Bancos citam eleições como risco à estabilidade financeira, diz BC

Publicado em: 04/10/2018

Os bancos brasileiros apontam como um dos principais riscos à estabilidade financeira o quadro de incertezas diante das eleições presidenciais. O resultado faz parte do Relatório de Estabilidade Financeira, publicação semestral do Banco Central, que foi divulgada hoje (3).

A preocupação com riscos políticos teve frequência de citação de 67%, contra 71% na aferição anterior. Os bancos pesquisados declararam que o resultado das eleições, o programa do candidato eleito e as suas condições de governabilidade são fatores de riscos para a economia.

Paulo Souza, diretor de fiscalização do Banco Central, disse que há desconfiança do setor. “Toda vez que tem um cenário de eleição, o próprio sistema financeiro e tomadores [de crédito] param um pouco para saber qual vai ser o desdobramento. O risco político que eu percebo, claramente, que [os bancos] estão preocupados é em relação a quem vem a ser eleito, qual a reforma no aspecto fiscal, que vai ter impacto na taxa estrutural de juros”, disse.

“O sistema financeiro está capitalizado, tem liquidez. Mesmo com a redução da taxa de juros, aumentou a rentabilidade. Para eles conseguirem manter esse patamar de rentabilidade, a tendência natural é transferir essa liquidez para a parte de operação de crédito”, completou Souza.

Outro risco citado foi o cenário internacional. Subiu de 51% na última pesquisa para 76% no atual levantamento.

Aumentaram as preocupações com as tensões comerciais nas economias da Turquia e da Argentina.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que poderá reduzir o volume do comércio internacional e trazer reflexos para o preço de commodities e o nível de atividade mundial, também foi citada.

Segurança cibernética

Paulo Souza disse ainda que o Banco Central vai “acompanhar mais de perto” a política de segurança cibernética dos bancos no Brasil.

Apesar de esse cuidado já existir e de as ocorrências nesse sentido nunca terem afetado o mercado brasileiro, o BC editou norma para definir padrões de segurança. Os bancos que fizerem processamento em nuvem terão de comunicar ao Banco Central e informar eventuais incidentes.

O diretor da instituição destacou que o BC se antecipa ao avanço da tecnologia, que traz novas ferramentas bancárias e introdução de novos riscos.

“Isso levou a uma discussão internacional mais forte. O Banco Central está na vanguarda. Tendo em vista essa tendência de processamento em nuvem, que reduz o custo das instituições, especialmente em instituições pequenas, até reforça a sua segurança”, disse ele.

Fonte: Agência Brasil

Bancos e Justiça farão mutirão para acelerar acordos das perdas da poupança

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A adesão de poupadores ao acordo para restituir as perdas da poupança nos planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991) também poderá ser presencial. Problemas operacionais na plataforma online criada especialmente para essa etapa fizeram a Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com os bancos, sugerir a medida como uma alternativa aos poupadores.

A ideia é que sejam realizados mutirões em Tribunais de Justiça de todos os Estados. Em nota, a AGU informou que a logística dessa operação ainda será decidida. Uma reunião está marcada para a próxima terça-feira (9), quando detalhes devem ser divulgados. Mas a intenção é reforçar que a adesão presencial será um apoio à plataforma, que seguirá funcionando e sofrendo ajustes. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o primeiro mutirão será realizado em São Paulo, na segunda quinzena de outubro, com foco nos poupadores com documentação completa.

Em julho, GaúchaZH revelou que a burocracia vinha emperrando as adesões ao acordo pela internet. A Frente Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) relatou na ocasião que queixas chegavam de todo o Brasil indicando que muitos acordos não eram habilitados no sistema. A plataforma exigia, por exemplo, a digitalização de documentos que já estão nos processos, o que impedia advogados de concluírem a adesão.

Atualmente, o processo de inclusão no acordo está em sua 5ª fase, para poupadores com idades entre 70 e 74 anos – nascidos entre 1944 e 1948. Essa etapa deve ficar aos cuidados, preferencialmente, dos advogados dos beneficiados, já que informações das ações judiciais são solicitadas. Tudo ainda é, exclusivamente, por meio do portal do acordo. Mais de 1 milhão de ações em várias instâncias podem ser encerradas. Por isso, para facilitar o processo, os bancos acordaram receber os pedidos dos poupadores em lotes – 11 no total – de acordo com o ano de nascimento, a começar pelos mais velhos.

Quem tem direito aos recursos

Terão direito a recuperar as perdas todas as pessoas que moveram ações coletivas ou individuais para cobrar dos bancos valores referentes às perdas com os planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991). A expectativa é de que o acordo injete R$ 12 bilhões na economia.

No caso de ações coletivas, o acordo vale para poupadores que acionaram a Justiça até 31 de dezembro de 2016, dentro do prazo prescricional de cinco anos. No caso das ações individuais, vale para aquelas ajuizadas dentro do prazo de prescrição (20 anos da edição de cada plano). O pagamento será em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento do poupador.

Quando o poupador poderá aderir ao acordo?
1º lote – desde 22 de maio: nascidos até 1928
2º lote – desde 21 de junho: nascidos entre 1929 e 1933
3º lote – desde 21 de julho: nascidos entre 1934 e 1938
4º lote – desde 20 de agosto: nascidos entre 1939 e 1943
5º lote – desde 19 de setembro: nascidos entre 1944 e 1948
6º lote – a partir de 19/10/2018: nascidos entre 1949 e 1953
7º lote – a partir de 18/11/2018: nascidos entre 1954 e 1958
8º lote – a partir de 18/12/2018: nascidos entre 1959 e 1963
9º lote – a partir de 17/1/2019: nascidos a partir de 1964
10º lote – a partir de 16/2/2019: sucessores ou inventariantes de poupadores falecidos
11º lote – a partir de 18/3/2019: poupadores que tenham ingressado em juízo entre 1º/1/2016 e 31/12/2016
– Caso se perca o prazo do lote, será possível fazer a adesão nos lotes seguintes ou no prazo de 24 meses a partir do início das habilitações.

Fonte: Portal Gaúcha ZH

Bancos lucram mais em 2018, e só os privados retomam empréstimos, aponta BC

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O lucro dos bancos vem crescendo, de acordo com o Banco Central (BC). Entre os motivos citados pelo BC estão a queda no número de calotes, o aumento dos ganhos com tarifas bancárias e de cartões, além da redução dos gastos com empregados e agências.

No primeiro semestre deste ano, os bancos totalizaram R$ 47,1 bilhões em lucro líquido e pagaram a seus acionistas R$ 26 bilhões em dividendos. O lucro médio por mês foi de R$ 7,85 bilhões em 2018, uma alta de 12% em relação ao do ano passado, quando o lucro médio havia sido de R$ 7 bilhões.

Os dados fazem parte do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Banco Central. No ano passado, os bancos registraram lucro líquido de R$ 84,2 bilhões, 29,5% a mais que em 2016, e distribuíram R$ 47,4 bilhões em dividendos.

Só bancos privados retomam crédito

O relatório do BC também aponta que os bancos públicos comerciais vêm emprestando menos dinheiro há 32 meses. Desde novembro de 2015 até junho de 2018, a carteira de crédito dessas instituições vem encolhendo. Só nos últimos 12 meses, a queda foi de 6,14%.

O mesmo movimento é visto nos bancos públicos de desenvolvimento – caso do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 28 meses consecutivos de queda, desde março de 2016, com recuou de 13% só nos últimos 12 meses até junho.

Somente os bancos privados voltaram a registrar alta nos financiamentos acumulados a partir de janeiro deste ano. Em junho, o crescimento era de 3,75%.

Considerando todos os bancos, houve queda nos financiamentos por 34 meses seguidos, desde setembro de 2015. A queda chegou a 2,55% nos últimos 12 meses encerrados em junho.

Fonte: Uol

Bancos vão se tornar empresas de tecnologia, diz executiva da JP Morgan

Publicado em: 27/09/2018

O futuro do gigante financeiro J.P. Morgan depende, de muitas maneiras, da atuação de Lori Beer, que integra o comitê executivo do banco e se reporta diretamente ao CEO, Jamie Dimon. Como executiva-chefe global de tecnologia da informação (CIO) do grupo, Lori tem à disposição um orçamento anual de US$ 10,8 bilhões – quase o valor somado do lucro dos três maiores bancos privados brasileiros e o dobro do investimento em tecnologia do setor (R$ 20 bilhões) no Brasil em 2017 -, além de comandar um contingente de 50 mil funcionários, mais que duas vezes o número de empregados do Facebook e cerca de 60% do da força de trabalho do Google.

Em entrevista ao Valor, Lori desenhou um cenário de intensa transformação para os bancos e negócios financeiros. Para a CIO, tanto o J.P. Morgan quanto outros concorrentes globais começam a se ver também como empresas de tecnologia. “Isso já faz parte de nossa visão de negócios, do nosso ‘core business’.”

Dentro dessa visão, as instituições financeiras caminham para se tornar plataformas de serviços e produtos, com potencial até mesmo de concorrer com as gigantes de tecnologia. “Quando pensamos nas capacidades que temos, podemos nos transformar em uma plataforma e podemos fazer isso em uma escala incrível, em bases globais, então certamente estaremos olhando essas oportunidades”, afirma a CIO do J.P. Morgan.

Sobre as “fintechs”, Lori diz não enxergar as startups do setor financeiro como rivais ou se preocupar com a ameaça de disrupção. “Para nós, é uma oportunidades de oferecer uma experiência mais rica aos clientes”, seja por meio de parcerias ou aquisições, “se julgarmos que o modelo vai agregar diferenciais ao nosso negócio”. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Valor: Qual papel da tecnologia no modelo de negócio do banco?
Lori Beer: A tecnologia é um grande facilitador de nosso negócio. Pensamos na tecnologia na forma estratégica. No J.P. Morgan, 20% dos nossos 250 mil funcionários estão ligados à tecnologia e isso dá a dimensão de quão importante ela é dentro de nossa organização. Pensamos nossa estratégia em como vamos usar a tecnologia para nos relacionar e proporcionar uma grande experiência aos clientes.

Valor: Os bancos estão se tornando empresas de tecnologia?
Lori: Eu realmente vejo os bancos globais se tornando cada vez mais parecidos com grandes empresas de tecnologia. Não apenas pelo tamanho e escala que temos nessa área, mas também pela forma como trabalhamos. Cada vez mais, quando falamos do J.P. Morgan, pensamos em nós mesmos como um banco digital, movimentado por uma forte base de tecnologia. E a razão pela qual pensamos em nós mesmos com uma mentalidade de companhia de tecnologia é que temos a mesma característica e objetivo: o intenso foco em entregar experiências ao cliente. Se pensarmos em algumas das principais empresas do setor e suas habilidades de pegar suas principais capacidades e orquestrar uma nova experiência, parece muito com o que fazemos. Se olharmos para as contratações que estamos fazendo, temos recrutado ainda mais do que algumas companhias do setor de tecnologia.

