Bancos aceitam, a partir de agora, boletos de qualquer valor, mesmo os vencidos

Publicado em: 07/11/2018

A partir de agora, todos os boletos bancários acima de R$ 0,01 poderão ser pagos em qualquer agência bancária, mesmo após o vencimento, desde que estejam registrados na Nova Plataforma de Cobrança (NPC) — sistema de liquidação e compensação desenvolvido pelas instituições financeiras e pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

No 13 de outubro, a rede bancária deixou de aceitar os boletos de valor igual ou acima de R$ 100 que não estivessem cadastrados na base de dados da ferramenta. Por outro lado, os que foram registrados passaram a ser aceitos em qualquer banco, mesmo depois de vencidos.

No último sábado, dia 27, a mesma regra foi aplicada às cobranças entre R$ 0,01 e R$ 100. A última etapa da implementação vai incluir os boletos de pagamento de cartão de crédito e de doações. Estes deverão estar registrados na nova plataforma até 10 de novembro.

Até agora, 63% dos quatro bilhões de documentos emitidos anualmente no país já estão incorporados ao sistema. Restam as cobranças de cartão e doações, que correspondem aos 37% restantes, segundo a Febraban.

O que fazer se cobrança não estiver cadastrada

Se os boletos não estiverem cadastrados na base do novo sistema, os bancos vão recusá-los. Se isso ocorrer, o pagador deverá procurar o emissor do boleto para quitar o débito ou pedir o cadastramento do título.

Segundo a Febraban, a nova ferramenta evita o pagamento, por engano, de algum documento já quitado. O número de fraudes também tende ser reduzido, uma vez que as cobranças deverão conter informações do emissor e do pagador.

O comprovante de pagamento, segundo a Febraban, ficou mais completo, apresentando todos os detalhes do boleto, como juros, multa e desconto, assim como o CPF ou o CNPJ do emissor e do pagador.

Fonte: O Globo

Brasileiro economizaria se trocasse tarifa bancária por pacote básico

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Para ter uma conta em banco, o brasileiro paga uma tarifa mensal que lhe dá acesso a um determinado pacote de serviços. Porém, a esmagadora maioria não utiliza tudo o que está incluso na cesta. Segundo pesquisa do aplicativo de educação financeira Guiabolso, 99% dos clientes economizariam se trocassem suas cestas bancárias atuais pelo chamado pacote essencial gratuito e pagassem separadamente por operações avulsas.

A conta de serviços essenciais foi regulamentada pelo Banco Central em 2008. Por lei, todo banco deve oferecer a clientes a opção de uma conta corrente sem qualquer custo que inclui cartão de débito e segunda via, dez folhas de cheques por mês e a compensação de cheques, quatro saques, dois extratos, duas transferências entre contas na própria instituição por mês e consultas pela internet. A modalidade poupança prevê dois saques, duas transferências para contas de depósito de mesma titularidade e dois extratos dos 30 dias anteriores.

Para verificar se a migração para a “conta grátis” valia a pena, a pesquisa do Guiabolso avaliou, por um mês, o comportamento de mais de 93 mil usuários dos cinco maiores bancos do País – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa. Como os usuários dão acesso ao aplicativo a seus extratos bancários, foi feita uma comparação do valor que a pessoa desembolsa mensalmente na tarifa com a soma do custo unitário das operações que o cliente efetuou no período e que extrapolam o pacote essencial. Fora das cestas, um TED ou DOC, por exemplo, custa perto de R$ 9; já um saque, R$ 2.

“Os consumidores pagam por um pacote, mas não usam tudo o que ele oferece. Assim, na maioria dos casos, gastariam menos se utilizassem o serviço essencial e pagassem por transferências ou saques avulsos, por exemplo”, diz Thiago Alvarez, presidente do Guiabolso. O aplicativo tem 4,5 milhões de usuários.

A pesquisa também verificou que, entre os clientes que gastam com cesta bancária, 39,22% pagam até R$ 20; 34,60% desembolsam entre R$ 20 e R$ 40 e 26,18% pagam acima de R$ 40 – ou seja, um a cada quatro clientes.

Numa segunda parte da pesquisa, foi selecionada uma amostra para verificar a percepção dos clientes sobre as tarifas bancárias. Do total, 43% dos usuários afirmaram não saber quanto pagam na cesta de serviços. Porém, mesmo entre os que disseram saber, 37% dos consumidores erraram a quantia gasta.

“Muita gente não sabe o quanto paga na tarifa bancária – e, menos ainda, que existe um pacote essencial gratuito”, diz Alvarez. “Mesmo que a pessoa saiba quanto gasta, precisa olhar os serviços que efetivamente usa todo mês, saber quanto os preços avulsos, comparar as cestas… Isso dá trabalho”, observa.

Para auxiliar seus usuários, o Guiabolso lança hoje uma campanha ao longo de duas semanas para alertar os que economizariam reduzindo o pacote bancário. “O aviso vai aparecer numa aba dentro do próprio aplicativo, para avisar se o usuário paga por uma tarifa que não usa e já indicando como ele pode negociar com o banco”, diz o executivo.

Negociação

Foi ao perceber o gasto excessivo com tarifa que o gerente de planejamento Fernando Jabor, de 28 anos, resolveu negociar um pacote mais barato com seu banco. “Eu pagava quase R$ 50 por mês, o que dá R$ 600 no ano”, diz ele, que trabalha numa empresa de cobrança e recuperação de crédito. “Eu faço praticamente tudo pelo internet banking ou pelo aplicativo Por isso, a taxa não se justificava.”

Seu primeiro passo foi mandar uma mensagem vai aplicativo do banco. Depois do contato, foi dado a ele um número de WhatsApp para que ele desse continuidade à negociação com o gerente – a quem ele nem conhecia. “Chegamos a uma nova cesta que atende às minhas necessidades e custa bem menos – R$ 9,99 por mês”, diz.

Questionado pela reportagem sobre o pacote essencial gratuito, Fernando afirmou não conhecer a modalidade. “O gerente sequer mencionou essa alternativa”, diz. Depois de saber do que se tratava, ele afirmou que possivelmente a “conta grátis” não lhe serviria pela necessidade de transferências a outros bancos. “Mesmo assim seria bom ele ter falado, porque eu teria a opção de escolher.”

Livia Coelho, advogada e representante da Proteste, associação de defesa do consumidor, ressalta que todos os clientes têm direito à conta de serviços essenciais. “Mesmo quem já paga taxa pode pedir ao banco para migrar.”

Ela também observa que, por lei, o banco deve anunciar o pacote essencial em todos os seus canais. Caso se depare com alguma irregularidade, o consumidor pode fazer uma reclamação no SAC do banco ou recorrer ao Procon.

Tanto o BC como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disseram não ter informações sobre quantas contas de serviços essenciais existem hoje no País. Já os bancos alegaram que não divulgam esse dado. Em nota, as instituições afirmaram que estão em conformidade com as exigências do BC e que divulgam o pacote em todos os seus os canais.

Fonte: Terra

Empresas de criptomoedas criticam práticas de bancos em resposta ao Cade

Publicado em: 24/10/2018

O processo administrativo que tramita no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entra agora numa nova fase. O órgão terá de analisar as respostas enviadas – por e-mail – pelas empresas que negociam criptomoedas no Brasil.

Das 12 empresas notificadas pelo órgão regulador, 10 responderam ao questionário. Duas delas, a Coinbr (da Stratum) e a Bitcambio pediram um prazo maior, o que foi concedido. A punição por deixar de enviar o documento até o dia 19 era uma multa diária de R$ 5 mil, podendo chegar R$ 100 mil.

Essas respostas servirão para auxiliar o inquérito administrativo aberto pela Superintendência-Geral do Cade a fim de apurar se os bancos violaram possível conduta anticoncorrencial, prática vedada pela Lei 12.529/2011.

Braziliex, Profitfy, BitBlue, Walltime, Foxbit, Bitcoin Trade, E-Juno, Mercado Bitcoin, Atlas e Capital Digital Aberto (OTC) enviaram os questionários.

No início desse mês a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia oficiado dez exchanges e uma OTC. A empresa de arbitragem Atlas também foi oficiada.

As respostas apresentadas mostram a necessidade de se ter uma conta corrente para manter as atividades, pois toda transação é feita por transferência bancária. Nem todas as corretoras, contudo, tiveram contas encerradas pelos bancos. É o caso da Protiffy cujo problema maior foi a abertura de novas contas.

“Até o presente momento não foram esclarecidos quais os motivos que fundamentaram a recusa, em que pese nosso interesse em operar também com esses bancos”, afirmou a empresa.

Criptomoedas e contas negadas

A negativa na abertura de contas não é um fato enfrentado apenas pela Profitfy. Com uma petição concisa, a Atlas, por meio de sua advogada Emília Malgueiro, mostrou que passou pelo mesmo problema com os bancos Itaú, Citibank e JP Morgan.

“As recusas foram feitas sempre por telefone e não foram dadas justificativas pontuais. A não abertura das contas gerou prejuízos para a empresa consistentes em conseguir efetuar pagamento de salários de funcionários, no conseguir receber pagamentos dos clientes para aquisição de bitcoins, além de no conseguir realizar pagamentos de contas da empresa”, consta na resposta.

A Atlas teve sua conta encerrada pelo Banco do Brasil e pelo banco Bradesco. A advogada da corretora diz que o Banco do Brasil não vem cumprindo a liminar para que se abstenha de manter a conta fechada. O caso do Bradesco, apesar de ter parado na Justiça, não houve liminar concedida à corretora.

O caso do Banco do Brasil foi o que fez a Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain a promover esse processo administrativo que hoje tramita no Cade.

A Foxbit, numa petição de 103 páginas, a mais longa de todas as corretoras trouxe praticamente um dossiê sobre os casos. Nesse documento, a corretora relata que também teve negativa em abrir contas nos bancos Itaú e Santander.

Representada pela Diretora jurídica da corretora, Natália Garcia, além dos advogados do escritório IWRCF, a Foxbit relatou ainda que teve problemas com o Banco do Brasil e Bradesco que encerraram suas contas correntes. As contas foram reativadas graças as liminares concedidas pela justiça.

Igor Hjelmstrom Vinhas Ribeiro, CEO da Walltime, afirmou que já teve conta recusada pelos Bacos Itaú e Bradesco. No caso do Bradesco, a situação é um tanto curiosa pois a Walltime já tinha uma outra conta na instituição:

“Após o envio de toda a documentação solicitada a abertura da conta foi negada sem nenhum tipo de justificativa. Na época a Walltime já tinha uma outra conta aberta junto ao Bradesco”.

Edisio Neto, CEO da BitBlue, escreveu que apesar de não ter tido nenhuma conta da empresa encerrada, experimentou a negativa de abertura de conta o banco Santander. O motivo era o genérico “desinteresse comercial”.

Assim como a Atlas e a Foxbit, outras corretoras mantêm algumas contas abertas por força de liminares. Regina Kehdy, administradora da BitcoinTrade, afirma que já teve problema com o Santander, mas hoje a única conta que está aberta por decisão liminar é a do Banco do Brasil.

“No passado houve ação movida contra Banco Santander, que culminou em acordo entre as partes, uma vez que houve detalhado esclarecimento das políticas de proteção de dado, contra lavagem de dinheiro e outras regras de compliance da BitcoinTrade.”

A Walltime informou que teve contas encerradas nos bancos “ltaú (alegação: desinteresse comercial), Bradesco (alegação: desinteresse comercial), Banco do Brasil (alegação: decisão administrativa), Caixa Econômica Federal (alegação: supostas irregularidades nunca apontadas) e Agibank (alegação: desinteresse comercial)”.

Todas foram objeto de discussão na Justiça. Algumas delas tiveram liminares negadas. Das contas mencionadas, as que foram reabertas por liminar são da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Apesar de existir uma liminar para que o Banco Itaú reabra a conta da Walltime, a instituição até o momento não vem cumprindo a ordem judicial.

“O dano causado ao negócio é sensível e imediato: cada encerramento de conta corrente foi imediatamente seguido por uma diminuição substancial — em alguns casos superior a 30% — do volume negociado, e consequentemente do faturamento”, escreveu a corretora.

A Braziliex Moedas Virtuais por intermédio de seu advogado Evandro Camilo Vieira apresentou uma petição pela qual afirma que possui duas contas correntes ainda abertas “em razão de decisão judicial a título provisório”, sendo essas, uma no Banco Bradesco e outra no Banco Sicoob.

Essa exchange, entretanto, não teve a mesma sorte com sua conta no Banco Itaú, a qual foi fechada e após discussão judicial não foi reconhecido o direito da corretora em reativar a conta corrente.

A corretora E-Juno foi a única das que responderam o questionário do Cade, que afirmou não ter experimentado encerramento de contas correntes e tampouco de ter pedido de abertura de contas negado por bancos.

