O Banco do Brasil (BB) assinou um termo de entendimento com a Mapfre para reestruturar a joint venture no ramo de seguros, conforme fato relevante divulgado nesta terça-feira. O tratado, sem efeitos vinculantes, visa estabelecer as premissas para a celebração de acordos definitivos que regulariam a reestruturação societária e operacional das sociedades integrantes do atual Grupo Segurador BB e Mapfre.
Caso se concretize, o novo acordo prevê que as carteiras exploradas em conjunto pelo Grupo BB Seguridade e Mapfre seriam, no canal bancário do BB, vida, prestamista, vida produtor rural, habitacional, agrícola, penhor rural, residencial, empresarial, massificados e DPVAT. No canal affinity, essas mesmas carteiras poderão ser exploradas, desde que previamente acordado entre as duas partes.
Além disso, a Mapfre também exploraria sozinha, no canal corretor e affinity, as carteiras vida, prestamista, agrícola, auto, grandes riscos, residencial, empresarial e DPVAT. E no canal bancário do BB, as linhas auto e grandes riscos, com exclusividade, mas as condições para tanto ainda precisam ser definidas.
“A reestruturação da operação de seguros no Grupo Segurador BB e Mapfre está alinhada com a estratégia de simplificação da estrutura de governança e gestão das participações adotada pela BB Seguridade. Essa estratégia tem por objetivo aumentar a ênfase na comercialização de produtos de seguro no canal bancário, buscando aperfeiçoar os serviços prestados aos clientes do BB bem como a maximização na geração de valor para seus acionistas”, diz o comunicado.
O documento aponta ainda que a destinação dos recursos que poderão ser eventualmente liberados será posteriormente definida pela BB Seguridade.
Já havia especulações no mercado de que o BB poderia rever seu acordo com a Mapfre. Em novembro de 2017, quando da divulgação do balanço da BB Seguridade do terceiro trimestre, o presidente da empresa, José Maurício Coelho, foi questionado sobre o assunto e afirmou que discussões com os sócios acontecem o tempo todo, mas que não havia indicação de mudança na joint venture com a Mapfre.
Ainda assim, ele ressaltou que não estava satisfeito com o desempenho do segmento SH2, que engloba seguro automotivo e patrimonial. “Ninguém discute parceria de SH1 (que reúne seguro de vida, rural e prestamista), mas SH2 não tivemos o que imaginávamos. Não estou satisfeito com retorno do SH2, também é insatisfação do parceiro. Estamos tentando melhorar isso. Esse esforço continua”, apontou na ocasião.
A Caixa Econômica, que tinha um acordo de bancassurance com a francesa CNP Assurances, também decidiu recentemente terminar o esquema de exclusividade e está promovendo uma disputa para encontrar novos parceiros.
Fonte: Valor Econômico