Banco do Brasil projeta ROE de até 13% em 2025, mas analistas duvidam

Publicado em: 26/09/2025

O Banco do Brasil (BBAS3) realizou na última quarta-feira (24) seu Investor Day em Nova York, reforçando a percepção de que 2025 será um ano de transição delicada para a instituição.

Analistas do BTG Pactual e da XP Investimentos destacam que o banco enfrenta um cenário de estresse, principalmente em sua carteira de agronegócio, e que uma recuperação mais sólida só deve acontecer a partir de 2026.

Segundo relatório do BTG, os executivos do BB afirmaram que cerca de 50% das provisões estão concentradas no agronegócio, segmento pressionado por:

  • queda das commodities,
  • custos de produção elevados,
  • impactos climáticos recentes,
  • e o efeito retardado do aperto monetário de 2024.
  • O banco também sofreu com a rápida expansão da carteira agro, que passou de R$ 150 bilhões para mais de R$ 450 bilhões em apenas três anos, movimento que acabou elevando o nível de inadimplência.

Respostas do banco


Para lidar com os desafios, o Banco do Brasil afirmou estar adotando medidas como:

  • exigência de garantias mais robustas nas concessões de crédito,
  • revisão de processos internos,
  • e a utilização de uma matriz de resiliência baseada em inteligência artificial (IA), capaz de classificar clientes em quatro categorias e orientar desde a originação até a recuperação do crédito.
  • Apesar do ambiente adverso, o BB reafirmou sua meta de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) entre 11% e 13% em 2025.

O BTG, no entanto, projeta um ROE mais baixo, de 10,6%, e lucro líquido de R$ 19,7 bilhões, contra a projeção oficial de R$ 21 a R$ 25 bilhões. Para atingir o piso dessa meta, o banco precisaria acelerar resultados já no quarto trimestre, cenário visto com cautela por investidores.

Visão da XP: “ponto de inflexão”

A XP Investimentos avaliou que o Banco do Brasil enxerga 2025 como um “ponto de inflexão”, ano no qual pretende restaurar rentabilidade, fortalecer capital e preparar a retomada de crescimento a partir de 2026.

A corretora ressaltou a ênfase do banco em frentes como:

  • expansão do crédito consignado privado,
  • diversificação de receitas,
  • e transformação digital.

  • Ainda assim, a XP alerta que a desaceleração macroeconômica e os juros elevados continuarão pressionando as carteiras de pessoas físicas e PMEs, aumentando a necessidade de provisões no curto prazo.

Recomendação dos analistas

Diante desse cenário, tanto BTG quanto XP mantêm recomendação neutra para o BB. O BTG projeta preço-alvo de R$ 23, enquanto a XP indica R$ 25.

Na visão das casas, apesar da resiliência estrutural do Banco do Brasil, a visibilidade segue limitada, e outros bancos privados, como o Itaú (ITUB4), apresentam melhor posicionamento competitivo neste momento.

Fonte: Investidor 10

BB: analistas reforçam 2025 como ano de transição diante de fragilidade no agronegócio

Publicado em: 25/09/2025

O Banco do Brasil (BBAS3) realizou na última quarta-feira (24) seu Investor Day em Nova York, em um momento considerado de “transição” para a instituição.

De acordo com os analistas do BTG Pactual e da XP Investimentos, o encontro reforçou a visão de que 2025 funcionará como um verdadeiro “teste de estresse”, sobretudo para a carteira de agronegócio, e que uma recuperação mais consistente deve vir apenas a partir de 2026.

Segundo relatório divulgado pelo BTG, os executivos do BB destacaram que cerca de 50% das provisões estão hoje ligadas ao agro, impactado pela queda das commodities, custos elevados, choques climáticos e pelo aperto monetário tardio em 2024.

A rápida expansão da carteira — que saltou de R$ 150 bilhões para mais de R$ 450 bilhões em apenas três anos — também contribuiu para o aumento da inadimplência.

A resposta, segundo os executivos, inclui a exigência de garantias mais robustas, revisão de processos e uso de uma matriz de resiliência apoiada por inteligência artificial (IA), que classifica clientes em quatro categorias e orienta desde a originação até a recuperação de crédito.

Apesar do cenário adverso, o banco reiterou a projeção de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) entre 11% e 13% em 2025. O BTG, porém, projeta ROE de 10,6% no ano e lucro líquido de R$ 19,7 bilhões, abaixo do intervalo oficial de R$ 21 a R$ 25 bilhões.

Para alcançar o piso da meta, o BB teria de acelerar o resultado no quarto trimestre, algo visto com ceticismo por investidores. Os executivos apostam na recuperação da companhia no próximo ano, sustentada pelo modelo diversificado e pelo reforço de capital.

‘Ponto de inflexão’

A XP avaliou que o banco encara 2025 como um ponto de inflexão, com o objetivo de restaurar rentabilidade, flexibilidade de capital e ímpeto de crescimento a partir de 2026.

A casa destacou a ênfase do BB no consignado privado, na diversificação de receitas e na transformação digital. Ainda assim, a XP vê desafios no curto prazo.

A desaceleração macroeconômica e os juros altos seguem afetando as carteiras de pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs), exigindo provisões maiores.

Diante disso, tanto BTG quanto XP mantêm recomendação neutra para BBAS3, com alvos de R$ 23 por parte do BTG e R$ 25 pela XP. Na visão das casas, apesar da resiliência, a visibilidade segue limitada e outros bancos, como Itaú (ITUB4), oferecem melhor posicionamento neste momento.

Fonte: Money Times

BB avalia IPO de unidade de consórcios para reforçar resultados

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O Banco do Brasil (BBAS3) está explorando meios de reforçar o resultado após o forte baque no balanço do segundo trimestre, e entre as alternativas estudadas está um novo spin-off, dessa vez da sua unidade de consórcios.

No seu Dia do Investidor, realizado na quarta-feira (24) em Nova York, a gestão do BB comentou a contribuição positiva de subsidiárias, como BB Seguridade (BBSE3) e Cielo, e não descartou a possibilidade de desmembramento do BB Consórcios — negócio descrito pelo Goldman Sachs como “altamente lucrativo”. Segundo o banco, a divisão de consórcios respondeu por 2% das receitas e 4% do lucro líquido em 2024.

Na avaliação da Genial Investimentos, um IPO do BB Consórcios poderia reforçar o capital do Banco do Brasil, ajudando a mitigar parte da pressão adicional esperada para 2026, estimada em cerca de – 105 pontos-base no índice de capital principal (CET1). Esse impacto resulta do fim do programa CGPE (–60 bps), do segundo ano de efeito da Resolução 4.966 (–25 bps), da devolução de instrumentos híbridos (–10 bps) e do aumento do risco operacional regulatório (–10 bps).

Inadimplência do agro

Um dos principais pontos para o BB, no entanto, é reduzir a inadimplência do agro, com a expectativa por mudanças regulatórias que ajudem a reduzir a pressão sobre provisões.

No início do ano, houve aumento inesperado de inadimplência e casos de recuperação judicial, concentrados em cerca de 20 mil clientes, com 52% do índice de inadimplência (NPL) no Centro-Oeste e Sul. Cerca de 50% do aumento veio de soja, milho e pecuária. Dos NPLs de 90 dias de recuperação judicial (R$ 5,4 bilhões em 808 clientes), 90% estão provisionados.

Diante desse cenário, o Banco do Brasil adotou uma série de ajustes, entre os quais:

  • implementou a matriz de resiliência como filtro para aprovação de crédito;
  • revisou o processo de cobrança, unificando fluxos de varejo e atacado; intensificou o uso de Inteligência Artificial na concessão;
  • reforçou as garantias, migrando gradualmente de hipoteca para alienação fiduciária — já presente em 60% dos desembolsos do Plano Safra 25/26, ante 31% no ciclo anterior;
  • passou a ser mais seletivo nos novos desembolsos, com precificação ajustada ao perfil do cliente;
    ampliou o engajamento em ações legais e protestos.

O Banco do Brasil reiterou a projeção de crescimento de 3 a 6% para empréstimos rurais em 2026. Atualmente, o banco é o maior do segmento, com 49% de participação de mercado e carteira de R$ 405 bilhões, embora tenha perdido participação devido à concorrência mais forte, mesmo com aumento de volumes.

Em termos de qualidade, o crédito rural representou 47% da perda esperada no 2T25 e atingiu saldo de inadimplência de 90 dias de R$ 12,7 bilhões em junho. Dentro da carteira de pessoas físicas, o crédito agrícola respondeu por 29% da inadimplência, mas apenas 6% dos empréstimos, evidenciando o impacto do deterioramento rural no segmento de varejo.

Dividendos

Em relação ao capital, os executivos reiteraram que a geração orgânica de lucros é a principal alavanca, com aumento de capital como último recurso.

Já a política de dividendos permanece ancorada em um payout mínimo de 30%. A redução foi uma medida proativa para compensar impactos de 2026 e manter capital acima do mínimo aprovado. Ainda assim, a gestão não descarta distribuição de dividendos extraordinários caso a rentabilidade melhore.

Horizonte a médio prazo continua desafiador

O JPMorgan disse que o encontro não alterou sua visão sobre o banco. O horizonte de curto a médio prazo continua desafiador, e a administração foi transparente quanto a isso. “Por exemplo, mencionou que o 3T25 deve permanecer tão desafiador quanto o 2T25, já refletido nas projeções”, comenta.

Embora mudanças contábeis possam trazer algum alívio ao capital e à margem financeira líquida (NII), o JPMorgan destaca que trata-se apenas de um ajuste contábil, sem impacto real em geração de caixa. Além disso, a visibilidade de parte das carteiras segue limitada.

De modo geral, segundo a XP Investimentos, o BB posiciona 2025 como um ponto de inflexão, com o objetivo de restaurar a rentabilidade, a flexibilidade de capital e o ímpeto de crescimento a partir de 2026.

Valuation

Atualmente, as ações do Banco do Brasil são negociadas a 0,7 vez o P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial) em 2025 e 4,5 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) para 2026. O JPMorgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 24.

O Goldman Sachs manteve classificação neutra e com preço-alvo de R$ 20, com as ações negociando a 5,1 vezes P/L estimado para 2026, enquanto o preço-alvo sugere 4,6 vezes. A Genial Investimentos também reiterou recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 22.

Por outro lado, o Morgan Stanley disse ter saído confiante do encontro e reiterou recomendação de compra. As ações, agora negociadas a 0,7 vez P/VPA e 6,2 vezes P/L de 2025, parecem atraentes, especialmente em relação à expectativa da administração de um ROE de 15% no próximo ano.

Fonte: Infomoney

BB tem alívio com MP para reduzir inadimplência do agro

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As ações do Banco do Brasil têm encontrado algum alívio após meses de fortes perdas, enquanto investidores apostam que uma medida provisória anunciada pelo governo com foco na inadimplência no agronegócio ajudará a conter as consequências para a massiva carteira de empréstimos rurais do banco.

As ações subiram cerca de 8,2% desde que o governo anunciou a MP em 5 de setembro, que autoriza novas fontes de financiamento para quitar ou reduzir dívidas agrícolas.

A alta se compara a um avanço de 3% no Ibovespa no mesmo período, e ajudou a diminuir para cerca de 25% uma queda dos papéis que começou em maio, quando o banco divulgou os resultados do primeiro trimestre e retirou as projeções dadas no início do ano.

A partir da nova medida do governo, o analista do Citi Gustavo Schroden elevou a recomendação das ações de neutra para compra na quarta-feira.

“Uma adição relevante ao programa poderia normalizar o custo de risco do Banco do Brasil, o que poderia se traduzir em lucros maiores do que as estimativas de consenso para 2026”, disse Schroden em um relatório.

Em resposta a dificuldades nas safras devido a questões climáticas e às altas taxas de juros, o governo lançou uma linha de crédito com garantia do Tesouro Nacional de R$ 12 bilhões para ajudar a renegociar as dívidas do setor do agronegócio.

Espera-se que outros R$ 20 bilhões venham de recursos próprios dos bancos, onde cada real renegociado se traduzirá em um crédito tributário que poderá ajudar a aliviar as pressões de capital.