Atividades econômicas

Dentre os motivos apresentados pelos bancos que encerraram contas ou se negaram a abrir contas para as empresas criptoativos, estava a ausência de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) das exchanges.

As instituições financeiras afirmaram que isso traria a suspeita de prática de ilícitos e que “a falta de regulamentação do setor também aumentaria o risco para as instituições financeiras”. Essa alegação, contudo, foi rechaçada pela Superintendência-Geral do Cade.

O órgão regulador afirmou, por meio de uma nota técnica, que “a falta de uma classificação própria” no CNAE e “de regulamentação de um setor não o torna ilícito”.

“O mercado de corretagem de criptomoedas é um mercado novo e é natural que decorra um lapso temporal entre o surgimento de novos mercados e sua regulamentação”.

O fato é que as corretoras esclareceram que possuem sim CNAE. As empresas Atlas, Braziliex, Foxbit, Profitfy, E-Juno, Walltime e Bitblue afirmam por meio de seus representantes que exerciam “atividades e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários”. Essa espécie é catalogada na CNAE sob o nº 74.90-1-04.

A BitcoinTrade informou que a sua atividade econômica se classifica como “Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos não especificados anteriormente”, a qual é inscrita no CNAE sob a numeração 46.18-4-99.

Conhecendo os clientes

Um fator importante para que a corretora possa garantir a lisura de suas transações é estabelecendo algumas medidas de segurança a fim de se evitar o uso de criptomoedas para atividade criminosa como lavagem de dinheiro. Os bancos usaram do argumento de que as corretoras não estabeleciam tais medidas de Know your client/customer (KYC) e esse foi um dos motivos apresentados por eles para justificar o encerramento das contas correntes.

A questão, entretanto, é que todas as exchanges demonstraram usar critérios como requerer o CPF e RG, além de comprovante de residência desses clientes para que pudessem fazer qualquer transação.

Outro ponto que foi mostrado é que as transações ocorrem por transferência bancária, a qual não pode ser feita em contas de terceiros mas apenas dos clientes.

A Braziliex informou que as medidas necessárias para conhecer o cliente é feita “através da requisição de documentos e análise de conformidade, utilizando como base jurídica o direito brasileiro, europeu e orientações de organismos internacionais engajados no combate à lavagem de dinheiro”.

A corretora diz seguir em especial “as Recomendações FATFÍGAFI (Padrões Internacionais de Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e da Proliferação)”.

A Atlas afirmou que adota medidas de segurança como “receber apenas transferências vindas do sistema bancário (TED)” e “solicitar comprovante de origem para compras de bitcoin acima de R$40”.

Acesso ao restrito

Os advogados do escritório Demarest que representam o Banco Santander peticionaram no processo administrativo para ter acesso as informações restritas que apenas o Cade teria.

O grupo de advogados utilizou para tanto os artigos 6º e 7º da resolução 11/2014 do Cade, o qual institui o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) nessa autarquia federal.

De acordo com esses artigos os usuários externos, mediante credenciamento prévio, poderão visualizar os processos de acesso restrito em trâmite no órgão e assinar eletronicamente contrato, convênio, acordo e outros instrumentos congêneres celebrados com o Cade.

Para isso, é necessário que se faça solicitação numa petição específica, a qual é juntada ao processo administrativo que se busca ter acesso completo, bem como poder de assinar eletronicamente qualquer contrato com o órgão regulador.

O Demarest então apresentou uma petição solicitando o credenciamento dos advogados Paola Pugliese e Vinicius Hercos da Cunha.

Encerrando contas

As empresas que trabalham com criptomoedas têm enfrentado o encerramento de suas contas correntes desde 2015. Essa série começou com a luta Mercado Bitcoin contra o banco Itaú.

O caso chegou até ser discutido no Superior Tribunal de Justiça através do Recurso Especial 1696214/SP, pelo qual a ministra Nancy Andrighi foi voto vencido. Ela foi a única que votou a favor do Mercado Bitcoin e entendeu que os bancos agiram com abuso do poder econômico.

Fonte: Portal do Bitcoin

Começa mutirão para agilizar pagamento das perdas dos planos econômicos

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Desde o dia 22 de outubro, alguns poupadores que entraram na justiça pelas diferenças de correção da poupança dos planos Bresser, Verão e Collor 2 passaram a ter a oportunidade de participar de um mutirão presencial para agilizar o pagamento dos valores devidos. A ação está direcionada para os casos em que os bancos possuem a documentação completa das contas dos poupadores, independentemente da idade destes. Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander participam da iniciativa.

“Os bancos fizeram um levantamento dos casos que se encaixam no perfil e estão entrando em contato com os clientes para convidá-los a participar do mutirão. Após receber o contato da instituição financeira, o poupador precisará comparecer no dia, hora e local combinados para fechar o acordo, acompanhado de seu advogado”, explica Antonio Negrão, diretor jurídico da FEBRABAN.

O poupador deverá comparecer ao local do mutirão munido de documento original de identificação com foto (RG, carteira de motorista, carteira profissional, passaporte, etc.). O advogado deverá levar a carteira da OAB original, cópia de procuração com poderes para transigir, receber e dar quitação, comprovadamente juntada aos autos.

Em caso de poupador falecido, deverá ser apresentada cópia da certidão de óbito, cópia da procuração de todos os herdeiros e cópia da petição de regularização do polo ativo na ação do poupador.

A ação é fruto de uma parceria da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e da Frente Brasileira pelos Poupadores (FEBRAPO) com o Tribunal de Justiça de São Paulo e conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

O executivo chama atenção para o fato de que a plataforma digital (https://www.pagamentodapoupanca.com.br) segue como principal caminho para a adesão ao acordo relativo aos planos econômicos. O mutirão é apenas um caminho alternativo. “Os termos propostos para os acordos no mutirão são os mesmos daqueles previstos na plataforma.”

O acordo

Homologado em 1º de março de 2018 pelo Supremo Tribunal Federal, o acordo relativo às diferenças de correção da poupança dos planos econômicos Bresser, Verão e Collor 2, foi firmado pelo IDEC, FEBRAPO e FEBRABAN, com a mediação da Advocacia-Geral da União (AGU) e o acompanhamento do Banco Central.

A iniciativa coloca fim ao maior conjunto de ações tratando do mesmo tema na área de consumo em tramitação no Judiciário Brasileiro. Ela é um exemplo de que a mediação e a conciliação são mecanismos para resolver conflitos bem melhores do que as demandas judiciais, que são demoradas e custosas.

Para facilitar o processo de adesão ao acordo dos planos econômicos, foi desenvolvido o Portal Planos Econômicos. Dividido em três áreas, o Portal contém um site informativo, de livre acesso, sobre o acordo; uma assistente virtual, Ana, para tirar dúvidas dos usuários; e a plataforma de adesão (www.pagamentodapoupanca.com.br ).

Fonte: Febraban

Alta de financiamentos direcionados em 2019 depende de acordos políticos

Publicado em: 17/10/2018

O crédito com recursos direcionados dever crescer de forma “tímida”, mas sustentável no próximo ano, ao passo que uma expansão incentivada dependerá de acordos políticos entre o novo presidente e o Congresso Nacional.

Na visão de especialistas consultados pelo DCI, com base na expansão gradual da economia e da retomada recente da rentabilidade dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), o crédito com recursos direcionados deverá crescer de forma sustentável em 2019, após quedas expressivas em 2016, 2017 e 2018.

“Mas, quanto ao patamar da taxa de juros dos direcionados, isso dependerá do andamento das reformas fiscais no Congresso, se ficará entre 7% a 8% ao ano, ou se alcançará entre 10% a 12%. Um aumento da Selic [taxa básica de juros] está se formando”, aponta o professor de economia da Saint Paul Escola de Negócios, Mauricio Godoi.A o mesmo tempo, a indefinição política – antes da conclusão do segundo turno das eleições no final de outubro – traz dois cenários distintos sobre quais setores podem ser mais beneficiados ou não com o crédito direcionado. “Empréstimos subsidiados todo mundo vai querer e negociar com o Congresso”, afirma o professor da Faculdade Fipecafi, George Sales.

No cenário mais provável pelas pesquisas, de vitória de Jair Bolsonaro (PSL), pondera-se, que a bancada ruralista que apoia o candidato, pressionaria por manter seus benefícios tributários no crédito rural com recursos direcionados. “Há mesmo uma incógnita. Bolsonaro tem real chance de vitória, mas o programa de governo dele é mais liberal que ele”, comentou George Sales.

A contradição à qual o professor se refere está relacionada ao fato que o programa liberal do candidato prevê uma forte redução de incentivos fiscais, por outro lado, a corporação multipartidária do agronegócio que apoia Jair Bolsonaro possui forte representatividade no Câmara dos Deputados e no Senado. Na mira da retirada de incentivos fiscais, por exemplo, estão: as letras de crédito do agronegócio (LCAs), os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), as letras de crédito imobiliário (LCIs) e os recebíveis de crédito imobiliário (CRIs); instrumentos financeiros com a isenção do imposto de renda (IR) para investidores pessoas físicas utilizados para captar recursos a custos mais baixos para o financiamento imobiliário e do agronegócio. “Do lado fiscal, há uma necessidade de se retirar incentivos”, diz Salles.

Num outro cenário, com uma eventual vitória de Fernando Haddad (PT), a economista da Coface, Patricia Krause lembrou que o programa do partido prevê medidas para expandir o crédito dos bancos públicos e aquecer a economia. “Não há espaço fiscal para isso. No passado recente, isso impactou no aumento do endividamento do País”, diz.

De fato, entre 2009 a 2015 houve uma expansão muito robusta do crédito direcionado por meio dos bancos públicos – Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e em menor grau pelo Banco do Brasil, que possui acionistas minoritários. Para George Sales, uma expansão expressiva como aquela realizada no pós-crise global de 2008 não seria mais possível. “Não se tem mais dinheiro para um programa expansionista [como o proposto no programa do PT], quais serão as fontes de recursos para capitalizar os bancos públicos”, questiona o professor.

Num eventual governo de Fernando Haddad, a hipótese é de que a Caixa seria incentivada a dar mais crédito para o consumo e no financiamento imobiliário para fomentar a construção civil. E no caso do BNDES, a proposta conhecida até setembro era utilizar parte do excedente das reservas cambiais para capitalizar o banco federal e reativar obras de infraestrutura paradas. Solução de mercado Mas um caminho considerado mais viável – por causa do cronograma de devoluções de recursos ao Tesouro – é o do BNDES atuar via mercado de capitais. “O BNDES começou a levantar recursos através do mercado de capitais. O banco pode trabalhar com debêntures de infraestrutura no início das obras, e quando os projetos estiverem mais avançados colocar esses papéis no mercado”, exemplificou Salles.

Fonte: Jornal DCI

Gerentes de banco: de ‘vilões’ a objeto de cobiça do mercado de investimentos

Publicado em: 09/10/2018

Frequentemente classificados de vilões dos investimentos por “empurrar” aplicações pouco adequadas em busca de metas, os gerentes de bancos são agora cobiçados por novas empresas que competem com instituições tradicionais. Empresas como XP, Fiduc e Novi e escritórios autônomos têm contratado esses profissionais em busca de suas carteiras já “gordas” de clientes e conhecimento de produtos financeiros.

A favor na sedução, está o enxugamento dos bancos. Desde 2014, o número de vagas de gerentes de banco no Brasil encolheu em 24,8 mil, segundo dados do Ministério do Trabalho.

A XP tem sido a mais agressiva na estratégia. A corretora veiculou recentemente na internet campanha publicitária para converter profissionais de banco que estejam “precisando se reencontrar na carreira”. Ela quer que eles se convertam em agentes autônomos de investimento (AAI), que atuam por conta própria oferecendo produtos da corretora. De acordo com Caio Peres, chefe de expansão da XP, 2.200 dos agentes associados eram gerentes de bancos, ou 60% de sua base.

— No banco, ele desempenha funções que não quer desempenhar. Mas tem know-how, relaciona-se bem e gosta do universo de investimentos. É mais rápido fazer esse profissional entender nosso modelo do que um engenheiro. Cai como uma luva — disse Peres.

Os gerentes são parte relevante dos 332 mil profissionais com certificações CPA-10 e CPA-20 da Anbima, associação de instituições financeiras. Elas são exigidas de quem distribui produtos de investimento. Para atuarem como AAI, precisam ainda passar na prova da Ancord, associação de corretoras. Dos que fazem o exame, 60% vieram dos bancos, informou o vice-presidente Edgar Ramos Silva.

Queixa recorrente entre os profissionais que fizeram a transição de carreira era a necessidade de bater as metas de venda comuns nos bancos.

— Às vezes, o cliente nem tem condições de comprar o produto mas, por fidelidade, sente-se responsável por ajudá-lo. Acaba sendo moeda de troca — disse Nilton Ramos, ex-gerente de um grande banco de varejo que atua na Novi, de crédito com garantia.