Valor: O J.P. Morgan se preocupa com a ameaça de competição de gigantes de internet?
Lori: Nosso relacionamento com as gigantes de tecnologia funciona em duas vias. Em muitos casos nós temos parcerias com elas. Por exemplo, com a Amazon temos parcerias para prover serviços e produtos e também para oferecer capacidades de nuvem pública. Algumas companhias de tecnologia têm pensado de maneira quase fronteiriça com os bancos em termos de onde podem atuar. E certamente esses grupos têm considerado entrar nos limites do espaço dos bancos. Mas os bancos também podem seguir o mesmo caminho. Ao pensar nas capacidades que nós temos, podemos nos transformar em uma plataforma de produtos e serviços e fazer isso em uma escala incrível, em bases globais. Quando vemos como a tecnologia pode ser alavancada como plataforma, certamente estaremos olhando essas oportunidades ao longo do tempo.

Valor: O que a preocupa mais hoje em dia? Qual o grande risco para o negócio dos bancos?
Lori: Uma das coisas que constantemente pensamos é sobre segurança cibernética e proteção de dados, de privacidade. Hoje US$ 700 milhões são gastos todo ano para proteger nossos clientes e nós mesmos no ciberespaço. Ataques cibernéticos são uma ameaça atual e crescente e que estão sempre evoluindo. Quanto mais avançamos na digitalização, mais demandas criamos para proteger o ecossistema. Os cibercriminosos também estão avançando em suas capacidades e tecnologia então temos de ter múltiplas linhas de defesa.

Valor: Quais são as principais inovações para a área financeira nos próximos anos?
Lori: Em relação a tecnologias novas eu penso que inteligência artificial e todas as formas de aprendizado de máquina [machine learning] são aquelas para as quais vamos ver uma grande aceleração de uso nos próximos dois anos. São os fatores que vão proporcionar uma nova dimensão aos produtos e serviços. Além disso, vamos continuar a ver a evolução e uso cada vez mais crescente da nuvem pública. Entre as tecnologias emergentes, o blockchain é uma sobre a qual somos muito otimistas. Mas provavelmente vai levar ainda alguns anos [para se tornar viável].

Valor: Como o blockchain vai contribuir para o modelo bancário?
Lori: Há vários problemas que queremos solucionar com blockchain, e tem sido uma área foco para a gente. No blockchain, inicialmente, estamos focando não em substituir soluções que já existem, mas em fechar lacunas de tecnologia que ainda não temos. Nós lançamos alguns produtos, como uma rede interbancária de informações. Desse modo, podemos agilizar a forma como dividimos informações com outros bancos em pagamentos móveis ou transferência de valores internacionais. A rede interbancária de informações baseada em blockchain está substituindo processos manuais em que o emissor e o beneficiário têm de fazer inúmeros telefonemas para confirmar informações. O blockchain tem segurança e privacidade intrínsecas, então no sistema apenas as partes, por exemplo, eu e você, têm as chaves para destravar a informação.

Valor: A adoção do ‘open banking’, que permite a terceiros acessar informações e até sistemas das instituições financeiras, tem preocupado o J.P. Morgan?
Lori: Quando pensamos em open banking vemos como uma tremenda oportunidade. Muitas vezes o que os clientes querem é uma experiência. Então [com o open banking, modelo que dá o acesso de sistemas e informações da instituição a parceiros, como as fintechs] temos a habilidade de ter interoperabilidade e conectividade ao longo de uma série de produtos e serviços. Alguns bancos, incluindo a gente, pensam em ser a plataforma que vai prover essa interoperabilidade. Então vemos o open banking como uma maneira de facilitar e de ter melhor experiência de atendimento direto ao cliente.

Valor: E as fintechs? Ainda são vistas como um risco para o modelo das instituições tradicionais?
Lori: As fintechs acabam sendo mais uma parceria. Nós sentimos que as fintechs são uma importante parte do ecossistema que oferecemos. Trabalhamos com muitas startups, que, em primeiro lugar, também são nossos clientes em algum ponto, e essas empresas iniciantes são muito boas em oferecer uma experiência muito rica ao cliente. Mas elas também enfrentam o desafio de pensar um produto dentro da complexidade do cenário global ou operando em ambiente altamente regulado. E nós podemos trazer essa expertise para a mesa.

Valor: O J.P. Morgan planeja fazer aquisições de fintechs?
Lori: Se consideramos haver um diferencial competitivo podemos tomar a decisão de adquirir a startup, como fizemos com o WePay [de meios de pagamento]. Mas, em geral, o que fazemos é investir ou ter uma parceria. Nós criamos um programa de incubação chamado “fintech in residence”, porque temos visto fintechs lutando com problemas, como tamanho, escala e alguns graus de regulação. Então trazemos as startups em um estágio bem inicial para trabalhar com nossas lideranças e nossa área de tecnologia e, com isso, ajudar a desenvolver a ideia.

Valor: Como você enxerga o futuro dos bancos?
Lori: Nós pensamos em tecnologia como a forma como nos relacionamos com nossos clientes. Temos visto o crescimento da digitalização e da demanda por soluções digitais. Isso tem possibilitado aos nossos clientes uma experiência muito rica por meio de portais altamente personalizados. Obviamente isso leva ao uso de inteligência artificial e aprendizado de máquinas para dar escala a esse tipo de personalização. Nós temos usado as habilidades da Alexa [assistente virtual da Amazon, que usa inteligência artificial] conforme vemos o avanço de dispositivos realmente transformando-se em canais [de comunicação]. Outra coisa sobre tecnologia é como ela transforma nossos processos, por exemplo, deixando-os mais espertos e eficientes, com o advento da inteligência artificial e do aprendizado de máquina.

Fonte: Valor Econômico

Bancos eliminaram 2.245 vagas nos oito primeiros meses de 2018

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Os bancos eliminaram 2.245 postos de trabalho em todo o país de janeiro a agosto de 2018, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram 19.715 admissões e 21.960 demissões nos oito primeiros meses deste ano.

Os bancos múltiplos com carteira comercial (entre eles Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) foram responsáveis pelo fechamento de 1.363 postos no período. A Caixa eliminou 1.020 vagas de janeiro a agosto. Juntos, estes cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país e lucraram, somente no primeiro semestre de 2018, R$ 41,9 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Salários mais baixos

De janeiro a agosto, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.261, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.467. Ou seja, os admitidos entram ganhando 66% do que recebiam os demitidos. “Os bancos não lucram alto, como mostram os números dos seis primeiros meses deste ano, apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos”, enfatiza Erica de Oliveira, secretária de Formação do Sindicato.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 9.466 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e agosto de 2018 receberam, em média, R$ 3.551. Esse valor corresponde a 72% da remuneração média recebida pelos 10.249 homens (R$ 4.917) contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres também é verificada nas demissões. As 10.953 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.529, o que representou 75% da remuneração média dos 11.007 homens (R$ 7.400) desligados dos bancos.

“Se fizermos o recorte de gênero, as mulheres são ainda mais prejudicadas. Tanto as recém-admitidas quanto as que tiveram seu posto de trabalho fechado. Os bancários estão ganhando menos, e as mulheres menos ainda”, acrecenta Erica.

Faixa Etária

Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas, de janeiro a junho, 7.337 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, menos 9.582 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 4.660 postos no período.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Para diversificar receita, bancos apostam no setor de benefícios ao trabalhador

Publicado em: 20/09/2018

Os grandes bancos descobriram no setor de benefícios ao trabalhador um novo mercado para diversificarem suas receitas sem exposição de crédito e, de quebra, amarrarem os clientes corporativos. No radar, está um segmento com potencial de dobrar de tamanho em cinco anos, atingindo R$ 300 bilhões. Em uma ofensiva para abocanhar uma fatia deste mercado, o Itaú Unibanco se aliou à Ticket Serviços, do grupo francês Edenred, logo depois do anúncio do Santander Brasil que se uniu à bandeira de cartões Visa, aumentando, assim, a concorrência para a líder do setor, a Alelo, de Bradesco e Banco do Brasil.

Estimativas não oficiais indicam que o setor de benefícios ao trabalhador como um todo deve movimentar este ano algo em torno dos R$ 150 bilhões. Contribui, sobretudo, o movimento de diversificação que vem tomando este segmento, no passado mais focado no tradicional cartão alimentação, principalmente no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), e que passou a incluir também soluções de pagamento de transporte, saúde, educação e cultura. Soma-se a isso a mudança da lei trabalhista, que trouxe maior clareza no que tange aos benefícios ao trabalhador não serem considerados para efeito de pagamento de salário.

Embora tenha sido o último banco privado a fincar os pés no mercado de benefícios, o Itaú firmou parceria com a Ticket – no País há 42 anos e entre as três maiores deste segmento -, para se posicionar frente aos rivais. O banco adquiriu uma participação de 11% na controlada brasileira e garantiu exclusividade na oferta de produtos da francesa em seus canais. O valor do negócio não foi revelado.

Já o Santander, após anunciar a criação da Ben Benefícios, firmou parceira com a Visa, reativando a marca Visa Vale que tinha praticamente saído do Brasil quando BB e Bradesco compraram a parte da bandeira na empresa que na sequência originou a Alelo. “A enorme capilaridade dos grandes bancos deve contribuir para ampliar a base do mercado, levando em conta o tamanho continental do Brasil”, avalia a presidente da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), Jéssica Srour.

Só no setor de vales refeição e alimentação no âmbito do PAT, são mais de 22 milhões de trabalhadores atendidos. O potencial, conforme ela, contudo é bem maior, considerando o tamanho do País bem como os 13 milhões de desempregados existentes em meio à recente crise que o Brasil enfrentou. Um dos alvos de Itaú e Ticket, segundo o presidente da Edenred Brasil, Gilles Coccoli, é justamente esse contingente de brasileiros que pode voltar ao emprego formal com a retomada da economia.

Fonte: Época Negócios

Bancos apresentam proposta de reajuste salarial de 5%

Publicado em: 29/08/2018

Após dez rodadas de negociações, iniciadas em 28 de junho, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou no sábado uma proposta final aos bancários, com reajuste salarial de 5%, o equivalente a um aumento real de 1,18% sobre a inflação medida pelo INPC projetada em 3,78%. Os bancos se comprometeram também a manter todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para os empregados de bancos públicos e privados do Brasil. Se aprovada, a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será paga em 20 de setembro.