O Banco do Brasil espera ser beneficiário de cerca de metade da linha com garantia do Tesouro Nacional, dado que atende a metade dos produtores rurais a quem a medida é direcionada, disse a presidente do banco, Tarciana Medeiros, em uma entrevista ao Broadcast.

“Entendemos que esses últimos anúncios podem ser bastante favoráveis ​​para o Banco do Brasil”, escreveram analistas do Banco BTG Pactual liderados por Eduardo Rosman em relatório de 9 de setembro.

Apesar da recente alta nas ações, a relação preço/valor patrimonial do Banco do Brasil ainda está abaixo do de seus pares do setor privado.

O Banco do Brasil tem passado por meses difíceis. O que começou como uma ameaça a um de seus principais negócios foi agravado por tensões políticas.

Os problemas se agravaram depois que o governo americano aplicou a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adicionando ainda mais incerteza ao Banco do Brasil. O banco estatal administra a folha de pagamento de funcionários do governo federal, incluindo Moraes.

Fonte: Bloomberg Línea

Era unânime ouvir do mercado que o BB não cobrava dívidas, diz CEO

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A presidente do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, afirmou que o banco mudou de forma radical sua postura em relação a garantias e cobrança de dívidas. A declaração aconteceu nesta quarta-feira (24) no Investor Day do BB, evento em Nova York que reúne investidores institucionais e analistas de mercado.

“Era quase unânime ouvir do mercado que o Banco do Brasil não buscava garantia, que o Banco do Brasil acabava não cobrando. Isso mudou e mudou radicalmente. A gente busca garantia e a gente tem cobrado, sim, de forma intensiva”, disse a executiva.

Segundo Medeiros, 2025 tem sido “um ano de ajustes” para o banco, diante de uma trajetória de inadimplência atípica. “Tivemos crescimento de inadimplência a partir de abril de 2025 completamente fora do que tínhamos visto anteriormente”, afirmou.

No agro, acrescentou, o cenário incluiu “um movimento diferente em recuperação judicial”, que exigiu medidas adicionais. Entre as ações adotadas, a executiva destacou a revisão dos modelos de risco e a unificação das esteiras de cobrança. “Fizemos ajustes nos nossos modelos de risco e uma revisão completa na nossa esteira de cobrança”, disse.

Ela ressaltou ainda o uso de inteligência artificial (IA) na concessão de crédito. “A expertise em concessão de crédito, agora intensificada com IA, faz com que tenhamos ganho exponencial”, afirmou, ao citar que o banco passou a adotar um modelo de crédito seletivo, com preço ajustado ao perfil de cada cliente.

Medeiros também lembrou a decisão de suspender o “guidance” (projeções) no início do ano, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre. “Percebemos um descolamento da inadimplência em relação ao que havíamos planejado. Foi uma decisão difícil, mas estrategicamente necessária”, disse.

Correção de rota

Durante o Investor Day, Felipe Prince, vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do Banco do Brasil (BB), afirmou que o banco está preparado para enfrentar a inadimplência no agronegócio. “O banco, ele demonstra muita resiliência para enfrentar esse ciclo de baixa do agronegócio de uma forma bastante robusta. E isso, inclusive, pela absorção que nós estamos fazendo durante 2025 no volume de provisões atreladas a esse segmento”, disse.

O executivo afirmou que, em 2025, o risco “extrapola” o ponto entendido como ótimo para o banco para geração do risco-retorno, mas que esse risco deve diminuir à frente. “Todas as medidas estão sendo adotadas para que a gente possa trazer novamente esse risco para a nossa média, que está ali em torno de 2,7% e 3%. A gente já estima para 2025 esse risco mais elevado, ou seja, o risco da carteira, ele deve ficar entre 4,7% e 5%”, disse.

Prince ressaltou que aquilo que está “machucando o risco” hoje é a carteira de agronegócio, e ainda que 75% dos clientes inadimplentes nunca haviam atrasado com o banco. “O que mostra que efetivamente tem um comportamento novo em função do cenário, mas parte também em função de medidas como a recuperação judicial, que nós entendemos que não é a mais saudável e não é a que traz perenidade e sustentabilidade para a atividade do campo.”

Para enfrentar o cenário, Prince disse que o BB reforçou garantias e cobranças. “Nós reforçamos a nossa esteira de cobrança para que a gente possa ser mais agudo, mais incisivo, ativando processos de execução e também reforçando as garantias na concessão, notadamente com a migração gradativa do portfólio”, disse.

“É isso que nos dá confiança para que a gente enfrente esse momento e possamos fazer a recuperação, inclusive, dos nossos clientes.”

Prince disse ainda que a crise de crédito no agronegócio tem se espalhado para outras carteiras, atingindo inclusive pessoas físicas. Segundo ele, como os produtores financiam veículos, tomam empréstimos para diversas finalidades e utilizam cartão de crédito, as dificuldades no campo acabam contaminando outros segmentos.

Apesar disso, Prince destacou que o impacto é “pequeno e bem administrado, mesmo a gente enfrentando a maior crise de crédito do agronegócio dos anos recentes”.

Atualmente, produtores rurais representam 6% da carteira de pessoa física do banco, mas concentram 29% da inadimplência desse segmento.

O executivo disse ainda que o BB vem promovendo ajustes para corrigir a rota e ampliar a geração de margem líquida dos portfólios. Ele reforçou que a prioridade do banco é manter a rentabilidade, garantindo que a receita seja compatível com os riscos assumidos.

A presidente do BB afirmou que as Medidas Provisórias (MPs) de renegociação de crédito rural anunciadas pelo governo terão impacto além do banco. “É importante a gente lembrar que o Banco do Brasil tem 50% desse mercado, mas há 50% no mercado como um todo. Então, a medida vem beneficiar todo o mercado financeiro”, disse.

Ela ressaltou que os produtores atendidos também operam em outras instituições. “Esse cliente não é cliente só do Banco do Brasil, ele opera no mercado financeiro. Esse trabalho também, em parceria com as demais instituições, é importante para que a gente evite que esse produtor entre numa nova situação de inadimplimento nos próximos anos”, afirmou.

O vice-presidente de agronegócios, Gilson Bittencourt, disse que a expectativa é de melhora gradual. “A partir de outubro, quando as duas medidas estiverem já completamente em vigor, nós vamos estar entrando numa nova fase. Nós não esperamos um resultado efetivo em 2025, por isso que a gente está destacando muito a recuperação a partir de 2026”, disse.

Bittencourt disse que o banco tem expectativa de captar entre 40% e 50% dos recursos previstos na Medida Provisória (MP) 1.314, de R$ 12 bilhões em crédito. “A nossa expectativa é ficar entre 40% e 50% desses 12 bilhões virem para o Banco do Brasil”, afirmou.

A linha, afirmou, deve beneficiar sobretudo grandes produtores que já operam a taxas livres, enquanto os recursos subsidiados atenderão agricultores de municípios afetados por perdas climáticas. “O banco hoje tem algo em torno de 20 bilhões de inadimplência no crédito rural e cerca de 57 bilhões de operações prorrogadas nos últimos anos”, disse Bittencourt.

Ele destacou que, apesar do nível de inadimplência, mais de 96% dos produtores estão pagando em dia. “Nesses primeiros dois meses e meio, a gente já desembolsou cerca de R$ 45,2 bilhões para o setor rural, dos quais R$ 39,2 bilhões em crédito rural e CPR [Cédula de Produto Rural]”, disse.

Sobre a próxima safra, o executivo avaliou que a perspectiva é positiva, com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de novo recorde em milho e soja. “Essas questões ligadas à inadimplência não são do agro como um todo. O agro continua produzindo, continua avançando”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico

BB vê inadimplência resiliente em agro, mas estabilização no 4º tri

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O Banco do Brasil (BBAS3) ainda observa uma inadimplência resiliente no crédito para o agronegócio, afirmou a presidente-executiva, Tarciana Medeiros, nesta quarta-feira, ressaltando, porém, previsão de arrefecimento nos números em meio a uma série de medidas para mitigar riscos e melhorar os resultados.

“Estamos observando essa inadimplência resiliente agora, mas com algumas notícias muito boas…com previsão de arrefecimento e de controle do crescimento dessa inadimplência”, afirmou em evento do banco em Nova York.

No final de junho, a inadimplência no setor chegou a 3,49%, de 1,32% um ano antes.

“Continuaremos observando uma deterioração na carteira de crédito, principalmente vinda da carteira do agronegócio…vocês devem esperar um terceiro trimestre semelhante ao segundo”, reafirmou o vice-presidente de gestão financeira, Geovanne Tobias, no evento a analistas e investidores.

“Os números do terceiro trimestre tendem a ser semelhantes aos do segundo, mas, a partir do quarto trimestre, esperamos uma estabilização da inadimplência na carteira do agronegócio”, acrescentou, citando medidas regulatórias e governamentais anunciadas recentemente como parte do apoio para essa visão.

Às 13h31, as ações do Banco do Brasil exibiam alta de 0,4%, cotadas a R$22,21. No mesmo horário, o Ibovespa mostrava baixa de 0,2%.

Tarciana reforçou que o BB é o “banco do agro” e continuará sendo e que tem trabalhado muito na seletividade na originação de crédito para o segmento, assim como em outras áreas.

A executiva disse que a estratégia neste ano e em 2026 é mais direcionada para concessão de recursos controlados, mas com “cuidado muito grande” para buscar a revitalização e a recomposição da capacidade de pagamento dos produtores. “Vamos descontar em recursos controlados, mas também vamos ajudar o nosso produtor a renegociar suas dívidas com o banco e a recompor a sua capacidade de pagamento.”

A executiva citou que o BB também tem trabalhado com alienação fiduciária, mas sem desprezar as demais garantias, citando o conhecimento sobre o cliente e o modelo de trabalho que ajudou a criar uma carteira de R$405 bilhões no segmento rural. A alienação fiduciária já representa metade das novas contratações no segmento produtor rural.

“No agro, por exemplo, eu continuo desembolsando, mas eu troco a minha garantia por uma garantia reconhecidamente mais robusta”, afirmou o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB, Felipe Prince.

O executivo também destacou que o BB reduziu o apetite para concessão de crédito a produtores rurais na safra atual, enquanto reforçou a esteira de cobrança, dentro da estratégia para atacar a inadimplência do produtor rural. “Esse passo de recuperação já está bastante acelerado.”

A apresentação do BB preparada para o evento, divulgada mais cedo, mostrou que o banco teve aumento no percentual de desembolso com vinculação de garantia real de imóvel no segmento agro na safra 2025/2026, para 60%, de 31% na safra 2024/2025.

AJUSTE

Tarciana reiterou que 2025 tem sido um dos anos mais desafiadores da história do BB. “É um ano de ajustes para alicerçar o crescimento do banco”, afirmou durante a apresentação a analistas e investidores em Nova York.

A presidente do BB citou que o banco está fazendo um ajuste tático da operação como um todo, com a adoção de medidas voltadas à mitigação de riscos. “Temos uma nova matriz de resiliência e toda concessão de crédito, em qualquer um dos pilares, passa por ela…Nós fizemos uma revisão completa das nossas esteiras de cobrança…Isso fez uma diferença muito grande para nós.”

De acordo com a executiva, o BB tem observado neste ano “uma qualidade muito grande” na concessão de crédito da safra de 2025.

A executiva também citou o uso intensivo de inteligência artificial no processo de concessão de crédito e reafirmou que o banco reforçou sua atuação judicial nas cobranças para garantir a sustentabilidade das operações.

Fonte: Infomoney

Banco do Brasil pode revisar política de dividendos a partir de 2026

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O Banco do Brasil (BBAS3) pode revisar sua política de dividendos a partir de 2026, segundo o vice-presidente financeiro da instituição, Geovanne Tobias. O executivo destacou a possibilidade durante evento com investidores realizado em Nova York nesta quarta-feira (24).

De acordo com Tobias, a decisão estará vinculada ao desempenho da carteira de pessoa física do Banco do Brasil. Ele ressaltou que o Conselho de Administração será responsável por definir a política, mas que há espaço para ajustes dependendo da lucratividade alcançada.

O executivo afirmou ainda que, além de uma eventual revisão da política mínima de dividendos, não estão descartados pagamentos extraordinários a partir de 2026, caso os resultados superem as expectativas.