Há cinco meses, Marcio Fabian deixou seus 14 anos em um banco de varejo alta renda para se associar ao Prosperidade Investimentos. Não foi o primeiro: o escritório de AAI fora fundado há dois anos por colegas de banco e tem hoje 20 ex-funcionários da instituição.

Renda média é de R$ 15 mil, diz corretora

Foi uma decisão difícil, que levou três meses para ser tomada, admite. Fabian estava em processo de promoção, ganhava bom salário e trabalhava em uma das principais agências, na Avenida Paulista. Mas se sentia desconfortável com a necessidade de bater metas, desde a abertura de contas até a venda de seguros:

— Muitas vezes não sabíamos se ficávamos do lado do cliente ou do banco.
Também pesou na decisão a limitação de investimentos que podia oferecer aos clientes, uma vez que a plataforma do banco não era aberta a produtos de outras casas. Fabian calcula que já tenha conseguido transferir 40 clientes do banco para sua nova casa, com tíquete médio de R$ 1 milhão. Mesmo assim, ele admite que, financeiramente, a mudança só se pagará em alguns anos. Este ano, deve ganhar 40% menos.

A renda do agente autônomo depende do seu desempenho, mas, em média, ganham cerca de R$ 15 mil mensais, disse Peres, da XP.

Na Faros Investimentos, com R$ 5,3 bilhões sob custódia na XP, 15 dos 40 assessores vieram de bancos, sobretudo do segmento private.

— Miramos gerentes que tenham na faixa de R$ 800 milhões a R$ 2 bilhões na carteira no banco, com a meta de convertermos pelo menos 20% disso — contou o sócio Samy Botsman.

Raphael Pimentel, de 33 anos, é um deles. Após oito anos como gerente do private de um banco estrangeiro no Rio, mudou-se há dois anos para a Faros, atraído, disse, pela meritocracia.

— Agora eu vou receber de acordo com o que produzir. No banco, você tem salário e comissões, mas o resultado não é transparente.

‘Conflito de interesse’

Mas se os gerentes são criticados pela oferta de investimentos inadequados apenas para cumprir metas, o modelo de agentes autônomos também não é poupado.

— O agente da corretora não se importa se o cliente assumir risco em excesso. Ele ganha por operação, e existem produtos que pagam mais a ele, sobretudo os mais arriscados. Isso cria outro conflito de interesse — disse Guilherme Baía, ex-superintendente de banco e, hoje, sócio da Fiduc.

A empresa é uma rede de planejadores financeiros que recebem 0,5% ao ano do patrimônio dos clientes trazidos para empresa (a Fiduc fica com outro 1%). A ideia é que eles não recebam nada de instituições financeiras, trabalhando exclusivamente para aumentar o capital do investidor. Operando há cerca de seis meses, já tem 150 sócios, dos quais metade era gerente ou superintendente de bancos.

— É um profissional superpreparado que, por razões exóticas à sua performance, como a consolidação dos bancos, está tendo que olhar para outras oportunidades — explicou o fundador Pedro Guimarães.

Segundo ele, quanto menor for a cidade, maior é a importância do ex-gerente na captação para a Fiduc, que está em mais de 30 cidades. Baía atuava em um banco público em João Pessoa e hoje foca na atração de investidores na Paraíba.

Marcio Fabian, da Prosperidade, disse ver sentido nas críticas contra o modelo das corretoras, mas considera a estratégia “um tiro no pé”.

— Se o assessor quiser ganhar muito dinheiro com produtos ruins, ele vai perder o cliente. É possível trocar o assessor com um simples clique — ponderou.

Fonte: Jornal O Globo

STJ livra bancos de indenizarem clientes por ações de golpistas

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Cada vez mais, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sido favorável aos bancos, negando indenizações a clientes por compras em lojas físicas feitas por golpistas — usando o cartão com chip e a senha pessoal da vítima — e por saques irregulares contestados pelos correntistas. A justificativa é que as fraudes são decorrentes de desleixo das vítimas com o sigilo de suas contas.

Recentemente, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu uma decisão favorável a um banco público, numa ação em que a cliente não reconhecia saques feitos em sua caderneta de poupança. No processo, houve inversão do ônus da prova. A cliente teve que provar que as movimentações foram realizadas por fraudadores, sob a justificativa de que “a responsabilidade da instituição financeira deve ser afastada quando o evento danoso decorre de transações que, embora contestadas, são realizadas com a apresentação física do cartão original e mediante uso de senha pessoal do correntista”.

Em outra decisão do STJ, publicada no mês passado, em favor de um banco privado, o juiz entendeu que a responsabilidade por um empréstimo no valor de R$ 40 mil e por saques na boca do caixa, realizados na conta de um cliente que estava internado num hospital, inconsciente, não era da instituição bancária. O julgamento concluiu que, como não havia documento informando ao banco que o correntista estava em coma, as transações foram feitas por parentes que tinha acesso ao cartão e à senha.

Segundo a advogada especialista em Defesa do Consumidor, Danielle Coimbra, quando a compra é feita com cartão e senha, mesmo sem autorização do cliente, fica configurada a culpa exclusiva do consumidor.

— No caso de perda ou roubo, a atitude imediata é fazer o registro na delegacia e informar o problema ao banco, por e-mail, solicitando o bloqueio. Se não houver essa comunicação, a instituição não é responsabilizada — disse Danielle.

Violência deve ser comprovada para reembolso

No ano passado, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu contra uma consumidora idosa que teve cartão e senha furtados ao deixar que estranhos entrassem em sua casa. Após a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo favorável a um banco privado — que alegava negligência da cliente, o STJ também acabou decidindo contra ela, ao não aceitar julgar o recurso.

Em situações de coação, como assaltos e sequestros, são necessárias provas – como imagens de câmeras de segurança da agência bancária – e uma perícia que comprovem a violência, para que o banco seja responsabilizado pelo valor subtraído. Já em fraudes virtuais, de acordo com a advogada, em que o número do cartão de crédito é usado para compras, as instituições bancárias ainda são condenadas a devolverem o montante.

— Quando é comprovado que houve atividade criminosa por parte de terceiros, tanto de fraudadores quanto dos próprios funcionários do banco, a instituição é responsabilizada — afirmou.

Modelo é passível de fraude

Na contramão do STJ, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), em decisão de setembro desse ano, entendeu que o chip implantado em cartões não elimina o risco de fraudes porque, à medida que há progresso na tecnologia dos bancos, a técnica dos bandidos também avança. No processo, o desembargador Fernando Cerqueira Chagas reconheceu que “é fato notório que os cartões, mesmo contendo chip, podem ser objeto de clonagem”.

Mesmo assim, a diarista Maria das Dores do Nascimento, de 48 anos, tenta desde o ano passado ser reembolsada por compras que não fez na internet.

— Quando a fatura chegou, vi que havia lançamentos num valor muito alto. Fiquei nervosa, fui à delegacia e procurei uma advogada — disse ela.

Por conta dos juros do rotativo do cartão de crédito, a dívida já se multiplicou exponencialmente e levou o nome de Maria das Dores para a lista de pessoas com nome sujo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em primeira instância, a diarista ganhou uma indenização no valor de R$ 8 mil, mas o Itaú recorreu da decisão.

O banco informou, por meio de nota, que investe fortemente em tecnologia de ponta para oferecer segurança e comodidade a seus clientes, e que o cartão Itaú com chip é totalmente inviolável, uma vez que utiliza processos para não permitir que seja clonado.

Em casos em que o consumidor fica com o crédito restrito na praça por conta da movimentação irregulares de terceiros, sendo descartada a negligência, explica a advogada Danielle Coimbra, além do ressarcimento do valor, o banco é condenado a pagar, também, danos morais ao cliente lesado.

O que dizem os outros bancos…

O banco Santander informou, em nota, que as transações efetuadas com cartão de crédito com “chip” e autenticadas com uso senha de pessoal do seu titular são fidedignas, ou seja, sem falha na prestação dos serviços e que compete, única e exclusivamente, ao titular do cartão zelar pela guarda do mesmo e preservar o sigilo da sua senha. Já o Banco do Brasil disse que conta com especialistas para avaliar cenários e identificar ameaças, desenvolvendo e disponibilizando informações, orientações e soluções de segurança gratuitas aos clientes, como o BB Code (solução que utiliza a tecnologia QR Code, para autorizar transações financeiras realizadas pela Internet), biometria e módulo de segurança, além de manter orientações de procedimentos seguros, que estão disponíveis na sua página .

Segundo o Bradesco, em casos de saques sob coação, como em um sequestro relâmpago, por exemplo, só há ressarcimento se o cliente possuir seguro, considerando as coberturas do produto contratado. A instituição oferece o Super Protegido, com cobertura até o limite do cartão e valor máximo de R$ 50 mil. Nesses casos também é necessário que o cliente apresente Boletim de Ocorrência. Em transações não reconhecidas pelo cliente, quando há confirmação de ocorrência de clonagem do cartão, o banco efetua o ressarcimento.

PARA LEMBRAR

Por meio de nota, o Procon RJ orientou os consumidores a buscarem, junto aos bancos, informações sobre horário, local e nome da loja onde o cartão foi usado, a fim de reconhecer ou não a compra, já que, como a razão social à qual a máquina do cartão está vinculada costuma diferir do nome fantasia da loja, podem ocorrer confusões. Se, mesmo assim, a pessoa não reconhecer a operação, pode buscar a Justiça com informações mais consistentes sobre a compra.

PARA SE PROTEGER

Para evitar que senhas e cartões caiam nas mãos de terceiros, as pessoas não devem informar dados pessoalmente nem por telefone. Também não devem anotar as senhas no verso do cartão nem em papel.

Na hora de digitar a senha no ato da compra uma loja, preste atenção se há alguém observando e proteja o teclado com a outra mão.

Fonte: Jornal O Globo

Bancos citam eleições como risco à estabilidade financeira, diz BC

Publicado em: 04/10/2018

Os bancos brasileiros apontam como um dos principais riscos à estabilidade financeira o quadro de incertezas diante das eleições presidenciais. O resultado faz parte do Relatório de Estabilidade Financeira, publicação semestral do Banco Central, que foi divulgada hoje (3).

A preocupação com riscos políticos teve frequência de citação de 67%, contra 71% na aferição anterior. Os bancos pesquisados declararam que o resultado das eleições, o programa do candidato eleito e as suas condições de governabilidade são fatores de riscos para a economia.

Paulo Souza, diretor de fiscalização do Banco Central, disse que há desconfiança do setor. “Toda vez que tem um cenário de eleição, o próprio sistema financeiro e tomadores [de crédito] param um pouco para saber qual vai ser o desdobramento. O risco político que eu percebo, claramente, que [os bancos] estão preocupados é em relação a quem vem a ser eleito, qual a reforma no aspecto fiscal, que vai ter impacto na taxa estrutural de juros”, disse.

“O sistema financeiro está capitalizado, tem liquidez. Mesmo com a redução da taxa de juros, aumentou a rentabilidade. Para eles conseguirem manter esse patamar de rentabilidade, a tendência natural é transferir essa liquidez para a parte de operação de crédito”, completou Souza.

Outro risco citado foi o cenário internacional. Subiu de 51% na última pesquisa para 76% no atual levantamento.

Aumentaram as preocupações com as tensões comerciais nas economias da Turquia e da Argentina.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que poderá reduzir o volume do comércio internacional e trazer reflexos para o preço de commodities e o nível de atividade mundial, também foi citada.

Segurança cibernética

Paulo Souza disse ainda que o Banco Central vai “acompanhar mais de perto” a política de segurança cibernética dos bancos no Brasil.

Apesar de esse cuidado já existir e de as ocorrências nesse sentido nunca terem afetado o mercado brasileiro, o BC editou norma para definir padrões de segurança. Os bancos que fizerem processamento em nuvem terão de comunicar ao Banco Central e informar eventuais incidentes.

O diretor da instituição destacou que o BC se antecipa ao avanço da tecnologia, que traz novas ferramentas bancárias e introdução de novos riscos.

“Isso levou a uma discussão internacional mais forte. O Banco Central está na vanguarda. Tendo em vista essa tendência de processamento em nuvem, que reduz o custo das instituições, especialmente em instituições pequenas, até reforça a sua segurança”, disse ele.

Fonte: Agência Brasil

Bancos e Justiça farão mutirão para acelerar acordos das perdas da poupança

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A adesão de poupadores ao acordo para restituir as perdas da poupança nos planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991) também poderá ser presencial. Problemas operacionais na plataforma online criada especialmente para essa etapa fizeram a Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com os bancos, sugerir a medida como uma alternativa aos poupadores.

