A possível venda do BV, que pertence ao Votorantim e ao Banco do Brasil (BBSA3), para o PagSeguro (PAGS) animaram os mercados nesta quinta-feira (8).
Com a notícia, as ações em Nova York da PagSeguro fecharam em baixa de cerca de 8%. Mais cedo, após a divulgação da notícia pelo Brazil Journal, os papéis chegaram recuar 18,17%. O BDR da empresa despencou 7,7%.
O Brazil Journal citou duas fontes com conhecimento do assunto para afirmar que o valor do negócio seria de cerca de R$ 16 bilhões, R$ 8 bi só para a estatal.
Uma possível venda do BV poderia impactar diretamente o banco, já que o BB possui 50% de participação na empresa.
“Se verdadeira e concretizada, a negociação seria acretiva em múltiplos para os acionistas do banco”, aponta os analistas da XP Investimentos Marcel Campos, Artur Alves e Matheus Odaguil.
O trio argumenta que a venda melhoraria a sua base de capital, que vem travando o crescimento do payout de dividendos (40% ante a média da indústria maior que 50%) nos últimos anos.
“Caso a negociação se concretize, o banco poderia potencialmente aumentar seu payout e trazer um dividend yield interessante para investidores de 12% em 2022”, afirmam.
O Banco do Brasil tenta vender sua participação no BV há pelo menos dois anos. O BV chegou a encaminhar neste ano um pedido para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO), mas cancelou o pedido em abril.
Em comunicado enviado à imprensa após o fechamento dos mercados, o BV negou a existência de negociações com a PagSeguro.
“O Banco Votorantim…, e seus acionistas, Banco do Brasil e Votorantim Finanças, negam as recentes notícias sobre a venda do BV”, afirmou a instituição.
“O BV e seus acionistas se mantêm engajados na sua agenda estratégica, buscando a diversificação em seus negócios”, completou.