“Isso não significa que eu não possa, dependendo de resultados extras que venham a acontecer, pagar um dividendo adicional em 2026, o que resultaria em um ‘payout’ maior no fim do ano”, disse o executivo.

2025 é o ano ‘mais desafiador’ para o Banco do Brasil

Durante o encontro, Tobias classificou 2025 como o período mais difícil já enfrentado pelo Banco do Brasil. Segundo ele, o desempenho do terceiro trimestre deve se manter em linha com o do segundo, ainda pressionado pelo setor do agronegócio.

A expectativa do banco, no entanto, é de melhora a partir do quarto trimestre, com estabilização da inadimplência do agronegócio. Esse movimento poderia contribuir para resultados mais consistentes nos próximos balanços.

“Do quarto trimestre em diante, esperamos uma estabilização da inadimplência no agronegócio, permitindo trazer mais resultados para o nosso balanço”, disse ele.

O vice-presidente destacou também que a prioridade da instituição é reforçar a base de capital com geração de lucros. Para ele, a sustentabilidade do crescimento depende da retomada da rentabilidade, considerada essencial para financiar a expansão dos negócios.

Citi revisa recomendação para ações BBAS3

Na semana passada, o Citi revisou sua avaliação sobre o Banco do Brasil. O banco norte-americano elevou a recomendação para os papéis de neutra para compra, em relatório divulgado na semana passada.

A decisão foi influenciada por medidas recentes do governo, incluindo uma medida provisória que prevê R$ 12 bilhões em apoio ao setor agropecuário. O programa deve atender até 100 mil produtores, especialmente pequenos e médios, com linhas de crédito a juros reduzidos e prazos mais longos, e deve beneficiar os papéis do Banco do Brasil (BBAS3).

Fonte: Suno Research

Concurso BB 2025: salários e benefícios podem ultrapassar R$ 7 mil

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O Banco do Brasil estuda a abertura de um concurso público nacional em 2025 para candidatos com ensino médio completo. As vagas serão para o cargo de Escriturário, nas funções de Agente Comercial e Agente de Tecnologia.

De acordo com o Portal Vagas no Vale, o salário inicial é de cerca de R$ 3,9 mil, mas, com os benefícios, a remuneração mensal pode chegar a R$ 6.948,80 — o que representa ganhos anuais acima de R$ 120 mil.

Entre os principais benefícios estão auxílio-refeição (R$ 1.110,12/mês), auxílio-alimentação (R$ 874,78/mês), vale-cultura (R$ 50/mês), auxílio-creche (R$ 659,67/mês), além de plano de saúde, odontológico, previdência complementar e participação nos lucros. A jornada é de 6 horas diárias.

A divulgação de um novo edital é esperada desde o fim de julho, quando expirou a validade do concurso de 2023, para o qual todos os aprovados já foram convocados, inclusive do cadastro de reserva. Hoje, o banco tem 7,8 mil cargos vagos, o que aumenta a pressão para a reposição do quadro de funcionários.

A expectativa é de que a Fundação Cesgranrio, responsável pela última seleção, organize novamente o certame — o contrato entre a banca e o BB segue válido até dezembro de 2025.

No entanto, o Banco do Brasil esclarece que ainda não há definição sobre a abertura do concurso. “No momento, não há qualquer definição sobre um novo concurso e, por padrão administrativo, o BB sempre comunica formalmente toda e qualquer novidade relevante sobre o tema”, informou a instituição por meio de nota.

Resumo do concurso Banco do Brasil 2025

Situação: edital aguardado abertura

Cargo: Escriturário (Agente Comercial e Agente de Tecnologia)

  • Escolaridade: nível médio
  • Salário inicial: R$ 3,9 mil + benefícios (até R$ 7 mil)
  • Banca provável: Fundação Cesgranrio
  • Abrangência: nacional
  • Vagas: a definir

A expectativa é que as inscrições para o concurso do Banco do Brasil sejam realizadas diretamente no site da banca organizadora quando o edital for publicado.

Fonte: Money Times

Chefe do Banco do Brasil aposta em agenda de gênero em NY

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Presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros participou, nesta semana, da reunião de alto nível da plataforma Women in Finance, iniciativa liderada pelo Ministério da Fazenda em parceria com o PNUD e outros organismos internacionais.

Com 40% da diretoria executiva composta por mulheres, Tarciana apresentou os avanços do BB como exemplo de transformação e reforçou o papel da equidade como estratégia de negócios.

“Equidade é frequentemente tratada como inclusão social ou como um favor às mulheres. Mas precisamos ressignificar a agenda de mulheres nas finanças como uma prioridade de negócios. A paridade gera resultados financeiros”, diz Tarciana Medeiros.

Fonte: Veja

BB assina convênio com Natura para financiamento de sistemas agroflorestais

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Nesta semana, em Nova Iorque, em agendas paralelas à Assembleia Geral da ONU, o Banco do Brasil e a Natura formalizaram convênio para financiamento de R$ 50 milhões em projetos de impacto na região norte do país, com foco em Sistemas Agroflorestais (SAF), com o objetivo de recuperar 12 mil hectares de floresta, com potencial de R$ 2 bilhões em financiamento.

A parceria BB e Natura propõe potencializar os impactos climáticos e sociais positivos gerados ao trazer inovação para o plantio de um dos bens mais consumidos do mundo, o óleo de palma, utilizado em alimentos, produtos de higiene pessoal, cosméticos e até biocombustíveis.

A iniciativa visa o uso sustentável do solo, com foco na conservação de recursos naturais e ainda em geração, manutenção e diversificação de renda para agricultores familiares, ao trazer escala aos projetos de SAF na região da Amazônia Legal, mais precisamente na região de Tomé Açu. Lá, Natura, Embrapa e a Cooperativa Mista de Tomé Açu (CAMTA) desenvolvem o Projeto SAF Dendê, desde 2008, que implantou em uma área de 650 hectares um Sistema Agroflorestal composto por dendezeiros (palmeira da qual se extrai o óleo de palma) junto a outros cultivos como cacau, açaí, mandioca e pimenta.

Este plantio consorciado com outras espécies gera benefícios sociais, econômicos e ambientais, como reflorestamento de áreas degradadas, aumento da produtividade, resiliência climática e melhoria da qualidade do solo, segundo apontam estudos da Embrapa, que indicam ainda o manejo agroecológico como fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa associados à cadeia produtiva do dendê.

Para o vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial, José Ricardo Sasseron, o sistema agroflorestal possibilita ao agricultor familiar obter e diversificar a sua renda durante o ano a depender das espécies cultivadas, podendo aumentar a renda em cerca de 40% quando comparado ao monocultivo. É um modo de trabalho que eleva a segurança alimentar das famílias dos agricultores, bem como a valorização do trabalho do jovem e da mulher. Além disso, é um sistema que pode contribuir para o sequestro de carbono, e que o manejo agroecológico é fundamental para a redução das emissões dos gases de efeito estufa”, afirma. “Estes modelos agroflorestais são altamente replicáveis e integram a estratégia do BB para o financiamento à sociobioeconomia. Neste ano, atingimos um saldo de R$ 2 bilhões em crédito voltado à sociobioeconomia na região amazônica”, complementa.

De acordo com Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade Natura, a preocupação com o impacto ambiental do óleo de palma, que historicamente está associado a práticas de desmatamento em várias regiões do mundo, impulsionou a Natura a buscar alternativas que alinham produção responsável com a conservação do meio ambiente. “Nosso objetivo de longo prazo é termos 100% de blend de óleo de palma vindo de práticas regenerativas. Estamos focados em fortalecer parcerias, envolver novos agricultores e captar investimento de forma a beneficiar não só a Natura, mas toda a cadeia de palma”.

Na prática, o convênio tem a potencialidade de auxiliar no acesso ao crédito, que chegando nos produtores, irá auxiliar no custeio das atividades do ciclo produtivo, além de promover investimentos para aumento de produtividade, com recuperação de áreas e aquisição de equipamentos. A prestação de assistência técnica, vinculada na estrutura, também garante assessoria especializada para auxiliar na tomada de decisão de investimento pelo produtor.

O projeto tem potencial de beneficiar as 46 comunidades produtoras que atuam na cadeia da Natura, impactando mais de 10 mil famílias. Com sua implementação, cooperativas e associações fornecedoras da Natura passarão a contar com a possibilidade de ampliar sua gama de produtos integrados com sistemas florestais, investindo assim em preservação ambiental e maior fertilidade de solo.

Fonte: Banco do Brasil

BB faz captação de US$ 100 milhões para projetos do Eco Invest Brasil

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O Banco do Brasil concluiu captação internacional no montante de US$ 100 milhões e prazo de dois anos, destinada a impulsionar projetos elegíveis do Programa Eco Invest Brasil. Denominada “Eco Invest Green Repo”, a iniciativa reafirma o compromisso do BB com projetos sustentáveis e mobilização de capital externo por meio de estruturas inovadoras de captação internacional.

A operação, realizada em parceria com o Banco Credit Agricole CIB, exemplifica o esforço colaborativo para fomentar práticas sustentáveis com impacto financeiro e ambiental positivo. Os recursos são destinados ao refinanciamento de operações de crédito no âmbito do Programa Eco Invest Brasil, do Governo Federal.

Francisco Lassalvia, vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, enfatiza que ” a operação representou uma oportunidade estratégica de atrair capital internacional para viabilizar projetos relevantes para o país e para os clientes do BB, com condições financeiras competitivas. Além disso, a transação reafirma o protagonismo do Banco do Brasil na agenda global de finanças sustentáveis, fortalecida pela parceria com o banco Credit Agricole CIB”.

Com essa operação, o Banco do Brasil alcança cerca de US$ 900 milhões em captações realizadas por meio da Tesouraria no mercado internacional, evidenciando a consistência e o êxito da parceria em promover práticas financeiras sustentáveis. A iniciativa reforça o caráter inovador das operações e seu impacto relevante no Sistema Financeiro Internacional.

Fonte: Banco do Brasil

“Não adianta evoluir em IA sem governança adequada”, diz CEO do BB

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O uso de Inteligência Artificial (IA) para construir novas soluções e melhorar a experiência do cliente não pode deixar de lado as preocupações com governança e segurança. Essa é a visão de Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil (BB). De acordo com a executiva, a instituição bicentenária possui um conjunto de diretrizes de boas práticas para a utilização de IA.

“Não adianta evoluir em modelos de Inteligência Artificial, de conhecimento do cliente, sem governança de dados adequada ou sem tratar da segurança”, afirmou Tarciana, na abertura do “BB Investor Day 2025“, evento realizado nesta quarta-feira (24/9) em Nova York, com transmissão no canal do banco no YouTube.

Na concessão de crédito, a utilização de IA vem permitindo “ganhos exponenciais”, de forma segura e rentável, disse Tarciana. Segundo ela, o banco opera com um framework de garantias que inclui novos mitigadores de risco a cada safra, permitindo desembolsos seletivos, preços adequados ao perfil de cada cliente e ganhos de eficiência na gestão da carteira.

Os investimentos em tecnologias como IA fazem parte da estratégia de aceleração digital do BB. Nessa frente, o banco trabalha no desenvolvimento de uma nova versão do seu aplicativo. O objetivo, conforme Tarciana, é entregar uma experiência personalizada, “um app para cada cliente”. Além disso, disse a CEO, o banco opera um modelo de CRM omnichannel que permite continuidade no atendimento entre diferentes canais.

Atualmente, dos 85 milhões de clientes do BB, cerca de 30 milhões usam de maneira recorrente o atendimento via canais digitais, informou Tarciana. No WhatsApp, plataforma onde o BB foi pioneiro em oferta de serviços financeiros, são 20 milhões de usuários ativos. “Não é o cliente que utiliza o canal digital apenas para transacionar. Ele faz negócios em canais digitais do banco. E o cliente tem buscado cada vez menos o canal físico.”

O BB também vem remodelando o atendimento presencial, com foco em “estruturas mais leves”, disse a CEO. A meta é ganhar 50% de eficiência nos próximos cinco anos, transformando agências em hubs de atendimento. Depois de Recife, em Pernambuco, e Belém, capital do Pará, o plano é expandir esse formato para mais 51 dependências em 2026, segundo ela. “E cada dependência que vira hub tem uma redução de despesas de pelo menos 40%. Tudo isso sem abrir mão das pessoas.”

