Presente nos 79 municípios do Mato Grosso do Sul com os serviços de assistência técnica para agricultores familiares que procuram melhorar a qualidade do solo, técnicas de plantio, produção e renda familiar, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) está em estudo junto ao Banco do Brasil para se tornar correspondente bancária e com isso agilizar o acesso às linhas de créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A segunda reunião para tratar do assunto foi realizada nesta quarta-feira (28), na sede estadual do BB, situada na Avenida Afonso Pena, Centro de Campo Grande. A primeira foi no dia 23 de junho, na sede da Agraer, no Parque dos Poderes. “Faremos um mapeamento dos 79 escritórios da Agraer quanto à necessidade e possibilidade de sermos um correspondente bancário. Estive conversando com a Emater do Mato Grosso, onde um trabalho similar vem sendo executado e acredito que, aqui, o trabalho terá um bom andamento”, afirmou a diretora-executiva da Agraer, Gisele Farias.
Na prática, os técnicos da Agraer serão colaboradores do banco no que se refere a trâmites burocráticos de preparação da documentação para aprovação de financiamentos no Pronaf. Contudo, esse acúmulo de funções não será voluntário, conforme explicou o gerente de Negócios do BB, André Risseto. “Não é simplesmente ‘terceirizar’ vocês, mas dar uma independência ao processo, ou seja, vocês passam a ser ‘donos do tempo’, pois estarão ainda mais inseridos no processo de liberação de recursos, além do que, a instituição terá uma remuneração sobre isso, caso o convênio seja firmado, como acontece no crédito de pessoa física em outras atividades do Banco”, informou.
Entretanto, o ganho maior nesse processo é compartilhado entre os três envolvidos no processo: instituição prestadora de assistência técnica (Agraer), instituição financeira (Banco do Brasil) e agricultores familiares. “Queremos suprimir os gargalos para acesso as linhas de crédito do Pronaf e atender com plenitude os pequenos produtores rurais. ‘O que eu vou conseguir transformar na minha regional e município?’, são perguntas que os técnicos da Agraer já podem se fazer enquanto agentes bancários. Ao produtor, a vantagem é que ele só precisará se dirigir a uma agência do Banco do Brasil para assinar o contrato quando o projeto for aprovado”, pontuou Risseto.
Em torno de uma mesa, os oito coordenadores regionais da Agraer, além de membros do Crédito Fundiário e da diretoria da Agraer, conheceram o aplicativo GeoMap Rural, do Banco do Brasil, uma ferramenta digital de georreferenciamento que permite aos técnicos e produtores rurais capturar e transmitir ao banco as coordenadas geodésicas de áreas de cultivo que serão financiadas, ou seja, um sistema para mostrar com precisão as medidas terrestres de uma determinada área.
O uso do aplicativo é obrigatório nas transações do banco para financiamento rural para o pequeno produtor, acima de 40 mil em custeio agrícola ou investimentos – formação de lavouras permanentes, reflorestamento, recuperação de pastagens, entre outros. “Se firmado o convênio, também está sendo considerada a necessidade de uma capacitação de nossos servidores para operação dos sistemas online liberados pelo Banco do Brasil. Sabemos que há alguns, no interior do Estado, que já detêm conhecimento, mas a grande maioria precisará desse acompanhamento”, observou o gerente de GDA da Agraer, Araquem Midon.
“Hoje cerca de 80% dos projetos do Pronaf são feitos pela Agraer. Nós reconhecemos a importância dessa instituição e esperamos até o mês de julho já estar com esse projeto materializado”, afirmou o superintendente do Banco do Brasil no Mato Grosso do Sul, Gláucio Zanettin Fernandes.Correspondente Bancário. Trata-se de uma empresa contratada por uma instituição financeira, autorizada pelo Banco Central, para servir de agente intermediária aos clientes que fazem uso de determinados serviços da entidade bancária contratante em questão.