A ideia é que sejam realizados mutirões em Tribunais de Justiça de todos os Estados. Em nota, a AGU informou que a logística dessa operação ainda será decidida. Uma reunião está marcada para a próxima terça-feira (9), quando detalhes devem ser divulgados. Mas a intenção é reforçar que a adesão presencial será um apoio à plataforma, que seguirá funcionando e sofrendo ajustes. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o primeiro mutirão será realizado em São Paulo, na segunda quinzena de outubro, com foco nos poupadores com documentação completa.

Em julho, GaúchaZH revelou que a burocracia vinha emperrando as adesões ao acordo pela internet. A Frente Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) relatou na ocasião que queixas chegavam de todo o Brasil indicando que muitos acordos não eram habilitados no sistema. A plataforma exigia, por exemplo, a digitalização de documentos que já estão nos processos, o que impedia advogados de concluírem a adesão.

Atualmente, o processo de inclusão no acordo está em sua 5ª fase, para poupadores com idades entre 70 e 74 anos – nascidos entre 1944 e 1948. Essa etapa deve ficar aos cuidados, preferencialmente, dos advogados dos beneficiados, já que informações das ações judiciais são solicitadas. Tudo ainda é, exclusivamente, por meio do portal do acordo. Mais de 1 milhão de ações em várias instâncias podem ser encerradas. Por isso, para facilitar o processo, os bancos acordaram receber os pedidos dos poupadores em lotes – 11 no total – de acordo com o ano de nascimento, a começar pelos mais velhos.

Quem tem direito aos recursos

Terão direito a recuperar as perdas todas as pessoas que moveram ações coletivas ou individuais para cobrar dos bancos valores referentes às perdas com os planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991). A expectativa é de que o acordo injete R$ 12 bilhões na economia.

No caso de ações coletivas, o acordo vale para poupadores que acionaram a Justiça até 31 de dezembro de 2016, dentro do prazo prescricional de cinco anos. No caso das ações individuais, vale para aquelas ajuizadas dentro do prazo de prescrição (20 anos da edição de cada plano). O pagamento será em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento do poupador.

Quando o poupador poderá aderir ao acordo?
1º lote – desde 22 de maio: nascidos até 1928
2º lote – desde 21 de junho: nascidos entre 1929 e 1933
3º lote – desde 21 de julho: nascidos entre 1934 e 1938
4º lote – desde 20 de agosto: nascidos entre 1939 e 1943
5º lote – desde 19 de setembro: nascidos entre 1944 e 1948
6º lote – a partir de 19/10/2018: nascidos entre 1949 e 1953
7º lote – a partir de 18/11/2018: nascidos entre 1954 e 1958
8º lote – a partir de 18/12/2018: nascidos entre 1959 e 1963
9º lote – a partir de 17/1/2019: nascidos a partir de 1964
10º lote – a partir de 16/2/2019: sucessores ou inventariantes de poupadores falecidos
11º lote – a partir de 18/3/2019: poupadores que tenham ingressado em juízo entre 1º/1/2016 e 31/12/2016
– Caso se perca o prazo do lote, será possível fazer a adesão nos lotes seguintes ou no prazo de 24 meses a partir do início das habilitações.

Fonte: Portal Gaúcha ZH

Bancos lucram mais em 2018, e só os privados retomam empréstimos, aponta BC

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O lucro dos bancos vem crescendo, de acordo com o Banco Central (BC). Entre os motivos citados pelo BC estão a queda no número de calotes, o aumento dos ganhos com tarifas bancárias e de cartões, além da redução dos gastos com empregados e agências.

No primeiro semestre deste ano, os bancos totalizaram R$ 47,1 bilhões em lucro líquido e pagaram a seus acionistas R$ 26 bilhões em dividendos. O lucro médio por mês foi de R$ 7,85 bilhões em 2018, uma alta de 12% em relação ao do ano passado, quando o lucro médio havia sido de R$ 7 bilhões.

Os dados fazem parte do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Banco Central. No ano passado, os bancos registraram lucro líquido de R$ 84,2 bilhões, 29,5% a mais que em 2016, e distribuíram R$ 47,4 bilhões em dividendos.

Só bancos privados retomam crédito

O relatório do BC também aponta que os bancos públicos comerciais vêm emprestando menos dinheiro há 32 meses. Desde novembro de 2015 até junho de 2018, a carteira de crédito dessas instituições vem encolhendo. Só nos últimos 12 meses, a queda foi de 6,14%.

O mesmo movimento é visto nos bancos públicos de desenvolvimento – caso do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 28 meses consecutivos de queda, desde março de 2016, com recuou de 13% só nos últimos 12 meses até junho.

Somente os bancos privados voltaram a registrar alta nos financiamentos acumulados a partir de janeiro deste ano. Em junho, o crescimento era de 3,75%.

Considerando todos os bancos, houve queda nos financiamentos por 34 meses seguidos, desde setembro de 2015. A queda chegou a 2,55% nos últimos 12 meses encerrados em junho.

Fonte: Uol

Bancos vão se tornar empresas de tecnologia, diz executiva da JP Morgan

Publicado em: 27/09/2018

O futuro do gigante financeiro J.P. Morgan depende, de muitas maneiras, da atuação de Lori Beer, que integra o comitê executivo do banco e se reporta diretamente ao CEO, Jamie Dimon. Como executiva-chefe global de tecnologia da informação (CIO) do grupo, Lori tem à disposição um orçamento anual de US$ 10,8 bilhões – quase o valor somado do lucro dos três maiores bancos privados brasileiros e o dobro do investimento em tecnologia do setor (R$ 20 bilhões) no Brasil em 2017 -, além de comandar um contingente de 50 mil funcionários, mais que duas vezes o número de empregados do Facebook e cerca de 60% do da força de trabalho do Google.

Em entrevista ao Valor, Lori desenhou um cenário de intensa transformação para os bancos e negócios financeiros. Para a CIO, tanto o J.P. Morgan quanto outros concorrentes globais começam a se ver também como empresas de tecnologia. “Isso já faz parte de nossa visão de negócios, do nosso ‘core business’.”

Dentro dessa visão, as instituições financeiras caminham para se tornar plataformas de serviços e produtos, com potencial até mesmo de concorrer com as gigantes de tecnologia. “Quando pensamos nas capacidades que temos, podemos nos transformar em uma plataforma e podemos fazer isso em uma escala incrível, em bases globais, então certamente estaremos olhando essas oportunidades”, afirma a CIO do J.P. Morgan.

Sobre as “fintechs”, Lori diz não enxergar as startups do setor financeiro como rivais ou se preocupar com a ameaça de disrupção. “Para nós, é uma oportunidades de oferecer uma experiência mais rica aos clientes”, seja por meio de parcerias ou aquisições, “se julgarmos que o modelo vai agregar diferenciais ao nosso negócio”. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Valor: Qual papel da tecnologia no modelo de negócio do banco?
Lori Beer: A tecnologia é um grande facilitador de nosso negócio. Pensamos na tecnologia na forma estratégica. No J.P. Morgan, 20% dos nossos 250 mil funcionários estão ligados à tecnologia e isso dá a dimensão de quão importante ela é dentro de nossa organização. Pensamos nossa estratégia em como vamos usar a tecnologia para nos relacionar e proporcionar uma grande experiência aos clientes.

Valor: Os bancos estão se tornando empresas de tecnologia?
Lori: Eu realmente vejo os bancos globais se tornando cada vez mais parecidos com grandes empresas de tecnologia. Não apenas pelo tamanho e escala que temos nessa área, mas também pela forma como trabalhamos. Cada vez mais, quando falamos do J.P. Morgan, pensamos em nós mesmos como um banco digital, movimentado por uma forte base de tecnologia. E a razão pela qual pensamos em nós mesmos com uma mentalidade de companhia de tecnologia é que temos a mesma característica e objetivo: o intenso foco em entregar experiências ao cliente. Se pensarmos em algumas das principais empresas do setor e suas habilidades de pegar suas principais capacidades e orquestrar uma nova experiência, parece muito com o que fazemos. Se olharmos para as contratações que estamos fazendo, temos recrutado ainda mais do que algumas companhias do setor de tecnologia.

Valor: O J.P. Morgan se preocupa com a ameaça de competição de gigantes de internet?
Lori: Nosso relacionamento com as gigantes de tecnologia funciona em duas vias. Em muitos casos nós temos parcerias com elas. Por exemplo, com a Amazon temos parcerias para prover serviços e produtos e também para oferecer capacidades de nuvem pública. Algumas companhias de tecnologia têm pensado de maneira quase fronteiriça com os bancos em termos de onde podem atuar. E certamente esses grupos têm considerado entrar nos limites do espaço dos bancos. Mas os bancos também podem seguir o mesmo caminho. Ao pensar nas capacidades que nós temos, podemos nos transformar em uma plataforma de produtos e serviços e fazer isso em uma escala incrível, em bases globais. Quando vemos como a tecnologia pode ser alavancada como plataforma, certamente estaremos olhando essas oportunidades ao longo do tempo.

Valor: O que a preocupa mais hoje em dia? Qual o grande risco para o negócio dos bancos?
Lori: Uma das coisas que constantemente pensamos é sobre segurança cibernética e proteção de dados, de privacidade. Hoje US$ 700 milhões são gastos todo ano para proteger nossos clientes e nós mesmos no ciberespaço. Ataques cibernéticos são uma ameaça atual e crescente e que estão sempre evoluindo. Quanto mais avançamos na digitalização, mais demandas criamos para proteger o ecossistema. Os cibercriminosos também estão avançando em suas capacidades e tecnologia então temos de ter múltiplas linhas de defesa.

Valor: Quais são as principais inovações para a área financeira nos próximos anos?
Lori: Em relação a tecnologias novas eu penso que inteligência artificial e todas as formas de aprendizado de máquina [machine learning] são aquelas para as quais vamos ver uma grande aceleração de uso nos próximos dois anos. São os fatores que vão proporcionar uma nova dimensão aos produtos e serviços. Além disso, vamos continuar a ver a evolução e uso cada vez mais crescente da nuvem pública. Entre as tecnologias emergentes, o blockchain é uma sobre a qual somos muito otimistas. Mas provavelmente vai levar ainda alguns anos [para se tornar viável].

Valor: Como o blockchain vai contribuir para o modelo bancário?
Lori: Há vários problemas que queremos solucionar com blockchain, e tem sido uma área foco para a gente. No blockchain, inicialmente, estamos focando não em substituir soluções que já existem, mas em fechar lacunas de tecnologia que ainda não temos. Nós lançamos alguns produtos, como uma rede interbancária de informações. Desse modo, podemos agilizar a forma como dividimos informações com outros bancos em pagamentos móveis ou transferência de valores internacionais. A rede interbancária de informações baseada em blockchain está substituindo processos manuais em que o emissor e o beneficiário têm de fazer inúmeros telefonemas para confirmar informações. O blockchain tem segurança e privacidade intrínsecas, então no sistema apenas as partes, por exemplo, eu e você, têm as chaves para destravar a informação.

Valor: A adoção do ‘open banking’, que permite a terceiros acessar informações e até sistemas das instituições financeiras, tem preocupado o J.P. Morgan?
Lori: Quando pensamos em open banking vemos como uma tremenda oportunidade. Muitas vezes o que os clientes querem é uma experiência. Então [com o open banking, modelo que dá o acesso de sistemas e informações da instituição a parceiros, como as fintechs] temos a habilidade de ter interoperabilidade e conectividade ao longo de uma série de produtos e serviços. Alguns bancos, incluindo a gente, pensam em ser a plataforma que vai prover essa interoperabilidade. Então vemos o open banking como uma maneira de facilitar e de ter melhor experiência de atendimento direto ao cliente.

Valor: E as fintechs? Ainda são vistas como um risco para o modelo das instituições tradicionais?
Lori: As fintechs acabam sendo mais uma parceria. Nós sentimos que as fintechs são uma importante parte do ecossistema que oferecemos. Trabalhamos com muitas startups, que, em primeiro lugar, também são nossos clientes em algum ponto, e essas empresas iniciantes são muito boas em oferecer uma experiência muito rica ao cliente. Mas elas também enfrentam o desafio de pensar um produto dentro da complexidade do cenário global ou operando em ambiente altamente regulado. E nós podemos trazer essa expertise para a mesa.

Valor: O J.P. Morgan planeja fazer aquisições de fintechs?
Lori: Se consideramos haver um diferencial competitivo podemos tomar a decisão de adquirir a startup, como fizemos com o WePay [de meios de pagamento]. Mas, em geral, o que fazemos é investir ou ter uma parceria. Nós criamos um programa de incubação chamado “fintech in residence”, porque temos visto fintechs lutando com problemas, como tamanho, escala e alguns graus de regulação. Então trazemos as startups em um estágio bem inicial para trabalhar com nossas lideranças e nossa área de tecnologia e, com isso, ajudar a desenvolver a ideia.

