Os funcionários do Banco do Brasil, ao lado dos seus sindicatos, fizeram nesta quinta-feira 27 de janeiro um ato em todo o país (Dia Nacional de Luta) para protestar pela implementação do teletrabalho (home office) e dos protocolos de segurança sanitária contra covid-19 e Influenza (H3N2); e contra a direção do BB, que vem priorizando as metas e o lucro em detrimento da saúde e da vida de clientes e trabalhadores.
Foram realizados atos em agências e centros administrativos por todo o país. Muitos funcionários usaram a cor preta em protesto contra a atitude negligente e negacionista da direção do banco.
Em São Paulo, os atos se concentram no Centro Empresarial São Paulo (Cenesp); no Prédio Verbo Divino; no Prédio Centro (SAC-BB); e em agências e departamentos do eixo da Avenida Paulista, onde também ocorreu uma atividade lúdica com uma atriz representando uma bancária com covid-19 sendo transportada em uma ambulância, a fim de chamar a atenção da população para o descaso do banco frente ao aumento de casos de Covid-19 entre os bancários. No final da manhã foi realizada uma manifestação virtual, no Twitter e demais redes sociais, com a hashtag #DiaDeLutaBB.
Em dezembro, mesmo diante do evidente cenário de aumento de transmissões da covid-19, a direção do BB insistiu em acabar com o home office. E, no início de janeiro, sem nenhuma negociação com o movimento sindical – e já com o número de infecções aumentando exponencialmente no banco, e de internações batendo recordes no Brasil –, o comando da empresa divulgou um novo Manual do Trabalho, sem o item que previa o encerramento do expediente em unidades, na hipótese de confirmação de trabalhador contaminado nas últimas 72 horas.
Justiça manda retomar home office no DF
A 22ª Vara do Trabalho de Brasília determinou que o Banco do Brasil faça a imediata alocação para o home office de empregados que estavam nesse regime de trabalho em 2021. Em decisão expedida na noite de quarta-feira (26/1), a juíza do Trabalho substituta Natalia Queiroz Cabral Rodrigues concedeu a liminar para assegurar o retorno de trabalhadores do BB ao modelo de serviço remoto. O Banco do Brasil tem 48 horas para atender à decisão, a partir da intimação.
A magistrada também determinou a suspensão do expediente presencial nas agências bancárias do BB em que forem confirmados casos de Covid-19. A decisão vale por dois meses e poderá ser revista após esse prazo.
“O período ora determinado [de dois meses] compatibiliza-se com a situação de saúde hoje presente no Distrito Federal e com a proximidade do feriado do Carnaval – que, segundo as autoridades competentes, deverá aumentar o número de casos”, escreveu a juíza na decisão.
A magistrada atendeu ao pedido do Sindicato dos Bancários de Brasília, representado pelo advogado Paulo Roberto Alves da Silva, do escritório LBS Advogados.
“A Justiça do Trabalho demonstra estar acompanhando o quadro de saúde pública desencadeado pela variante Ômicron, protegendo o valor fundamental que é a saúde e a integridade, em última análise, a vida do trabalhador”, disse Silva à coluna.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, disse à Grande Angular que há casos de empregados que continuam trabalhando mesmo com diagnóstico de Covid.
“O Banco do Brasil e a Caixa, alinhadas com o governo federal nesse negacionismo, têm negligenciado os protocolos, de forma que a gente localizou colegas com Covid trabalhando em ambiente presencial. Tem agência de 35 funcionários, dos quais 30 estão afastados. Isso inviabiliza o tratamento”, afirmou.
Em nota enviada à coluna, o Banco do Brasil disse que, quando for notificado oficialmente, avaliará a adoção das medidas cabíveis.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região com Metrópoles