampla, geral e irrestrita de desinvestimento da União.

Para o deputado cearense, “não se mostra conveniente a opção pelo desinvestimento estatal generalizado e irrestrito à luz dessa premissa de necessidade de avaliação caso a caso, em atenção aos interesses coletivos, tampouco oportuna num momento de crise econômica global e necessidade de fortalecimento das economias em desenvolvimento, razão pela qual se impõe sua sustação como se propõe no presente Projeto de Decreto Legislativo”.

O deputado enfatiza ainda que é necessário um exame pormenorizado da relevância e pertinência das operações de desinvestimento e que cabe ao poder legislativo analisar essas decisões por se tratar de interesse público.

Posicionamento da ANABB

A ANABB vai acompanhar a tramitação do PDL 340/2020 e, diante da relevância do tema, vai manter seus associados sempre informados. E, mais uma vez, reforça seu posicionamento de que temas como a privatização são muito complexos, precisam ser debatidos no Legislativo e discutidos amplamente com a sociedade. No caso do Banco do Brasil, empresa bi centenária e estratégica para o desenvolvimento nacional, a Associação entende que a venda de subsidiárias pode comprometer os resultados sustentáveis do Banco, já que essas empresas são elementos importantes para consolidação dos resultados e para competitividade da instituição financeira.

A Associação já articula, desde o início de 2019, com parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para que aprovem mudanças na legislação, determinando a proibição da venda das subsidiárias sem o aval do Legislativo.

Fonte: Agência ANABB

BB cede carteira de crédito ao BTG em meio à nova ameaça de privatização

Publicado em: 09/07/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à CNN neste domingo, anunciou que o governo brasileiro fará quatro grandes privatizações em 90 dias. Sem detalhar quais estatais seriam entregues à iniciativa privada, Guedes acrescentou que “as privatizações, até agora, não caminharam no ritmo desejado”.

A nova ameaça privatista do governo Bolsonaro foi feita dias após o Banco do Brasil anunciar a venda de carteiras de crédito, a maioria em perdas, a um fundo do BTG Pactual, banco fundado na década de 1980 pelo próprio Guedes. Trata-se da primeira cessão de carteira do BB a um banco que não pertence ao seu conglomerado. A carteira cedida tem valor contábil de R$ 2,9 bilhões e o impacto financeiro da transação será de R$ 371 milhões, antes dos impostos, que serão lançados no terceiro trimestre.

Em comunicado divulgado na quarta-feira 1º, o BB informou que “esta operação é o piloto de um modelo de negócios recorrente que o Banco está desenvolvendo para dinamizar, ainda mais, a gestão do portfólio de crédito”.

Para João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), trata-se de uma operação, no mínimo, suspeita. “A venda da carteira de crédito para o BTG Pactual, dita de vanguarda, é bastante suspeita ao beneficiar, pela primeira vez, um banco fora do conglomerado e que justamente foi criado pelo ministro bolsonarista. Como saber se o BB não está sendo usado para interesses escusos do Paulo Guedes?”, questiona o dirigente.

Fukunaga acrescenta que algumas superintendências têm feito reuniões com os gerentes gerais informando que o banco será privatizado em, no máximo, três anos. Além de prejudicial aos funcionários e ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, a privatização do BB traria consequências nefastas à maioria dos brasileiros, pois afetaria principalmente o financiamento da agricultura familiar, encarecendo o valor dos alimentos à mesa da população.

Falta de transparência

Segundo a economista do Dieese Cátia Uehara, não houve transparência por parte do BB na operação. Ela explica que os bancos, periodicamente, procuram “limpar” seus balanços cedendo créditos podres para empresas no intuito de reduzir custos e o índice de inadimplência.

“Essas empresas/fundos, então, compram essas carteiras e, por meio de um processo chamado securitização, transformam ativos; como cheques, crédito, duplicatas e outros recebíveis em atraso; em um título. Para os compradores, o lucro vem da diferença entre o que eles pagaram ao banco e o que receberão ao cobrar esses recebíveis/dívidas no futuro. Todavia, no caso da operação realizada pelo BB com o BTG Pactual, não fica claro se o valor da carteira cedida de R$ 2,9 bilhões é justo, pois o BB não explica qual o tipo da carteira e menciona somente que ela é “majoritariamente em perdas”, não havendo transparência na operação”, enfatiza.