Valor: Como você enxerga o futuro dos bancos?
Lori: Nós pensamos em tecnologia como a forma como nos relacionamos com nossos clientes. Temos visto o crescimento da digitalização e da demanda por soluções digitais. Isso tem possibilitado aos nossos clientes uma experiência muito rica por meio de portais altamente personalizados. Obviamente isso leva ao uso de inteligência artificial e aprendizado de máquinas para dar escala a esse tipo de personalização. Nós temos usado as habilidades da Alexa [assistente virtual da Amazon, que usa inteligência artificial] conforme vemos o avanço de dispositivos realmente transformando-se em canais [de comunicação]. Outra coisa sobre tecnologia é como ela transforma nossos processos, por exemplo, deixando-os mais espertos e eficientes, com o advento da inteligência artificial e do aprendizado de máquina.

Fonte: Valor Econômico

Bancos eliminaram 2.245 vagas nos oito primeiros meses de 2018

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Os bancos eliminaram 2.245 postos de trabalho em todo o país de janeiro a agosto de 2018, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram 19.715 admissões e 21.960 demissões nos oito primeiros meses deste ano.

Os bancos múltiplos com carteira comercial (entre eles Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) foram responsáveis pelo fechamento de 1.363 postos no período. A Caixa eliminou 1.020 vagas de janeiro a agosto. Juntos, estes cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país e lucraram, somente no primeiro semestre de 2018, R$ 41,9 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Salários mais baixos

De janeiro a agosto, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.261, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.467. Ou seja, os admitidos entram ganhando 66% do que recebiam os demitidos. “Os bancos não lucram alto, como mostram os números dos seis primeiros meses deste ano, apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos”, enfatiza Erica de Oliveira, secretária de Formação do Sindicato.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 9.466 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e agosto de 2018 receberam, em média, R$ 3.551. Esse valor corresponde a 72% da remuneração média recebida pelos 10.249 homens (R$ 4.917) contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres também é verificada nas demissões. As 10.953 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.529, o que representou 75% da remuneração média dos 11.007 homens (R$ 7.400) desligados dos bancos.

“Se fizermos o recorte de gênero, as mulheres são ainda mais prejudicadas. Tanto as recém-admitidas quanto as que tiveram seu posto de trabalho fechado. Os bancários estão ganhando menos, e as mulheres menos ainda”, acrecenta Erica.

Faixa Etária

Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas, de janeiro a junho, 7.337 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, menos 9.582 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 4.660 postos no período.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Para diversificar receita, bancos apostam no setor de benefícios ao trabalhador

Publicado em: 20/09/2018

Os grandes bancos descobriram no setor de benefícios ao trabalhador um novo mercado para diversificarem suas receitas sem exposição de crédito e, de quebra, amarrarem os clientes corporativos. No radar, está um segmento com potencial de dobrar de tamanho em cinco anos, atingindo R$ 300 bilhões. Em uma ofensiva para abocanhar uma fatia deste mercado, o Itaú Unibanco se aliou à Ticket Serviços, do grupo francês Edenred, logo depois do anúncio do Santander Brasil que se uniu à bandeira de cartões Visa, aumentando, assim, a concorrência para a líder do setor, a Alelo, de Bradesco e Banco do Brasil.

Estimativas não oficiais indicam que o setor de benefícios ao trabalhador como um todo deve movimentar este ano algo em torno dos R$ 150 bilhões. Contribui, sobretudo, o movimento de diversificação que vem tomando este segmento, no passado mais focado no tradicional cartão alimentação, principalmente no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), e que passou a incluir também soluções de pagamento de transporte, saúde, educação e cultura. Soma-se a isso a mudança da lei trabalhista, que trouxe maior clareza no que tange aos benefícios ao trabalhador não serem considerados para efeito de pagamento de salário.

Embora tenha sido o último banco privado a fincar os pés no mercado de benefícios, o Itaú firmou parceria com a Ticket – no País há 42 anos e entre as três maiores deste segmento -, para se posicionar frente aos rivais. O banco adquiriu uma participação de 11% na controlada brasileira e garantiu exclusividade na oferta de produtos da francesa em seus canais. O valor do negócio não foi revelado.

Já o Santander, após anunciar a criação da Ben Benefícios, firmou parceira com a Visa, reativando a marca Visa Vale que tinha praticamente saído do Brasil quando BB e Bradesco compraram a parte da bandeira na empresa que na sequência originou a Alelo. “A enorme capilaridade dos grandes bancos deve contribuir para ampliar a base do mercado, levando em conta o tamanho continental do Brasil”, avalia a presidente da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), Jéssica Srour.

Só no setor de vales refeição e alimentação no âmbito do PAT, são mais de 22 milhões de trabalhadores atendidos. O potencial, conforme ela, contudo é bem maior, considerando o tamanho do País bem como os 13 milhões de desempregados existentes em meio à recente crise que o Brasil enfrentou. Um dos alvos de Itaú e Ticket, segundo o presidente da Edenred Brasil, Gilles Coccoli, é justamente esse contingente de brasileiros que pode voltar ao emprego formal com a retomada da economia.

Fonte: Época Negócios

Bancos apresentam proposta de reajuste salarial de 5%

Publicado em: 29/08/2018

Após dez rodadas de negociações, iniciadas em 28 de junho, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou no sábado uma proposta final aos bancários, com reajuste salarial de 5%, o equivalente a um aumento real de 1,18% sobre a inflação medida pelo INPC projetada em 3,78%. Os bancos se comprometeram também a manter todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para os empregados de bancos públicos e privados do Brasil. Se aprovada, a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será paga em 20 de setembro.

As negociações com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também garantiram a manutenção de todas as cláusulas dos acordos específicos, inclusive Saúde Caixa e PLR Social, destaca a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

A manutenção dos direitos da convenção para os cerca de 91 mil hipersuficientes também foi garantida. Esses trabalhadores ganham mais de R$ 11.291,60 e estariam expostos a negociar diretamente com os patrões.

O acordo proposto tem validade de dois anos. Assim, ficariam garantidas, até 2020, a manutenção de todos os direitos e a reposição total da inflação (INPC), mais 1% de aumento real, para salários e demais verbas em 1º de setembro de 2019. O Comando Nacional dos Bancários recomenda a aprovação das propostas da Fenaban, do BB e da Caixa.

Fonte: Valor Econômico

Bancos cortaram 2.445 empregos nos sete primeiros meses do ano

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Apesar do saldo positivo de 401 contratações em julho, no acumulado dos primeiros sete meses do ano os bancos já cortaram 2.445 postos de trabalho bancários. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que engloba Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – foram responsáveis pelo fechamento de 1.523 postos nos sete primeiros meses do ano. A Caixa eliminou 1.021 postos no período, em grande parte devido ao Programa de Desligamento de Empregados, lançado em 22 de fevereiro. Juntos, esses cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país.

“Esse saldo negativo de contratações, com 2.445 postos de trabalho cortados somente até julho, contrasta com o lucro dos bancos. Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, que já divulgaram seus balanços, apresentaram resultados no semestre bem acima do que tiveram no mesmo período de 2017, ano em que os cinco maiores bancos do país já tiveram lucros recordes. Não existe qualquer justificativa para tantos cortes. Os bancos, como concessões públicas que são, deveriam ter responsabilidade social e não colaborar com a já elevada taxa de desemprego do país”, diz a diretora do Sindicato, Marta Soares.

Marta lembra ainda que emprego é uma das prioridades dos bancários na Campanha Nacional 2018. “Queremos o fim das demissões e garantias contra a precarização das relações de trabalho das novas modalidades de contratação, permitidas pela reforma trabalhista, como intermitentes, por tempo parcial, autônomos e terceirização irrestrita.”

Salários mais baixos

Os bancos não lucram apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos. De janeiro a julho, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.233, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.526. Ou seja, os admitidos entram ganhando 65% do que os que saem.

Discriminação de gênero

Entre janeiro e julho, as bancárias mulheres foram contratadas com média salarial de R$ 3.506, o que equivale a 72% do salário médio dos bancários homens, que no mesmo período foram admitidos com média salarial de R$ 4.902. As bancárias desligadas recebiam, em média, R$ 5.556, equivalente a 74% do salário médio dos homens desligados, que ganhavam R$ 7.483.

“Na propaganda dos bancos tudo é lindo, pregam igualdade, valorizam as mulheres. Mas, na prática, pagam salários menores para mulheres, que ainda encontram maiores dificuldades que os homens para progredirem na carreira”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos retomaram 70 mil imóveis por falta de pagamento desde 2014

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Com a alta inadimplência nos financiamentos imobiliários provocada pela crise econômica, o número de imóveis retomados pelos bancos disparou nos últimos anos. Desde o início de 2014, as cinco maiores instituições financeiras do País retomaram R$ 11,5 bilhões em imóveis por falta de pagamento. O setor estima que essa cifra corresponde a cerca de 70 mil casas e apartamentos.

A inadimplência cresceu à medida que a crise elevou o desemprego e reduziu a capacidade financeira das famílias. Atualmente, os cinco maiores bancos têm o volume recorde de R$ 13,7 bilhões em imóveis à espera de um interessado — incluindo as unidades que já estavam no estoque —, cifra que cresceu 745% em quatro anos e meio.

Números nos balanços do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander revelam que, juntas as instituições tiveram aumento médio de quase R$ 2 bilhões no volume de imóveis retomados a cada ano entre 2014 e o ano passado. O ritmo continua forte em 2018 e, em apenas seis meses, bancos tomaram mais R$ 1,48 bilhão em casas e apartamentos de inadimplentes.

A líder no setor imobiliário, a Caixa, encabeça esse movimento, com cerca de 70% desse total de unidades retomadas. Em junho, eram cerca de 47 mil imóveis de clientes que, somados, valiam R$ 9,1 bilhões. Em 2016, o estoque era menos da metade: 23 mil unidades.

O mesmo fenômeno acontece nos concorrentes, ainda que com ritmo um pouco menos intenso. Desde o início de 2014, Bradesco, Santander e Itaú somaram, cada, cerca de R$ 1 bilhão a essa carteira. O BB teve aumento menos expressivo, com R$ 116 milhões no período.

“São números que chamam atenção. Se continuarmos observando esse movimento por mais um ou dois anos, poderemos ter um problema razoável”, avalia o professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, Rafael Schiozer.

O professor nota que o principal risco para os bancos é a queda do preço dos imóveis, o que reduz a possibilidade de a instituição reaver o dinheiro emprestado.

Velocidade

O presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo, Marco Aurélio Luz, explica que bancos normalmente retomam o imóvel em processos que duram de seis meses a um ano, mas há casos mais rápidos. Imóveis financiados pelo SFI (Sistema Financeiro Imobiliário) – acima de R$ 950 mil em São Paulo, Rio, Minas e e Distrito Federal e R$ 800 mil nos demais Estados — podem ir a leilão em 90 dias.

A retomada de imóveis financiados pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que têm valores abaixo dos limites do SFI, costuma demorar alguns meses a mais.

Esse esforço dos bancos em despejar os clientes rapidamente gera efeito positivo nos indicadores de inadimplência. Isso acontece porque, com a retomada do imóvel, a operação deixa de ser considerada “crédito inadimplente” e passa a ser um “ativo” do banco. A posse desses imóveis, portanto, acaba amenizando os indicadores de calote.

Segundo o Banco Central, o porcentual dos financiamentos imobiliários para pessoas físicas com inadimplência superior a 90 dias tem oscilado em torno de 2% desde o início da década. Ou seja, atrasos no pagamento são cada vez mais frequentes, mas o banco corre para liquidar a operação antes que isso seja visível na inadimplência.

Fonte: Portal R7

Bancos tiram terno e gravata para se aproximar dos clientes

Publicado em: 23/08/2018

A rigidez do quarteto terno, gravata, tailleur e salto está fora de moda nos bancos. Tradicionalmente usado como forma de transmitir credibilidade, o vestuário conservador das agências tem dado lugar a roupas mais informais.

Com o novo “dress code”, as instituições querem, além de motivar a equipe, deixar o cliente se sentir mais à vontade.

Ao mesmo tempo, os bancos tentam responder à concorrência das novatas do setor, as chamadas fintechs, que apostam em tecnologia e estruturas mais enxutas para vender proximidade do consumidor e atenção ao serviço.

Com mais de 200 anos, o Banco do Brasil lançou um guia de vestuário. No lugar de impor regras, no entanto, a instituição reforça que um estilo informal não é, necessariamente, um problema e que noções de bom senso podem ser relativas para uma instituição com mais de 4.000 agências e 100 mil funcionários espalhados pelo país. Isso inclui, segundo o Banco do Brasil, considerar que uma vestimenta formal pode intimidar certos públicos.

“No meu primeiro cargo de gerência, a primeira coisa que ganhei foi um terno. Paletó com gravata era o adequado, mas isso agora pode afastar alguns clientes”, afirma João Rabelo, vice-presidente de gestão de pessoas, suprimentos e operações do BB.

