Com custo alto, Banco do Brasil vai rever rede de agências no exterior

Publicado em: 18/02/2021

Além de manter o plano de reestruturação doméstica, o Banco do Brasil (BB) vai rever a rede de agências mantida no exterior. A ideia é otimizar a atuação internacional, centralizando o atendimento nos locais de maior retorno.

As agências do exterior entraram na mira de André Brandão porque custam muito. Segundo o presidente do BB, a operação internacional tem peso equivalente à economia com o programa de desligamento voluntário que atingiu 5,5 mil funcionários e ainda tem um risco regulatório e operacional alto. Por isso, pode ser revista para que o banco mantenha o atendimento no exterior, mas “de forma mais centralizada e com uma estrutura mais enxuta”.

“Nós temos uma atuação tradicional no exterior, mas discutimos internamente que está na hora de rever”, disse o presidente do BB. “Vai passar por otimizar e centralizar em alguns blocos”, acrescentou, o executivo, que pretende detalhar o assunto na próxima apresentação de resultados do BB.

Segundo Brandão, o foco da reestruturação externa ainda está sendo estudado. Porém, passa por centralizar o atendimento nos locais relevantes para o comércio exterior das empresas brasileiras e nos locais com muitos brasileiros residentes. O banco também pretende manter um centro de liquidez e pontos importantes na captação de recursos em moeda estrangeira. Assim, o programa de enxugamento deve preservar as agências dos Estados Unidos e do Japão.

A Anabb, no entanto, questiona a iniciativa. Afirma que a atuação internacional é lucrativa para o BB. “Faltam, ao Banco do Brasil, estratégias vencedoras. Basta olhar, por exemplo, que, enquanto os concorrentes avançam no agronegócio e na internacionalização, o BB recua”, criticou, em nota, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.

Analistas de mercado, por outro lado, veem a medida como um complemento do plano de eficiência do banco. Porém, acreditam que a questão política também pode afetar o desempenho da reestruturação externa. É que BB já avaliou o fechamento da agência que mantém na China, mas a medida pode “pegar mal e esbarrar no risco político” neste momento.

Fonte: Blog Correio Braziliense

Depois de Novaes, Brandão também fecha agências do BB no exterior

Publicado em: 20/11/2020

André Brandão assumiu a presidência do Banco do Brasil há dois meses com a promessa de reforçar a atuação da instituição no exterior, de forma a prestar um serviço de excelência aos brasileiros que moram e trabalham fora do país. Mas o que está se vendo é exatamente o contrário. Não por acaso, os funcionários do BB estão se sentindo traídos.

Nas últimas semanas, o Banco do Brasil acelerou o processo de fechamento do escritório de Milão e deve fazer o mesmo com o de Madri e com a agência de Paris, apesar da grande quantidade de brasileiros que vivem na Itália, na Espanha e na França. Os postos, dizem os funcionários, são lucrativos e reforçam a marca do BB na Europa.

O encolhimento do Banco do Brasil no exterior também passará pela redução das atividades em Lisboa e em Viena. Todos essas agências são tradicionalíssimas e funcionam como porta de entrada de importantes negócios de comércio internacional. Não está claro para os funcionários do BB o que quer Brandão, que diz uma coisa e faz outra.

O processo de fechamento de agências do BB no exterior começou na gestão de Rubem Novaes, considerado um dos piores presidentes que a instituição teve. De acordo com funcionários do Banco do Brasil, o desastre da administração de Novaes foi tamanho, que, mesmo sendo amigo dele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, celebrou a troca de comando no BB.

Falta transparência ao processo

Quem acompanha de perto a redução do Banco do Brasil no exterior garante que há muita coisa errada no processo, e que nada está sendo feito de forma transparente. Também trabalhos feitos por auditorias da própria instituição estão sendo relegados. “A pergunta é: o que o BB quer esconder?”, diz um funcionário do banco.

Em nota encaminhada ao Blog, o Banco do Brasil diz que “promove, desde o início do ano, processo de reestruturação de suas unidades no exterior com o objetivo de ganhar mais eficiência para sua atuação internacional e apoiar as atividades de comércio exterior dos clientes”.

O BB acrescenta que, “entre as mudanças, estão o reforço da atuação em praças que se mostram mais relevantes em nossa operação comercial e o encerramento em outras que apresentam menor retorno, como foi o caso dos escritórios comerciais de Milão e Madrid, cujas atividades serão absorvidas por outras unidades na Europa”.

Para o Banco do Brasil, “o apoio ao comércio exterior e às atividades comerciais dos nossos clientes no exterior continuam sendo prioritárias”. Assinala, ainda, que seu objetivo é “sempre aumentar a eficiência de sua operação”.

Fonte: Blog do Correio Braziliense