Projeto autoritário

A operação suspeita e que envolve um banco criado pelo ministro da Economia parece ser mais uma das arbitrariedades cometidas pelo governo Bolsonaro ao longo de sua ingerência política dentro do Banco do Brasil. Internamente, gestores trabalham no sentido de não admitir contestações dos seus subordinados.

Em um canal interno do BB, quando questionada por um funcionário, que argumentou se a transação não estaria atendendo a algum interesse de Guedes, fundador do BTG Pactual, um gestor reagiu de forma totalitária, censora e intimidadora: “Sua colocação não está compatível com o nosso código de conduta, pois traz ilações inaceitáveis. Estou te ligando para entender melhor por que você se permitiu registrar esse comentário”, respondeu.

“Além do intuito do desmonte e da venda, há um projeto autoritário no BB comandado a mãos de ferro pelo Paulo Guedes. Além dos desmandos pouco ortodoxos, a direção do BB tem feito vista grossa para acusações de assédio por parte de gestores contra funcionários e, além de banalizado, tem normatizado esse tipo de prática nefasta. Cobramos que o banco abra um processo de assédio moral contra o gestor pelo comentário acima censurando, publicamente, o funcionário”, finaliza João Fukunaga.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Líder do governo diz que não há ambiente para privatização do Banco do Brasil

Publicado em: 03/07/2020

Questionado sobre a possibilidade de avançar a privatização do Banco do Brasil, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse que qualquer processo de privatização depende do ambiente. O momento, no entanto, não é favorável à venda do banco, segundo ele.

“Todas as vezes em que se discute privatização de empresas públicas fortes, tradicionais, como Banco do Brasil, como Petrobras, Caixa Econômica e isso ocorre num ambiente que não acha reflexo no setor privado, essa discussão descamba para o ponto mais político e não leva a gente para lugar nenhum”, disse ele em debate promovido pelo jornal Correio Braziliense . De acordo com o senador, o assunto não deveria ser tratado de maneira ideológica, pois essa é uma armadilha fácil.

Para Gomes, “tudo é possível” em termos de diminuição do Estado e eficiência, desde que o ambiente geral seja bom. “Para qualquer tipo de modificação é preciso ter um outro ambiente que não esse que a gente está vivendo agora”, afirmou.

O líder disse também que o papel dos bancos públicos é estratégico no pagamento do auxílio emergencial e na gestão de outros benefícios, como o Bolsa Família. Segundo ele, os serviços de entrega são “bem avaliados” e os bancos cumprem seu papel a contento.

Microcrédito

Gomes também afirmou que há um delay entre a aprovação de programas de oferta de crédito a microempresários e a destinação desses recursos na ponta. Gomes referendou a posição do presidente do BC, Roberto Campos Neto, para quem o Brasil ainda precisa evoluir em termos de linhas de crédito.

“A gente acha que o crédito pode chegar melhor nas pequenas e médias empresas”, afirmou Campos Neto no mesmo debate. De acordo com o presidente do BC, alguns programas nesse sentido vão entrar em vigor agora.

“Endividamento de toda ordem vai ser a herança desse período de pandemia”, disse o líder do governo. Ele frisou que o Congresso é presidido por dois parlamentares, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), favoráveis ao diálogo e que têm compromisso com a agenda econômica. “Existe hoje um ambiente de construção que precisa ser aproveitado.”

Gomes também defendeu a retomada das discussões do pacto federativo, da PEC dos fundos e das reformas estruturantes. Segundo ele, 2019 é um ano que deve ser resgatado. “Foi um trabalho mútuo do Poder Legislativo e do Poder Executivo”, disse ele em referência à aprovação da reforma da Previdência.

Fonte: Congresso em Foco

Proposta retira bancos públicos e subsidiárias de programa de privatização

Publicado em: 26/06/2020

O Projeto de Lei 3433/20 exclui todos os bancos públicos federais e suas subsidiárias do Programa Nacional de Desestatização (PND) e determina que a privatização destas instituições dependerá de lei específica para cada caso.

O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, também impossibilita a venda de participações minoritárias da União e a transformação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje uma empresa 100% pública, em sociedade de economia mista (S/A). Essa possibilidade está prevista na Lei 5.662/71.

