A dívida da 123 Milhas com o Banco do Brasil, seu principal credor, pode chegar a R$ 448 milhões, diz o relatório de uma auditoria que analisou as atuais condições da empresa. No total, a agência de viagens tem uma dívida estimada em R$ 2,4 bilhões.
Os valores estão na constatação prévia da empresa, feita por exigência da Justiça, que consiste na verificação das reais condições de funcionamento da empresa e da regularidade documental. Além do BB, outros seis bancos foram credores da 123 Milhas.
Do total devido ao BB, cerca de R$ 97 milhões foram oriundos de empréstimos. O restante foi adquirido por antecipações de recebíveis, uma espécie de adiantamento de lucros ou vendas realizadas a prazo, parceladas ou pré-datadas.
Além do BB, a auditoria ainda aponta dívida de cerca de R$ 20 milhões com o BTG Pactual, R$ 3 mi com o Inter, R$ 2,7 mi com o Santander e R$ 1,3 mi com o Safra.
No entanto, segundo fontes do mercado, a dívida da 123 Milhas com o BTG está menor atualmente e gira em torno de R$ 5 milhões, referentes a valores a receber de descontos de cartão de crédito.
Procurados pelo g1, os bancos e a agência de viagens não se manifestaram até a última atualização desta reportagem.
Nesta segunda-feira (13), ex-funcionários da 123 Milhas fizeram um protesto em frente à sede da empresa, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles alegam que não receberam a rescisão trabalhista desde quando foram desligados, em agosto.
A auditoria contabiliza que a 123 Milhas tem dívidas trabalhistas com 948 funcionários, totalizando um débito atual de cerca de R$ 17 milhões apenas com esses encargos. Na última semana, a Justiça desbloqueou R$ 23 mi da agência para que ela possa quitar esse saldo devedor.