Terno e gravata, diz o banco, podem ser apropriados para certas ocasiões e regiões, mas não são obrigatórios. O que vale é a adequação.

“Uma funcionária que trabalha em uma cidade do agronegócio disse que faria mais sentido trabalhar de camisa, calça jeans e bota, porque é assim que o seu cliente se enxergava”, afirma Rabelo.

“As necessidades vão mudando, as características dos clientes também, e a gente precisa se adaptar. Principalmente no digital, os atributos são valorizados mais pela forma como o contato se dá e menos pelo vestuário”, diz Rabelo.

Nas agências digitais do Itaú, maior banco privado do país, o traje social ainda é recomendado, mas o jeans se tornou uma possibilidade, e a gravata, dispensável.

O Itaú flexibilizou seu “dress code” no fim do primeiro semestre para todos os 86 mil funcionários, inclusive aqueles das agências.

A esses, no entanto, é recomendado um “cuidado adicional”. Isso significa manter um traje social, mas sem a obrigatoriedade de gravata e paletó para homens e saltos para mulheres.

No Bradesco, às sextas-feiras, os empregados são incentivados a adotar uma atitude mais casual, e isso inclui deixar a gravata no armário.

“Vemos um processo contínuo, que é absorvido pelo cliente gradativamente. Muitas vezes, ele ainda gosta de ser atendido de maneira formal”, diz Glaucimar Peticov, diretora-executiva do Bradesco.

Tania Casado, diretora do Escritório de Desenvolvimento de Carreiras da USP, diz que a iniciativa dos bancos é positiva para funcionários, mas ressalta que a cultura organizacional das empresas não muda rapidamente.

“Os bancos são mais tradicionais que uma startup ou fintech, mas estão buscando alguma inovação. Do ponto de vista do empregado, oferecer essa liberdade de escolha é altamente positivo, mas alguns funcionários podem estranhar. Não vai funcionar em qualquer banco, algumas organizações têm mais facilidade para lidar com essas mudanças.”

Um risco, diz Casado, é haver exageros por parte dos funcionários. “Isso cria um problema lá na frente, caso a empresa tenha que voltar atrás na sua decisão.”

Fonte: Folha de S.Paulo

Veja salários de estagiário a gerente nos 5 bancos que mais lucram no país

Publicado em:

Juntos, os cinco maiores bancos do país lucraram 19,6 bilhões de dólares no ano passado, segundo dados do prêmio MELHORES E MAIORES da Revista EXAME. São eles: Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander.

Com os bons resultados em um momento difícil para o Brasil, se torna mais atrativo procurar por oportunidades de emprego dentro de grandes bancos. Para tomar uma decisão na carreira, 73% dos brasileiros consideram o saláriocomo um fator prioritário para escolher uma empresa, segundo pesquisa feita pela Love Mondays com mil profissionais.

O portal reúne mais de 1 milhão de avaliações e salários para 115 mil empresas. As informações são postadas de forma anônima pelos usuários e são acessadas por mais de 3 milhões de pessoas por mês.

Com os dados do Love Mondays, a reportagem de EXAME destacou a remuneração média para alguns cargos dos cincos bancos. Entre eles, o destaque fica com o trainee do Santander: embora a pesquisa mostre uma remuneração média de 5.830 reais para o cargo, o programa deste ano oferece salário de 6,2 mil reais. As inscrições estão abertas e recém-formados de qualquer curso podem se candidatar.

O banco mais lucrativo, o Itaú Unibanco, também tem vagas para trainee e estágio.

Confira os principais salários dos maiores bancos do Brasil:

Banco do Brasil.1

Banco Bradesco

Banco Caixa

Banco Itaú

Banco Santander

Fonte: Exame

Atraso no crédito corporativo pode afetar margem financeira

Publicado em: 15/08/2018

O atraso na retomada do crédito corporativo pode impactar a margem financeira dos grandes bancos. Com a maior parte da carteira fixada em negócios e o crescimento vindo de cortes de gastos e provisões, continuidade da alta depende de maiores empréstimos.

O movimento dos grandes bancos em relação às carteiras de pessoas jurídicas, por outro lado, já começa a se mostrar positivo. No segundo trimestre, Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú e Santander somaram R$ 949,6 bilhões nas concessões voltadas à crédito corporativo.

Apesar da queda observada em relação a igual período de 2017 (R$ 956,3 bilhões), três dos quatro maiores bancos do País tiveram, pela primeira vez, uma alta no financiamento às grandes empresas, motivo pelo qual os executivos já olham o futuro com maior otimismo.

A exceção foi o Itaú, que mostrou queda de 7,3% nessas concessões, de R$ 175,4 bilhões para um total de R$ 162,5 bilhões. “Mas quando consideramos o mercado de crédito e a emissão de títulos privados, as grandes empresas também avançam”, explica o vice-presidente de controles de gestão de riscos e finanças do Itaú, Caio Ibrahim.

Ele reforça que o mercado de capitais vem “preenchendo a demanda dessas companhias por recursos e, inclusive, tem diminuído o endividamento”. “Esse mercado é importante e será utilizado de forma crescente”, complementa o executivo. Ao mesmo tempo, parte dos avanços também vem da melhora no índice de inadimplência dessas instituições.

Enquanto o BB mostrou redução de 0,77 ponto percentual (p.p.) na comparação com o segundo trimestre de 2017 – de 4,11% para 3,34% –, Bradesco registrou queda de 0,98 p.p. (de R$ 4,9% para 3,92%); Itaú caiu 0,5 p.p. (de 3,9% para 3,4%) e Santander mostrou recuo de 0,1 p.p. (de 2,9% para 2,8%).

Para o analista do setor da Planner Corretora Victor Martins, porém, a falta de clareza quanto às eleições nos próximos meses ainda pode influenciar na tomada de crédito. “É preciso esperar mais um pouco para bater o martelo quanto à mudança de direcionamento, principalmente porque ainda há muita incerteza e o mercado deve se guiar pelo futuro nome da Presidência para as próximas decisões de crédito”, explica o especialista.

Ele comenta, ainda, que como as principais vertentes nas quais os bancos estão apoiando seus lucros atualmente “não virão tão fortemente em 2019”, com os níveis de inadimplência já em patamares normalizados e um limite plausível para o corte de custos, os bancos sentirão os impactos na margem financeira.

“O provisionamento deve vir em níveis similares ao que vemos agora e, caso o crédito continue avançando nessa velocidade, fazer a margem financeira crescer pode se tornar uma tarefa bastante difícil”, completa Martins.

Foco nas receitas

Enquanto a carteira de crédito expandida dos grandes bancos ainda não responde de forma significativa à lenta retomada tem sido nas receitas com tarifas e prestação de serviços e, principalmente no controle das despesas com provisões, o foco dessas instituições.

De um lado, a carteira expandida dos quatro bancos atingiu R$ 1,992 trilhão no segundo trimestre, uma alta de 3,2% em relação a igual intervalo do ano passado, de R$ 1,929 trilhão.
De outro, as receitas com prestação de serviços e tarifas dessas instituições, por sua vez, avançaram 8,9% na mesma base de comparação (de R$ 29,4 bilhões para R$ 32,1 bilhões), enquanto o volume passado a prejuízo caiu 22,6% (de R$ 17,9 bilhões para R$ 13,9 bilhões).

Segundo o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, apesar de o segundo semestre deste ano ainda “depender muito do andamento da economia”, as perspectivas são positivas para o faturamento com tarifas, serviços e emissão de cartões.

“Estamos com uma visão muito boa, não só de aumentar nossa base de clientes, mas esperamos que a estruturação da nova área de não correntistas possa alcançar os 40 milhões de pessoas que escolheram o Bradesco como banco e só não tem uma conta corrente”, afirma. “O foco principal é atender os interessados até mesmo em um novo relacionamento com o banco”, reforça Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil.

Demanda reprimida

Mesmo com os investimentos para aumentar a receita com tarifas e cortas despesas excessivas, a expectativa dos executivos, no entanto, gira em torno da vinda de uma “demanda reprimida” por parte dos empresários e do consumo.

O movimento, porém, só deve se torna significativo quando as eleições passarem e o direcionamento da próxima gestão presidencial seja dado. “Não vemos que, fora possíveis questões pontuais, o segmento corporate deva se destacar. Ele continua bastante afetado e é a demanda quem vai ditar o crescimento”, diz o diretor de relações com o mercado do Bradesco, Carlos Firetti.

“O controle de despesas e da provisão permitiu um bom primeiro semestre. O negócio de varejo e de pessoas físicas, em particular, continua a ganhar força”, diz o presidente do Santander, Sergio Rial. “Assim, apesar da volatilidade, estamos convictos que teremos um segundo semestre melhor”, conclui Caffarelli, do BB.

Fonte: Jornal DCI

Consórcios e cooperativas de crédito crescem no Brasil

Publicado em: 09/08/2018

O Banco Central informou, nesta segunda-feira, que os consórcios e as cooperativas de crédito estão entre as modalidades que mais cresceram, em 2017, no Sistema Financeiro Nacional. Segundo o BC, a participação das cooperativas aumentou 15%, superando a taxa de 10% verificada em 2016. Já os consórcios tiveram uma expansão de 7,7%.

“Esse crescimento é consistente com a Agenda BC+ de apoio a concorrência no sistema financeiro através da sua segmentação e proporcionalidade, que levam ao alivio no custo para instituições menores, através de menor complexidade regulatória”, destacou o Banco Central.

De acordo com a autarquia, o número de cooperados cresceu 8%, alcançando a marca de 9,6 milhões, com destaque para o forte crescimento, de 19%, em pessoas jurídicas. No fim do ano passado, havia quatro confederações, 35 centrais cooperativas, 967 cooperativas singulares e dois bancos cooperativos em atividade no país.

Ainda nas cooperativas, a inadimplência diminuiu de 4 % em dezembro de 2016 para 3,5% em dezembro de 2017. As captações cresceram aproximadamente 16%, compostas majoritariamente pelos depósitos dos cooperados, e o capital das cooperativas se mostrou suficiente para cumprir com folga as exigências mínimas estabelecidas pelas normas em vigor.

Em relação aos consórcios, a carteira de consorciados alcançou R$ 48,6 bilhões no ano passado. Em dezembro de 2017, havia 155 administradoras de consórcios, 18,1 mil grupos e 6,9 milhões de cotas de consorciados ativas.

Mais da metade dos consorciados ativos (53%) se concentra em cinco Estados (SP, MG, PR, BA e RS). A inadimplência em dezembro de 2017 recuou em relação ao ano anterior. O índice foi de 2,99%, com queda de 0,63 ponto percentual.

No segmento de imoveis, após uma redução observa em 2016, houve recuperação, com aumento de cotas vendidas, consorciados ativos, e contemplações. Foram comercializadas 276,9 mil cotas (alta de 20,2%), com o número de cotas ativas alcançando 851,1 mil (+6,6%), tendo sido contemplados 73,1 mil créditos (+4,3%).

Também se manteve crescente o consórcio de automóveis, que respondeu por praticamente metade do sistema, tanto em relação ao número de consorciados ativos, quanto de cotas vendidas. A quantidade de contemplações alcançou 566,9 mil créditos, com alta de 6,7%.

Os números foram divulgados pelo Banco Central em dois relatórios: o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e o Panorama do Sistema de Consórcio.

Fonte: O Globo

Bancos brasileiros lucram na alegria e na tristeza, diz a Economist

Publicado em:

Os bancos no Brasil prosperam quando o país vai bem e quando o país vai mal. O fenômeno chamou atenção da revista britânica The Economist, que publicou um artigo nesta terça-feira (02/08).

Passando pela hiperinflação dos anos 80 e 90, pelo tímido crescimento de 1% do PIB em 2017 e pelo corte de 2,6% para 1,6% da previsão de crescimento para 2018, o texto descreve a economia do Brasil como algo que “tende a extremos”. Enquanto isso, os grandes bancos do setor privado estariam prosperando independentemente dos cenários.

Essa “resiliência”, conforme aponta o texto, revela muito sobre o funcionamento da economia do Brasil. O setor bancário do país, afirma a revista, é especialmente concentrado — especialmente após o recuo do banco americano Citigroup e do britânico HSBC. Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e BNDES respondem por 82% dos ativos bancários e 86% dos empréstimos.

A revista destaca o papel do governo, que historicamente autoriza empréstimos em condições camaradas para uma minoria de empresas e setores e, ao mesmo tempo, permite altas taxas de juros no crédito ao consumidor, em empréstimos pessoais, cartão de crédito e cheque especial.

Fintechs como Banco Inter, Nubank e Creditas ajudam a tornar o setor bancário mais competitivo, diz a Economist. Com atrativos como novas poupanças ou créditos a juros menores, elas conquistam espaço enquanto buscam “incomodar” os operadores. A revista elogia ações do recentes do Banco Central (BC) para diminuir os custos de empréstimos, além do fim da concessão de empréstimos, por bancos estatais, com taxas subsidiadas.