‘Novo jeito de trabalhar’

Tarciana comentou, ainda, que o BB passa por uma transformação cultural, “um novo jeito de trabalhar”, com metodologias mais colaborativas. O banco também possui uma “academia de IA” e investiu mais de R$ 41 milhões em programas de capacitação em 2024 e neste ano. Cerca de 65 mil funcionários, dos 100 mil do quadro total, estão “engajados” nesses programas, citou a CEO.

A transformação cultural também foi destacada por Marisa Reghini, vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do BB. Segundo ela, acelerar a digitalização não é apenas adotar novas ferramentas, mas mudar atitudes, comportamentos e mentalidades dentro da organização. “Estamos deixando de ser uma empresa de comando e controle para nos tornarmos uma empresa completamente ágil”, afirmou.

De acordo com Marisa, os times passaram a atuar com maior autonomia, decidindo de forma independente quais entregas farão aos clientes. Essa mudança, explicou, já permite ao banco realizar entregas mais rápidas e contínuas, além de coletar feedbacks dos usuários em menor tempo. “Isso nos possibilita errar e corrigir a rota mais rapidamente em qualquer solução que estamos desenvolvendo”, completou.

Fonte: Finsinders Brasil

Previ encerra ciclo de ‘superacionista’ e aposta em diversificação

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A Previ, maior fundo de pensão do país, está fechando um capítulo marcante de sua história no mercado acionário. Se no passado chegou a deter fatias expressivas em empresas, como 25% da Vale e 30% da Neoenergia, o momento agora é reduzir cada vez mais a concentração em ações e pulverizar participações.

“Não veremos mais uma Previ com grandes blocos de controle”, afirma Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos, em entrevista ao InvestNews. O presidente João Fukunaga, no entanto, faz uma ressalva: a mudança não significa abrir mão de influência. Segundo ele, a Previ continuará atuando em conselhos de companhias consideradas estratégicas, com o objetivo de proteger os investimentos de seus quase 200 mil cotistas.

O reposicionamento do fundo dos funcionários do Banco do Brasil reflete a realidade do Plano 1 (PB1), criado para funcionários admitidos a partir de 1967, fechado para novas adesões desde 1997 e voltado a trabalhadores do BB admitidos até essa data.

É a “joia da coroa” da Previ: concentra cerca de R$ 230 bilhões em ativos e responde pela maior parte da folha de benefícios pagos pela entidade. Hoje, quase 98% dos 106 mil participantes do PB1 já estão aposentados ou pensionistas, o que torna o plano maduro e dependente de liquidez permanente para honrar os compromissos.

Por isso, a estratégia de investimentos é conservadora. Desde 2012, a Previ executa uma política chamada internamente de “imunização de passivo”, que busca casar ativos com obrigações futuras. A meta é reduzir gradualmente a exposição em renda variável para 24% até 2030, reforçando o peso de títulos públicos de longo prazo. Atualmente, cerca de 25% dos investimentos do Plano 1 estão em ações de empresas, em especial de Vale, Tupy e Vibra.

O ambiente atual de juros altos deu impulso à transição: só em 2025, a entidade realocou R$ 7 bilhões para NTN-Bs, títulos públicos atrelados ao IPCA, com taxa média próxima de IPCA +7,35% ao ano. Esse retorno está bem acima da meta obrigatória do fundo, que é de inflação +4,75% ao ano, garantindo maior ganho e previsibilidade no fluxo de pagamentos.

Girando a carteira

A guinada já é visível na carteira do fundo – no primeiro semestre, a Previ vendeu cerca de R$ 7 bilhões em ações de empresas.

Segundo levantamento feito pelo InvestNews, com base nos relatórios da Previ, de julho de 2024 a julho deste ano, o fundo zerou posição em empresas como Bradesco, Eletrobras, Ultrapar, BB Seguridade, B3, Raia Drogasil e Copel, somando cerca de R$ 5,5 bilhões. Só na BRF, o montante levantado com a venda das ações foi de R$ 1,9 bilhão, encerrando um investimento de quase 30 anos na dona da Sadia e da Perdigão.

“O trabalho é diário e não se pode prever market timing [dinâmica de preços do mercado] de renda variável. As decisões são tomadas conforme as informações chegam, considerando taxas de juros e dados econômicos. Há planejamento, mas ele é ajustado constantemente como um diário de bordo”, diz Gonçalves.

Mais recentemente, a Previ também vendeu toda a sua participação na Neoenergia por R$ 12 bilhões, bem acima da marcação que a empresa de energia tinha no portfólio, de cerca de R$ 10 bilhões, com valorização acumulada de aproximadamente 145%. O destino do montante, que ainda vai entrar no caixa da Previ, ainda será definido.

“O momento foi favorável para a venda. A Neoenergia era a última empresa com acordo de acionistas, que tinha restrições. A operação criou uma boa liquidez para o plano”, acrescenta o presidente da Previ.

Depois de encerrar 2024 no vermelho, com déficit acumulado de R$ 3,16 bilhões, o Plano 1 voltou a registrar superávit em 2025. Em agosto, o fundo apurou resultado positivo de R$ 4,2 bilhões, revertendo o desempenho do ano anterior e fechando o mês com superávit de R$ 1,48 bilhão. A rentabilidade no acumulado do ano chegou a 9,25%, reflexo da estratégia de imunização de passivo e do bom desempenho da renda variável, que subiu 14,1% até agosto.

Investidor ativo

Historicamente, a Previ foi protagonista em disputas societárias e no comando de empresas estratégicas. Chegou a ser chamada de “banco dentro do Banco do Brasil”, pela força que exercia em assembleias e conselhos. Mas essa fase ficou no passado.

Segundo Cláudio Gonçalves, a Previ não considera mais assentos em conselhos como critério para decidir aplicações. “Participamos de colegiados em conjunto com outros fundos, mas a decisão de investir não passa por isso. O que nos interessa é a tese: empresas sólidas, pagadoras de dividendos e com governança robusta”. O investimento recente do fundo na Vibra, de R$ 2,5 bilhões, é visto como um exemplo dessa nova fase.

João Fukunaga, presidente da Previ, ressalta que isso não significa abrir mão de influência. “Não abriremos mão da presença em conselhos quando ela for importante. O que muda é a lógica: não se trata mais de controlar, mas de acompanhar de perto”, defende. “A Previ sempre foi protagonista em todos os conselhos. Basta lembrar de algumas disputas lá atrás, com o Opportunity e com a CSN, isso faz parte da nossa história”, prossegue Fukunaga.

Esse histórico explica por que, por muito tempo, a Previ foi vista como o investidor mais temido — e respeitado — da bolsa brasileira. Em meados dos anos 2000, esteve no centro da disputa que levou à queda do Opportunity no comando da Brasil Telecom. O banco de Daniel Dantas controlava a operadora em nome dos fundos de pensão e do Citi, mas os conflitos de interesse e as denúncias de má governança acirraram os ânimos. A Previ, junto com Petros, Funcef e o banco americano, passou anos em litígios até conseguir afastar o Opportunity da gestão.

Ainda nos anos 2000, a Previ também travou embates com Benjamin Steinbruch na CSN. O empresário priorizava estratégias de expansão agressivas, enquanto os fundos de pensão — liderados pela Previ — cobravam maior disciplina financeira. A pressão surtiu efeito: Steinbruch conseguiu manter o controle, mas foi obrigado a ceder em pontos de governança e na composição do conselho, incorporando representantes dos fundos.

Mais recentemente, a Previ ajudou a consolidar na Vale a lógica de corporation — empresa sem controlador definido — e travou embates com a Cosan e outros acionistas sobre a sucessão no comando da mineradora no ano passado. No fim, entre indicações de nomes ligados ao governo e candidatos apoiados por investidores privados, prevaleceu o nome técnico de Gustavo Pimenta, então CFO. “A Previ, querendo ou não, foi a primeira a defender a ideia de corporation”, lembra Fukunaga.

Na BRF, o fundo tentou evitar a fusão da companhia com a Marfrig nas condições propostas pelo empresário Marcos Molina. No fim, decidiu vender sua participação com um prêmio sobre o valor de tela.

No campo da infraestrutura, a Previ vem dividindo com Funcef (funcionários da Caixa) e Petros (trabalhadores da Petrobras) a tarefa de preservar valor em meio à reestruturação da Invepar, dona de concessões como o aeroporto de Guarulhos, que hoje está em processo de renegociação de dívidas.

Para um gestor ouvido pelo InvestNews, a mudança de perfil da Previ é natural e segue uma tendência global. “Não acho que seja papel dos fundos de pensão estar envolvidos na gestão das empresas. Eles não têm tempo nem equipe para isso. O caminho natural é terceirizar mandatos e acompanhar os gestores, como fundos europeus, que terceirizam 100% ou boa parte da gestão.”

Na avaliação desse gestor, que prefere não se identificar, o protagonismo acionário tende a migrar para o fundo mais recente da Previ, chamado “Futuro”. “Nele, a lógica é de contribuição definida, com horizonte de longo prazo e mais espaço para exposição em renda variável”.

O Previ Futuro

Se o Plano 1 caminha para uma fase de liquidação mais tranquila, um outro fundo, o Previ Futuro, é hoje o motor de crescimento da entidade. Criado em 1997 para os funcionários admitidos a partir de então, funciona na modalidade de contribuição variável, em que o benefício depende do saldo acumulado ao longo da carreira.

Na prática, cada participante contribui com um percentual do salário, o Banco do Brasil aporta o mesmo valor e ambos formam uma poupança individual. Esse saldo é corrigido pela rentabilidade dos investimentos e, ao final da carreira, transformado em renda de aposentadoria. Diferente do PB1, não há promessa de benefício definido: quem contribui mais e acerta no perfil de risco acumula mais.

Hoje, o Previ Futuro administra cerca de R$ 40 bilhões, com 87 mil participantes, sendo 93,4% ainda ativos. Isso dá ao plano flexibilidade para assumir risco maior e investir em ativos de longo prazo, como ações, imóveis e infraestrutura. Atualmente, apenas R$ 5,3 bilhões estão em renda variável, basicamente em fundos de investimento. no ano, a rentabilidade do Plano Futuro é de 10,3%, acima da meta estabelecida de 6,23%.

Foi nesse plano que exerceu o direito de primeira oferta para comprar as participações da Fapes no BarraShopping, no Rio, e no MorumbiShopping, em São Paulo — ambos considerados de “primeira prateleira” – ou os nomes premium – do setor. No caso carioca, a fatia pode chegar a 7,54% do empreendimento, avaliada em até R$ 362,5 milhões; em São Paulo, a operação envolve até 4% da área de lojas e 4,55% do estacionamento, por R$ 200 milhões.

Além dessas aquisições, o plano mantém imóveis legados — como lajes corporativas e galpões logísticos — que devem ser vendidos gradualmente para dar liquidez e realocar recursos em ativos com maior potencial de retorno.

O recado da diretoria é direto: a Previ deixou para trás o papel de ‘superacionista’. No Plano 1, a missão é proteger o passivo com títulos públicos e usar a influência apenas quando necessário. Já o fôlego no mercado de capitais deve vir do plano homônimo, o Previ Futuro — mais jovem, com apetite a risco e espaço para diversificação.

“A Previ sempre terá protagonismo no mercado, mas de formas diferentes”, resumiu Fukunaga. “De um lado, somos porto seguro para aposentados; de outro, queremos ser uma alavanca de crescimento para os mais jovens.”

Fonte: Invest News

Previdência privada encolhe em aportes e cresce em resgates em 2025

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O mercado de previdência privada aberta registrou desempenho mais fraco neste ano. Entre janeiro e julho, os aportes somaram R$ 100,5 bilhões, queda de 11,7% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).

Na outra ponta, os resgates alcançaram R$ 89 bilhões, alta de 15,3%. Ainda assim, o saldo líquido ficou positivo em R$ 11,6 bilhões, o que levou o setor a administrar um patrimônio de R$ 1,7 trilhão — equivalente a 13,7% do PIB brasileiro, segundo a entidade.

