O Banco do Brasil reintegrou em seu quadros cinco dos sete auditores que foram afastados dos cargos acusados de “desvio comportamental grave e fraudes”. Pelas regras da instituição, eles ficariam afastados por um ano. Três assumiram cargos de executivos, com todos os benefícios trabalhistas, e dois retomaram cargos de gerência.
A reintegração dos auditores comprova, no entender de funcionários da própria instituição, que todo o processo de afastamento e demissão — dois executivos foram demitidos por justa causa e brigam na Justiça do Trabalho contra o BB — foi açodado. O entendimento é simples: se havia realmente algo errado, por que eles voltariam para o banco?
A reintegração dos auditores não encerra um processo aberto pela Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o caso contra o Banco do Brasil. O que se sabe é que a Corregedoria quer levar o processo contra o BB até o final.
Por enquanto, as investigações pela CGU sobre o afastamento e as demissões de auditores estão suspensas por meio da uma liminar obtida pelo Banco do Brasil. A instituição alegou à Justiça que o caso se trata de questões trabalhistas, não cabendo, portanto, à Controladoria se meter nesse caso entre patrão e empregados.
A CGU, contudo, não aceita esse argumento. Para a Corregedoria, o que se está investigando é se o BB seguiu os ritos normais do processo. Ao que tudo indica, houve muitas falhas na decisão de afastar e demitir os auditores. Se realmente tivesse havido “desvio comportamental grave e fraudes”, o banco não os teria reintegrado a seus quadros.
Além da CGU, o afastamento e as demissões de auditores em agosto de 2020 estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União. O procurador Lucas Furtado, representante do Ministério Público na Corte, vê sérios indícios de irregularidades no processo conduzido pelo BB.
Fonte: Blog do Correio Braziliense