As negociações com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também garantiram a manutenção de todas as cláusulas dos acordos específicos, inclusive Saúde Caixa e PLR Social, destaca a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

A manutenção dos direitos da convenção para os cerca de 91 mil hipersuficientes também foi garantida. Esses trabalhadores ganham mais de R$ 11.291,60 e estariam expostos a negociar diretamente com os patrões.

O acordo proposto tem validade de dois anos. Assim, ficariam garantidas, até 2020, a manutenção de todos os direitos e a reposição total da inflação (INPC), mais 1% de aumento real, para salários e demais verbas em 1º de setembro de 2019. O Comando Nacional dos Bancários recomenda a aprovação das propostas da Fenaban, do BB e da Caixa.

Fonte: Valor Econômico

Bancos cortaram 2.445 empregos nos sete primeiros meses do ano

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Apesar do saldo positivo de 401 contratações em julho, no acumulado dos primeiros sete meses do ano os bancos já cortaram 2.445 postos de trabalho bancários. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que engloba Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – foram responsáveis pelo fechamento de 1.523 postos nos sete primeiros meses do ano. A Caixa eliminou 1.021 postos no período, em grande parte devido ao Programa de Desligamento de Empregados, lançado em 22 de fevereiro. Juntos, esses cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país.

“Esse saldo negativo de contratações, com 2.445 postos de trabalho cortados somente até julho, contrasta com o lucro dos bancos. Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, que já divulgaram seus balanços, apresentaram resultados no semestre bem acima do que tiveram no mesmo período de 2017, ano em que os cinco maiores bancos do país já tiveram lucros recordes. Não existe qualquer justificativa para tantos cortes. Os bancos, como concessões públicas que são, deveriam ter responsabilidade social e não colaborar com a já elevada taxa de desemprego do país”, diz a diretora do Sindicato, Marta Soares.

Marta lembra ainda que emprego é uma das prioridades dos bancários na Campanha Nacional 2018. “Queremos o fim das demissões e garantias contra a precarização das relações de trabalho das novas modalidades de contratação, permitidas pela reforma trabalhista, como intermitentes, por tempo parcial, autônomos e terceirização irrestrita.”

Salários mais baixos

Os bancos não lucram apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos. De janeiro a julho, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.233, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.526. Ou seja, os admitidos entram ganhando 65% do que os que saem.

Discriminação de gênero

Entre janeiro e julho, as bancárias mulheres foram contratadas com média salarial de R$ 3.506, o que equivale a 72% do salário médio dos bancários homens, que no mesmo período foram admitidos com média salarial de R$ 4.902. As bancárias desligadas recebiam, em média, R$ 5.556, equivalente a 74% do salário médio dos homens desligados, que ganhavam R$ 7.483.

“Na propaganda dos bancos tudo é lindo, pregam igualdade, valorizam as mulheres. Mas, na prática, pagam salários menores para mulheres, que ainda encontram maiores dificuldades que os homens para progredirem na carreira”, conclui Marta.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Bancos retomaram 70 mil imóveis por falta de pagamento desde 2014

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Com a alta inadimplência nos financiamentos imobiliários provocada pela crise econômica, o número de imóveis retomados pelos bancos disparou nos últimos anos. Desde o início de 2014, as cinco maiores instituições financeiras do País retomaram R$ 11,5 bilhões em imóveis por falta de pagamento. O setor estima que essa cifra corresponde a cerca de 70 mil casas e apartamentos.

A inadimplência cresceu à medida que a crise elevou o desemprego e reduziu a capacidade financeira das famílias. Atualmente, os cinco maiores bancos têm o volume recorde de R$ 13,7 bilhões em imóveis à espera de um interessado — incluindo as unidades que já estavam no estoque —, cifra que cresceu 745% em quatro anos e meio.

Números nos balanços do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander revelam que, juntas as instituições tiveram aumento médio de quase R$ 2 bilhões no volume de imóveis retomados a cada ano entre 2014 e o ano passado. O ritmo continua forte em 2018 e, em apenas seis meses, bancos tomaram mais R$ 1,48 bilhão em casas e apartamentos de inadimplentes.

A líder no setor imobiliário, a Caixa, encabeça esse movimento, com cerca de 70% desse total de unidades retomadas. Em junho, eram cerca de 47 mil imóveis de clientes que, somados, valiam R$ 9,1 bilhões. Em 2016, o estoque era menos da metade: 23 mil unidades.

O mesmo fenômeno acontece nos concorrentes, ainda que com ritmo um pouco menos intenso. Desde o início de 2014, Bradesco, Santander e Itaú somaram, cada, cerca de R$ 1 bilhão a essa carteira. O BB teve aumento menos expressivo, com R$ 116 milhões no período.

“São números que chamam atenção. Se continuarmos observando esse movimento por mais um ou dois anos, poderemos ter um problema razoável”, avalia o professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, Rafael Schiozer.

O professor nota que o principal risco para os bancos é a queda do preço dos imóveis, o que reduz a possibilidade de a instituição reaver o dinheiro emprestado.

Velocidade

O presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo, Marco Aurélio Luz, explica que bancos normalmente retomam o imóvel em processos que duram de seis meses a um ano, mas há casos mais rápidos. Imóveis financiados pelo SFI (Sistema Financeiro Imobiliário) – acima de R$ 950 mil em São Paulo, Rio, Minas e e Distrito Federal e R$ 800 mil nos demais Estados — podem ir a leilão em 90 dias.

A retomada de imóveis financiados pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que têm valores abaixo dos limites do SFI, costuma demorar alguns meses a mais.

Esse esforço dos bancos em despejar os clientes rapidamente gera efeito positivo nos indicadores de inadimplência. Isso acontece porque, com a retomada do imóvel, a operação deixa de ser considerada “crédito inadimplente” e passa a ser um “ativo” do banco. A posse desses imóveis, portanto, acaba amenizando os indicadores de calote.

Segundo o Banco Central, o porcentual dos financiamentos imobiliários para pessoas físicas com inadimplência superior a 90 dias tem oscilado em torno de 2% desde o início da década. Ou seja, atrasos no pagamento são cada vez mais frequentes, mas o banco corre para liquidar a operação antes que isso seja visível na inadimplência.

Fonte: Portal R7

Bancos tiram terno e gravata para se aproximar dos clientes

Publicado em: 23/08/2018

A rigidez do quarteto terno, gravata, tailleur e salto está fora de moda nos bancos. Tradicionalmente usado como forma de transmitir credibilidade, o vestuário conservador das agências tem dado lugar a roupas mais informais.

Com o novo “dress code”, as instituições querem, além de motivar a equipe, deixar o cliente se sentir mais à vontade.

Ao mesmo tempo, os bancos tentam responder à concorrência das novatas do setor, as chamadas fintechs, que apostam em tecnologia e estruturas mais enxutas para vender proximidade do consumidor e atenção ao serviço.

Com mais de 200 anos, o Banco do Brasil lançou um guia de vestuário. No lugar de impor regras, no entanto, a instituição reforça que um estilo informal não é, necessariamente, um problema e que noções de bom senso podem ser relativas para uma instituição com mais de 4.000 agências e 100 mil funcionários espalhados pelo país. Isso inclui, segundo o Banco do Brasil, considerar que uma vestimenta formal pode intimidar certos públicos.

“No meu primeiro cargo de gerência, a primeira coisa que ganhei foi um terno. Paletó com gravata era o adequado, mas isso agora pode afastar alguns clientes”, afirma João Rabelo, vice-presidente de gestão de pessoas, suprimentos e operações do BB.

Terno e gravata, diz o banco, podem ser apropriados para certas ocasiões e regiões, mas não são obrigatórios. O que vale é a adequação.

“Uma funcionária que trabalha em uma cidade do agronegócio disse que faria mais sentido trabalhar de camisa, calça jeans e bota, porque é assim que o seu cliente se enxergava”, afirma Rabelo.

“As necessidades vão mudando, as características dos clientes também, e a gente precisa se adaptar. Principalmente no digital, os atributos são valorizados mais pela forma como o contato se dá e menos pelo vestuário”, diz Rabelo.

Nas agências digitais do Itaú, maior banco privado do país, o traje social ainda é recomendado, mas o jeans se tornou uma possibilidade, e a gravata, dispensável.

O Itaú flexibilizou seu “dress code” no fim do primeiro semestre para todos os 86 mil funcionários, inclusive aqueles das agências.

A esses, no entanto, é recomendado um “cuidado adicional”. Isso significa manter um traje social, mas sem a obrigatoriedade de gravata e paletó para homens e saltos para mulheres.

No Bradesco, às sextas-feiras, os empregados são incentivados a adotar uma atitude mais casual, e isso inclui deixar a gravata no armário.

“Vemos um processo contínuo, que é absorvido pelo cliente gradativamente. Muitas vezes, ele ainda gosta de ser atendido de maneira formal”, diz Glaucimar Peticov, diretora-executiva do Bradesco.

Tania Casado, diretora do Escritório de Desenvolvimento de Carreiras da USP, diz que a iniciativa dos bancos é positiva para funcionários, mas ressalta que a cultura organizacional das empresas não muda rapidamente.

“Os bancos são mais tradicionais que uma startup ou fintech, mas estão buscando alguma inovação. Do ponto de vista do empregado, oferecer essa liberdade de escolha é altamente positivo, mas alguns funcionários podem estranhar. Não vai funcionar em qualquer banco, algumas organizações têm mais facilidade para lidar com essas mudanças.”

Um risco, diz Casado, é haver exageros por parte dos funcionários. “Isso cria um problema lá na frente, caso a empresa tenha que voltar atrás na sua decisão.”

Fonte: Folha de S.Paulo

Veja salários de estagiário a gerente nos 5 bancos que mais lucram no país

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Juntos, os cinco maiores bancos do país lucraram 19,6 bilhões de dólares no ano passado, segundo dados do prêmio MELHORES E MAIORES da Revista EXAME. São eles: Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander.

Com os bons resultados em um momento difícil para o Brasil, se torna mais atrativo procurar por oportunidades de emprego dentro de grandes bancos. Para tomar uma decisão na carreira, 73% dos brasileiros consideram o saláriocomo um fator prioritário para escolher uma empresa, segundo pesquisa feita pela Love Mondays com mil profissionais.

O portal reúne mais de 1 milhão de avaliações e salários para 115 mil empresas. As informações são postadas de forma anônima pelos usuários e são acessadas por mais de 3 milhões de pessoas por mês.

