Brasil tem o menor número de agências bancárias da série histórica

Publicado em: 03/02/2023

O Brasil fechou 394 agências bancárias em 2022. O país tinha 17.908 unidades em dezembro do ano passado, o menor número anual da série histórica do BC (Banco Central), iniciada em 2007. A diminuição foi puxada pelos principais bancos privados do país (Bradesco, Santander Brasil e Itaú), que encerraram as atividades de 377 agências. O BB (Banco do Brasil) instalou mais 3 unidades no ano passado, enquanto a Caixa Econômica Federal não fez alterações. Os bancos menores fecharam 20 unidades em 2022.

Os cortes nas estruturas físicas das empresas se devem à digitalização do setor financeiro. As modalidades de pagamentos e transferências reduziram significativamente a necessidade da ida de consumidores às agências bancárias. Um exemplo disso é o Pix, que, desde março de 2021, é o instrumento de pagamento mais utilizado no país –ainda que não movimente valores maiores que boletos e outras transferências interbancárias.

A ferramenta de pagamento instantâneo foi lançada em novembro de 2020 e se popularizou mais do que o esperado pelo Banco Central. O Pix acelerou o fim de parte das agências bancárias. Cinco anos antes, em 2017, o Brasil tinha 21.833 agências bancárias. Caiu 3.925 até 2022.

Depois da pandemia, os grandes bancos fecharam 2.563 unidades. Eram 17.920 em fevereiro de 2020. Caiu para 15.357 em dezembro de 2022. Só o Bradesco eliminou 1.599 unidades. O Itaú, 416.

DIGITALIZAÇÃO DO MERCADO

O mercado também aderiu aos bancos digitais que quase não têm agências. Um deles é o Nubank, que conta com 3 escritórios para funcionários e detém 70 milhões de clientes no Brasil, mais do que o Santander Brasil (62,03 milhões). Se somar a clientela de Nubank, Banco Original (47,99 milhões), Banco Inter (23,22 milhões), C6 Bank (22,91 milhões), há 163,2 milhões de contas cadastradas.

Em 2022, a instituição financeira que mais tinha agências bancárias era o Banco do Brasil, com 3.983 unidades. A estatal atende 74,1 milhões de clientes.  Já a Caixa tem 148 milhões de contas cadastradas, mas tinha menos unidades no ano passado: 3.372.

Saiba quais bancos têm mais consumidores em proporção ao número de unidades:
• Banco do Brasil – 18.600 por agência;
• Santander Brasil – 24.100 por agência;
• Bradesco – 35.800 por agência;
• Itaú – 38.300 mil por agência;
• Caixa – 43.900 mil por agência.

O QUE DIZEM OS BANCOS

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que as instituições financeiras estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, com maior utilização dos canais digitais, que oferecem mais comodidade.
Dados da federação indicam que o número de postos para atendimento bancário tem se mantido estável ao longo dos anos. Passou de 37.800 em 2020 para 37.500 em 2021.

“O avanço dos serviços digitais tem levado as instituições financeiras a contratar um grande volume de profissionais, especialmente em áreas como TI e segurança contra fraudes digitais, por exemplo”, disse a Febraban. Leia a íntegra do comunicado (20 KB).

• Banco do Brasil:

“O BB estuda continuamente as melhores soluções para equilibrar a capacidade operacional das suas dependências, buscando a melhor experiência para o cliente, resultando em maior satisfação, além de ter participação fundamental no crescimento econômico das praças onde atua. Nesse sentido, ajustes pontuais na topologia da rede BB são efetuados de forma constante, visando a adequação da força de atendimento nas dependências bancárias.”

“Além da contínua mudança do perfil e comportamento do consumidor observada ao longo do tempo, a pandemia impulsionou o uso de soluções e canais digitais, acelerando de forma exponencial a quantidade de adeptos às soluções de atendimento remoto, especialmente quanto às demandas transacionais. O Banco do Brasil busca estar disponível para seus clientes nos canais de sua preferência, seja de forma presencial ou remota. As unidades de atendimento presencial são constantemente adequadas para se adaptar à variação do volume de atendimentos realizados, de forma a estarem prontas para prestar atendimento de excelência aos clientes BB.”