O projeto é de autoria do deputado Zé Neto (PT-BA) e outros parlamentares do PT. O objetivo, segundo eles, é evitar a privatização “a qualquer custo” dos bancos públicos.

Os deputados alegam que a desestatização de instituições como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal é baseada em ideologia desconectada da realidade brasileira.

“A sociedade necessita justamente de atuação mais forte do Estado para realizar as políticas de sustentação da produção e dos empregos e de retomada do nível de atividade”, afirmam os parlamentares.

Outros pontos

O projeto contém outras medidas voltadas para os bancos públicos. As principais são:

– Ato do Poder Executivo definirá o limite máximo para a participação de capital estrangeiro em bancos públicos e subsidiárias;

– os bancos e a as subsidiárias não poderão mais ofertar, em mercados estrangeiros, suas ações ou títulos conversíveis em ações;

– as taxas de juros dos financiamentos do BNDES que tiverem como fonte de recursos o Fundo de Participação PIS-Pasep, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Fundo da Marinha Mercante (FMM) serão reduzidas e definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), especialmente em momentos de crise ou de emergência pública nacional;

– o BNDES e as suas subsidiárias poderão realizar operações de subscrição de ações ou outros valores mobiliários quando isso for necessário ao desenvolvimento econômico e social, à expansão das capacidades empresariais e aos imperativos de segurança e relevante interesse coletivo;

– os créditos da União concedidos ao BNDES serão destinados prioritariamente a financiamentos ou participação no mercado de capitais voltados para a recuperação da economia, sendo vedada a devolução antecipada desses créditos enquanto durarem os efeitos econômicos e sociais de crise ou emergência pública nacional.

Fonte: Money Times

BB se transformará numa ‘corporation’ com privatização, diz Novaes

Publicado em: 17/06/2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a defender, nesta segunda-feira, a privatização da instituição. Ele afirmou que a ideia não é vender a instituição para um grande grupo estrangeiro ou nacional, e sim transformar o BB em uma grande “corporation”, com o controle pulverizado, por meio da venda de ações a um número maior de sócios, e a participação do governo.

“As pessoas imaginam que o Banco do Brasil seria comprado por um grande banco estrangeiro, ou pelo Itaú ou o Bradesco, por exemplo. Não é nada disso o que está se imaginando. O BB já tem 50% de suas ações em mãos privadas. É só vender mais um pouco e vira uma instituição privada. É só fazer do banco uma corporation com muitos sócios”, disse Novaes, ao participar de uma audiência pública, nesta manhã, promovida pela Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19 do Congresso.

Ele não disse em que momento o governo daria a largada para privatizar o Banco do Brasil. Porém, enfatizou que o setor bancário está passando por uma revolução, que vai se intensificar no ano que vem, em razão de medidas adotadas pelo Banco Central, como o open banking (sistema que permite o compartilhamento de dados dos correntistas), a nova plataforma de pagamentos instantâneos do BC e o favorecimento da atuação de fintechs- empresas que oferecem, via internet, serviços a custos mais baixos que os bancos.

“O banco será cada vez mais uma empresa de tecnologia que presta serviços e corre riscos bancários. Mas nós estamos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que falo em privatização”, afirmou.

Novaes lembrou que, no passado, o Banco do Brasil tinha como bônus parte das folhas de pagamento do setor público e a administração de depósitos judiciais, que hoje são disputados no mercado. Agora, ressaltou, a instituição só têm ônus: precisa submeter todas as decisões importantes ao TCU (Tribunal de Constas da União), está sob o controle da área que cuida de estatais do Ministério da Economia, sua publicidade está submetida à Secretaria de Comunicação da Presidência da República e as medidas a serem oficializadas em publicações no Diário Oficial estão sob o crivo da Casa Civil.

“Nossa política de recursos humanos é travada. Não podemos demitir um mau funcionário, ou premiar um bom funcionário. Não podemos pinçar no mercado uma pessoa para cumprir determinada tarefa, ou dar alguma compensação a algum executivo que está sendo assediado pela concorrência. Perdemos mais de 50 executivos de primeira linha, desde 2019, para o setor privado. Como temos um pessoal extremamente eficiente e conhecedor de suas atividades, o BB consegue se manter, mas com essas mudanças todas no mercado, isso será cada vez mais difícil. Não é uma questão ideológica”, argumentou.

Fonte: O Vale