Com os dados do Love Mondays, a reportagem de EXAME destacou a remuneração média para alguns cargos dos cincos bancos. Entre eles, o destaque fica com o trainee do Santander: embora a pesquisa mostre uma remuneração média de 5.830 reais para o cargo, o programa deste ano oferece salário de 6,2 mil reais. As inscrições estão abertas e recém-formados de qualquer curso podem se candidatar.

O banco mais lucrativo, o Itaú Unibanco, também tem vagas para trainee e estágio.

Confira os principais salários dos maiores bancos do Brasil:

Banco do Brasil.1

Banco Bradesco

Banco Caixa

Banco Itaú

Banco Santander

Fonte: Exame

Atraso no crédito corporativo pode afetar margem financeira

Publicado em: 15/08/2018

O atraso na retomada do crédito corporativo pode impactar a margem financeira dos grandes bancos. Com a maior parte da carteira fixada em negócios e o crescimento vindo de cortes de gastos e provisões, continuidade da alta depende de maiores empréstimos.

O movimento dos grandes bancos em relação às carteiras de pessoas jurídicas, por outro lado, já começa a se mostrar positivo. No segundo trimestre, Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú e Santander somaram R$ 949,6 bilhões nas concessões voltadas à crédito corporativo.

Apesar da queda observada em relação a igual período de 2017 (R$ 956,3 bilhões), três dos quatro maiores bancos do País tiveram, pela primeira vez, uma alta no financiamento às grandes empresas, motivo pelo qual os executivos já olham o futuro com maior otimismo.

A exceção foi o Itaú, que mostrou queda de 7,3% nessas concessões, de R$ 175,4 bilhões para um total de R$ 162,5 bilhões. “Mas quando consideramos o mercado de crédito e a emissão de títulos privados, as grandes empresas também avançam”, explica o vice-presidente de controles de gestão de riscos e finanças do Itaú, Caio Ibrahim.

Ele reforça que o mercado de capitais vem “preenchendo a demanda dessas companhias por recursos e, inclusive, tem diminuído o endividamento”. “Esse mercado é importante e será utilizado de forma crescente”, complementa o executivo. Ao mesmo tempo, parte dos avanços também vem da melhora no índice de inadimplência dessas instituições.

Enquanto o BB mostrou redução de 0,77 ponto percentual (p.p.) na comparação com o segundo trimestre de 2017 – de 4,11% para 3,34% –, Bradesco registrou queda de 0,98 p.p. (de R$ 4,9% para 3,92%); Itaú caiu 0,5 p.p. (de 3,9% para 3,4%) e Santander mostrou recuo de 0,1 p.p. (de 2,9% para 2,8%).

Para o analista do setor da Planner Corretora Victor Martins, porém, a falta de clareza quanto às eleições nos próximos meses ainda pode influenciar na tomada de crédito. “É preciso esperar mais um pouco para bater o martelo quanto à mudança de direcionamento, principalmente porque ainda há muita incerteza e o mercado deve se guiar pelo futuro nome da Presidência para as próximas decisões de crédito”, explica o especialista.

Ele comenta, ainda, que como as principais vertentes nas quais os bancos estão apoiando seus lucros atualmente “não virão tão fortemente em 2019”, com os níveis de inadimplência já em patamares normalizados e um limite plausível para o corte de custos, os bancos sentirão os impactos na margem financeira.

“O provisionamento deve vir em níveis similares ao que vemos agora e, caso o crédito continue avançando nessa velocidade, fazer a margem financeira crescer pode se tornar uma tarefa bastante difícil”, completa Martins.

Foco nas receitas

Enquanto a carteira de crédito expandida dos grandes bancos ainda não responde de forma significativa à lenta retomada tem sido nas receitas com tarifas e prestação de serviços e, principalmente no controle das despesas com provisões, o foco dessas instituições.

De um lado, a carteira expandida dos quatro bancos atingiu R$ 1,992 trilhão no segundo trimestre, uma alta de 3,2% em relação a igual intervalo do ano passado, de R$ 1,929 trilhão.
De outro, as receitas com prestação de serviços e tarifas dessas instituições, por sua vez, avançaram 8,9% na mesma base de comparação (de R$ 29,4 bilhões para R$ 32,1 bilhões), enquanto o volume passado a prejuízo caiu 22,6% (de R$ 17,9 bilhões para R$ 13,9 bilhões).

Segundo o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, apesar de o segundo semestre deste ano ainda “depender muito do andamento da economia”, as perspectivas são positivas para o faturamento com tarifas, serviços e emissão de cartões.

“Estamos com uma visão muito boa, não só de aumentar nossa base de clientes, mas esperamos que a estruturação da nova área de não correntistas possa alcançar os 40 milhões de pessoas que escolheram o Bradesco como banco e só não tem uma conta corrente”, afirma. “O foco principal é atender os interessados até mesmo em um novo relacionamento com o banco”, reforça Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil.

Demanda reprimida

Mesmo com os investimentos para aumentar a receita com tarifas e cortas despesas excessivas, a expectativa dos executivos, no entanto, gira em torno da vinda de uma “demanda reprimida” por parte dos empresários e do consumo.

O movimento, porém, só deve se torna significativo quando as eleições passarem e o direcionamento da próxima gestão presidencial seja dado. “Não vemos que, fora possíveis questões pontuais, o segmento corporate deva se destacar. Ele continua bastante afetado e é a demanda quem vai ditar o crescimento”, diz o diretor de relações com o mercado do Bradesco, Carlos Firetti.

“O controle de despesas e da provisão permitiu um bom primeiro semestre. O negócio de varejo e de pessoas físicas, em particular, continua a ganhar força”, diz o presidente do Santander, Sergio Rial. “Assim, apesar da volatilidade, estamos convictos que teremos um segundo semestre melhor”, conclui Caffarelli, do BB.

Fonte: Jornal DCI

Consórcios e cooperativas de crédito crescem no Brasil

Publicado em: 09/08/2018

O Banco Central informou, nesta segunda-feira, que os consórcios e as cooperativas de crédito estão entre as modalidades que mais cresceram, em 2017, no Sistema Financeiro Nacional. Segundo o BC, a participação das cooperativas aumentou 15%, superando a taxa de 10% verificada em 2016. Já os consórcios tiveram uma expansão de 7,7%.

“Esse crescimento é consistente com a Agenda BC+ de apoio a concorrência no sistema financeiro através da sua segmentação e proporcionalidade, que levam ao alivio no custo para instituições menores, através de menor complexidade regulatória”, destacou o Banco Central.

De acordo com a autarquia, o número de cooperados cresceu 8%, alcançando a marca de 9,6 milhões, com destaque para o forte crescimento, de 19%, em pessoas jurídicas. No fim do ano passado, havia quatro confederações, 35 centrais cooperativas, 967 cooperativas singulares e dois bancos cooperativos em atividade no país.

Ainda nas cooperativas, a inadimplência diminuiu de 4 % em dezembro de 2016 para 3,5% em dezembro de 2017. As captações cresceram aproximadamente 16%, compostas majoritariamente pelos depósitos dos cooperados, e o capital das cooperativas se mostrou suficiente para cumprir com folga as exigências mínimas estabelecidas pelas normas em vigor.

Em relação aos consórcios, a carteira de consorciados alcançou R$ 48,6 bilhões no ano passado. Em dezembro de 2017, havia 155 administradoras de consórcios, 18,1 mil grupos e 6,9 milhões de cotas de consorciados ativas.

Mais da metade dos consorciados ativos (53%) se concentra em cinco Estados (SP, MG, PR, BA e RS). A inadimplência em dezembro de 2017 recuou em relação ao ano anterior. O índice foi de 2,99%, com queda de 0,63 ponto percentual.

No segmento de imoveis, após uma redução observa em 2016, houve recuperação, com aumento de cotas vendidas, consorciados ativos, e contemplações. Foram comercializadas 276,9 mil cotas (alta de 20,2%), com o número de cotas ativas alcançando 851,1 mil (+6,6%), tendo sido contemplados 73,1 mil créditos (+4,3%).

Também se manteve crescente o consórcio de automóveis, que respondeu por praticamente metade do sistema, tanto em relação ao número de consorciados ativos, quanto de cotas vendidas. A quantidade de contemplações alcançou 566,9 mil créditos, com alta de 6,7%.

Os números foram divulgados pelo Banco Central em dois relatórios: o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e o Panorama do Sistema de Consórcio.

Fonte: O Globo

Bancos brasileiros lucram na alegria e na tristeza, diz a Economist

Publicado em:

Os bancos no Brasil prosperam quando o país vai bem e quando o país vai mal. O fenômeno chamou atenção da revista britânica The Economist, que publicou um artigo nesta terça-feira (02/08).

Passando pela hiperinflação dos anos 80 e 90, pelo tímido crescimento de 1% do PIB em 2017 e pelo corte de 2,6% para 1,6% da previsão de crescimento para 2018, o texto descreve a economia do Brasil como algo que “tende a extremos”. Enquanto isso, os grandes bancos do setor privado estariam prosperando independentemente dos cenários.

Essa “resiliência”, conforme aponta o texto, revela muito sobre o funcionamento da economia do Brasil. O setor bancário do país, afirma a revista, é especialmente concentrado — especialmente após o recuo do banco americano Citigroup e do britânico HSBC. Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e BNDES respondem por 82% dos ativos bancários e 86% dos empréstimos.

A revista destaca o papel do governo, que historicamente autoriza empréstimos em condições camaradas para uma minoria de empresas e setores e, ao mesmo tempo, permite altas taxas de juros no crédito ao consumidor, em empréstimos pessoais, cartão de crédito e cheque especial.

Fintechs como Banco Inter, Nubank e Creditas ajudam a tornar o setor bancário mais competitivo, diz a Economist. Com atrativos como novas poupanças ou créditos a juros menores, elas conquistam espaço enquanto buscam “incomodar” os operadores. A revista elogia ações do recentes do Banco Central (BC) para diminuir os custos de empréstimos, além do fim da concessão de empréstimos, por bancos estatais, com taxas subsidiadas.

Uma economia mais forte, por sua vez, poderia ser alcançada se as taxas de juros de longo prazo caírem e “se o próximo presidente estiver decidido a controlar as finanças do Brasil”.

Fonte: Época Negócios

Caixa e Santander possuem piores ouvidorias entre os bancos maiores

Publicado em: 02/08/2018

A Caixa Econômica Federal e o Santander possuem as piores ouvidorias entre as instituições financeiras de maior porte no País, indicou nesta terça-feira, 31, o “Ranking de Qualidade de Ouvidorias”, divulgado pelo Banco Central. Em uma escalada de zero a cinco, o índice da Caixa foi de 3,00 no segundo trimestre deste ano, enquanto o do Santander foi de 3,06. Quanto menor o índice, pior a ouvidoria.