Uma economia mais forte, por sua vez, poderia ser alcançada se as taxas de juros de longo prazo caírem e “se o próximo presidente estiver decidido a controlar as finanças do Brasil”.

Fonte: Época Negócios

Caixa e Santander possuem piores ouvidorias entre os bancos maiores

Publicado em: 02/08/2018

A Caixa Econômica Federal e o Santander possuem as piores ouvidorias entre as instituições financeiras de maior porte no País, indicou nesta terça-feira, 31, o “Ranking de Qualidade de Ouvidorias”, divulgado pelo Banco Central. Em uma escalada de zero a cinco, o índice da Caixa foi de 3,00 no segundo trimestre deste ano, enquanto o do Santander foi de 3,06. Quanto menor o índice, pior a ouvidoria.

O índice é formado a partir das reclamações registradas pelos cidadãos nos canais de atendimento do Banco Central. Na prática, são considerados aspectos como o prazo de resposta dos bancos às reclamações e a qualidade da resposta. Além disso, o indicador leva em conta a iniciativa dos bancos em aderir a plataformas públicas de resolução de conflitos com os clientes.

Na liderança do ranking de instituições com mais de 4 milhões de clientes, a Caixa apresentou prazo médio de respostas de 7,90 dias úteis, sendo que houve 91 reclamações a respeito da qualidade da resposta dada pela ouvidoria. No caso do Santander, o prazo médio de respostas foi de 10,69 dias úteis, com 43 reclamações sobre a qualidade da resposta.

A terceira pior ouvidoria, conforme o ranking, é do Banrisul, com índice de 3,17. Depois aparecem Bradesco (3,29), Banco do Brasil (3,34), Itaú (3,50), Banco CSF (3,72), Midway (3,87), Pernambucanas Financiadora (4,14) e Votorantim (4,43). O Banco do Nordeste, com índice de 4,94, possui a melhor ouvidoria, conforme o BC.

Instituições menores

Entre as instituições financeiras com menos de 4 milhões de clientes, a pior ouvidoria é a do Banco do Estado de Sergipe, com índice de 2,04. Depois aparecem Banco Triângulo (2,75) e PAN (2,93). A íntegra do ranking está disponível em https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/p/indiceclientes.

Fonte: Jornal do Brasil

Lucro dos bancos privados já soma R$ 28,8 bi no ano

Publicado em:

Com a economia andando de lado, o ItaúUnibanco, maior banco privado brasileiro, confirmou, ontem, ao divulgar lucro líquido recorrente de R$ 6,419 bilhões no segundo trimestre, com retorno sobre o patrimônio líquido de 21,6%, a posição privilegiada dos bancos na geração de lucros na economia. Com os R$ 6,169 bilhões do primeiro trimestre, o Itaú já acumula lucro de R$ 12,801 bilhões este ano. Um aumento de 3,7% sobre o mesmo período de 2017.

Considerando os R$ 10,263 bilhões de lucros acumulados pelo Bradesco, no semestre (19,8% a menos que o Itaú); e os R$ 5,791 bilhões do espanhol Santander Brasil, na primeira metade do ano, os três maiores bancos privados que atuam no Brasil garantiram às quatro famílias que os controlam R$ 28,855 bilhões. Esse era o orçamento que o Bolsa Família iria distribuir para 39 milhões de famílias brasileiras em 2018. Com o reajuste de 5,67% determinado em junho, o gasto sobe para R$ 30,3 bilhões.

Se considerarmos o lucro do Safra, os bancos privados já embolsaram da sociedade mais do que o governo redistribui no Bolsa Família. Isso sem contar os lucros do Banco do Brasil (a ser conhecido semana que vem) e da Caixa.

O desempenho do Itaú confirma o que Bradesco e Santander já indicaram. Os bancos seguem emprestando pouco para as empresas e explorando mais os créditos de maior rentabilidade para as pessoas físicas. No Itaú, o primeiro semestre registrou queda de 3% para as pessoas jurídicas, sendo de 7,4% a retração das grandes empresas. Para as pequenas e médias empresas houve expansão de 9,8% comparada ao primeiro semestre de 2017. Mas a preferência foi para as pessoas físicas, com aumento de 8,7% nos empréstimos, com destaque para 17,2% nos cartões de crédito (que cobravam juros de 218,27% ao ano no cartão rotativo regular entre 10 e 16 de julho, segundo o Banco Central) e aumento de 9,6% no crédito pessoal (para onde também são direcionadas pessoas que estouram limites de endividamento no cartão), com juros na faixa de 72,70% ao ano no mesmo período de levantamento do BC.

No relatório, o Itaú diz que “o desempenho no trimestre ocorreu em função da maior margem financeira com clientes e do maior ganho com prestação de serviços, além do menor custo do crédito”. De fato, as receitas de tarifas cresceram 9,2% no 2º trimestre em relação a igual período do ano passado, mais do que o dobro da inflação acumulada no período. Só no primeiro semestre, as receitas com tarifas do Itaú somaram R$ 17,254 bilhões.

O banco assinala ainda que “esses efeitos positivos foram compensados por maiores despesas não decorrentes de juros e por menor margem financeira com o mercado. O desempenho ocorreu em função do menor custo do crédito e de maiores receitas com prestação de serviços. Essa performance foi parcialmente compensada pelo efeito do recolhimento de impostos a uma alíquota de 45% enquanto a constituição dos créditos tributários ocorre a uma alíquota da 40% tendo em vista a legislação atualmente em vigor”.

Nos primeiros seis meses de 2018, a redução do custo do crédito está relacionada com a melhora dos indicadores de inadimplência da carteira no Brasil, responsável pela menor despesa de provisão para devedores duvidosos no período. O balanço do Itaú apresenta também operações das subsidiárias da Argentina, Paraguai, Chile, Panamá, Uruguai, Panamá e Colômbia. O banco informa que a inadimplência segue em queda, sobretudo no Brasil, mas, embora declinantes, os índices são duas ou três vezes maiores do que nos países em que atua. Certamente, em função do altíssimo diferencial de juros cobrados aos brasileiros.

Em junho de 2017, a inadimplência média na AL (atrasos acima de 90 dias) era de 1,2%, subiu para 1,6% no primeiro trimestre e caiu para 1,5% no período abril a junho de 2018. No Brasil, apesar de a taxa geral declinar de 3,9% em junho de 2017 (era de 4,2% em abril daquele ano) e descer dos 3,7% em abril para 3,4% em junho último, os níveis são mais do que duas vezes acima dos concorrentes. É o efeito tostines: a inadimplência é menor porque os juros são mais baixos lá fora; ou a inadimplência é alta porque os juros que já são elevadíssimos embutem os riscos da inadimplência? A Febraban, a federação dos banqueiros, diz que a inadimplência pressiona os juros…

Os bons resultados dos bancos refletiram no mercado de ações. Os papéis do Santander subiram 2,47% e ItaúUnibanco PN valorizou 1,45%. Um dos motivos foi a aprovação, sexta-feira, do desdobramento em 50% das atuais 6.536.090.232(*) ações escriturais, sem valor nominal, representativas do capital social, manobra que fará os acionistas receberem uma nova ação para cada já possuídas da mesma espécie.

Fonte: Jornal do Brasil

Vem aí mais um bom trimestre para os bancos

Publicado em: 25/07/2018

Começa nesta quarta-feira a temporada de divulgação de balanços dos grandes bancos no Brasil. O primeiro a anunciar seus resultados do segundo trimestre será o Santander. As expectativas para o setor são boas – e são ainda melhores para o Santander.

De forma geral, os bancos têm sido beneficiados nos últimos meses pelo aumento, ainda que tênue, da concessão de empréstimos e pela queda da inadimplência. Por isso, os analistas esperam que o lucro de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander cresça, em média, 11% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2018 – o número é uma compilação das estimativas de XP Investimentos, Goldman Sachs, Bradesco BBI e Lopes Filho.

A projeção desses profissionais para a expansão do lucro do Santander é bem maior, de 27%. A explicação são as mudanças feitas por Sergio Rial desde que ele assumiu a presidência do banco, em setembro de 2015. “O Santander apostou na retomada da economia e decidiu se expor mais que os concorrentes”, diz Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating. Fez isso, principalmente, aumentando os empréstimos para pessoas físicas – que cresceram 34% desde setembro de 2015 – e o financiamento ao consumo, que teve uma expansão de 39%. Para o banco UBS, o Santander deve divulgar uma alta de 9,5% da carteira total de crédito no segundo trimestre deste ano.

Mas, com um crescimento acelerado, os problemas aparecem na mesma velocidade. O Santander liderou o ranking de reclamações do Banco Central de abril a junho deste ano. Para fazer a lista, o BC criou um índice que leva em conta a quantidade de clientes das instituições. O indicador de Santander ficou em 38,14, maior que o da Caixa Econômica (27,68) e Banco do Brasil (20,68).

Uma dúvida para os próximos meses é quais serão os impactos desse crescimento do crédito na inadimplência. Os analistas do UBS preveem um aumento de 19% nas provisões para fazer frente a calotes no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2017. Entre os quatro bancos, é o único que deve elevar as provisões. “O efeito na inadimplência só deve ficar claro em meados de 2019”, diz Santacreu.

Fonte: Exame

BB está otimista com resultado dos bancos, com destaque para Itaú e Bradesco

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Em semana que terá como destaques a divulgação dos resultados de importantes bancos, como o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11), o Banco do Brasil Investimentos tem estimativas semelhantes com a do primeiro trimestre do ano.

De forma geral. No geral, os analistas se mostram mais otimistas do que o consenso de mercado e os principais motivos são a melhor dinâmica NII com um melhor mix de empréstimos; menores despesas de provisão; taxa de crédito improdutivo de prazo fixo; e recuperação de receita de taxas, após um primeiro trimestre sazonalmente fraco.

O BB-BI estima que todos os bancos, sob seu universo de cobertura, mostrem crescimento no período que, combinando, podem chegar a 2,8% na comparação trimestral, ficando 4,4% acima da média do mercado.

Na opinião dos analistas, o principal ponto positivo da temporada deve ficar para os números do Itaú (ITUB4) e do Bradesco.

O BB-BI reforça o otimismo em relação ao cenário favorável para os bancos privados, apesar de as incertezas. Dados recentes divulgados pelo Banco Central do Brasil (BCB) corroboram a visão, com empréstimos não direcionados em bancos privados crescendo 11,7% ao ano em maio.

Fonte: Money Times

Bancos médios buscam cliente pessoa física e acirram disputa com corretoras

Publicado em:

O crescente movimento de abertura de plataformas digitais de investimento por bancos médios deve acirrar a competição com as corretoras pelas pessoas físicas. O banco ABC Brasil, historicamente focado em crédito para empresas, entra no terreno do cidadão comum na semana que vem, ao lançar sua própria plataforma de investimento.

São poucas as instituições médias que ainda não fizeram algum estudo sobre o tema. Uma das questões em análise é a do perigo de manter uma estrutura aberta, que oferece produtos de diferentes instituições, o que embute o risco de um banco captar clientes para produto do “vizinho” que eventualmente tenham um melhor retorno.

O crescente movimento de abertura de plataformas digitais de investimento por bancos médios deve acirrar a competição com as corretoras pelas pessoas físicas. O banco ABC Brasil, historicamente focado em crédito para empresas, entra no terreno do cidadão comum na semana que vem, ao lançar sua própria plataforma de investimento.

São poucas as instituições médias que ainda não fizeram algum estudo sobre o tema. Uma das questões em análise é a do perigo de manter uma estrutura aberta, que oferece produtos de diferentes instituições, o que embute o risco de um banco captar clientes para produto do “vizinho” que eventualmente tenham um melhor retorno.

Fonte: Época Negócios

Bancos vão oferecer crédito pessoal como alternativa ao cheque especial

Publicado em: 05/07/2018

As instituições financeiras vão passar a ofertar uma opção de crédito mais barata para o consumidor que gastar acima de 15% do limite da sua conta corrente por pelo menos 30 dias seguidos, além de tornarem mais clara a informação de quanto, de fato, o cliente tem na conta e qual é o limite de crédito ofertado.Isso porque, a partir desta semana, começam a valer novas regras para o cheque especial, lançadas com o objetivo de reduzir os juros dessa que é atualmente a modalidade de crédito mais cara do sistema financeiro brasileiro.

Na média, os juros do cheque especial foram de 311,9% ao ano em maio – as mais altas taxas cobradas pelos bancos às pessoas físicas, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC). Para efeito de comparação, a taxa média de juros no crédito livre, que deve ser o principal produto a substituir o limite da conta, ficou em 39,2% ao ano no mesmo mês, considerando todas as modalidades.