• Bradesco:

O banco disse que possuía 2.871 agências em setembro de 2022, e que o número de dezembro será divulgado no próximo balanço. Leia o que disse sobre o mercado:

“O Bradesco tem promovido uma mudança estrutural em seu modelo de atendimento, transformando parte de suas agências em unidades de consultoria de negócios, tanto para investimentos como para empréstimos a pessoas físicas e jurídicas.”

Dentro desse processo de otimização, algumas agências passaram por uma adequação do seu tamanho físico e outras por uma fusão de unidades sobrepostas, como, por exemplo, aquelas localizadas a poucos metros uma da outra. A transformação do modelo de atendimento e otimização da presença física permite ao Bradesco maior eficiência na gestão de seus custos. Os clientes continuam contando com uma ampla presença física em todo o país.”

“O banco está presente em todos os municípios do Brasil através de sua rede de agências, unidades de negócios e correspondentes bancários que possuem a mais atualizada tecnologia financeira para prestação de serviços. Vale acrescentar que atualmente 98% das transações são feitas pelos canais digitais do banco.”

• Itaú:

“As agências físicas do Itaú Unibanco em todo o Brasil seguem cumprindo papel relevante como espaços mais humanizados de relacionamento e consultoria. O atendimento presencial continua sendo peça importante no processo de transformação pelo qual o banco passa e ocorre cada vez mais integrado ao digital – para que o cliente tenha um atendimento de qualidade por meio de qualquer um deles e defina, com base em suas próprias demandas, quando deve acionar um ou outro. Neste contexto, e diante do aumento da procura por atendimento em outros canais, como internet, celular e agências digitais, o banco avalia constantemente a adequação de sua rede de agências às novas necessidades dos clientes.”

• Santander Brasil:

“Para o Santander, a aceleração da transformação digital trouxe avanços no modo de servir um cliente que quer ser atendido com excelência como, quando e onde estiver. De 2019 a outubro 2022, o Banco registrou um crescimento de 56% no número de clientes que acessam algum canal digital (internet banking e mobile) – em média, são mais de 535 milhões de acessos on-line ao mês. Isso trouxe mais eficiência e comodidade aos consumidores, permitindo a readequação da rede de agências, abrindo espaço para a ampliação do atendimento remoto e da presença física do Banco no interior do Brasil, onde há potencial para receber novas lojas.”

“Em 2022, grande parte da redução no número de pontos de atendimento se deveu à consolidação de códigos de agências no Banco Central e não ao fechamento de endereços. Somente em 2021, foram abertas 120 lojas Santander e, até o final do terceiro trimestre de 2022, foram inauguradas 35.”

• Caixa Econômica Federal:
“A CAIXA está presente em mais de 99% dos municípios brasileiros, com 53,3 mil pontos de atendimento, sendo a instituição financeira com maior capilaridade no país.”

“A rede de atendimento do banco contava em 31/12/2022 com cerca de 4,3 mil unidades próprias de atendimento, sendo 3.372 agências e 926 pontos de atendimento. Em 2021, eram 4,28 mil unidades de atendimento (3.372 agências e 910 postos de atendimento); e em 2020, eram 4,17 mil (3.372 agências e 797 postos de atendimento).”

“O processo de abertura de novas unidades para a Rede de Atendimento CAIXA avalia, além dos critérios do banco comercial, a promoção da inclusão social, bancária e digital da população brasileira.”

Fonte: Poder 360

Brasil perde 5,8 mil agências bancárias em 7 anos; cooperativas dobram

Publicado em: 26/09/2022

O número de agências bancárias no Brasil atingiu um pico em março de 2015, com 23.154 unidades. Desde então, vem caindo de maneira praticamente ininterrupta até os dias de hoje. O dado mais recente do Banco Central, de julho, mostra que atualmente existem 17.348 agências no país, uma queda de 5.806 desde o pico, ou 25,1%. Enquanto isso, as unidades das cooperativas de crédito dobraram nesse período.