O montante é distribuído entre 13,6 milhões de planos, sendo que o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) concentra a maior parte: 8,5 milhões de contratos, ou 63% do total. Já o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) corresponde por 3,1 milhões de planos (23%). O restante, cerca de 2 milhões, está nos modelos tradicionais.

No recorte por participantes, 11,2 milhões de pessoas têm previdência privada no país. A maioria (8,9 milhões) possui planos individuais, enquanto 2,3 milhões aderiram a planos coletivos.

O levantamento da Fenaprevi também mostra que o VGBL concentrou 92% da arrecadação nos sete primeiros meses do ano, somando R$ 92,1 bilhões. O PGBL ficou com 7% (R$ 6,7 bilhões) e os planos Tradicionais, com 2% (R$ 1,6 bilhão).

Fonte: Valor Investe

Serviço de teleoftalmologia do Economus agora tem Pronto Atendimento

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O serviço de teleoftalmologia já está disponível para os beneficiários dos planos de saúde do Economus e tem sido bastante utilizado. Agora, lançamos uma novidade para trazer ainda mais agilidade e praticidade no acesso a esse serviço. Além das consultas com horário agendado, o beneficiário pode utilizar o Pronto Atendimento Teleoftalmológico, que é imediato e funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 18h.

Quando utilizar o Pronto Atendimento Oftalmológico?

Use em situações de urgência, que exigem cuidado imediato:

  • Olho vermelho ou irritado de forma repentina;
  • Dor ocular ou sensação de corpo estranho;
  • Conjuntivite (olho inchado, coçando, lacrimejando);
  • Exposição a produto químico ou acidente ocular;
  • Sensibilidade súbita à luz (fotofobia);
  • Visão dupla ou perda súbita da visão;
  • Machucado, pancada ou risco de corpo estranho no olho;
  • Inflamações ou inchaços ao redor dos olhos.

Quando agendar uma consulta com hora marcada?

Use quando a necessidade não é urgente e pode ser programada:

  • Renovar receita de óculos ou lentes de contato;
  • Fazer exames de rotina para checar a visão;
  • Avaliar sintomas persistentes, mas sem dor intensa (visão embaçada, dificuldade para ler, cansaço visual etc.);
  • Orientações sobre tipos de lentes (de contato, multifocais, para computador etc.);
  • Prevenção em casos de histórico familiar de problemas visuais (como glaucoma ou catarata).

O atendimento com oftalmologista especializado é totalmente virtual e online, feito por meio do programa Benefício Visão, disponibilizado pela parceria do Economus com a empresa Eyecare Health. O objetivo é promover a saúde visual dos beneficiários de forma acessível, prática e segura, com consultas e exames básicos diretamente pelo celular ou computador.

O processo utiliza tecnologia digital para triagem, testes visuais e emissão de laudos médicos. Saiba mais sobre o serviço e como agendar na página exclusiva sobre a teleoftalmologia, em nosso site.

Em caso de dúvidas, entre em contato pelo Fale Conosco ou pelo telefone 0800 149 8000.

Fonte: Economus

BTG ultrapassa Bradesco e BB e se torna o 3º maior banco da América Latina

Publicado em: 21/09/2025

O BTG Pactual vive um ótimo momento, com lucro e rentabilidade recordes, mesmo em um contexto mais complicado para os mercados de capitais. Desde a divulgação do balanço do segundo trimestre, a unit do banco (BPAC11) acumula alta de 16,8% e fechou ontem na máxima histórica, a R$ 45,47. No ano até agora, o papel sobe 34,9%.

Atualmente o BTG tem um valor de mercado de R$ 179,8 bilhões, o que lhe garante a posição de terceiro maior banco da América Latina em valuation, atrás apenas de Nubank (R$ 408,2 bilhões) e Itaú (R$ 391,6 bilhões).

O banco controlado por André Esteves superou no começo deste ano a capitalização de mercado do Bradesco (R$ 171,2 bilhões) e também deixou para trás o Banco do Brasil (R$ 126,8 bilhões), conforme levantamento do Valor Data.

Analistas têm destacado em relatórios recentes o ímpeto recente do BTG. “O resultado muito forte no segundo trimestre é um cheiro do que pode ser a rentabilidade do banco em um ambiente de mercado favorável”, escreveu o Safra.

“Acreditamos que os resultados destacam não apenas a capacidade do BTG de ler as condições de mercado e navegá-las, mas também a abordagem oportunista do banco para consolidar sua participação de mercado, mantendo a alavancagem operacional, o que permite que as receitas superem as despesas e, assim, melhorem a lucratividade”, apontou o Citi.

Para o Goldman Sachs, o BTG tem mostrado diversificação de receitas, melhor captação líquida de recursos nas áreas de wealth management e gestão de ativos e também uma maior alavancagem operacional. “Isso reafirma o modelo de negócios resiliente.”

Com a arrancada nos últimos anos, o BTG deixou para trás a XP, com quem chegou a disputar uma batalha ferrenha para atrair recursos de clientes e também plugar escritórios de agentes autônomos na sua rede. A EQI, que migrou da XP para o BTG em 2021, até hoje tem uma disputa judicial com a empresa de Guilherme Benchimol.

Hoje, a XP tem um valor de mercado de R$ 56,1 bilhões, ou seja, menos de um terço do valor do BTG.

Fonte: Valor Investe

Banco do Brasil vai resgatar US$ 1,723 bi em títulos subordinados de 2013

Publicado em: 19/09/2025

O Banco do Brasil (BBAS3) exercerá em 15 de outubro deste ano a opção de resgate total de seus títulos subordinados de nível I emitidos em 2013, com cupom de 8,748% ao ano (Banbra 8,748% a.a.).

Os títulos foram emitidos originalmente em US$ 2 bilhões, e atualmente têm US$ 1,7236 bilhão em circulação, representando 68 pontos-base do capital complementar de nível I do banco, que encerrou junho de 2025 em 13,27%.

Segundo o BB, a estratégia de gestão de ativos e passivos prioriza a emissão de letras financeiras perpétuas no mercado brasileiro, sem impacto relevante esperado na liquidez ou no capital complementar de nível I, mantendo a estrutura de capital adequada e com menor custo.

Fonte: Infomoney

BB aposta em pacote contra inadimplência, mas payout “gordo” ainda é sonho distante

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O Banco do Brasil (BBAS3) continua no radar dos investidores, mas não pelos motivos mais otimistas: o banco enfrenta alta da inadimplência no agronegócio e entre pequenas e médias empresas, após a instituição bancária divulgar que o índice de inadimplência, medido por atrasos acima de 90 dias, subiu para 4,21% no primeiro semestre deste ano, ante 3% no mesmo período de 2023, pressionado sobretudo pelo agro.

Em encontro recente com analistas, o banco avalia que medidas recentes, como o pacote de renegociação do governo, mudanças regulatórias e a perspectiva de uma safra mais favorável, podem abrir espaço para melhora nos próximos trimestres. Mas avisam que, no geral, até então, “o quadro continua negativo”.

Para os estrategistas do JPMorgan, embora o banco brasileiro tenha perspectiva de voltar a crescer e atingir retorno sobre patrimônio líquido (ROE) na faixa de dois dígitos médios em 2026, ainda é cedo para ter visibilidade sobre o payout, que é a parcela do lucro distribuída aos acionistas como dividendos.

Historicamente, o banco distribuiu cerca de 40% do lucro. Ou seja, os analistas não esperam uma definição clara sobre quanto será repassado aos investidores até que os resultados futuros e a evolução da inadimplência fiquem mais claros.

Fatores de alívio

Entenda os temas em que o banco se ancora para vislumbrar melhoria nas contas:

Safra

O JPMorgan diz que há expectativa de uma safra melhor em termos de volume e preços, o que pode aliviar parte das pressões. Os desembolsos de crédito seguem acontecendo, mas em ritmo mais lento, já que o banco tem exigido garantias mais fortes, como a alienação fiduciária, o que aumenta o tempo das operações.

MP da renegociação do agro

Mas o foco está mesmo no pacote de renegociação anunciado pelo governo por meio da Medida Provisória 1314 deste ano, que libera R$ 12 bilhões para produtores rurais afetados por eventos climáticos. As negociações ainda não começaram porque o setor aguarda a definição de detalhes operacionais, mas a expectativa é de que esse processo contribua para melhorar os índices de atraso.

A cada real renegociado em taxas de mercado gera um ganho equivalente em capital para o banco, ajudando a aliviar a pressão sobre o balanço. O limite disponível em ativos fiscais diferidos (DTAs) é de R$ 20 bilhões a R$ 24 bilhões.

Dessa forma, se o Banco do Brasil renegociar cerca de R$ 7 bilhões, conseguirá compensar totalmente os 60 pontos-base de pressão previstos com o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (CPGE), que oferece crédito garantido pela União a empresas, a partir de janeiro de 2026.

Regulação

O JPMorgan avalia que mudanças regulatórias também estão no radar do Banco do Brasil. A Resolução 5244 torna mais flexível a recuperação de operações de crédito acima de três meses, enquanto a Resolução 643 permite reconhecer juros em empréstimos de programas do governo.

Novas carteiras e resultados

Em termos de resultados, a estimativa é de que o Banco do Brasil apresente no terceiro trimestre deste ano números semelhantes aos do trimestre anterior, aproximando-se do guidance no fechamento do ano.

A expectativa da administração é de que, com estabilização da inadimplência, ganhos de eficiência e melhora das margens de financiamento com a queda da Selic, seja possível voltar a crescer e alcançar um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) na faixa de dois dígitos médios em 2026.

O JPMorgan reiterou sua recomendação neutra para o papel do Banco do Brasil, com avaliação de que a ação BBAS3 negocia a 0,7 vez o valor patrimonial. Até o início da tarde desta sexta-feira (19), o papel estava cotado a R$ 21,96, queda de 0,72%.

Fonte: Infomoney

Saiba o que ainda falta para o BB voltar a pagar dividendos gordos

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O Banco do Brasil (BBAS3) continua sendo um dos ativos mais observados do mercado, mas a atenção não vem dos dividendos polpudos que os acionistas esperariam.

Em meio a um cenário desafiador, marcado pelo aumento da inadimplência no agronegócio e entre pequenas e médias empresas, o banco enfrenta um processo de ajuste que pode levar tempo antes de se refletir em retornos consistentes para o investidor.

No primeiro semestre de 2025, o índice de inadimplência de operações com mais de 90 dias de atraso subiu para 4,21%, contra 3% no mesmo período do ano passado.

O avanço se concentrou principalmente no crédito rural, segmento que representa um dos pilares da carteira da instituição.

Em encontro recente com analistas, a administração reconheceu as pressões, mas sinalizou confiança em medidas de curto e médio prazo que poderiam atenuar os impactos e preparar o banco para uma retomada mais sólida.

Entre os principais fatores de alívio estão a expectativa de uma safra mais favorável, a Medida Provisória (MP 1314) que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas do agronegócio, e mudanças regulatórias que flexibilizam a recuperação de crédito e o reconhecimento de juros em programas governamentais.

O peso da safra e da renegociação

Para o JPMorgan, a expectativa de uma safra mais robusta em volume e preço pode ajudar a reduzir pressões sobre a carteira do banco.

Ainda assim, os desembolsos de crédito estão acontecendo em ritmo mais lento, já que o Banco do Brasil tem exigido garantias adicionais — como a alienação fiduciária — o que alonga o tempo de aprovação das operações.

Mais relevante, contudo, é o pacote de renegociação do governo. A cada R$ 1 renegociado a taxas de mercado, o banco gera um ganho equivalente em capital, ajudando a aliviar o balanço.

Estima-se que a instituição disponha de R$ 20 bilhões a R$ 24 bilhões em ativos fiscais diferidos (DTAs) para compensações. Assim, se renegociar cerca de R$ 7 bilhões, já conseguiria neutralizar totalmente os 60 pontos-base de pressão previstos com o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (CPGE), que entrará em vigor em janeiro de 2026.

Regulação mais flexível

No campo regulatório, a Resolução 5244 facilita a recuperação de operações de crédito acima de três meses, enquanto a Resolução 643 permite ao banco reconhecer juros em empréstimos de programas do governo.

Segundo analistas, essas mudanças dão maior respiro às margens e reduzem riscos de deterioração abrupta da carteira.