O índice é formado a partir das reclamações registradas pelos cidadãos nos canais de atendimento do Banco Central. Na prática, são considerados aspectos como o prazo de resposta dos bancos às reclamações e a qualidade da resposta. Além disso, o indicador leva em conta a iniciativa dos bancos em aderir a plataformas públicas de resolução de conflitos com os clientes.

Na liderança do ranking de instituições com mais de 4 milhões de clientes, a Caixa apresentou prazo médio de respostas de 7,90 dias úteis, sendo que houve 91 reclamações a respeito da qualidade da resposta dada pela ouvidoria. No caso do Santander, o prazo médio de respostas foi de 10,69 dias úteis, com 43 reclamações sobre a qualidade da resposta.

A terceira pior ouvidoria, conforme o ranking, é do Banrisul, com índice de 3,17. Depois aparecem Bradesco (3,29), Banco do Brasil (3,34), Itaú (3,50), Banco CSF (3,72), Midway (3,87), Pernambucanas Financiadora (4,14) e Votorantim (4,43). O Banco do Nordeste, com índice de 4,94, possui a melhor ouvidoria, conforme o BC.

Instituições menores

Entre as instituições financeiras com menos de 4 milhões de clientes, a pior ouvidoria é a do Banco do Estado de Sergipe, com índice de 2,04. Depois aparecem Banco Triângulo (2,75) e PAN (2,93). A íntegra do ranking está disponível em https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/p/indiceclientes.

Fonte: Jornal do Brasil

Lucro dos bancos privados já soma R$ 28,8 bi no ano

Publicado em:

Com a economia andando de lado, o ItaúUnibanco, maior banco privado brasileiro, confirmou, ontem, ao divulgar lucro líquido recorrente de R$ 6,419 bilhões no segundo trimestre, com retorno sobre o patrimônio líquido de 21,6%, a posição privilegiada dos bancos na geração de lucros na economia. Com os R$ 6,169 bilhões do primeiro trimestre, o Itaú já acumula lucro de R$ 12,801 bilhões este ano. Um aumento de 3,7% sobre o mesmo período de 2017.

Considerando os R$ 10,263 bilhões de lucros acumulados pelo Bradesco, no semestre (19,8% a menos que o Itaú); e os R$ 5,791 bilhões do espanhol Santander Brasil, na primeira metade do ano, os três maiores bancos privados que atuam no Brasil garantiram às quatro famílias que os controlam R$ 28,855 bilhões. Esse era o orçamento que o Bolsa Família iria distribuir para 39 milhões de famílias brasileiras em 2018. Com o reajuste de 5,67% determinado em junho, o gasto sobe para R$ 30,3 bilhões.

Se considerarmos o lucro do Safra, os bancos privados já embolsaram da sociedade mais do que o governo redistribui no Bolsa Família. Isso sem contar os lucros do Banco do Brasil (a ser conhecido semana que vem) e da Caixa.

O desempenho do Itaú confirma o que Bradesco e Santander já indicaram. Os bancos seguem emprestando pouco para as empresas e explorando mais os créditos de maior rentabilidade para as pessoas físicas. No Itaú, o primeiro semestre registrou queda de 3% para as pessoas jurídicas, sendo de 7,4% a retração das grandes empresas. Para as pequenas e médias empresas houve expansão de 9,8% comparada ao primeiro semestre de 2017. Mas a preferência foi para as pessoas físicas, com aumento de 8,7% nos empréstimos, com destaque para 17,2% nos cartões de crédito (que cobravam juros de 218,27% ao ano no cartão rotativo regular entre 10 e 16 de julho, segundo o Banco Central) e aumento de 9,6% no crédito pessoal (para onde também são direcionadas pessoas que estouram limites de endividamento no cartão), com juros na faixa de 72,70% ao ano no mesmo período de levantamento do BC.

No relatório, o Itaú diz que “o desempenho no trimestre ocorreu em função da maior margem financeira com clientes e do maior ganho com prestação de serviços, além do menor custo do crédito”. De fato, as receitas de tarifas cresceram 9,2% no 2º trimestre em relação a igual período do ano passado, mais do que o dobro da inflação acumulada no período. Só no primeiro semestre, as receitas com tarifas do Itaú somaram R$ 17,254 bilhões.

O banco assinala ainda que “esses efeitos positivos foram compensados por maiores despesas não decorrentes de juros e por menor margem financeira com o mercado. O desempenho ocorreu em função do menor custo do crédito e de maiores receitas com prestação de serviços. Essa performance foi parcialmente compensada pelo efeito do recolhimento de impostos a uma alíquota de 45% enquanto a constituição dos créditos tributários ocorre a uma alíquota da 40% tendo em vista a legislação atualmente em vigor”.

Nos primeiros seis meses de 2018, a redução do custo do crédito está relacionada com a melhora dos indicadores de inadimplência da carteira no Brasil, responsável pela menor despesa de provisão para devedores duvidosos no período. O balanço do Itaú apresenta também operações das subsidiárias da Argentina, Paraguai, Chile, Panamá, Uruguai, Panamá e Colômbia. O banco informa que a inadimplência segue em queda, sobretudo no Brasil, mas, embora declinantes, os índices são duas ou três vezes maiores do que nos países em que atua. Certamente, em função do altíssimo diferencial de juros cobrados aos brasileiros.

Em junho de 2017, a inadimplência média na AL (atrasos acima de 90 dias) era de 1,2%, subiu para 1,6% no primeiro trimestre e caiu para 1,5% no período abril a junho de 2018. No Brasil, apesar de a taxa geral declinar de 3,9% em junho de 2017 (era de 4,2% em abril daquele ano) e descer dos 3,7% em abril para 3,4% em junho último, os níveis são mais do que duas vezes acima dos concorrentes. É o efeito tostines: a inadimplência é menor porque os juros são mais baixos lá fora; ou a inadimplência é alta porque os juros que já são elevadíssimos embutem os riscos da inadimplência? A Febraban, a federação dos banqueiros, diz que a inadimplência pressiona os juros…

Os bons resultados dos bancos refletiram no mercado de ações. Os papéis do Santander subiram 2,47% e ItaúUnibanco PN valorizou 1,45%. Um dos motivos foi a aprovação, sexta-feira, do desdobramento em 50% das atuais 6.536.090.232(*) ações escriturais, sem valor nominal, representativas do capital social, manobra que fará os acionistas receberem uma nova ação para cada já possuídas da mesma espécie.

Fonte: Jornal do Brasil

Vem aí mais um bom trimestre para os bancos

Publicado em: 25/07/2018

Começa nesta quarta-feira a temporada de divulgação de balanços dos grandes bancos no Brasil. O primeiro a anunciar seus resultados do segundo trimestre será o Santander. As expectativas para o setor são boas – e são ainda melhores para o Santander.

De forma geral, os bancos têm sido beneficiados nos últimos meses pelo aumento, ainda que tênue, da concessão de empréstimos e pela queda da inadimplência. Por isso, os analistas esperam que o lucro de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander cresça, em média, 11% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2018 – o número é uma compilação das estimativas de XP Investimentos, Goldman Sachs, Bradesco BBI e Lopes Filho.

A projeção desses profissionais para a expansão do lucro do Santander é bem maior, de 27%. A explicação são as mudanças feitas por Sergio Rial desde que ele assumiu a presidência do banco, em setembro de 2015. “O Santander apostou na retomada da economia e decidiu se expor mais que os concorrentes”, diz Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating. Fez isso, principalmente, aumentando os empréstimos para pessoas físicas – que cresceram 34% desde setembro de 2015 – e o financiamento ao consumo, que teve uma expansão de 39%. Para o banco UBS, o Santander deve divulgar uma alta de 9,5% da carteira total de crédito no segundo trimestre deste ano.

Mas, com um crescimento acelerado, os problemas aparecem na mesma velocidade. O Santander liderou o ranking de reclamações do Banco Central de abril a junho deste ano. Para fazer a lista, o BC criou um índice que leva em conta a quantidade de clientes das instituições. O indicador de Santander ficou em 38,14, maior que o da Caixa Econômica (27,68) e Banco do Brasil (20,68).

Uma dúvida para os próximos meses é quais serão os impactos desse crescimento do crédito na inadimplência. Os analistas do UBS preveem um aumento de 19% nas provisões para fazer frente a calotes no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2017. Entre os quatro bancos, é o único que deve elevar as provisões. “O efeito na inadimplência só deve ficar claro em meados de 2019”, diz Santacreu.

Fonte: Exame

BB está otimista com resultado dos bancos, com destaque para Itaú e Bradesco

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Em semana que terá como destaques a divulgação dos resultados de importantes bancos, como o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11), o Banco do Brasil Investimentos tem estimativas semelhantes com a do primeiro trimestre do ano.

De forma geral. No geral, os analistas se mostram mais otimistas do que o consenso de mercado e os principais motivos são a melhor dinâmica NII com um melhor mix de empréstimos; menores despesas de provisão; taxa de crédito improdutivo de prazo fixo; e recuperação de receita de taxas, após um primeiro trimestre sazonalmente fraco.

O BB-BI estima que todos os bancos, sob seu universo de cobertura, mostrem crescimento no período que, combinando, podem chegar a 2,8% na comparação trimestral, ficando 4,4% acima da média do mercado.

Na opinião dos analistas, o principal ponto positivo da temporada deve ficar para os números do Itaú (ITUB4) e do Bradesco.

O BB-BI reforça o otimismo em relação ao cenário favorável para os bancos privados, apesar de as incertezas. Dados recentes divulgados pelo Banco Central do Brasil (BCB) corroboram a visão, com empréstimos não direcionados em bancos privados crescendo 11,7% ao ano em maio.

Fonte: Money Times

Bancos médios buscam cliente pessoa física e acirram disputa com corretoras

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O crescente movimento de abertura de plataformas digitais de investimento por bancos médios deve acirrar a competição com as corretoras pelas pessoas físicas. O banco ABC Brasil, historicamente focado em crédito para empresas, entra no terreno do cidadão comum na semana que vem, ao lançar sua própria plataforma de investimento.

São poucas as instituições médias que ainda não fizeram algum estudo sobre o tema. Uma das questões em análise é a do perigo de manter uma estrutura aberta, que oferece produtos de diferentes instituições, o que embute o risco de um banco captar clientes para produto do “vizinho” que eventualmente tenham um melhor retorno.