Dessa forma, uma dívida de R$ 1 mil, contraída no cheque especial, sobe para R$ 4.119,11 depois de 12 meses. Com a migração para um modelo de crédito pessoal, que não utilize recursos da poupança e do BNDES, essa dívida, após o mesmo período, ficaria em R$ 1.392,07, de acordo com cálculos da economista e planejadora financeira Paula Sauer, da instituição Planejar.Caixa Econômica Federal, Santander e Banco do Brasil informam que não lançarão linhas específicas de crédito para substituir o cheque especial.

Esses bancos vão trabalhar com as opções que já são ofertadas hoje e a taxa a ser cobrada em substituição ao cheque especial vai depender do relacionamento que o correntista tiver com a instituição e do seu perfil e histórico de crédito. Bradesco e Itaú ainda não se pronunciaram sobre como as mudanças serão implementadas para seus clientes.

Segundo especialistas em finanças pessoais, a tendência é que as opções oferecidas pelos bancos sejam mais vantajosas para o cliente do que permanecer no uso do limite. As ofertas chegarão por contato telefônico, mensagem de SMS ou e-mail. E o endividado não vai ser obrigado a aceitar a nova opção de crédito. Se ele recusar a oferta, não poderá ser penalizado pela instituição.

A nova regra se aplica somente a dívidas superiores a R$ 200. A oferta das opções mais vantajosas para pagamento do cheque especial deve ocorrer em até cinco dias úteis após os bancos constatarem que a dívida do cliente se enquadra nessa categoria.Caso o consumidor não contrate uma dessas alternativas oferecidas pelos bancos, as instituições terão de reiterar as ofertas a cada 30 dias.

Se ele optar por parcelar a dívida do cheque especial, os bancos terão a alternativa de manter ou não o limite de crédito dessa modalidade para o correntista.Isso é o contrário do que acontece com as dívidas do cartão de crédito, por exemplo. Nesse caso, o consumidor que não se manifestar após receber o aviso do banco é incluído automaticamente na lista de devedores.

A nova regra dos bancos tende a alongar o tempo em que o consumidor permanece endividado, na avaliação do especialista em crédito e professor da Saint Paul, Mauricio Godoi. “A inadimplência do cheque especial deve ser reduzida imediatamente, mas o grau de endividamento das famílias tende a permanecer o mesmo. (Com essa medida), a inadimplência de curtíssimo prazo é pulverizada em outras de prazo maior.”Em um primeiro momento, essa alternativa pode ser benéfica para o devedor, por reduzir o comprometimento mensal do seu orçamento, pontua Godoi.

Mas, na prática, especialistas afirmam que essa conta não é assim tão simples de ser feita.”O cheque especial não pode ser visto separadamente pelo mercado Quando um cliente entra no cheque especial, quer dizer que outras opções já ficaram pelo caminho”, analisa o diretor de crédito e recuperação para pessoas físicas do banco Santander, Cassio Schmitt.

Fonte: O Dia

Bancos querem transformar as agências em “Starbucks”, com Wi-Fi e coworking

Publicado em: 19/06/2018

“Em edições anteriores do Ciab, os bancos falavam em acabar com a agência de tijolo. Agora, vocês estão dizendo que vão deixar o público decidir quantas vão continuar e como”. A afirmação de Andrea Fodor, gerente de vendas da Cisco e mediadora do debate entre representantes dos quatro maiores bancos do país – Itaú, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Caixa –, mostra que o futuro não é mais como era antigamente. Como era previsto, o atendimento online avançou. Entre 2012 e 2016, as transações bancárias por aplicativos móveis no Brasil cresceram 158% e já representam 33% do total. Metade dos clientes têm acesso à internet. Mas, ao contrário das expectativas, os meios digitais não estão acabando com o atendimento físico. O número de agências cresceu 5%. Mas mesmo em países onde 90% do público está conectado, como a Dinamarca, as agências não acabaram. Apenas mudaram.

Os maiores bancos do Brasil planejam transformar as agências em lugar de aconselhamento e contratação de serviços, conforme as transações bancárias, como pagamento de boletos, migrarem para os meios digitais. É uma forma de resistir ao avanço das fintechs, que cresceram 36% apenas em 2017, e de vender produtos lucrativos. Hoje, mais de 60% dos correntistas têm apenas uma conta salário. “O atendimento humanizado vai fazer a diferença entre o cliente monoproduto e o multiprodutos”, diz Tiberio Zortea, gerente nacional de tecnologia da Caixa. Segundo um estudo do Itaú, 57% do público considera “muito importante” o contato humano.

Contato humano não significa, somente, contato com humanos. Estudos identificam a falta de acolhimento nas agências atuais. “Temos pesquisas que mostram que alguns clientes preferem ir ao dentista a entrar numa agência. Isso deve nos servir de recado”, diz Wagner Mardegan, gerente geral do BB. “Nossa experiência na implantação do Banco Postal nos mostrou que o cliente se sente mais à vontade para pedir dinheiro emprestado nos correios do que numa agência bancária”, diz José Nivaldo Ferreira, superintendente executivo do Bradesco. O futuro da agência é agora. Se não, não teremos futuro.

A tecnologia pode dar mais qualidade ao atendimento nas agências. Há potencial na análise de imagens, como fazem varejistas para entender hábitos de consumo. “Com identificação facial, posso saber para onde o cliente olha, para onde ele anda, o que ele faz”, diz Tiago Morelli, superintendente de experiência do consumidor do Itaú. “Antes, o gerente cuidava sozinho. Agora, tem apoio das nossas métricas”, diz Mardegan, do BB. O Bradesco quer usar a geolocalização dos celulares. “Podemos nos preparar para atender um cliente quando ele estiver a caminho do banco, bem antes de cruzar a porta giratória”, afirma Ferreira.

A porta giratória e os detectores de metal na entrada, aliás, perdem importância num ambiente com menor circulação de papel moeda. Os quatro maiores bancos do país falam em compartilhar o espaço da agência com outras empresas, como cafeterias, e atividades dos próprios clientes. O uso de celulares, hoje proibido para impedir assaltos, seria estimulado com internet grátis. “Queremos criar espaços de coworking, com tomadas, mesas e Wi-Fi. Quase uma Starbucks”, diz Mardegan, do Banco do Brasil. O projeto arquitetônico das futuras agências do BB prevê decoração de sala de estar. Para fugir à pasteurização visual de hoje, uma das paredes terá um painel em referência à cultura local.

A humanização das agências bancárias é um recuo estratégico. Em outra frente, os bancos tentam levar os atributos do atendimento pessoal – credibilidade e empatia – para os meios digitais. “Negociar com o cliente no atendimento por telefone não é o mesmo que o olho-no-olho. Por chat, é mais difícil ainda”, diz Zortea, da Caixa. “Quais técnicas de neurolinguística serão necessárias para estabelecer confiança?”

Fonte: Época Negócios

Bancos brasileiros lançam gestora de inteligência de crédito

Publicado em: 14/06/2018

Os grandes bancos brasileiros estão lançando nesta semana seu bureau de crédito, sob a marca Quod. A nova gestora de inteligência de crédito vai competir com marcas estabelecidas como Serasa e Boa Vista SCPC, num momento em que o setor amplia o foco em operações tidas como de menor risco.

A companhia, controlada por Banco do Brasil , Bradesco , Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander Brasil , anunciou nesta segunda-feira que iniciará suas atividades operacionais no final deste ano.

O movimento dos bancos acontece em meio à tramitação do projeto do Cadastro Positivo, que está em vias de ser votado pela Câmara dos Deputados.

A Quod tem como presidente Rodrigo Abreu, ex-presidente da operadora de telecomunicações TIM Participações.

Fonte: Época Negócios

Bancos brasileiros investem R$ 20 bilhões para demitir 16 mil funcionários

Publicado em: 10/05/2018

A julgar pelos resultados do primeiro trimestre, os cinco maiores bancos do país devem repetir a dose e ostentar, novamente, lucros recordes este ano. Em 2017, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander levaram, juntos, R$ 77,4 bilhões para os cofres, 33,5% a mais do que em 2016. A estratégia é bem antiga: cortar gastos a partir de demissões, fechamento de agências e digitalização das operações, sem repassar a economia ao consumidor final, que continua a pagar tarifas de serviço cada vez mais altas e abusivas, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Só nos primeiros 90 dias deste ano, por exemplo, tarifas de conta corrente renderam R$ 1,8 bilhão ao maior banco do país, o Itaú Unibanco. Foram R$ 168 milhões (+10,1%) a mais do que no mesmo período de 2017. Já cobranças pelo uso de cartões de crédito chegaram a R$ 3,1 bilhões no primeiro trimestre. A arrecadação, 6,5% maior que a registrada no início do ano passado se deve às maiores receitas com anuidade, taxação sobre lojistas e a incorporação da carteira de clientes do Citbank.

O Bradesco não ficou para trás. Nesse início de ano, gerou R$ 1,7 bilhão com as taxas em contas correntes (9,2%). O banco atribuiu o aumento ao “aprimoramento e expansão do leque de produtos oferecidos aos clientes” — que migraram para pacotes mais caros. Já os cartões de crédito renderam R$ 2,7 bilhões (4,8%) ao segundo maior banco privado do país. A alta se deve, em boa medida, às “maiores receitas com anuidades, em função do fim do período de isenções de início de relacionamento”.

Apesar da escalada nas receitas de tarifas, os bancos não param de demitir. Fecham, em média, mil postos de trabalho por mês há mais de um ano. Entre janeiro e março de 2018, foram eliminados 2.226 empregos, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No ano passado, foram eliminadas 14.080 vagas em todo o país, totalizando uma diminuição de 16.306 empregos nos últimos 15 meses. O número de agências também diminuiu. Em 2017, o saldo foi de menos 1.314 agências no país.

Rotatividade

Os cortes na folha de pagamento são ainda maiores devido à rotatividade de empregados e a depreciação de salários. “Além da informatização, os bancos demitem para contratar pessoas mais jovens com um salário até um terço menor”, lembra Juvandia Moreira Leite, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). De fato, no primeiro trimestre, a média salarial dos novos funcionários foi de R$ 4.053, contra uma remuneração média de R$ 6.614 dos dispensados, uma redução salarial de 38,7%, aponta o Dieese.

O verso da moeda das demissões é a transferência das operações para as mãos dos próprios clientes, via internet. Confome o JORNAL DO BRASIL noticiou, os bancos vêm investindo pesado em tecnologia digital. Uma pesquisa da Febraban mostra que, só em 2017, foram gastos R$ 19,5 bilhões para levar os clientes ao online. No agregado dos últimos quatro anos, o investimento bruto foi de R$ 76,6 bilhões.

Vem dando certo. Só no ano passado o número de transações pelo mobile banking cresceu 37,6%. Somados, telefone celular e plataformas na internet já dão conta da maioria das operações realizadas pelo clientes (58%). Só o Santander, que detém a menor carteira de clientes no clube dos cinco, ganhou 9,1 milhões de novos clientes digitais no primeiro trimestre, uma alta de 32,8% com relação a igual período do ano anterior. O banco espanhol realiza até mesmo contratações de créditos imobiliários integralmente remotas. O Bradesco deve oferecer o mesmo até o final do ano.

Tarifas sobem

Apesar de toda a economia gerada com cortes de pessoal e barateamento da infraestrutura, as tarifas bancárias continuam caras para o cliente e altamente rentáveis para os bancos. O último levantamento anual do Idec sobre preços de serviços bancários, apontou que, dos 58 pacotes de tarifas oferecidos pelos cinco bancos, 50 sofreram reajustes abusivos. O reajuste médio do total de pacotes pesquisados ficou em 12,6%, quatro vezes e meia a inflação do período (2,7%). A Caixa liderou o aumento, com reajustes de até 78% em seu pacote convencional.

Segundo Ione Amorim, economista do Idec, a estratégia da Caixa é aproximar a receita anual com tarifas bancárias daquelas obtidas por Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, todas superiores a R$ 6,5 bilhões no ano passado. Amorim define a política tarifária do clube dos cinco como um “cartel autônomo”, já que não existe um indicador de correção de preços que leve em conta parâmetros como a inflação e o custo operacional das empresas. Além disso, a resolução do Banco Central dedicada às tarifas bancárias – criada há dez anos e atualizada em 2010 – impõe um período de 180 dias a cada seis meses. Na prática, explica Amorim, isso permite dois reajustes por ano.

“A situação é preocupante há alguns anos. O consumidor tem de se questionar e ser mais criterioso na contratação de serviços”, diz a economista, que sugere enfaticamente a adesão aos pacotes essenciais e a busca por bancos digitais que oferecem transações sem custos.

O RAIO X DOS 5 GRANDES

R$ 77 bilhões de lucro em 2017

R$ 1,8 bilhão em tarifas no primeiro tri de 2018

R$ 19,5 bilhões de investimento em tecnologia digital

15 mil demissões em 2017-2018

1.314 agências fechadas em 2017

38,7% de Redução de nos salários médio

Fonte: Jornal do Brasil