Dividendos ainda distantes

O grande ponto de interrogação para o investidor segue sendo o payout. Historicamente, o Banco do Brasil distribuiu cerca de 40% de seu lucro, mas os analistas do JPMorgan afirmam que ainda não há visibilidade suficiente para projetar a retomada dos dividendos em níveis mais “gordos”.

A avaliação é que o payout só voltará ao radar com clareza a partir da estabilização da inadimplência e da confirmação de melhora nos resultados.

Para o 3º trimestre de 2025, o JPMorgan projeta provisões de R$ 16 bilhões, praticamente em linha com os R$ 15,9 bilhões registrados no trimestre anterior.

O banco estima que o BB possa retomar um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) na faixa de dois dígitos médios apenas em 2026, à medida que a combinação entre queda da Selic, eficiência operacional e renegociação de créditos começar a dar frutos.

Atualmente, BBAS3 negocia a 0,7 vez o valor patrimonial, cotado a R$ 21,96 até o início da tarde desta sexta-feira (19), queda de 0,72%.

O JPMorgan mantém recomendação neutra para o papel, com avaliação de que boa parte dos riscos já está precificada, mas a tese de valorização ainda depende de gatilhos que só devem se materializar nos próximos trimestres.

Fonte: Investidor 10

Banco do Brasil dispara 18% com MP do governo: salvação da lavoura?

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O Banco do Brasil (BBAS3) se tornou uma das ações mais faladas no ano, e em grande parte por maus motivos. Antes querida por analistas, a instituição passou por deterioração que virou a chave de parte do mercado.

Um dos inimigos foi o que antes era o grande bastião do BB: o agronegócio. O setor, principal carro-chefe da economia, passou por uma piora brutal da inadimplência.

Os índices de 90 dias, que rodavam em torno de 1%, disparam a 3%, chegando a 4%.

Tudo isso ocorreu ao mesmo tempo em que uma norma mais dura do Banco Central, a Resolução CMN 4.966, obrigou a escalar as provisões para créditos duvidosos.

Na prática, o BB passou a provisionar as perdas esperadas e não mais as perdas que efetivamente ocorreram.

Todo esse caldo resultou em uma queda de 50% no lucro, que passou dos R$ 9 bi para os R$ 4 bi atuais.

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que chegou a 22%, encolheu para 8%, um impacto e tanto.

Com isso, a administração cortou a parcela dos lucros paga aos acionistas para 30%, com dividend yield agora em 4%, contra 10% dos anos dourados.

Mesmo assim, a ação, que chegou a somar perda de 23% no ano, agora cai 8%. Desde a mínima do ano, o BB sobe 18%. E tudo isso por causa de uma ‘ajuda’ do governo.

De quem é a culpa?

No Palácio do Planalto, a queda do lucro do BB foi atribuída a outro fator: uma pauta-bomba do Congresso.

Segundo a Folha de S. Paulo, auxiliares de Lula atribuíram o aumento da inadimplência à expectativa que o agronegócio tem de renegociação de suas dívidas.

Em julho, a Câmara aprovou esse crédito subsidiado para o setor.

Com isso, a expectativa de repactuar as obrigações em condições mais favoráveis teria impactado o cronograma de quitação dos débitos.

Ou seja, na prática, a queda do lucro não minou a confiança do presidente Lula e do governo na CEO Tarciana Medeiros, que, segundo a Folha, ainda goza de prestígio.

Ajudinha do governo

O governo não ficou de braços cruzados e entrou em campo com uma Medida Provisória (MP) que garante renegociação de dívidas rurais em condições especiais.

Ao todo, são R$ 12 bilhões para apoiar até 100 mil produtores, principalmente pequenos e médios agricultores.

O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) dará acesso a até R$ 250 mil de crédito, com taxa de juros de 6% ao ano.

No Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), o médio produtor poderá obter até R$ 1,5 milhão, com juros de 8% ao ano.

Já os demais produtores poderão financiar até R$ 3 milhões, com juros de 10% ao ano. O prazo para quitação será de nove anos, incluindo um ano de carência.

Não é todo o dinheiro que irá para o BB, porém. Em entrevista ao Broadcast, a CEO do BB, Tarciana Medeiros, disse que a MP visa atender em torno de 100 mil clientes inadimplentes no mercado.

‘Temos mais ou menos 48 mil clientes inadimplentes no período entre 15 e 90 dias […] Estou fazendo a estimativa de [recebermos] metade dos valores’.

Mas a projeção da executiva é de melhora dos números.

“A gente tem, com certeza, a expectativa de que acelere o nosso processo de retomada de resultado. Mas ainda é uma expectativa, a gente tem que entender como vai se dar a velocidade da renegociação”.

A MP pode salvar o Banco do Brasil?

Entre analistas, a MP trará, sim, alívio para a situação do BB.

Uma forcinha também chegou do Banco Central, que alterou a Resolução nº 4.966/2021, suavizando os critérios de cura para empréstimos com parcelas superiores a três meses.

Isso vai permitir que os bancos reclassifiquem empréstimos de longo prazo anteriores do Estágio 3, desde que os devedores possam demonstrar capacidade de pagar a dívida por pelo menos 90 dias antes da reclassificação.

Nos cálculos do Safra, há uma carteira de R$ 12,5 bilhões em atraso classificada como Estágio 3 (50% do total do Estágio 3).

Considerando esse valor como uma estimativa das renegociações, haveria incremento de cerca de R$ 2 bilhões por ano na margem financeira bruta (NII), relacionado à retomada do provisionamento desse valor quando movido para o Estágio 2.

Nesse cenário, o BB poderia ver um lucro líquido extra de quase R$ 1,5 bilhão em 2026 e, potencialmente, uma pressão marginalmente menor no ECL (Perda de Crédito Esperada, em tradução livre) dos próximos trimestres, a partir do quarto trimestre.

Positiva, mas estrutural?

Segundo Bruno Komura, da Potenzia Investimentos, a MP pode contribuir para reduzir a inadimplência do banco, mas, no final, só estaria jogando o problema para frente.

“No curto prazo, sim, podemos ter essa impressão de que o problema foi reduzido porque, da carteira prorrogada (que deve ser em sua maior parte do agro), temos R$ 57 bi, e os R$ 12 bi não devem ir 100% para o BB”.

“Quando falamos do agronegócio, é complicado ter uma solução estrutural, porque podemos estar tomando medidas que limitam o crescimento. E o agronegócio é muito dependente do clima — não devemos ter preços de grãos baixos para sempre”.

Para ele, em algum momento haverá uma correção, seja por conta da demanda, que está aumentando, seja por conta de quebra de safra em algum lugar.

“E, nesses momentos ruins, deveríamos ter a seleção dos bons agricultores, que sabem administrar bem os negócios e que ganhariam mais espaço”.

Ainda segundo Komura, o mercado parece ter gostado bastante dessa medida, porque deve ajudar o BB a atingir o guidance (R$ 23 bi de lucro), mas é muito cedo para ficar animado.

“Se houver aumento da inadimplência em outros segmentos, teremos continuidade dos resultados ruins”.

Em relatório dessa semana em que baixou o preço-alvo do BB em R$ 7, a XP disse que outro fator pode atrasar ainda mais a melhora.

A casa cita a desaceleração macroeconômica e o ambiente de altas taxas de juros, que na visão dos analistas continuam afetando as carteiras de pessoa física e de pequenas e médias empresas.

A recomendação foi reiterada em neutra.

Fundamentos fracos

O Safra também reafirmou sua recomendação neutra para o papel.

Na visão dos analistas, os fundamentos permanecem fracos — o setor do agronegócio ainda está altamente alavancado.

Porém, o banco lembra que os investidores estão defendendo a avaliação barata do BB, especialmente antes de uma mudança no ciclo monetário e dos possíveis cenários de crise política em 2026.

Komura vai na mesma linha.

“Quando chegar em 2026, o BB deve negociar em função das eleições — as ações podem performar bem mesmo sem melhora dos lucros ou redução da inadimplência do agro. Por isso, seria melhor adotar cautela agora e, quem sabe, se posicionar (long ou short) em 2026, pensando em eleições”.

E com todos os riscos, as ações BBAS3 superaram as da Vale (VALE3) como as mais negociadas por pessoas físicas na B3 em agosto, segundo levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway.

Ação pode voltar aos R$ 30?

Nem os mais otimistas acreditam que o BB possa voltar a esse patamar, pelo menos não por agora.

De acordo com o analista Flavio Conde, da Levante, e que recomenda compra para o banco, a medida do governo ajuda na recuperação, mas não vai fazer, por exemplo, as ações do BB chegarem a R$ 29.

O pico delas foi R$ 29,76, no fechamento do dia 14 de maio.

“Eu não acho que a ação vai mudar esse R$ 29,76, mas parece que ela se afasta dos R$ 18”.

Ele diz, porém, que ainda pairam dúvidas das consequências da Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

“Infelizmente, para quem está comprando, ou para quem quer comprar mais ou pela primeira vez, se vier alguma retaliação pela provável condenação do Bolsonaro em cima do Banco do Brasil, as ações podem ter dias difíceis”.

Na entrevista ao Broadcast, a CEO disse que o BB – assim como o restante do sistema financeiro brasileiro – tem estudado a abrangência das sanções.

“Obviamente, eu espero que isso não aconteça, mas esse risco existe. Tirando esse risco incontrolável, porque não dá para controlar, as ações se afastam dos R$ 18 e eu teria uma surpresa se chegassem a R$ 25 no fim do ano”, disse Conde.

Barata

Ainda segundo Conde, o Banco do Brasil é negociado em um nível baixo em relação aos concorrentes, em termos de valor patrimonial.

“O BB está negociado a 70% do valor patrimonial. O Bradesco (BBDC4) está em torno de 110%, o Itaú (ITUB4) em torno de 190%, quase 200%”.

Para ele, o 3º trimestre vai continuar sendo difícil, ou seja, de lucros baixos.

“Pode ser qualquer coisa entre R$ 3 a R$ 4 bilhões. Para voltar aos R$ 9,2 bilhões do 4º trimestre de 2024, eu acho que vai levar, pelo menos, até o 4º trimestre do ano que vem […] Mas continuo recomendando compra, porque é uma situação passageira”, completa.

Fonte: Money Times

Banco do Brasil pode disparar 33% com alívio regulatório, diz Citi

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O Citi revisou sua recomendação para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), elevando de neutra para compra e ajustando o preço-alvo de R$ 22 para R$ 29, o que implica um potencial de valorização de cerca de 33% em relação ao último fechamento.

O movimento ocorre em meio ao processo de recuperação recente do papel e reflete a visão de que parte dos riscos já foi amplamente precificada.

Segundo o relatório, a decisão se apoia em dois fatores principais:

Alívio regulatório e medidas governamentais

O banco pode se beneficiar de medidas recentes, como a Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos, além da flexibilização, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), dos critérios de cura de créditos em atraso.

Essas iniciativas tendem a reduzir custos de risco e fortalecer a base de capital do BB até 2026.

Assimetria na avaliação

Na visão do Citi, os riscos relacionados à qualidade da carteira e ao cenário macroeconômico já estão amplamente refletidos no preço atual da ação, o que abre espaço para ganhos adicionais se os resultados vierem acima do esperado.

Expectativas de lucro e riscos no radar

O Citi projeta lucro líquido de R$ 29,3 bilhões em 2026, cerca de 9% acima do consenso de mercado. Essa estimativa considera um custo de risco mais normalizado e possíveis ganhos de capital decorrentes das medidas regulatórias.

Apesar do otimismo, os analistas apontam dois riscos que precisam ser monitorados:

Adesão limitada ao programa governamental ou desempenho mais fraco do que o esperado na carteira de crédito agrícola;

Pressões vindas das PMEs, que representam aproximadamente 11% da carteira consolidada de empréstimos e podem afetar a qualidade dos ativos.

Ainda assim, o Citi avalia que os impactos positivos da flexibilização regulatória devem superar os desafios de curto prazo. Entre os efeitos esperados estão receitas marginalmente maiores, reforço da base de capital e melhora no provisionamento.

Para os analistas, o 3T25 pode marcar o fundo da lucratividade do Banco do Brasil, especialmente após julho, quando o banco deve registrar despesas de provisão próximas a R$ 16 bilhões, em linha com os R$ 15,9 bilhões reportados no 2T25.