Há sete anos, as maiores redes de agências eram de: Banco do Brasil (BBAS3) (5.544), Bradesco (BBDC4) (4.654), Itaú (ITUB3; ITUB4) (3.847), Caixa (3.401) e Santander (SANB3;SANB4;SANB11) (2.641). Hoje os líderes são BB (3.984), Caixa (3.372), Bradesco (2.910), Itaú (2.617) e Santander (2.575).

Além das agências, existem atualmente no país 11.858 postos de atendimento (PA) físicos. Em março de 2015, eram 10.474, ou seja, houve uma alta de 1.384 (ou 13,2%).

Os PAs são estruturas mais simples, subordinados a uma agência, e que não contam, por exemplo, com serviços como câmbio, operações de tesouraria, fundos de investimentos para clientes qualificados, entre outros. Além disso, muitos não são abertos ao público geral, são pontos de atendimento dentro de determinadas empresas, repartições públicas, universidades, etc, destinados única e exclusivamente aos membros daquela instituição.

Com o avanço da tecnologia e a digitalização dos serviços financeiros – impulsionada pela pandemia – os grandes bancos vêm fechando agências, aproveitando a queda na demanda por atendimento físico para reduzir gastos. Muitas são transformadas em PAs, que por ter uma estrutura menor – como não lidam com numerário, não precisam de cofre, porta giratória, entre outras coisas – exigem gastos bem inferiores.

Enquanto isso, as cooperativas vêm ampliando o atendimento presencial. Por não serem bancos, elas não têm agências. As unidades são chamadas de postos de atendimento cooperativo (PAC). Hoje, são 8.593 PACs, de 4.312 em março de 2015, uma diferença de 4.281 (alta de 99,3%).

A maior rede de PACs é do Sicoob, com 4.018 unidades. Desde 2020, o Sicoob já abriu 690 postos e deve entregar mais 100 ainda este ano. “O cooperativismo financeiro é um movimento essencialmente de lugar e proximidade, que preza pelo atendimento humanizado, até porque nas cooperativas as pessoas, por definição, são mais importantes que o capital, e o lucro não faz parte dos objetivos. Como o usuário dos serviços é também o dono da organização, suas expectativas e preferências sobre acolhimento e tratamento devem ser atendidas sem restrições”, diz Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob.

Fonte: Valor Investe

 

BB e CEF precisam rever decisão de fechar agências no interior, diz senador

Publicado em: 19/08/2021

Em pronunciamento nesta quarta-feira (18), o senador Rogério Carvalho (PT-SE) pediu que os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal revejam a decisão de fechar agências bancárias em cidades do interior do país.

Segundo ele, por causa dessa medida, muitas pessoas são obrigadas a se deslocar para outros municípios, em viagens de até 60 quilômetros, para ter acesso às agências dessas instituições.

— Esses bancos têm um papel fundamental na economia das cidades pequenas do interior do Nordeste. Têm um papel social fundamental. Essas cidades vivem da agricultura familiar. O Banco do Brasil tem um papel importante no financiamento agrícola. A Caixa Econômica Federal tem um papel fundamental na destinação dos benefícios sociais de todas as naturezas, além de ser o banco responsável pela linha de crédito para a habitação popular — ressaltou.

Fonte: Agência Senado

 

Dez agências bancárias são autuadas por descumprirem ‘Lei das Filas’ em João Pessoa

Publicado em: 03/04/2019

A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) emitiu 10 autuações a seis agências bancárias da Capital, na ação de fiscalização aos bancos para cumprimento da Lei das Filas. A operação, que iniciou na última terça-feira (2) e se estenderá até a próxima semana, vai percorrer, em rodízio, os bancos públicos e privados.