O crescente movimento de abertura de plataformas digitais de investimento por bancos médios deve acirrar a competição com as corretoras pelas pessoas físicas. O banco ABC Brasil, historicamente focado em crédito para empresas, entra no terreno do cidadão comum na semana que vem, ao lançar sua própria plataforma de investimento.

São poucas as instituições médias que ainda não fizeram algum estudo sobre o tema. Uma das questões em análise é a do perigo de manter uma estrutura aberta, que oferece produtos de diferentes instituições, o que embute o risco de um banco captar clientes para produto do “vizinho” que eventualmente tenham um melhor retorno.

Fonte: Época Negócios

Bancos vão oferecer crédito pessoal como alternativa ao cheque especial

Publicado em: 05/07/2018

As instituições financeiras vão passar a ofertar uma opção de crédito mais barata para o consumidor que gastar acima de 15% do limite da sua conta corrente por pelo menos 30 dias seguidos, além de tornarem mais clara a informação de quanto, de fato, o cliente tem na conta e qual é o limite de crédito ofertado.Isso porque, a partir desta semana, começam a valer novas regras para o cheque especial, lançadas com o objetivo de reduzir os juros dessa que é atualmente a modalidade de crédito mais cara do sistema financeiro brasileiro.

Na média, os juros do cheque especial foram de 311,9% ao ano em maio – as mais altas taxas cobradas pelos bancos às pessoas físicas, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC). Para efeito de comparação, a taxa média de juros no crédito livre, que deve ser o principal produto a substituir o limite da conta, ficou em 39,2% ao ano no mesmo mês, considerando todas as modalidades.

Dessa forma, uma dívida de R$ 1 mil, contraída no cheque especial, sobe para R$ 4.119,11 depois de 12 meses. Com a migração para um modelo de crédito pessoal, que não utilize recursos da poupança e do BNDES, essa dívida, após o mesmo período, ficaria em R$ 1.392,07, de acordo com cálculos da economista e planejadora financeira Paula Sauer, da instituição Planejar.Caixa Econômica Federal, Santander e Banco do Brasil informam que não lançarão linhas específicas de crédito para substituir o cheque especial.

Esses bancos vão trabalhar com as opções que já são ofertadas hoje e a taxa a ser cobrada em substituição ao cheque especial vai depender do relacionamento que o correntista tiver com a instituição e do seu perfil e histórico de crédito. Bradesco e Itaú ainda não se pronunciaram sobre como as mudanças serão implementadas para seus clientes.

Segundo especialistas em finanças pessoais, a tendência é que as opções oferecidas pelos bancos sejam mais vantajosas para o cliente do que permanecer no uso do limite. As ofertas chegarão por contato telefônico, mensagem de SMS ou e-mail. E o endividado não vai ser obrigado a aceitar a nova opção de crédito. Se ele recusar a oferta, não poderá ser penalizado pela instituição.

A nova regra se aplica somente a dívidas superiores a R$ 200. A oferta das opções mais vantajosas para pagamento do cheque especial deve ocorrer em até cinco dias úteis após os bancos constatarem que a dívida do cliente se enquadra nessa categoria.Caso o consumidor não contrate uma dessas alternativas oferecidas pelos bancos, as instituições terão de reiterar as ofertas a cada 30 dias.

Se ele optar por parcelar a dívida do cheque especial, os bancos terão a alternativa de manter ou não o limite de crédito dessa modalidade para o correntista.Isso é o contrário do que acontece com as dívidas do cartão de crédito, por exemplo. Nesse caso, o consumidor que não se manifestar após receber o aviso do banco é incluído automaticamente na lista de devedores.

A nova regra dos bancos tende a alongar o tempo em que o consumidor permanece endividado, na avaliação do especialista em crédito e professor da Saint Paul, Mauricio Godoi. “A inadimplência do cheque especial deve ser reduzida imediatamente, mas o grau de endividamento das famílias tende a permanecer o mesmo. (Com essa medida), a inadimplência de curtíssimo prazo é pulverizada em outras de prazo maior.”Em um primeiro momento, essa alternativa pode ser benéfica para o devedor, por reduzir o comprometimento mensal do seu orçamento, pontua Godoi.

Mas, na prática, especialistas afirmam que essa conta não é assim tão simples de ser feita.”O cheque especial não pode ser visto separadamente pelo mercado Quando um cliente entra no cheque especial, quer dizer que outras opções já ficaram pelo caminho”, analisa o diretor de crédito e recuperação para pessoas físicas do banco Santander, Cassio Schmitt.

Fonte: O Dia

Bancos querem transformar as agências em “Starbucks”, com Wi-Fi e coworking

Publicado em: 19/06/2018

“Em edições anteriores do Ciab, os bancos falavam em acabar com a agência de tijolo. Agora, vocês estão dizendo que vão deixar o público decidir quantas vão continuar e como”. A afirmação de Andrea Fodor, gerente de vendas da Cisco e mediadora do debate entre representantes dos quatro maiores bancos do país – Itaú, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Caixa –, mostra que o futuro não é mais como era antigamente. Como era previsto, o atendimento online avançou. Entre 2012 e 2016, as transações bancárias por aplicativos móveis no Brasil cresceram 158% e já representam 33% do total. Metade dos clientes têm acesso à internet. Mas, ao contrário das expectativas, os meios digitais não estão acabando com o atendimento físico. O número de agências cresceu 5%. Mas mesmo em países onde 90% do público está conectado, como a Dinamarca, as agências não acabaram. Apenas mudaram.

Os maiores bancos do Brasil planejam transformar as agências em lugar de aconselhamento e contratação de serviços, conforme as transações bancárias, como pagamento de boletos, migrarem para os meios digitais. É uma forma de resistir ao avanço das fintechs, que cresceram 36% apenas em 2017, e de vender produtos lucrativos. Hoje, mais de 60% dos correntistas têm apenas uma conta salário. “O atendimento humanizado vai fazer a diferença entre o cliente monoproduto e o multiprodutos”, diz Tiberio Zortea, gerente nacional de tecnologia da Caixa. Segundo um estudo do Itaú, 57% do público considera “muito importante” o contato humano.

Contato humano não significa, somente, contato com humanos. Estudos identificam a falta de acolhimento nas agências atuais. “Temos pesquisas que mostram que alguns clientes preferem ir ao dentista a entrar numa agência. Isso deve nos servir de recado”, diz Wagner Mardegan, gerente geral do BB. “Nossa experiência na implantação do Banco Postal nos mostrou que o cliente se sente mais à vontade para pedir dinheiro emprestado nos correios do que numa agência bancária”, diz José Nivaldo Ferreira, superintendente executivo do Bradesco. O futuro da agência é agora. Se não, não teremos futuro.

A tecnologia pode dar mais qualidade ao atendimento nas agências. Há potencial na análise de imagens, como fazem varejistas para entender hábitos de consumo. “Com identificação facial, posso saber para onde o cliente olha, para onde ele anda, o que ele faz”, diz Tiago Morelli, superintendente de experiência do consumidor do Itaú. “Antes, o gerente cuidava sozinho. Agora, tem apoio das nossas métricas”, diz Mardegan, do BB. O Bradesco quer usar a geolocalização dos celulares. “Podemos nos preparar para atender um cliente quando ele estiver a caminho do banco, bem antes de cruzar a porta giratória”, afirma Ferreira.

A porta giratória e os detectores de metal na entrada, aliás, perdem importância num ambiente com menor circulação de papel moeda. Os quatro maiores bancos do país falam em compartilhar o espaço da agência com outras empresas, como cafeterias, e atividades dos próprios clientes. O uso de celulares, hoje proibido para impedir assaltos, seria estimulado com internet grátis. “Queremos criar espaços de coworking, com tomadas, mesas e Wi-Fi. Quase uma Starbucks”, diz Mardegan, do Banco do Brasil. O projeto arquitetônico das futuras agências do BB prevê decoração de sala de estar. Para fugir à pasteurização visual de hoje, uma das paredes terá um painel em referência à cultura local.

A humanização das agências bancárias é um recuo estratégico. Em outra frente, os bancos tentam levar os atributos do atendimento pessoal – credibilidade e empatia – para os meios digitais. “Negociar com o cliente no atendimento por telefone não é o mesmo que o olho-no-olho. Por chat, é mais difícil ainda”, diz Zortea, da Caixa. “Quais técnicas de neurolinguística serão necessárias para estabelecer confiança?”

Fonte: Época Negócios

Bancos brasileiros lançam gestora de inteligência de crédito

Publicado em: 14/06/2018

Os grandes bancos brasileiros estão lançando nesta semana seu bureau de crédito, sob a marca Quod. A nova gestora de inteligência de crédito vai competir com marcas estabelecidas como Serasa e Boa Vista SCPC, num momento em que o setor amplia o foco em operações tidas como de menor risco.

A companhia, controlada por Banco do Brasil , Bradesco , Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander Brasil , anunciou nesta segunda-feira que iniciará suas atividades operacionais no final deste ano.

O movimento dos bancos acontece em meio à tramitação do projeto do Cadastro Positivo, que está em vias de ser votado pela Câmara dos Deputados.

A Quod tem como presidente Rodrigo Abreu, ex-presidente da operadora de telecomunicações TIM Participações.

Fonte: Época Negócios

Bancos brasileiros investem R$ 20 bilhões para demitir 16 mil funcionários

Publicado em: 10/05/2018

A julgar pelos resultados do primeiro trimestre, os cinco maiores bancos do país devem repetir a dose e ostentar, novamente, lucros recordes este ano. Em 2017, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander levaram, juntos, R$ 77,4 bilhões para os cofres, 33,5% a mais do que em 2016. A estratégia é bem antiga: cortar gastos a partir de demissões, fechamento de agências e digitalização das operações, sem repassar a economia ao consumidor final, que continua a pagar tarifas de serviço cada vez mais altas e abusivas, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Só nos primeiros 90 dias deste ano, por exemplo, tarifas de conta corrente renderam R$ 1,8 bilhão ao maior banco do país, o Itaú Unibanco. Foram R$ 168 milhões (+10,1%) a mais do que no mesmo período de 2017. Já cobranças pelo uso de cartões de crédito chegaram a R$ 3,1 bilhões no primeiro trimestre. A arrecadação, 6,5% maior que a registrada no início do ano passado se deve às maiores receitas com anuidade, taxação sobre lojistas e a incorporação da carteira de clientes do Citbank.