Em resumo, a recomendação de compra reflete a visão de que o Banco do Brasil combina valuation atrativo, alívio regulatório e perspectivas de recuperação gradual da lucratividade, mesmo em um cenário ainda desafiador para crédito e atividade econômica.

Fonte: Investidor 10

Parceria com BB garante maior participação feminina no InfraLeaders 2025

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O programa internacional de capacitação em liderança para o setor de infraestrutura, InfraLeaders, celebra neste ano a maior participação feminina da história. Dos 113 participantes, 44 são mulheres. Este resultado foi possível pela parceria com o Banco do Brasil e a Secretaria do Tesouro Nacional, por meio da Portaria MF 808/23. De um total de 47 bolsas concedidas pelo BB, 43% foram destinadas a mulheres, reforçando o compromisso da instituição em promover a equidade de gênero em espaços estratégicos de decisão.

“O projeto é uma oportunidade para capacitar gestores de mais alto nível na área de infraestrutura no país. Está vinculado à estratégia do BB de ampliar a presença de mulheres em posições de liderança, promover a diversidade e inclusão no setor”, destaca Leiner Bastos, gerente de Soluções da Unidade Estratégia Governo do Banco do Brasil.

Para Cintia Torquetto, presidente da Infra Women Brazil, a presença feminina no programa representa mais do que números. “Temos a maior delegação da história do programa InfraLeaders e com maior participação feminina. Mais do que números, isso reforça um movimento real de que mulheres estão cada vez mais presentes onde as decisões estratégicas são tomadas sobre o futuro da infraestrutura. Temos muito orgulho de participar desse momento”, enfatiza.

O InfraLeaders 2025 acontece durante esta semana em Durham, na Inglaterra, e em Edimburgo, na Escócia, e reúne líderes brasileiros e internacionais em debates sobre inovação, sustentabilidade e transformação no setor de infraestrutura, reforçando o papel das mulheres nos espaços de liderança.

Sobre o programa

O InfraLeaders 2025 tem como propósito preparar lideranças públicas e privadas para enfrentar os desafios mais complexos da infraestrutura com visão estratégica, competência técnica e capacidade de articulação global.

O Programa tem duração de cinco dias, o equivalente a 36 horas-aula de atividades em sala de aula e pelo menos 4 horas de interação social e informal construída em torno de almoços e eventos noturnos. Isso leva a um curso com duração total de 40 horas-aula.

A programação está estruturada em torno do ciclo de vida dos projetos de infraestrutura, com ênfase nas competências de liderança aplicadas a cada fase. Durante cinco dias intensivos, os participantes têm acesso a painéis, palestras, visitas técnicas e um roadshow internacional, proporcionando uma vivência completa e estratégica sobre os desafios contemporâneos do setor.

Fonte: Banco do Brasil

BB tem mais de 3,6 milhões de consentimentos e lança Negócios do Open Finance

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O Banco do Brasil ultrapassou a marca de 3,6 milhões de consentimentos de clientes que autorizaram o compartilhamento de seus dados com a instituição, via Open Finance. Esse avanço consolida o protagonismo do BB na transformação do sistema financeiro nacional. E com foco em transparência, personalização e geração de valor para o cliente, o BB lançou a central Negócios Open Finance, uma funcionalidade no app BB que demonstra os benefícios conquistados com o consentimento no Open Finance, bem como os potenciais benefícios que o cliente pode ter.

Aumento de limite de crédito, condições personalizadas de portabilidade e alertas de movimentações em contas conectadas são alguns dos benefícios que os clientes visualizam no app. Ela foi desenhada para ser um espaço intuitivo e informativo, que promove a educação financeira e reforça o compromisso do BB com a governança de dados e a personalização da experiência do cliente. A solução também permite acesso ao Minhas Finanças, o gerenciador financeiro pessoal do app BB, que integra a gestão financeira de diferentes contas bancárias em um único ambiente.

Portabilidade de crédito

Além disso, o BB ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões em portabilidade de crédito com uso de dados compartilhados via Open Finance. Foram 57 mil clientes que realizaram a portabilidade para o Banco. Além disso, mais de 2,1 milhões de pessoas físicas tiveram aumento no limite de crédito, totalizando R$ 10 bilhões em novos limites. No segmento de cartões, 619 mil clientes tiveram seus limites ampliados em R$ 8 bilhões, enquanto 9 mil empresas viram seus limites de crédito aumentarem em R$ 1 bilhão.

O BB também foi reconhecido como a instituição com o melhor caso de Open Finance no Brasil, segundo o Índice de Maturidade do Open Finance da Capgemini, e foi a única empresa brasileira listada no ranking global “Leading Progress in Open Finance” da Open Future World.

Fonte: Banco do Brasil

Banco do Brasil promove leilão de 142 imóveis no país em setembro

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O Banco do Brasil (BBAS3) realiza, neste mês, três leilões com 142 imóveis residenciais e comerciais distribuídos pelo país. Os lances já estão abertos, aqui, e as sessões públicas acontecem nos dias 23, 25 e 30 de setembro.

Os descontos em imóveis comerciais desocupados chegam a 52% em relação ao valor de mercado. Também há imóveis com locação simultânea parcial ou integral, garantindo renda imediata ao comprador.

Os leilões têm imóveis em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.

Os interessados devem acessar www.seuimovelbb.com.br ou www.lancenoleilao.com.br, onde estão disponíveis os editais completos, fotos, descrições dos imóveis e condições de participação. Os lances são realizados de forma 100% online, com segurança, transparência e praticidade.

Fonte: Infomoney

BB Seguridade: Morgan vê avaliação atrativa e eleva recomendação

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O Morgan Stanley elevou a recomendação da BB Seguridade (BBSE3), após recuo de 25% desde o pico de maio e de 10% no acumulado do ano. A classificação passou de underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro). Às 10h15, os papéis subiam 1,31%, a R$ 33,21.

O banco também revisou o preço-alvo de R$ 33 para R$ 35, o que representa um potencial de alta de apenas 8%, considerado pouco atrativo frente aos pares. Por exemplo, o preço-alvo para Caixa Seguridade (CXSE3) implica 36% de alta.

Segundo relatório, a subperformance das ações da BB Seguridade em relação aos pares e ao índice MSCI Brazil — em dólar, BBSE subiu apenas 6% no ano, contra 34% do MSCI Brazil — tornou a avaliação mais atrativa. O papel negocia a 7,1 vezes o múltiplo P/L (Preço sobre Lucro) projetado para 2026, com estimativas revisadas para baixo, alcançando o menor nível histórico. Dessa forma, o banco avalia que o mercado já incorporou a fraqueza esperada nos resultados, justificando a recomendação neutra.

BBSE3: Por que neutra e não compra

O Morgan Stanley explica que optou por recomendação neutra, e não de compra, pois não espera aceleração no crescimento do lucro até 2027. As estimativas de lucro por ação (EPS) foram revisadas de R$ 4,82 para R$ 4,56 em 2026 e de R$ 4,69 e R$4,81 em 2027, indicando queda de 1% em 2026 e crescimento de 6% em 2027.

A previsão de crescimento de prêmios é de apenas 1% em 2026 e 10% a/a em 2027. Além disso, analistas esperam normalização das sinistralidades, subindo de 23,3% em 2025 para 25,6% em 2026, o que deve pressionar as margens técnicas. Com isso, os resultados operacionais não ligados a juros devem permanecer estáveis em 2026 e crescer 9% em 2027, enquanto resultados financeiros devem cair 5% em 2026 e 9% em 2027 devido a juros mais baixos.

A tese pessimista do banco — centrada em crescimento mais fraco do EPS e impactos já precificados — se confirma, reforçando a postura cautelosa:

No início do ano, o Morgan Stanley argumentou que o valuation da BB Seguridade já capturava a maior parte do potencial de alta, incluindo o benefício de juros mais altos por mais tempo, e precificava alta probabilidade de renovação do contrato de distribuição com o Banco do Brasil (BBAS3), deixando pouco espaço para ganhos adicionais.

O banco também projetou que o crescimento do lucro da seguradora em 2025 e 2026 ficaria atrás dos pares, devido a crescimento fraco de prêmios e normalização das sinistralidades, pressionando as margens técnicas. Esse cenário se confirmou com revisões para baixo do consenso sell-side e comentários recentes da gestão na conferência em Londres.

Adicionalmente, o Morgan alertou que o mercado vinha negligenciando a qualidade do lucro da BB Seguridade em relação aos pares, atribuindo prêmio ao impulso de lucro decorrente de juros altos, dado que a empresa é a seguradora mais sensível a taxas de juros em cobertura do Morgan Stanley. Como referência, a Caixa Seguridade deve crescer em resultados operacionais não financeiros a um CAGR de 13% entre 2025 e 2027, e resultados financeiros a um CAGR de 4%, comparado a apenas 5% e queda de 7% na BB Seguridade.

O Morgan Stanley também apontou complacência em relação a riscos-chave, como volatilidade de clima e preços de commodities em seguros rurais, necessidade de apoio governamental ao agronegócio e sensibilidade à inflação no segmento de previdência. Alguns desses riscos estão se materializando; por exemplo, problemas no crédito rural levaram a revisões de concessão de crédito no Banco do Brasil, e isso, combinado com corte de 50% nos subsídios governamentais para seguro rural, deve pressionar o crescimento de prêmios da BB Seguridade.

Fonte: Infomoney

Previ volta a ter superávit no Plano 1 e presidente nega que houve rombo

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A Previ registrou superávit de R$ 4,17 bilhões no Plano 1 em agosto, revertendo o déficit acumulado em 2024. Agora, o plano tem saldo positivo de R$ 1,48 bilhão em 2025 até o momento.

Segundo João Fukunaga, presidente da Previ, “nunca houve rombo de qualquer tipo” e “os resultados negativos em 2024 foram conjunturais”.

“Esse resultado mostra a força da Previ e a maturidade da nossa política de investimentos. Nunca houve rombo de qualquer tipo, os resultados negativos em 2024 foram conjunturais. Nossos investimentos são feitos sempre de forma técnica e criteriosa, por isso são tão resilientes. Atuamos com responsabilidade e visão de longo prazo, sempre com foco na missão de pagar benefícios com segurança e sustentabilidade”, afirma Fukunaga.

Segundo João Fukunaga, presidente da Previ, “nunca houve rombo de qualquer tipo” e “os resultados negativos em 2024 foram conjunturais”.

“Esse resultado mostra a força da Previ e a maturidade da nossa política de investimentos. Nunca houve rombo de qualquer tipo, os resultados negativos em 2024 foram conjunturais. Nossos investimentos são feitos sempre de forma técnica e criteriosa, por isso são tão resilientes. Atuamos com responsabilidade e visão de longo prazo, sempre com foco na missão de pagar benefícios com segurança e sustentabilidade”, afirma Fukunaga.

Fonte: CNN Brasil

Funcionário de carreira do BB é nomeado presidente dos Correios

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Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar os Correios, estatal ligada ao Ministério das Comunicações.

A nomeação foi confirmada nesta terça-feira (16), após aval da Casa Civil e encaminhamento ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração dos Correios.

Rondon assume o cargo com histórico técnico e experiência no setor financeiro, tendo atuado como gerente executivo da Diretoria de Governo do Banco do Brasil e membro suplente do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (CRIFF).

Ele sucede Fabiano Silva dos Santos, que pediu demissão em 4 de julho, mas permaneceu no posto por mais de dois meses a pedido do presidente Lula.

A mudança ocorre em meio a grave crise financeira enfrentada pelos Correios. Segundo dados da própria empresa, o prejuízo chegou a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2023, aumento de 222% em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 1,35 bilhão.

Apenas no segundo trimestre, o prejuízo atingiu R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes mais do que os R$ 553 milhões do mesmo período em 2024.

Desde 2022, a estatal tem acumulado resultados negativos, agravando-se nos balanços mais recentes. A receita bruta com vendas e prestação de serviços somou R$ 8,52 bilhões no primeiro semestre, uma queda nominal de 11,3% em relação ao ano anterior.

Entre os fatores que contribuíram para o quadro, os Correios apontam “restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas”.