A equipe de fiscalização do Procon-JP está em ‘visita’ diária aos bancos para cumprimento da Lei das Filas, que tem perído de atendimento previsto na lei municipal 8.744/1998 e na estadual 9.426/2011: até 20 minutos em dias normais, 30 minutos em dias de pagamento de funcionários públicos municipais, estaduais e federais, e em 35 minutos em dias atípicos, como véspera e o dia seguinte a feriados.

A Secretaria também está lavrando auto de constatação para os consumidores. Como explica o secretário Helton Renê, o auto de constatação funciona como uma anotação da hora do atendimento direto no caixa. “Alguns agências bancárias não estão fornecendo a senha da hora de chegada ao consumidor que vai ser atendido nos caixas. Nossos fiscais estão fornecendo o auto de constatação a quem estiver na fila”.

É prova

Quanto ao auto de constatação, o titular do Procon-JP chama a atenção do consumidor para o documento porque ele serve como prova de abertura de reclamação no Procon-JP e também de uma possível ação na Justiça, caso o consumidor constate o descumprimento da legislação e deseje levar o caso adiante. “O consumidor tem que entender que deve usar todas as instâncias que tem à disposição, a exemplo do Procon-JP e da Justiça. Mas, para que a punição possa ocorrer, ele tem que denunciar”.

Sanções

De acordo com Helton Renê, o descumprimento da legislação prevê pagamentos de multas e até o cancelamento do alvará de funcionamento da agência bancária, caso haja uma terceira reincidência. “O tempo que está previsto nas leis municipal 8.744/1998 e na estadual 9.426/2011 deve ser cumprido pelos bancos sob pena de sofrerem sanções. Vamos continuar a operação de fiscalização até cobrirmos, pelo menos, as agências mais reclamadas no Procon-JP”.

Fonte: WSCom

Fusão entre BB e Caixa entra na lista de Temer

Publicado em: 29/06/2017

Nesta semana, sites de notícias nacionais divulgaram que o governo de Michel Temer (PMDB) estuda a possibilidade de fusão entre a Caixa e o Banco do Brasil. As informações são de que estão sendo retomados estudos iniciados nos anos 90 para tornar a Caixa uma instituição menor, com foco no crédito imobiliário. Todas as demais operações seriam transferidas para o BB.

Apesar do silêncio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do atual presidente da Caixa, Gilberto Ochi, sobre o assunto, a notícia não pode ser descartada uma vez que Michel Temer tem anunciado diversas medidas que ameaçam as estatais, como a privatização da Caixa.

“Cada banco cumpre um papel diferenciado e temos que manter os dois bancos, que são necessários e vitais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A Caixa é uma empresa forte, altamente rentável, com 155 anos de história e consolidada no mercado. Hoje, a Caixa é o segundo maior banco do país e tem um importante papel na execução de políticas públicas na área de habitação, saneamento básico, entre outras. Mais do que nunca é preciso manter os trabalhadores bancários e a sociedade mobilizados para barrar essa destruição do nosso patrimônio”, enfatiza a diretora do Sindibancários/ES e bancária da Caixa, Rita Lima.

Responsável por administrar os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), entre outros programas de estímulo ao desenvolvimento econômico do país, o Banco do Brasil possui hoje mais de 5 mil agências espalhadas pelo país. Para a diretora do Sindibancários/ES e bancária do BB, Goretti Barone, a fusão com a Caixa irá enfraquecer as duas empresas.

“Embora nos últimos anos tenha tido uma atuação voltada para o mercado, o BB tem um papel fundamental no desenvolvimento do país, por meio da concessão de empréstimos às pequenas e médias empresas e pequenos agricultores. Abrir mão desse papel é abrir mão de desenvolver os pequenos municípios, a agricultura familiar, entre outras importantes áreas. Temos que nos unir para resgatar o BB como um banco voltado para sua função de agente público financiador do desenvolvimento do país e impedir sua privatização”, destaca a diretora.

Com informações da Fenae.

Fonte: Sindibancários Espírito Santo