A 123milhas tem dívidas de empréstimos bancários que somam R$ 115,8 milhões. A informação consta do relatório da CPI das Pirâmides Financeiras. Em nota ao UOL, a empresa reconhece a dívida e nega irregularidade nos balanços. O principal credor é o Banco do Brasil, que possui R$ 97,1 milhões a receber e não quis comentar o assunto.
De acordo com o relatório, a 123milhas era deficitária e insolvente desde 2019. Por este motivo, as dívidas com bancos teriam virado uma “bola de neve”.
O relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), ressaltou no texto que os balanços apresentavam resultados positivos, com consequente pagamento de dividendos aos sócios, mesmo com a dívida junto aos bancos superando a casa dos R$ 100 milhões.
O pagamento de milhões em dividendos para os donos da empresa foi confirmado por Augusto Madureira, sócio da 123milhas, durante depoimento à CPI.
O relator da CPI afirmou que os balanços eram alterados para permitir os empréstimos. O principal alvo das supostas maquiagens seria o Banco do Brasil.
O deputado Ricardo Silva escreveu que os recursos obtidos via empréstimos acabaram desviados pelos donos da 123milhas. “Dezenas de milhões de reais foram disponibilizados à 123milhas e acabaram desviados.”
Além de verificar empréstimos milionários, a CPI afirmou que a 123milhas consistia em uma pirâmide financeira. Quando o dinheiro acabou, a base da pirâmide ficou sem receber. Até o momento, 700 mil passagens não foram honradas e o número pode subir.
A 123milhas classificou as conclusões do relatório como descabidas. Acrescentou que sempre seguiu boas práticas e que adquiriu empréstimos como qualquer empresa.
A agência online de viagens informou que faturou R$ 6 bilhões ano passado e que as dívidas estavam num nível baixo comparado à quantia financeira que era movimentada.