O Bradesco não ficou para trás. Nesse início de ano, gerou R$ 1,7 bilhão com as taxas em contas correntes (9,2%). O banco atribuiu o aumento ao “aprimoramento e expansão do leque de produtos oferecidos aos clientes” — que migraram para pacotes mais caros. Já os cartões de crédito renderam R$ 2,7 bilhões (4,8%) ao segundo maior banco privado do país. A alta se deve, em boa medida, às “maiores receitas com anuidades, em função do fim do período de isenções de início de relacionamento”.

Apesar da escalada nas receitas de tarifas, os bancos não param de demitir. Fecham, em média, mil postos de trabalho por mês há mais de um ano. Entre janeiro e março de 2018, foram eliminados 2.226 empregos, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No ano passado, foram eliminadas 14.080 vagas em todo o país, totalizando uma diminuição de 16.306 empregos nos últimos 15 meses. O número de agências também diminuiu. Em 2017, o saldo foi de menos 1.314 agências no país.

Rotatividade

Os cortes na folha de pagamento são ainda maiores devido à rotatividade de empregados e a depreciação de salários. “Além da informatização, os bancos demitem para contratar pessoas mais jovens com um salário até um terço menor”, lembra Juvandia Moreira Leite, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). De fato, no primeiro trimestre, a média salarial dos novos funcionários foi de R$ 4.053, contra uma remuneração média de R$ 6.614 dos dispensados, uma redução salarial de 38,7%, aponta o Dieese.

O verso da moeda das demissões é a transferência das operações para as mãos dos próprios clientes, via internet. Confome o JORNAL DO BRASIL noticiou, os bancos vêm investindo pesado em tecnologia digital. Uma pesquisa da Febraban mostra que, só em 2017, foram gastos R$ 19,5 bilhões para levar os clientes ao online. No agregado dos últimos quatro anos, o investimento bruto foi de R$ 76,6 bilhões.

Vem dando certo. Só no ano passado o número de transações pelo mobile banking cresceu 37,6%. Somados, telefone celular e plataformas na internet já dão conta da maioria das operações realizadas pelo clientes (58%). Só o Santander, que detém a menor carteira de clientes no clube dos cinco, ganhou 9,1 milhões de novos clientes digitais no primeiro trimestre, uma alta de 32,8% com relação a igual período do ano anterior. O banco espanhol realiza até mesmo contratações de créditos imobiliários integralmente remotas. O Bradesco deve oferecer o mesmo até o final do ano.

Tarifas sobem

Apesar de toda a economia gerada com cortes de pessoal e barateamento da infraestrutura, as tarifas bancárias continuam caras para o cliente e altamente rentáveis para os bancos. O último levantamento anual do Idec sobre preços de serviços bancários, apontou que, dos 58 pacotes de tarifas oferecidos pelos cinco bancos, 50 sofreram reajustes abusivos. O reajuste médio do total de pacotes pesquisados ficou em 12,6%, quatro vezes e meia a inflação do período (2,7%). A Caixa liderou o aumento, com reajustes de até 78% em seu pacote convencional.

Segundo Ione Amorim, economista do Idec, a estratégia da Caixa é aproximar a receita anual com tarifas bancárias daquelas obtidas por Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, todas superiores a R$ 6,5 bilhões no ano passado. Amorim define a política tarifária do clube dos cinco como um “cartel autônomo”, já que não existe um indicador de correção de preços que leve em conta parâmetros como a inflação e o custo operacional das empresas. Além disso, a resolução do Banco Central dedicada às tarifas bancárias – criada há dez anos e atualizada em 2010 – impõe um período de 180 dias a cada seis meses. Na prática, explica Amorim, isso permite dois reajustes por ano.

“A situação é preocupante há alguns anos. O consumidor tem de se questionar e ser mais criterioso na contratação de serviços”, diz a economista, que sugere enfaticamente a adesão aos pacotes essenciais e a busca por bancos digitais que oferecem transações sem custos.

O RAIO X DOS 5 GRANDES

R$ 77 bilhões de lucro em 2017

R$ 1,8 bilhão em tarifas no primeiro tri de 2018

R$ 19,5 bilhões de investimento em tecnologia digital

15 mil demissões em 2017-2018

1.314 agências fechadas em 2017

38,7% de Redução de nos salários médio

Fonte: Jornal do Brasil

BB, Itaú, Bradesco e Caixa concentram 78,51% do crédito no Brasil, diz BC

Publicado em: 20/04/2018

As quatro maiores instituições financeiras do Brasil – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Caixa Econômica Federal – concentram 78,51% das operações de crédito no País, conforme dados divulgados nesta terça-feira, 17, no Relatório de Estabilidade Financeira (REF), do Banco Central. Os números referem-se ao mês de dezembro (fim do segundo semestre de 2017).

Em junho do ano passado, o porcentual era de 78,65% e, em setembro, de 78,64%.

Essas quatro instituições concentram 72,69% dos ativos e 76,35% dos depósitos. Em junho, os porcentuais eram de 72,99% e 76,74%, respectivamente.

A série histórica informada pelo Banco Central, iniciada em dezembro de 2007, mostra que desde a crise financeira global, que estourou em 2008, os níveis de concentração nos quatro maiores bancos vêm aumentando.

Em dezembro de 2007, eles abarcavam 54,68% das operações de crédito, 53,05% dos ativos e 59,34% dos depósitos.

Fonte: Jornal do Brasil

Juro do cheque especial varia de 20% a 500% ao ano; BB está na lista do top 10

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A diferença entre os juros cobrados em um banco ou outro no cheque especial pode variar até 26 vezes, do mais barato ao mais caro, em 29 instituições financeiras que oferecem este tipo de crédito no Brasil. Dados do Banco Central com base nas taxas médias praticadas pelos bancos mostram que a taxa do cheque especial começa em 20,45% ao ano e termina em 526,13%, no período entre março e abril deste ano.

Entre os 10 bancos que cobram as taxas mais caras do mercado, estão na lista os cinco maiores bancos do país – Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander (veja o gráfico abaixo).

Juros

O cheque especial é uma linha de crédito emergencial que permite ao correntista gastar um certo limite definido pelo banco, mesmo que ele não tenha dinheiro na conta. Por ser uma linha de curto prazo, os juros estão entre os mais altos do mercado, atrás apenas do cartão de crédito.

Em fevereiro, a taxa média cobrada pelos bancos nesta modalidade era de 324,1% ao ano. Uma das explicações dadas pelos bancos é a taxa de inadimplência. Ela era de 13,56% em fevereiro, enquanto o rotativo do cartão estava em 33,16%, segundo o BC.

Além dos calotes, os compulsórios elevados, os impostos e a concentração bancária também explicam taxas tão elevadas, de acordo com o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. No entanto, ele pondera que, tecnicamente, não há explicação para taxas no patamar de 300% ao ano.

Opção de crédito parcelado

Para tentar reduzir as taxas, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou uma nova regra que vai obrigar os bancos a oferecer opções mais vantajosas de crédito para quem utilizar mais que 15% do limite do cheque especial por 30 dias, para dívidas acima de R$ 200. A regra entra em vigor em 1º de julho.

O parcelamento da dívida deverá estar entre as alternativas que os bancos vão oferecer à dívida do cheque especial. A oferta das opções mais vantajosas deve ocorrer em até 5 dias úteis após os bancos constatarem que o cliente se enquadra neste caso.

O cliente não será obrigado a contratar uma das alternativas oferecidas pelos bancos. Nesses casos, os bancos terão que reiterar as ofertas a cada 30 dias.

A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, acredita que a medida tem potencial para reduzir os juros nesta modalidade, assim como a inadimplência. “O efeito sobre o juro total a pessoas físicas tende a ser maior quanto maiores forem os avanços dentro do cheque especial”, diz.

Posicionamento dos bancos

Procurado para comentar a taxa média de 421,93%, o Santander informou que criou há quatro anos produtos parcelados com custos menores como alternativa ao cheque especial, oferecidos de forma individual. “O Santander é o único banco no país a disponibilizar dez dias sem juros no cheque especial para todos os clientes. Esta condição beneficia, atualmente, 35% dos usuários do cheque especial do Santander”, declarou em nota.

Sobre a taxa de 322,34% do Itaú Unibanco, declarou que vem repassando o corte da Selic, mas que as taxas cobradas também dependem de outros fatores, como o perfil do cliente e sua capacidade de pagamento. “As taxas divulgadas pela autoridade monetária representam a média de todas as contratações realizadas naquele mês, mas não necessariamente são praticadas para todos os clientes que possuem os produtos do banco”, informou.

A Caixa informou, a despeito da taxa média de 310,65% ao ano, que ajustou a taxa do Cheque Azul PF focando nos clientes com maior relacionamento com a empresa, partindo de 2,09% ao mês e variando de acordo com o volume de aplicação ou garantia ofertada pelo cliente. “Cabe ressaltar que, atualmente, a taxa média do produto está entre as melhores do mercado para o produto cheque especial, considerando as principais instituições financeiras, conforme informações divulgadas pelo Banco Central”.

Sobre a taxa de 290,59% na modalidade, o Bradesco disse que não ia comentar. Banco do Brasil não havia enviado seu posicionamento até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1

Banco que desconta cheque pré-datado antes do prazo deve pagar indenização

Publicado em: 13/04/2018

Descontar cheque pré-datado antes do prazo causa prejuízo ao titular e dever de indenizá-lo. Com esse entendimento, o 2º Juizado Especial Cível de Brasília condenou um banco a pagar R$ 2 mil de danos morais a uma correntista.

O título emitido em benefício da autora foi confiado ao banco por força do contrato de custódia de cheques pós-datados. Mas o referido cheque foi depositado pela instituição financeira um mês antes da data do vencimento.

Para a juíza, ao promover a compensação antes do vencimento, o banco descumpriu o contrato de custódia e prestou serviço incompatível com a segurança que se esperava. Dessa maneira, atingiu a honra objetiva da pessoa jurídica, dano que é passível de indenização, conforme a julgadora.

Ao fixar o valor de R$ 2 mil, a juíza disse ter levado em conta os princípios da razoabilidade e proporcionalidade e a capacidade econômica das partes, assim como a natureza, a intensidade e a repercussão do dano. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-DF.

Fonte: Consultor Jurídico

Bancos vão oferecer linha mais barata a quem ‘entrar’ no cheque especial

Publicado em:

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciou nesta terça-feira (10) novas regras com o objetivo de baratear o cheque especial e reduzir o uso da modalidade, que deveria ser utilizada apenas em situações de emergência e de forma temporária. Elas começam a valer no dia 1º de julho.

Pelas novas regras, as instituições financeiras terão sempre disponíveis ao consumidor uma alternativa mais barata para parcelamento do saldo devedor do cheque especial, diz o órgão.