A retração do segmento internacional, consequência de mudanças regulatórias, foi determinante para a queda do volume de postagens e intensificação da concorrência, afetando receitas com importados – especialmente após a chamada “taxa das blusinhas” sobre produtos de pequeno valor. O serviço de postagem internacional registrou redução de 61,3% na receita, somando R$ 815,2 milhões no primeiro semestre.

Fonte: Gazeta do Povo

Banco do Brasil inova na gestão de despesas corporativas para atender clientes

Publicado em: 11/09/2025

O Banco do Brasil lançou o BB Expenses, uma plataforma inovadora desenvolvida em parceria com a PayFy. A solução visa otimizar o controle de despesas corporativas, digitalizando comprovantes e utilizando inteligência artificial para garantir a conformidade financeira.

A nova ferramenta foi criada para atender a demanda das empresas por uma gestão financeira mais eficiente e menos burocrática. Keka Ferrari, gerente executiva de Meios de Pagamentos, destaca que a plataforma centraliza operações como viagens, alimentação e assinaturas de software, promovendo maior transparência e economia de recursos.

Com uma interface intuitiva, o BB Expenses automatiza o envio de recibos, eliminando inconsistências e reduzindo o retrabalho das equipes financeiras. Os comprovantes são digitalizados automaticamente após o pagamento, com lembretes via aplicativo para garantir agilidade.

Integração e Análise

A plataforma também se integra aos cartões físicos e virtuais do Banco do Brasil, permitindo consulta de saldo e prestação de contas. Além disso, conecta-se facilmente a sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERPs), facilitando o fechamento contábil. A análise por inteligência artificial identifica gastos fora da política da empresa e sugere revisões, tornando o processo ainda mais eficiente.

Com mais de 2 mil empresas atendidas, o BB Expenses promete descomplicar a gestão financeira, permitindo que os clientes se concentrem em seus objetivos estratégicos. Para a contratação, os interessados devem entrar em contato com seus gerentes de conta ou de cash management do Banco do Brasil.

Fonte: Portal Tela

Tarciana Medeiros: MP de renegociação rural deve acelerar retomada de resultado

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O Banco do Brasil espera que a Medida Provisória (MP) de renegociação das dívidas de produtores rurais, publicada pelo governo na última sexta-feira, acelere seu processo de recuperação de resultados. A presidente do banco, Tarciana Medeiros, afirma que o texto deve ajudar a reduzir gradualmente a inadimplência na carteira do agronegócio, que atingiu máximas históricas no segundo trimestre deste ano.

“Eu acredito, sim, numa redução gradual da inadimplência, e também na retomada da possibilidade de concessão de crédito, de concessão do Plano Safra, a partir da renegociação”, diz a presidente do BB, em entrevista à Broadcast . Ela espera que, dos R$ 12 bilhões em recursos do Tesouro liberados para a renegociação, ao menos metade sirva para atender ao banco.

Indagada sobre as sanções da Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Tarciana ressaltou que o BB – assim como o restante do sistema financeiro brasileiro – tem estudado a abrangência das sanções. “Temos tratado como sempre tratamos as questões de legislação dos países onde estamos inseridos, e os Estados Unidos é um deles”, ela disse, falando publicamente sobre o tema pela primeira vez.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Broadcast: A MP editada pelo governo na última sexta-feira, 5, prevê o uso de até R$ 12 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para a liquidação ou amortização de dívidas rurais. Qual porcentagem deve ser direcionada para o Banco do Brasil?

Tarciana Medeiros: Temos mais ou menos 48 mil clientes inadimplentes no período entre 15 e 90 dias. Considerando que a MP visa atender em torno de 100 mil clientes inadimplentes no mercado, estou fazendo a estimativa de [recebermos] metade dos valores. Mas ainda não temos um número fechado, porque depende desse período de desembolso e recebimento das parcelas em vencimento. Vamos trabalhar bastante para não só utilizar os recursos da MP, mas também ver o espaço negocial com grandes produtores de áreas onde houve seca ou cheia que prejudicou a produção, mas não por duas produções seguidas. Com a renegociação de recursos livres, vamos poder incluir esses produtores.

Broadcast: Depois do segundo trimestre, a senhora previu que o resultado do BB continuaria ‘estressado’ no terceiro trimestre, por causa dos vencimentos e da inadimplência da carteira agro, com previsão de melhora a partir do quarto trimestre. Como a MP afeta esse cenário? Ela pode acelerar a melhora prevista?

Tarciana: A gente tem, com certeza, a expectativa de que acelere o nosso processo de retomada de resultado. Mas ainda é uma expectativa, a gente tem que entender como vai se dar a velocidade da renegociação. Eu mantenho a informação de que está previsto um resultado mais estressado no terceiro trimestre, com retomada a partir do quarto. E a minha expectativa é que a retomada a partir do quarto trimestre seja acelerada, a partir do momento em que a gente entenda como vai se dar essa velocidade de renegociação dos produtores. Nós seremos incansáveis na busca da renegociação da regularização para que os produtores retomem a capacidade de produzir e a capacidade de crédito, e que o banco aumente a velocidade de regularização e de concessões.

Broadcast: Existe uma expectativa de valores para essa renegociação com recursos livres, e de como vai ficar a taxa de juros?

Tarciana: Os preços de mercado vão variar com base no perfil de risco de cada cliente. Nós teremos preços adequados para os clientes que estão fora dos perfis previstos na MP [para uso dos recursos do Tesouro], com o recurso livre do banco, para que a gente faça a renegociação com eles também. Esses clientes já estão sendo contatados, porque têm perfis muito específicos e que a gente precisa estudar caso a caso. E o prazo de até nove anos para a renegociação é muito interessante, porque alguns produtores vão precisar dos nove anos, e outros vão precisar só de três ou quatro. Essa flexibilidade da MP, de poder organizar a dívida do produtor com base na capacidade de pagamento, também é algo muito interessante.

Broadcast: A inadimplência na carteira agro do BB chegou ao maior nível da série histórica no segundo trimestre deste ano. A sra. espera que a MP ajude a diminuir a inadimplência?

Tarciana: Sim. Para nós é uma oportunidade nas duas frentes: renegociar as dívidas e acabar com essa pressão de inadimplência na carteira do agro, de um lado; e, do outro, voltar a conceder crédito para esse produtor. O produtor volta a ter possibilidade de produzir condizente com a sua capacidade de fato, não mais premido por necessidade de pagamento das dívidas.

Broadcast: Como está o apetite do BB para conceder crédito agro nesta safra? O banco se tornou mais seletivo? A MP ajuda a destravar as concessões?

Tarciana: O apetite do banco para concessão de crédito no agro está na linha do guidance, de um intervalo revisado entre 3% e 6% de crescimento da carteira. Isso significa a concessão de todo o recurso que nós disponibilizamos no Plano Safra 2025/2026. No segundo semestre de 2025, vamos continuar fazendo uma concessão mais seletiva, a partir da análise dos clientes que tomaram crédito e ficaram mais alavancados em recursos livres. E concedendo crédito naqueles perfis que são beneficiários das linhas do Plano Safra. De outro lado, continuamos a concessão de crédito com recursos livres, mas com mais parcimônia, com análise de risco mais estreita, mas sem redução da carteira. Nós já concedemos R$ 36,5 bilhões no nosso Plano Safra, um número em linha com o que tínhamos feito em 2024. Com essa linha de renegociação, entendemos que, no quarto trimestre, podemos ver um número maior de concessões e, por consequência, um número menor de novos produtores entrando em inadimplência.

Broadcast: A sra. já mencionou que o BB passaria a executar as garantias dos clientes inadimplentes. Esse permanece sendo o cenário?

Tarciana: Sim, até por uma questão de diligência. A gente tem um perfil de clientes que vai fazer a renegociação rapidamente, mas há alguns em que, infelizmente, vai ser preciso buscar a execução da garantia. É óbvio que vamos trabalhar para que não chegue nesse ponto.

Broadcast: No último dia 15, a sra. mencionou a possibilidade de acionar judicialmente escritórios de advocacia que orientem clientes agro a pedir recuperação judicial (RJ). Essa ainda é a estratégia?

Tarciana: Nós sempre estamos analisando. Eu não falei de escritórios sérios. Inclusive, até falei que a RJ é um instrumento legítimo para a proteção de credores e produtores, se usada de forma adequada. O que eu discordo é do uso inadequado da RJ. Nós vamos continuar trabalhando para combater a advocacia abusiva, junto à AGU, à OAB, ao CNJ, para que se tenha uma padronização de decisões.

Broadcast: Os bancos brasileiros já foram notificados pelo governo americano sobre o cumprimento das sanções previstas na Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Quais providências estão sendo tomadas pelo BB?

Tarciana: A primeira providência é cumprir à risca a lei do sigilo bancário, e não foi o banco que forneceu essas informações em nenhum instante. Temos tratado como sempre tratamos as questões de legislação dos países onde estamos inseridos, e os Estados Unidos é um deles. A gente observa as leis americanas, as leis dos países em que estamos, e a legislação brasileira. É importante entender quais são as sanções, qual é a abrangência das sanções. A gente é um banco, tem de ter diligência. Como em qualquer outra situação do cenário macroeconômico, microeconômico, ou dos 20 países em que estamos inseridos, é óbvio que temos de estudar. E estamos projetando cenários para todo o momento macroeconômico do mundo. Não diz respeito especificamente a uma situação, mas ao banco ter estudo de cenário e entender os próximos passos a serem dados. Principalmente, acho que o ponto de diligência não é só do Banco do Brasil, é de todos os bancos, do sistema financeiro como um todo. Com as pressões macroeconômicas do mundo como um todo – em um momento em que você tem guerras acontecendo, tem pressões comerciais de exportação entre países -, eu creio que todo sistema financeiro brasileiro está estudando cenários.

Fonte: Invest Talk BB

Estratégia do BB de restringir crédito ao agronegócio é “suicida”, diz sócio da Riza

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A leitura de que “o agro está quebrado” por causa da inadimplência é equivocada, afirma Paulo Mesquita, sócio da Riza. Ele cita que olhar para os “cerca de 3%” de default na carteira do Banco do Brasil (BBAS3) e concluir que todo o setor vai mal não condiz com o que se vê no dia a dia: “Tenho produtores que, na semana passada, compraram uma fazenda de R$ 1 bilhão. A maioria do agronegócio brasileiro ainda está bastante tranquila”, falou.

Ele foi o convidado no terceiro episódio do Raiz do Negócio – parceria entre o InfoMoney e The AgriBiz, a sua estrada entre o campo e a Faria Lima.

Estratégia suicida

De acordo com Mesquita, “até o meio do ano” houve um nível maior de inadimplência, mas que, “do meio do ano para cá”, houve acomodação. E o caso do Banco do Brasil, afirma, é específico: “Foram 100 anos financiando o agronegócio brasileiro e eu nunca tinha visto isso. Produtores com histórico de décadas chegaram em julho e não tinham limite [de crédito].”

Para Mesquita, “isso é uma estratégia suicida do BB”, pois expõe a instituição a uma maior vulnerabilidade em recuperações judiciais, já que, na maioria dos casos, a garantia é a hipoteca.

Ele acrescenta que bancos restringiram crédito ao setor, o que tirou liquidez e “forçou a inadimplência”. E grandes multinacionais, após resultados ruins em 2023 e 2024, também ficaram mais restritas. Com isso, “o produtor teve que refinanciar com dinheiro próprio e alguma coisa que veio do mercado”.

Estabilidade

Mesmo assim, Mesquita avalia que a situação do crédito “diminuiu consideravelmente” no segundo semestre e “tende a voltar para uma estabilidade”. A inadimplência, diz, “foi um pouco além da conta”, mas “está longe de indicar que o setor está com problema”. “Não foi algo absurdo.”

Ainda segundo ele, houve uma virada a partir da safrinha, descrita por ele como de produtividade altíssima “no Brasil inteiro”. Os preços do milho “estão remunerando bem” e a perspectiva para a soja de 2025 é “boa”: “Se a gente consegue fixar hoje a soja no Tocantins a 120 para a safra que vem, na hora que você olha o custo de produção e uma produtividade média, isso dá uma margem de 30% ao ano.” Para ele, “as margens do setor estão se recuperando” e “o próximo ciclo é muito positivo”.

Fonte: Infomoney