Projeto que libera abertura de bancos aos finais de semana volta a tramitar

Publicado em: 18/08/2023

Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) se reuniram na segunda-feira (15) com o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT/AL), para tratar sobre o PL 1043/2019, que obriga os bancos a abrir as agências aos sábados, das 9h às 14h, e aos domingos, das 9h às 13h. O deputado Paulão é o novo relator do projeto.

“Trouxemos nossas preocupações e posicionamentos ao deputado e mostramos porque defendemos o arquivamento deste projeto”, disse o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira, o Jefão, que é o responsável da Confederação pelo acompanhamento das pautas de interesse dos trabalhadores em tramitação no Congresso Nacional. “Trata-se de um projeto pernicioso, que pode aumentar ainda mais a pressão por metas e o assédio sobre a categoria bancária, e, consequentemente, gerar ainda mais adoecimento de trabalhadores, que já sofre demais com as cobranças abusivas”, completou, ao lembrar que para a abertura em casos excepcionais, como feiras e eventos de negócios, ou situações emergenciais, são realizados acordos específicos para que bancários possam trabalhar em dias não úteis, sem que haja alteração na jornada de toda a categoria.

Jefão explicou ainda que a jornada da categoria é reduzida para que haja tempo de relaxamento para os trabalhadores, que desempenham suas tarefas em constante pressão, seja devido a cobrança abusiva de metas pelos gestores, seja porque manipulam grandes quantidades de recursos financeiros, o que gera sensação de insegurança e medo de assaltos. “A categoria é a que tem maior índice de afastamentos para tratamento de saúde, sendo os transtornos mentais o mal de maior incidência”, disse.

Segundo o autor da proposta, deputado David Soares (DEM/SP), o horário de funcionamento das agências, hoje, se sobrepõe à jornada de trabalho da maioria da população, sendo necessária a abertura das agências nos finais de semana.

O diretor de Administração e Finanças da Fenae, Marcos Saraiva, o Marcão, contesta a argumentação do autor do projeto e explica que a digitalização do setor bancário e o aumento das transações digitais é uma realidade que contempla a necessidade da população. E ressalta os prejuízos aos trabalhadores.

“Se o objetivo é melhorar o atendimento à população, deveria aumentar as contratações, colocar mais bancários nas agências. Na nossa opinião, a intenção da proposta é atender o interesse do mercado financeiro e aumentar ainda mais o lucro dos bancos em detrimento da saúde dos trabalhadores”, enfatizou Marcão.
Luta antiga

Desde 2019, quando o autor do projeto, apresentou a proposta, o movimento sindical bancário vem lutando contra sua aprovação, o que levou à retirada de pauta diversas vezes. “Queremos mais do que a retirada de pauta, queremos o arquivamento definitivo”, disse Jefão.

O dirigente da Contraf-CUT lembra, no entanto, que antes mesmo do PL 1043/2019, já houve diversas tentativas de aprovação de leis que autorizam a abertura dos bancos aos finais de semana.

Fonte: Contraf-CUT

Bancos podem perder 15% de receita de pagamentos até 2025, diz Accenture

Publicado em: 03/10/2019

A Accenture divulgou recentemente os resultados do seu estudo “Banking Pulse Survey: Two Ways To Win”. De acordo com o relatório, o crescimento dos pagamentos digitais e a concorrência de instituições não bancárias deverão ser responsáveis pela perda de até 15% da receita global de pagamentos dos bancos, o que representa US$ 280 bilhões.

Apesar da perda de espaço dos bancos, o relatório mostra que a receita global de pagamentos crescerá a uma taxa anual de 5,5%, saltando de US$ 1,5 trilhão em 2019 para mais de US$ 2 trilhões até 2025. Dessa forma, para se manterem competitivas, as instituições bancárias precisarão transformar seus atuais modelos de negócios, investindo em soluções tecnológicas e em serviços que agreguem valor aos clientes.

“Em vez de estar na vanguarda da nova onda do crescente mercado de pagamentos, os bancos estão sentindo a pressão da nova concorrência e vendo suas margens apertarem”, observa Gareth Wilson, líder global de pagamentos da Accenture. “Enfrentamos um mundo em que os modelos de pagamentos instantâneos, virtuais e gratuitos são inexoráveis, o que gera desafios para os bancos que não querem perder espaço nesse mercado. Mas também apresenta oportunidades de explorar um novo modelo de negócios baseado nesse avanço do digital.”

Para os próximos seis anos, a previsão é de que os bancos enfrentarão ainda mais pressão. No entanto, a pesquisa afirma que as instituições estão cientes dos riscos por conta da popularização dos novos modelos de pagamentos.

“O boom digital significará que os bancos precisam mudar fundamentalmente a maneira de pensar sobre a composição de receita”, explica Alan McIntyre, que lidera globalmente a prática bancária da Accenture. “Canais por meio dos quais os bancos outrora faturaram bilhões de dólares deixarão de existir. Para ter sucesso no futuro, os bancos precisarão desenvolver novos modelos de negócios digitais em escala, com pagamentos em um clique como nova norma e focados em oferecer experiências seguras, convenientes e práticas para o cliente”.

Para lidar com os desafios, 18% dos participantes do levantamento afirmam que a prioridade do banco atualmente é aumentar a segurança nas transações de pagamento de varejo. Além disso, 22% consideram que centros de inteligência artificial, robótica, machine learning e inovações em pagamentos são os principais recursos necessários para adaptar os seus sistemas.

Fonte: Computer World

Projeto na Câmara determina abertura dos bancos aos sábados e domingos

Publicado em: 01/05/2019

O Projeto de Lei 1043/19 obriga os bancos a abrir as agências aos sábados, das 9 às 14 horas, e aos domingos, das 9 às 13 horas. O texto é de autoria do deputado David Soares (DEM-SP) e tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Soares alega que as agências ficam abertas por pouco tempo e no mesmo horário de trabalho das pessoas, que com isso não conseguem ir ao banco. Com o funcionamento nos finais de semana ele espera resolver esse problema.

O horário de atendimento nas agências bancárias é regulado pelo Banco Central. O horário mínimo de expediente para o público é de cinco horas diárias ininterruptas, com funcionamento obrigatório no período das 12 às 15 horas, horário de Brasília. Não há atendimento ao público aos sábados, domingos e feriados; na segunda e terça-feira de Carnaval; no dia de Corpus Christi, no dia 2 de novembro e no último dia útil do ano.

Proposta semelhante (PL 9075/17) foi apresentada à Câmara na legislatura passada, encerrada em janeiro, mas acabou arquivada.

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Defesa do Consumidor; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Câmara dos Deputados