Outra medida é voltada para os consumidores que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos, desde que o saldo devedor seja maior de R$ 200. Nesses casos, as instituições irão oferecer proativamente a alternativa de parcelamento mais barata.

A oferta será feita nos canais de relacionamento e o cliente decide se adere ou não à proposta. Caso não aceite, nova oferta deverá ser feita a cada 30 dias. Ela será oferecida em até cinco dias úteis após apuração do uso nas condições estabelecidas.

O novo produto terá taxa de juros fixa, ou seja, não haverá diferenciação segundo perfil do cliente. Mas cada instituição financeira vai ter liberdade para determinar sua própria taxa.

Os bancos, pelos seus canais de relacionamento, também irão alertar o consumidor quando ele entrar no cheque especial, destacando que esse crédito deve ser utilizado em situações emergenciais e temporárias.

Caso o consumidor opte pelo parcelamento do saldo devedor, os bancos poderão manter os limites de crédito contratados, levando em consideração as condições de crédito do consumidor, ou estabelecer novas condições para a utilização e pagamento do valor correspondente ao limite ainda não utilizado e que não tenha sido objeto do parcelamento.

“As novas regras para o cheque especial fazem parte do compromisso dos bancos em melhorar o ambiente de crédito, para facilitar a redução dos spreads bancários e também em orientar o consumidor sobre o uso adequado de produtos e serviços”, afirma Murilo Portugal, presidente da Febraban.

Bancos vão alertar clientes

Quando o consumidor “entrar” no cheque especial, por exemplo, o banco deverá comunicar-lhe imediatamente, por meio de alerta, sobre a contratação do produto e que se trata de uma modalidade de crédito de uso temporário.

O valor do limite de crédito do cheque especial disponível para utilização deverá ser informado nos extratos de forma clara e apartada de modo a não ser confundido com valores mantidos em depósito pelo consumidor na conta corrente, acrescenta o órgão.

“É importante que os consumidores saibam que os bancos dispõem de uma série de produtos financeiros para facilitar o planejamento do orçamento familiar”, ressalta Portugal.

Ele explica que o cliente deve buscar junto aos bancos linhas mais baratas oferecidas pela instituição financeira. Em termos práticos, o cheque especial funciona como uma reserva que o cliente pode usar no caso de uma emergência, de um gasto inesperado, sem precisar recorrer ao banco, já que a linha está pré-aprovada. Justamente por causa dessas caraterísticas os juros são mais elevados em comparação a linhas de mais longo prazo.

Em fevereiro, a taxa de juros média do cheque especial era das mais altas do mercado, de 324,1% ao ano, muito acima da média nas linhas para o consumidor com recursos livres, que estava em 57,7% ao ano.

Resposta ao pedido do BC de corte de spreads

O anúncio de autorregulação pela Febraban desta terça é uma resposta um pedido do Banco Central (BC) para que os bancos encontrem formas de reduzir o spread bancário (diferença entre os juros que eles pagam para captar recursos e o que cobram do consumidor final).

Os juros cobrados pelas instituições financeiras da pessoa física têm caído em ritmo inferior à taxa básica de juros, a Selic, que atingiu a mínima histórica de 6,5% ao ano. Enquanto a Selic caiu para menos da metade, desde outubro de 2016, o spread alcançou apenas em dezembro os 32 pontos, mesmo patamar de dois anos antes, quando a Selic ainda estava em 14,25%.

Segundo a Febraban, são signatárias da autorregulação as seguintes instituições: Banco ABC Brasil, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco Original, Banco Safra, Banco Toyota, Banco Volkswagen, Banco Votorantim, Banpará, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, China Construction Bank , Itaú Unibanco, Mercantil do Brasil, Santander e Sicredi.

Fonte: Jornal Destak

Jornal do Brasil traz artigo com bancos oficiais e os seus altos salários

Publicado em: 05/04/2018

Numa economia em recessão era de se esperar que os bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fossem acionados, de forma contracíclica, para turbinar a economia. Por falta de demanda (a renda das famílias encolheu 3,2%, em 2015, e 4,3%, em 2016), os bancos privados, às voltas com a pepineira decorrente dos empréstimos contracíclicos de 2009/2010, em vez de baixar os juros, acompanhando a queda da inflação e dos juros básicos do Banco central, a taxa Selic, pisaram no freio. Resultado: engavetamento geral na economia, empresas vendendo menos e desemprego em alta, com as dívidas apertando a todos.

E uma das causas da fraca reação da economia – o PIB aumentou apenas 1% em 2017, graças à supersafra agrícola, que cresceu 14% no ano passado, mas já rateia no começo de 2018, com queda no comércio e no setor de serviços em geral, além do aumento de 5% no desemprego em fevereiro, foi o frustrante comportamento da CEF, do BB e do BNDES em 2017. Na CEF, o grande agente financeiro da construção imobiliária, desde que absorveu o BNH no governo Sarney e ficou com o monopólio dos recursos do FGTS, os créditos às empresas encolheram 23% no ano passado, enquanto os empréstimos às pessoas físicas caíram 8,6%.

Na Caixa, que nasceu, em 1861, como a Casa Monte Socorro, na qual os escravos confiavam suas poupanças para tentar comprar a alforria, o grande resultado veio do lucro, que cresceu inacreditáveis 202,6%, ancançando R$ 12,5 bilhões. Uma comemoração para lá de festejada entre os funcionários, que têm direito à participação nos lucros. Mais ainda para a diretoria, composta pelo presidente Gilberto Ochi, com salário de R$ 56.196,00 e os 12 vice-presidentes, cada qual aquinhoado com cargos, alguns com apadrinhamento político, e vencimentos de R$ 45.346,00, fora os benefícios que giram em torno de R$ 10.745,00.

É melhor do que ser ministro, cujo teto foi reduzido no ano passado para R$ 33.700 (mas é burlado por vários penduricalhos, como o auxílio moradia de (R$ 4.377) que beneficia os juízes em várias comarcas do Brasil. Melhor ainda se for um integrante da milionária diretoria do Banco do Brasil, cujos lucros cresceram 55% no ano passado, atingindo R$ 10,011 bilhões, apesar da redução de 12,3% na carteira de crédito.

No BB, o presidente, Paulo Cafarrelli ganha R$ 68.781 mensais. Ou mais que o dobro do teto. Cada um dos nove vice presidentes, recebe R$ 61.564 por mês, e cada um dos 27 diretores (o que num critério de indicação política contemplaria os 27 estados do país) cabem R$ 52.177 mensalmente. E ainda há dois novos cargos de alta remuneração: R$ 46.959 para o titular do Comitê de Auditoria e para o dirigente máximo do Comitê de Risco e Capital. No total, os ganhos anuais da diretoria passam de R$ 2 milhões.

Mais confortável ainda é a função de presidente do BNDES, remunerada por R$ 87.390 (duas vezes e meia acima do teto salarial) à qual renunciou esta semana o economista Paulo Rabello de Castro para concorrer à presidência da República pelo PSC, ao qual é filiado. Outros diretores do BNDES chegam a receber R$ 71.940 mensais. A média salarial da diretoria é de R$ 35.880, e o nível médio dos salários do banco está na faixa de R$ 25 mil. Mas a remuneração pode ser engordada com o rateio de R$ 265 milhões sob a forma de participação nos lucros, que implicava o pagamento de mais 4 salários por ano (o 13º e mais três). A questão está em discussão porque parte dos lucros do BNDES vem de dinheiro subsidiado do Tesouro Nacional, que fechou 2017 com rombo de R$ 124 bilhões.

Fonte: Jornal do Brasil

Bancos não poderão receber boletos acima de R$ 10 mil em espécie

Publicado em: 28/03/2018

O Conselho Monetário Nacional (CMN) proibiu nesta quarta-feira que bancos aceitem pagamento em espécie de boletos em valor igual ou superior a 10 mil reais e determinou que as instituições financeiras mantenham registro específico dos boletos pagos em dinheiro vivo.

Os bancos poderão recusar pagamento em espécie também para os boletos com valor abaixo de 10 mil reais, se identificarem indícios de tentativa de burlar a legislação, informou o BC em comunicado. O Banco Central informou que a quantidade de operações acima que se enquadram na norma é relativamente pequena.

“A gente tem que a quantidade de boletos acima de 10 mil é muito pequena, é de 1,7% do total de boletos com valor em torno de 60%”, disse Otávio Ribeiro Damaso, diretor de regulação do Banco Central em coletiva de imprensa.

Com a regulamentação do limite para pagamento em espécie, instituições que já haviam adotado medidas similares agora devem seguir a norma estabelecida. O Banco do Brasil já tinha um limite de 2.000 reais para pagamentos de boleto em espécie e agora terá que se adequar ao novo limite, exemplificou o BC.

As regras para pagamento em espécie entram em vigor no dia 28 de maio e os bancos devem começar o registro de boletos a partir de 11 de março do ano que vem, informou o BC. As medidas têm o objetivo de combater e prevenir a lavagem de dinheiro.

Fonte: Veja.com

BB está entre os melhores bancos para investir em 2018, segundo a FGV

Publicado em: 22/02/2018

Pelo quarto ano consecutivo, o Santander levou o prêmio Melhor Banco para Investir (MBI), realizado pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Fractal Consult. A Caixa ficou em segundo lugar no ranking, direcionado para pessoas físicas.

Neste ano, pela primeira vez, o prêmio também elegeu o banco com a melhor plataforma digital para o varejo seletivo, o BTG Pactual, e o banco com a melhor plataforma digital para o varejo, a XP Investimentos.

Nove instituições participaram da última edição da premiação: Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Credit Suisse, Itaú, J Safra, Santander e XP.

Para definir os vencedores, a comissão julgadora do prêmio avalia quais instituições oferecem os melhores serviços de investimentos em seis categorias: ações; fundos multimercados; money market; renda fixa; varejo; e varejo seletivo.

A categoria money market se refere aos fundos de investimento de curto prazo e aos fundos simples. Na categoria varejo, se enquadram os fundos que possuem clientes com menor poder aquisitivo.

a categoria varejo seletivo, são analisados os fundos voltados a clientes que estão acima do segmento varejo, mas ainda não são incluídos no segmento private, como seria o caso dos clientes Santander Van Gogh e Bradesco Prime, por exemplo.

Para chegar às notas de cada categoria, a pesquisa leva em conta fatores como desempenho dos fundos, taxa de administração, valor mínimo para investir, número de reclamações registradas pelo Banco Central e custo dos pacotes bancários.

A Fractal Consult também realiza uma pesquisa diretamente com os clientes dos bancos para avaliar a qualidade do atendimento.

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Fonte: Exame